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A herança maldita de Rodrigo Maia

Quem avalia a eleição para a mesa diretora da Câmara dos Deputados como derrota de Rodrigo Maia (DEM-RJ) está muito enganado.

Ele sempre sai ganhando. Nos seus dois mandados, protegeu o golpista Michel Temer, apoiou a pauta perversa do ministro Paulo Guedes contra o povo brasileiro e impediu a tramitação de todos os pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro.

A sua postura como presidente da Câmara, apoiando a agenda neoliberal, vai transformar milhares de brasileiros pobres em miseráveis e empurrar os já excluídos para o esgoto.

Rodrigo Maia foi e sempre será um executivo de luxo da burguesia nacional e capacho dos interesses do mercado.

Na cadeira de presidente, ele atuou como agenciador do capital rentista, facilitador da concentração de renda e da exclusão social, cúmplice da legislação venenosa do agronegócio, aliado das proposições armamentistas, companheiro dos ricos, compadre dos abastados e ajudante dos lobistas de maus propósitos.

Em suma, foi conivente e participante ativo de toda a pauta genocida que tramitou na Câmara dos Deputados desde o mandato golpista de Michel Temer.

Ao se despedir do cargo, após a apuração dos votos, forçou um choro falso típico da hipocrisia do parlamento onde foi criado, cheio de vícios e maus exemplos.

Rodrigo Maia não perde coisa alguma. Ele é um exemplar perfeito do fisiologismo, do clientelismo e do patrimonialismo que amaldiçoam o Brasil.

Será reeleito deputado e estará permanentemente na fila para virar senador, prefeito ou governador porque a vida inteira teve facilidades. Foi eleito na velha tradição do filhotismo na política, herdando do seu pai, Cesar Maia, ex-prefeito do Rio de Janeiro, todos os vícios do pragmatismo.

Depois de enxugar as lágrimas falsas ele vai se locupletar no banquete do bolsonarismo, o seu lugar de origem, na direita perversa, de onde nunca saiu e é tratado como filho ilustre.

Imagem destacada / Rodrigo Maia e Jair Bolsonaro: os bons companheiros. Foto: (Marcos Correa/PR)

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Impeachment começou abafado, mas tende a crescer

Embora o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), vá encerrar seu mandado com o título de engavetador-geral dos pedidos de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro, a movimentação em diversos setores da sociedade pelo afastamento do chefe do executivo tende a crescer.

Mais de 60 pedidos de impeachment já chegaram à Câmara. Rodrigo Maia bloqueou o avanço do debate enquanto negociava com Paulo Guedes a passagem da boiada de todas as votações nocivas ao Brasil.

Mas, apesar da muralha erguida por Maia, diversas iniciativas de organizações da sociedade civil vêm pautando o afastamento de Jair Bolsonaro.

Essa tendência pode crescer, alimentada pelo próprio comportamento do presidente e da sua equipe no combate à covid19.

As mortes e a retração da economia, somados à incompetência generalizada do governo para mediar a crise sanitária, pesam na balança da opinião pública contra a permanência do “mito” na Presidência da República.

A mobilização de rua ainda está contida pelos riscos da aglomeração. Por enquanto, as carreatas estão dando o tom.

Nesse momento o sinal em Brasília é amarelo.

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Bolsonaro abre o cofre para ganhar a eleição da Câmara dos Deputados

A disputa por um dos cargos mais importantes do parlamento brasileiro – a presidência da Câmara dos Deputados – é a principal agenda de Jair Bolsonaro na virada de janeiro para fevereiro.

Enquanto o Brasil se aproxima de 250 mil mortos pela covid19, as atenções do presidente estão voltadas essencialmente para distribuir emendas e cargos aos deputados com o objetivo de eleger Artur Lira – o nome do Palácio do Planalto.

Bolsonaro já disse abertamente que vai interferir na eleição do presidente da Câmara, assim como declarou sem meias palavras que interveio na Polícia Federal para designar as chefias do seu interesse.

Antes, durante a escolha do Procurador Geral da República, ele declarou que escolhera um nome alinhado com a Presidência da República.

Os homens do presidente, escolhidos a dedo e com práticas clientelistas (no caso da Presidência da Câmara) podem até aliviar as tensões do governo conturbado, mas nem sempre o alinhamento é fiel na sua totalidade.

Bolsonaro pode até ter um PGR para chamar de seu, mas a presidência da Câmara não é uma carta de seguro. Muitos interesses rodeiam o parlamento, que pode, até mesmo com um presidente palaciano, mudar o rumo das coisas.

Com a eleição de Arthur Lira, Bolsonaro quer uma espécie de carta de seguro para impedir o progresso dos pedidos de impeachment. Isso pode funcionar, mas existem outras forças políticas dentro e fora do Congresso Nacional se mexendo para impulsionar os pedidos de afastamento do presidente.

No mesmo tempo em que ele abre o cofre das emendas para atrair os deputados, as carreatas pelo impeachment ganham as ruas.

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Antigo posto da Telma abriga emissora via cabo e rádio web em Primeira Cruz, nos Lençóis Maranhenses

Nas cidades mais antigas do Maranhão, os orelhões e o velho posto telefônico da Telma (Telecomunicações do Maranhão S.A.) ainda fazem parte da paisagem.

Em Primeira Cruz, município localizado no território dos Lençóis Maranhenses, o posto da ex-Telma serviu de sede para uma rádio comunitária (Oceânica FM) entre 2002 e 2012 e hoje é utilizado por um formato “híbrido” de comunicação: um sistema de som via cabo (Stúdio 90°) e a rádio 90° na web.

Veja no vídeo abaixo como tudo aconteceu e as emissoras atuais em funcionamento.

Caixa de som distribui a programação das rádios via cabo e web no
Centro de Primeira Cruz. Imagens e edição: Marizélia Ribeiro

O local é também uma estação de produção de vinhetas, spots e peças publicitárias em geral para os estabelecimentos comerciais e eventos.

As emissoras e a estação foram fundadas e são gerenciadas pelo radialista Orlando Brandão. O batismo de 90° é alusivo a um dia de trabalho, quando ele gravava uma peça publicitária e, devido ao calor intenso, saiu do estúdio banhado de suor.

Nesse vídeo, com imagens e edição de Marizélia Ribeiro, conversamos com Orlando Brandão sobre a comunicação local em Primeira Cruz.

Imagem destacada / radialista Orlando Brandão conversa com Ed Wilson Araújo, tendo ao fundo um antigo orelhão no ex-posto da Telma, em Primeira Cruz. Foto: Marizélia Ribeiro

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A força do Jornalismo e da Ciência na guerra contra o negacionismo

As notícias sobre o início da vacinação contra a covid19 em todo o mundo configuram o triunfo do conhecimento sobre a barbárie. Apesar de todos os ataques morais e econômicos contra as instituições de pesquisa, a Ciência está atravessando a onda negacionista.

No Brasil, o governo Jair Bolsonaro fez um relativo recuo na marcha obscurantista. A contragosto, o presidente e seus asseclas estão “engolindo” a vacina porque a depreciação da Ciência chegou ao limite.

É fato que o negacionismo seguirá produzindo desinformação. Esse subproduto vai circular intensamente nas redes sociais e chegará nos celulares das pessoas, com montagens grosseiras e mentira deslavada.

Mas, é impossível o Jornal da Record mentir descaradamente nas suas manchetes no horário nobre. A Rede Record, controlada pela Igreja Universal do Reino de Deus, não tem condições morais e éticas de usar o seu espaço privilegiado na televisão para enganar o púbico, explicitamente.

O Jornal da Record não pode veicular desinformação escancarada no horário nobre porque o Jornalismo, ao longo da sua constituição, apesar dos dissabores, instituiu um conjunto de regras e procedimentos que estabelecem um contrato mínimo de decência com a audiência.

A Igreja Universal do Reino de Deus, campo do negacionismo infértil, seguirá produzindo desinformação, mas essa prática não tem como galopar até o palco principal do noticiário da Rede Record.

Na guerra contra o obscurantismo, por mais que o bolsonarismo esteja aliançado às igrejas neopentecostais, não há condições objetivas para a mentira transbordar grotescamente para os telejornais.

O jornalista que entrevista o cientista é uma cena para ser vista como um alimento simbólico da civilização e um antídoto diante da barbárie.

Os critérios de verdade operados pelo pesquisador alcançam visibilidade no ordenamento lógico da reportagem elaborada no âmbito da produção jornalística.

Ciência e Jornalismo são dois campos de produção de conhecimento sobre a realidade fundamentais para manter acesa a chama civilizatória e enfrentar a guerra contra o obscurantismo.

Uma batalha está em curso e a vacina vai triunfar. O bolsonarismo, nesse momento, recua. Engole a vacina, o protagonismo do SUS e o papel do Estado no auxílio emergencial.

A guerra será longa e nesse contexto a racionalidade técnica do cientista e do jornalista organizam o discurso essencial no enfrentamento da necropolítica.

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Sefaz libera utilização de créditos para abatimento de IPVA 2021

A Sefaz informa aos consumidores cadastrados no programa Nota Legal que liberou o módulo de resgate de créditos para abatimento do IPVA 2021. O resgate de créditos poderá ser feito até o dia 28 de março de 2021 e o valor a ser resgatado está limitado a 50% do valor do IPVA.

O usuário cadastrado que realizar o pagamento, em cota única, até o dia 26 de fevereiro, além do valor do crédito nota legal disponível também será beneficiado com o desconto de 10%.

A emissão do DARE para pagamento somente poderá ser realizada após 48 horas, contados da data de solicitação do abatimento.

Os créditos do programa não podem ser utilizados para pagamentos de débitos de IPVA em atraso e o abatimento é permitido somente para veículos cujo CPF do proprietário esteja cadastrado no Programa.

As solicitações de resgate de créditos para abatimento de IPVA encerram-se no dia 28 de março de 2021.

Como utilizar o benefício

Para utilizar o crédito, o consumidor deverá acessar o site do Programa Nota Legal, selecionar a opção “Acessar Sistema” e informar o CPF e a senha de acesso.

Em seguida, clicar na guia “Resgatar Créditos” > “Crédito de Notas” >, “Abatimento IPVA” > “Selecionar o veículo cadastrado” > informar o valor a ser abatido (até o limite de 50% do valor do IPVA).
Ao clicar em ”Confirmar”, o consumidor não poderá cancelar a operação.

Após a solicitação, para gerar o boleto de pagamento do IPVA com o abatimento do Nota Legal, o contribuinte deve acessar a página do IPVA, clicando no menu “IPVA 2021/Débitos Anteriores” informar o Renavam, inserir o código de segurança e clicar em “Consultar”. 

O abatimento do IPVA, com os créditos do Nota Legal, somente será possível com a emissão do boleto para pagamento na rede credenciada, gerado no site da Sefaz/MA.

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Projeto vai garantir o custeio de 80% do aluguel de casarões no Centro Histórico de São Luís

Estimular a atividade econômica, a habitação e a preservação do patrimônio histórico de São Luís. Esses são alguns dos objetivos que integram o Aluguel no Centro, projeto que faz parte do conjunto de ações do programa Nosso Centro, iniciativa estadual coordenada pela Secretaria de Estado da Cultura (Secma), que contempla estratégias nos eixos habitação, comércio, entretenimento, cultura e promoção de obras diversas.

O cronograma e as regras para participação do Aluguel no Centro foram apresentados nesta terça-feira (26), em coletiva de imprensa virtual com os secretários estaduais: Anderson Lindoso (Cultura), Márcio Jerry (Cidades e Desenvolvimento Urbano) e Diego Galdino (Governo), este último, titular da pasta responsável pela execução do projeto.

Durante a entrevista, Diego Galdino explicou os critérios para participação do projeto habitacional e como os interessados poderão se inscrever na inciativa, que vai garantir o custeio de 80% do pagamento do aluguel de moradias históricas, para os beneficiados selecionados.

Secretários Marcio Jerry (Secid), Diego Galdino (Segov) e Anderson Lindoso (Cultura) apresentaram o projeto durante entrevista coletiva virtual. Foto: Gilson Teixeira

“Foi muita luta conseguir apresentar esse projeto, que pretende revolucionar o Centro Histórico de São Luís e acredito que seja um projeto referência para o Brasil”, frisou Galdino.

Na ocasião, o secretário de Cidades e Desenvolvimento Urbano (Secid), Márcio Jerry, também apresentou os dois novos editais lançados pelo projeto Adote um Casarão, que tem como foco os polos comercial e cultural do Nosso Centro.

Quem pode ser beneficiado

De acordo com Galdino, o público-alvo da iniciativa são servidores públicos das esferas federal, estadual e municipal (de São Luís), comerciantes com CNPJ ativo e trabalhadores com carteira assinada.

Como um dos motes do projeto é favorecer a mobilidade urbana, viabilizando a moradia perto do trabalho, serão priorizadas pessoas que comprovem que trabalham no centro da cidade.

“Essas pessoas terão a oportunidade de se inscrever e escolher um casarão ao qual pretendem morar e o Governo do Estado irá apoiar”, pontuou Diego Galdino.

Como funcionará o Aluguel no Centro

O projeto Aluguel no Centro funcionará da seguinte forma: o Governo do Maranhão pagará para os contemplados, 80% do valor do aluguel de imóveis pré-selecionados pela Secretaria de Estado de Governo (Segov) e que estejam em condições de habitação no centro de São Luís.

Segundo Galdino, serão três faixas estimadas de alugueis: R$ 600, R$ 1.000 e R$ 1.500, de acordo com a categoria do imóvel. 

“Vou dar um exemplo: no caso de um imóvel que o aluguel for de R$ 1.000, o beneficiário pagará R$ 200 e o Governo do Estado arcará com R$ 800 para que a pessoa more nesse casarão. O repasse será feito do Governo do Estado para o beneficiário”, detalhou Galdino.

Ainda de acordo com Galdino, a Segov já fez o levantamento de 387 imóveis do Centro Histórico de São Luís que estão disponíveis e aptos para o projeto. Já em abril, cerca de 100 casarões já deverão ser entregues para locação por meio do Aluguel no Centro. 

Cronograma

A primeira fase do Aluguel no Centro será iniciada nesta quarta-feira (27), quando serão abertas as inscrições para os interessados em participar da iniciativa. As inscrições poderão ser realizadas, via internet, no site www.aluguelnocentro.ma.gov.br ou de forma presencial na sede da Segov, localizada no Edifício João Goulart, Praça Pedro II, Centro de São Luís.

A partir do dia 1° de março, a Segov disponibilizará a relação de imóveis que poderão ser locados por meio do projeto. As inscrições estão abertas até o dia 8 de março, data em que será feita a validação dos beneficiários habilitados ao projeto. No dia seguinte, 9 de março, a Segov deverá divulgar o resultado com o nome dos selecionados.

“A gente acredita que a partir de março teremos esse programa concluído com pessoas já podendo morar nesses casarões”, avaliou Diego Galdino.

Regras de participação

Diego Galdino explicou ainda que a duração do benefício do Aluguel no Centro pode ser de até 5 anos – com a possibilidade de ampliação -, mas os contratos serão assinados anualmente e dependerão, por exemplo, da comprovação de adimplência, que será um dos critérios de desempate.

Caso mais de um inscrito tenha interesse no aluguel do mesmo imóvel, a Segov realizará sorteio online para garantir a isonomia do processo.

“Caso todos os critérios sejam iguais, para sermos justos, faremos sorteio ao vivo pela internet”, ressaltou Galdino.

Se o imóvel precisar de reparos, o Governo do Estado realizará todas as intervenções necessárias antes de entregas ao locador beneficiário do projeto. 

“Caso seja necessária a reforma, em 30 dias entregaremos o imóvel recuperado, sendo que esse prazo dependerá das condições da edificação”, destacou o secretário.

Adote um Casarão: novos editais

Durante a coletiva, o secretário Márcio Jerry (Secid) aproveitou para registrar o lançamento de mais dois editais públicos do projeto Adote um Casarão, que também integra o programa Nosso Centro. 

A ideia do Adote um Casarão é fomentar o empreendedorismo local e ocupar os imóveis públicos ociosos ou subocupados de propriedade do Estado com atividades que promovam o desenvolvimento sustentável do Centro Histórico aliado à preservação do patrimônio histórico.

De acordo com Jerry, em 2020 o Adote um Casarão já disponibilizou 10 casarões, sendo que dois estão em obras, com previsão de entrega para o próximo mês, e quatro estão em tramitação para aprovação no Departamento de Patrimônio. A meta do projeto é entregar 15 casarões para interessados em investir na região central da cidade. 

“Quero chamar atenção para a importância e a simplicidade deste programa. O Governo do Estado disponibiliza para quem possa adotar esses prédios para revitalizá-los, para cuidar bem deles, de maneira que a gente possa cuidar do nosso acervo arquitetônico e assegurar atividades econômicas permanentes”, salientou Márcio Jerry. 

Entre os novos editais abertos pelo Adote um Casarão está o prédio que abrigou o antigo “Motobar”, localizado na Praça João Lisboa, nº. 153, Centro Histórico. O espaço fica em uma área privilegiada da cidade e é lembrado por reunir intelectuais ludovicenses, em meados do século XX. 

O outro imóvel trata-se da antiga sede do Iterma, localizado na Rua Rio Branco (Rua dos Remédios), 279, quadra 52, Centro Histórico.  

Os interessados em obter informações sobre o certame devem acessar o site da Secid, no endereço eletrônico www.secid.ma.gov.br, clicar na aba Nosso Centro e conferir a íntegra dos editais. 

Desenvolvimento sustentável

Para o secretário de Cultura, Anderson Lindoso, o Aluguel Social é mais uma oportunidade para garantir o desenvolvimento sustentável para uma região com uma riqueza única para São Luís e para o Maranhão. 

“O Nosso Centro tem investimentos sustentáveis e corretos, para que nós possamos fazer desse local um local de habitação, um local de trânsito de pessoas, e com ele nós podemos revitalizar e sustentar cada vez mais essa região tão importante da nossa cidade”, afirmou Anderson Lindoso.

A previsão da Segov é que os investimentos com o projeto Aluguel no Centro girem em torno de R$ 800.000,00 a R$ 1.000.000,00, recurso já disponível em caixa e oriundo do Tesouro Estadual.

Imagem destacada / divulgação / Vista aérea de casarões no Centro Histórico de São Luís

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Associação dos Geógrafos Brasileiros cobra a Vale pelos danos causados em Brumadinho

Em carta, a entidade afirma que o desastre foi criminoso e reafirma a inegociável reparação às vítimas da mineradora. Veja abaixo a manifestação da AGB:

CARTA: DOIS ANOS DO ROMPIMENTO DA BARRAGEM DE REJEITOS DA VALE S.A. EM BRUMADINHO/MG: ENTRE A LUTA POR JUSTIÇA E OS DESASTRES QUE SE ACUMULAM

A temporalidade dos anos que vem e vão, dado o seu caráter cíclico, é significada como uma maneira de rememoração de eventos datados. Apesar de este “calendário” ser hegemonicamente organizado pela razão governamental-cristã, ele está arraigado na sociedade, que, por sua vez, também o significa a partir dos episódios de violência e repressão que cada vez mais se impregnam nela. Rememorados até hoje, os massacres de camponeses em Eldorado dos Carajás (1996) e em Corumbiara (1995) e os rompimentos das barragens da VALE S.A. em Mariana (2015) e em Brumadinho (2019) são exemplos de um sofrimento social encravado na memória coletiva e cujas datas de ocorrência tornam-se símbolos para a ação política e luta por justiça. 

A partir de tal entendimento, nós da Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB) vimos relembrar o rompimento da barragem de rejeitos de mineração da VALE S.A. em Brumadinho/MG, ocorrido há dois anos, em 25 de janeiro de 2019, para, assim, reafirmarmos o nosso posicionamento perante este crime.

Os dias subsequentes ao desastre foram marcados por um doloroso processo de assimilação coletiva de que aquele cenário distópico, de terra (e água) arrasada e pessoas soterradas, era a realidade na sua mais crua exposição. Contudo, a urgência da situação não permitia que essa assimilação fosse passiva, afinal, ainda havia pessoas com vida em meio aos rejeitos de minério, além de diversas famílias que perderam casa, terra, renda, familiares, dentre outras coisas, e assim, tornavam-se “atingidas” deste crime.

No dia 27 de janeiro de 2019, nós da AGB, em conjunto a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia (ANPEGE), nos posicionamos em nota intitulada “Brumadinho: não foi acidente!”. Nela afirmamos que o desastre era, antes de mais nada, um “crime ambiental de responsabilidade da empresa Vale S.A. – e compactuado por um Estado brasileiro subserviente à lógica do capitalismo neoliberal/neoextrativista – é mais uma violação provocada pela destrutiva submissão dos bens naturais pertencentes à toda sociedade aos interesses empresariais”.

Cabe ressaltar que não houve leviandade alguma em afirmar, logo dois dias depois do desastre – quando ainda havia múltiplas explicações técnicas para o rompimento da estrutura em si –, que “Não foi acidente” e, portanto, a mineradora VALE S.A. enquadrava-se como uma criminosa. 

Primeiramente, porque há um entendimento mais amplo em relação à forma e à desproporção adquiridas pela atividade mineradora: completamente arraigada na fluidez artificial do mercado financeiro de commodities, ela já não conseguiria sequer se adequar às legislações ambientais e normas técnicas criadas (e cada vez mais flexibilizadas) exatamente para legitimá-la e viabilizá-la. Ou seja, para atenderem aos imperativos concorrenciais, as empresas mineradoras acumulam outros desastres diluídos diariamente – seja no campo do trabalho, no socioambiental, no fundiário, dentre outros –, o que muitas vezes também significa o descumprimento da lei, em outras palavras, o crime. Neste caso, como a empresa proprietária da barragem deveria assegurar a  segurança da mesma, as mortes e a destruição causadas pelo rompimento são de responsabilidade da VALE S.A. 

Além disso, afirmar que “Não foi acidente” era replicar um grito por justiça que há três anos já havia sido cunhado, quando do rompimento da barragem da Samarco (subsidiária da VALE S.A.) e que a empresa dizia ter sido um acidente do qual ela não era responsável, buscando, assim, socializar os custos de reparação.

Diante dessa procedência, há dois anos atrás, não tivemos motivos para hesitar em exigir “que a Vale S.A. seja responsabilizada por este crime, além de arcar com o auxílio emergencial a todos os atingidos, com a reparação ambiental da área atingida e reestruturação imediata da seguração de todas as barragens administradas pela empresa”.

Hoje, observa-se que um bizarro conjunto de procedimentos de gestão de “desastres” está sendo construído no entremeio da relação empresa-Estado e, mesmo que a responsabilidade tenha sido assumida, a reparação em sua miríade de aspectos “qualitativos” foi reduzida a valores monetários, permitindo, assim, que uma multinacional do porte da VALE S.A. largue o posto de culpada e torne-se uma negociante ao longo deste processo. É bem verdade que foram feitos repasses pela empresa ao restrito número de pessoas que foram consideradas como “atingidas”. Além disso, tem sido soerguido um certo tipo de estrutura institucional voltada para a reparação socioambiental em diferentes escalas. Porém, o rio Paraopeba continua poluído, corpos continuam sendo procurados e um número considerável de pessoas continua à mercê dessas infindáveis negociações em que o preço da vida e da natureza é discutido por uma cúpula impenetrável.

Enquanto a reparação é adiada, os desastres continuam se acumulando de modo irrefreável – à maneira da acumulação fictícia do capital – em um território onde a atividade mineradora tornou-se incompatível com a própria vida. Essa longa, quiçá eterna, espera pelas respostas jurídico-regulatórias estatais já deu seu recado: para eles, descartável é a vida e inabalável deve ser a mineração. Mas, enquanto houver vida, haverá resistência. Neste dia 25 de janeiro de 2021, nós, da Associação dos Geógrafos Brasileiros, reafirmamos nossa posição:

PELA INEGOCIÁVEL REPARAÇÃO ÀS VÍTIMAS DO CRIME DA VALE S.A EM BRUMADINHO!

PELO DIREITO DE DIZER “NÃO” À MINERAÇÃO!

Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB)

São Paulo, 24 de janeiro de 2021.

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A luta pelas vacinas

  • Artigo do governador Flávio Dino

Vivemos nesta semana um dos dias mais aguardados pela população brasileira: o início da vacinação contra a Covid-19. Por óbvio, queríamos estar celebrando esta data há mais tempo, mas, infelizmente, o discurso negacionista sobre a pandemia produz desastres, a exemplo do atraso da vacinação em todo o Brasil. Não podemos dizer que já temos uma Campanha Nacional de Vacinação.

Isso só ocorrerá quando houver certeza sobre novas etapas, com quantidades e datas claras. Contudo, a incompetência nas relações internacionais colocou o Brasil às margens das negociações no que tange à corrida pela obtenção das vacinas em quantidade necessária ao país.

A diplomacia brasileira, que era respeitada no mundo, tendo nos BRICS um dos mais importantes pilares da política externa, foi substituída por uma submissão absurda aos Estados Unidos, sem nenhum proveito à nossa Nação. Agora, precisamos de insumos e vacinas exatamente de países dos BRICS: China, Índia e Rússia. Ou seja, a ideologia extremista de Bolsonaro está implicando o pagamento de um alto preço pela população, como lamentavelmente estamos vendo com mortes, sofrimentos e caos econômico.

Os governadores continuam atuando unidos em busca de soluções. É fundamental que o Brasil adote todas as possibilidades de importação de imunizantes, mas muito especialmente que viabilize a fabricação de vacinas no nosso território. Para tanto, que sejam utilizadas todas as nossas estruturas científicas, a exemplo do Instituto Butantan e da Fiocruz, além de diversos laboratórios privados que dispõem de capacidade técnica para essa produção em caráter de urgência. Mais que um Plano Nacional de Imunização, é imperativo que se estabeleça um programa nacional de produção de imunobiológicos, haja vista a realidade continental do país.

Cito o médico João Baptista Risi Júnior, uma das maiores autoridades em epidemiologia do Brasil, ao afirmar que a escala da necessidade vacinal brasileira é muito significativa para que se dependa da oferta do mercado internacional, além de ser indispensável o controle nacional de qualidade dos produtos utilizados nas vacinas que compõem o plano de imunização no Brasil.

A nossa realidade atual é a contínua batalha pelo recebimento de mais doses das vacinas já aprovadas pela Anvisa. Não descansaremos enquanto não pudermos garantir a cobertura vacinal dos públicos prioritários do Maranhão, com maior brevidade.

Esta semana, em um esforço logístico inédito, conseguimos entregar as primeiras 164 mil doses recebidas aos 217 municípios maranhenses, em apenas 36 horas. Uma força-tarefa gigantesca, que contou com a ação de 3 aviões, 3 helicópteros e de 30 automóveis, combinando o transporte por terra e ar para fazer chegar as vacinas e as seringas e agulhas, o mais rápido possível ao povo maranhense. Prosseguiremos, nos próximos dias, com semelhante ação de distribuição, tão logo recebamos os novos lotes do Ministério da Saúde.

Reforço que não temos medido esforços para proteger a saúde e a vida da nossa população. Por isso, reitero o pedido de que todos continuem contribuindo com o combate ao coronavírus, adotando todas as medidas sanitárias necessárias à prevenção, como uso de máscaras, higienização das mãos e respeito ao distanciamento social. Essa é uma batalha que precisamos lutar juntos, cada um fazendo a sua parte. Tenho fé que venceremos!

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Nota pelo falecimento do DJ Álvaro, da rádio comunitária Cultura FM

A Abraço (Associação Brasileira de Rádios Comunitárias) no Maranhão lamenta o falecimento do radialista Álvaro José, o DJ Álvaro, membro da equipe dos comunicadores da rádio comunitária Cultura FM, localizada no bairro Maiobão, município de Paço do Lumiar, na região metropolitana de São Luís.

Em nota, a direção da rádio comunitária Cultura FM informa que Álvaro José estava internado em uma unidade hospitalar, teve piora no quadro e faleceu sábado (23), vítima das complicações da covid-19.

O DJ Álvaro, como era carinhosamente conhecido no meio radiofônico, tinha 45 anos, deixa esposa e familiares, além de uma grande audiência cultivada ao longo da sua caminhada no rádio.

A Abraço Maranhão manifesta pesar diante da perda e solidariza-se aos familiares e amigos que neste momento sofrem a dor da sua ausência.

Que Deus o receba e paz.

Associação Brasileira de Rádios Comunitárias no MA

Abraço Maranhão