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Relíquias de Alcântara: Poços dos Frades e Poço do Dinheiro fazem “milagre” na falta d’água

Nos meses de agosto e setembro de 2021, a cidade de Alcântara, no Maranhão, passou por uma grave crise no abastecimento de água. As torneiras secaram por mais de 45 dias. Nesse período, a população recorreu aos velhos poços e fontes espalhados pela cidade, alguns abandonados e outros ainda “vivos” e minando água de ótima qualidade.

Veja os detalhes no vídeo. Imagens e edição: Marizélia Ribeiro.

Luís Moraes: “a natureza manda”

Três poços estão localizados na quinta pertencente aos familiares de Luís Morares. Conversamos com ele para conhecer alguns detalhes da riqueza cultural e ambiental da cidade.

Reza a lenda que um dos poços era utilizado para guardar dinheiro e ouro das famílias ricas de Alcântara.

Foto destacada: Marizélia Ribeiro

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PT e Psol dialogam sobre aliança no projeto de Felipe Camarão ao Governo do Maranhão

Representantes das duas legendas fizeram a primeira rodada de conversação visando construir uma frente para disputar a sucessão do governador Flávio Dino (PSB).

“Avaliamos como muito positiva a reunião. Definimos que vamos continuar o diálogo e que a construção da frente democrática e popular aqui no estado é o mais importante que temos em comum”, avaliou o presidente do diretório estadual do Psol, Enilton Rodrigues.

A reunião com a direção estadual do PT e o pré-candidato a governador, Felipe Camarão, contou com a presença de 64% da direção estadual psolista, com a participação de Aline Varão, Valdeny Barros, Nonnato Masson e Ana Paula, além do próprio presidente estadual da legenda.

Pelo PT, participaram os secretários de estado de Cultura, Anderson Lindoso; de Agricultura (Sagrima), Luiz Henrique Lula da Silva; e de Direitos Humanos (Sedihpop), Chico Gonçalves, além do deputado estadual Zé Inácio e do vice-presidente estadual do PT, Francimar Melo.

“Vamos continuar dialogando com esse campo político e até o fim deste ano vamos realizar nossa conferência eleitoral e definir nossa tática, se teremos candidatura própria ou vamos apoiar um nome do campo popular”, finalizou Enilton Rodigues.

A aproximação entre PT e PSOL tem aval dos comandos nacionais dos dois partidos e harmonia com a pré-candidatura de Lula à Presidência da República.

O pré-candidato do PT, Felipe Camarão, é o atual Secretário de Educação do Governo do Maranhão e seria uma carta a ser jogada por Flávio Dino no futuro.

Na atual fotografia da conjuntura, o governador está inclinado a apoiar o seu vice, o tucano Carlos Brandão.

Se vingar, a aliança do PT com o Psol pode ser batizada de “coligação Camarão seco”. Uma delícia para acompanhar juçara com farinha.

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A antepenúltima cartada eleitoral de Jair Bolsonaro

O governo sem presidente, ou vice-versa, está chegando ao fim provocando o maior caos econômico, político e cultural de toda a História do Brasil.

A um ano da eleição de 2022, Jair Bolsonaro anuncia o fim do Bolsa Família e a criação do Auxílio Brasil, com valor de R$ 400,00 para famílias carentes.

Os bolsonaristas sempre odiaram os programas sociais de inclusão da pobreza nas políticas públicas.

Eles destilam um ódio especial contra o Bolsa Família, que acusam de ser “esmola para os miseráveis”, “auxílio pinga”, “bolsa farelo”, “compra de voto dos pobres”, entre tantos outros insultos.

Mas, esses mesmos bolsonaristas agora aplaudem o Auxílio Brasil, elogiam o presidente e defendem ardorosamente o valor de R$ 400,00 para o novo programa de transferência de renda.

Os traços fascistas do bolsonarismo incorporam uma característica fundamental do líder e dos seus seguidores: a constante mudança de opinião e a fidelidade permanente em qualquer circunstância.

Assim, quem odiava o Bolsa Famíla agora aplaude o Auxílio Brasil.

O governo sem presidente e o “mito” candidato à reeleição em 2022 dão a antepenúltima cartada na tentativa de reconduzir Jair Bolsonaro ao Palácio do Planalto.

Eles esperam reverter o gigantesco desgaste na popularidade do ex-capitão com a injeção de R$ 400,00 em milhares de famílias vitimadas pela fome e o desemprego.

Durante os momentos mais críticos da pandemia, a equipe econômica e o ex-capitão dificultaram de todas as formas a aprovação do auxílio emergencial para salvar vidas.

Mas agora, ladeira abaixo nas pesquisas, Jair Bolsonaro e Paulo Guedes apelam a um programa eleitoreiro, tentativa desesperada e irresponsável de remendar os trapos do desgoverno até o dia da eleição de 2022.

A irresponsabilidade fica por conta do furo no teto de gastos, regra tão sagrada para o ministro da Economia Paulo Guedes. O Auxílio Brasil terá conseqüências graves no futuro, mas nem o Posto Ipirante nem Bolsonaro estão preocupados com absolutamente nada.

Esta antepenúltima cartada – o Auxílio Brasil – já está anunciada.

Se não tiver o sucesso eleitoral esperado e Jair Bolsonaro perder a disputa de 2022 a última cartada nós também já sabemos qual será – a negação da urna eletrônica.

O bolsonarismo insano deve atiçar os seus fanáticos seguidores para uma rotunda patacoada que pode ser a tentativa de invasão do Congresso Nacional ou do STF, à imagem e semelhança da usurpação do Capitólio, nos Estados Unidos, protagonizado pelo então candidato derrotado Donald Trump.

Dos três últimos atos do fim de mandato, dois já são conhecidos.

A antepenúltima cartada é o Auxílio Brasil.

A última será alguma ação tresloucada em Brasília.

Falta saber qual será a penúltima. Tomara que o ex-capitão crie um fato novo e desista da reeleição.

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Iema lança edital da I Mostra Científica do Maranhão

Para estimular a iniciação científica, promover a capilarização do conhecimento científico e divulgação da pesquisa, o Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (Iema) lançou o edital Nº 06, de 18/10/2021, a I Mostra Científica, em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), mediante Chamada CNPq/MCTI Nº 17/2020 “Feiras e Mostras Científicas”.

As inscrições estão abertas para estudantes do Iema e de todo o estado para participar da I Mostra Científica do Maranhão, que acontecerá nos dias 19 e 20 de novembro. Os interessados em apresentar trabalhos devem submeter propostas no período de 18 de outubro até 5 de novembro, na plataforma Ibutumy, no menu Inscrições I Mostra Científica (http://web.iema.ma.gov.br/mostracientifica), para a submissão de trabalhos nas modalidades pôsteres, exposições de protótipos e demonstração de experimentos e para a participação em minicursos.

Para o reitor Alex Oliveira, “a I Mostra Científica apresenta-se como uma oportunidade de dar visibilidade aos projetos coordenados e desenvolvidos por professores e alunos. É uma vitrine que oferece aos pesquisadores e à sociedade a chance de usufruir do conhecimento científico”.

A Mostra tem o propósito de solidificar como um evento anual que tem como público-alvo estudantes e professores das Unidades Plenas do Iema, regularmente matriculados no Ensino Médio e Técnico em Tempo Integral além de professores e estudantes convidados de outras instituições de ensino da educação básica das comunidades adjacentes ao instituto.

Para o coordenador de Pesquisa e Inovação do Iema, professor Antonio Fernandes, a I Mostra Científica do Maranhão é um dos maiores e mais importantes espaços não formais de aprendizagem já desenvolvidos no Estado do Maranhão.

“A I Mostra Científica do Maranhão, evento de divulgação científica das escolas públicas do Estado, organizada pelo Iema e fomentada pelo CNPq, é um espaço não formal e democrático de aprendizagem, uma vez que possibilita o acesso ao conhecimento científico a partir da popularização da ciência e sua capilarização às comunidades adjacentes a cada Unidade Plena do Iema, permitindo a troca de conhecimentos entre estudantes, professores, pesquisadores e órgãos diversos de forma interinstitucional. Além disso, o evento representa o reconhecimento de esforços dos diversos pesquisadores e estudantes que desenvolvem a pesquisa científica no Iema”, explicou.

Mais informações sobre o processo de inscrição, normas para submissão de resumos, certificados e premiações podem ser acessadas no edital pelo link

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Boi da Floresta de Mestre Apolônio promove oficina de confecção da indumentária de cazumbá

O Centro Cultural Vale Maranhão realizará, de 26 a 28 de outubro e de 3 a 5 de novembro, duas oficinas de confecção da indumentária de um dos personagens mais emblemáticos do São João do Maranhão: o cazumbá.

A primeira oficina ensinará a confecção da famosa careta. Os alunos aprenderão como enfeitá-la, usando pintura, cordas, espelhos e outros elementos que caracterizam a máscara do personagem. 

Já na segunda leva de aulas serão produzidos três tipos de batas de cazumbá, com a explicação sobre a utilização de adereços e o modo correto de pintar o tecido.

As aulas serão ministradas por brincantes do bumba meu boi da Floresta de Mestre Apolônio, que, além da confecção dos itens, pretendem desenvolver junto aos alunos o processo de criação e interpretação do tradicional personagem, além de todo o simbolismo existente na elaboração enquanto objeto artístico.

Devido às restrições sanitárias por conta da pandemia de Covid19, as vagas para as oficinas são limitadas. As inscrições podem ser feitas no site do Centro Cultural Vale Maranhão (www.ccv-ma.org.br).

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Eleições Apruma: docentes aprovam calendário e indicam membro para Comissão Eleitoral

Fonte: Site da Apruma

Com o fim do mandato da atual gestão da APRUMA no próximo dia 19 de dezembro, a Diretoria Executiva, considerando suas atribuições e atendendo previsões regimentais, convocou eleições para escolha da nova direção e do novo Conselho de Representantes.

A Assembleia Geral realizada pela Apruma nesta quarta-feira, 20, indicou, por ampla maioria, o nome do professor Thiago Lima, do Campus São Bernardo e atual presidente do Conselho de Representantes da Apruma, para compor, como representante da base, a Comissão Eleitoral que coordenará o processo sucessório no Sindicato.

Também por ampla maioria foi aprovado o Calendário Eleitoral apresentado pela atual gestão. As datas do processo compõem o Edital de Convocação de Eleições que, segundo o Regimento, compete à Diretoria da Seção Sindical elaborar e publicar.

Com a aprovação do Edital (divulgado esta semana tanto no site da Apruma quanto publicado também no Jornal Pequeno), as datas que nele constam regerão o processo Eleitoral, que fica sob coordenação da Comissão após sua formação integral.

Nesta sexta-feira, 22, reunião do Conselho de Representantes indicou seu nome para compor a Comissão Eleitoral: a professora Patrícia Ribeiro (CCBS/Enfermagem) é o nome do Conselho para membro da Comissão.

Calendário

Ao final da ampla discussão sobre o processo eleitoral, ficou deliberado que, após sua formação, a Comissão Eleitoral deve elaborar uma proposta para o processo de votação que leve em conta o atual momento.

Essa proposta deve ser apresentada novamente à Assembleia Docente, que deliberará sobre ser o processo adequado a este momento ou não.

De acordo com o Edital de Convocação de Eleições elaborado pela Diretoria da Apruma, as datas principais do pleito são (ao final, link para a publicação do Edital):

Assembleia Geral para eleger seu delegado à comissão eleitoral (Art. 56, Parágrafo 3o, inciso II): 20/10/2021, às 17h.

Reunião do Conselho de Representantes para eleger seu delegado à Comissão Eleitoral (Art. 56, Parágrafo 3o, inciso I): 22/10/2021, às 17h.Reunião de Diretoria para eleger seu delegado à comissão eleitoral (Art. 56, Parágrafo 3o, inciso III): 26/10/2021, às 09h30.

Constituição e Primeira Reunião da Comissão Eleitoral: 27/10/2021.

Inscrição das Chapas: 01 a 10/11/2021, de 9h às 12h e de 14h às 17h, na Secretaria da APRUMA SEÇÃO SINDICAL ou da forma como a Comissão Eleitoral Indicar.

Divulgação das Chapas Inscritas: 12/11/2021, até às 19h, no site oficial da
APRUMA SEÇÃO SINDICAL.

Data para apresentação de eventuais recursos: 16/11/2021, das 14h às 17h.

Divulgação das Chapas habilitadas a concorrer: dia 18/11/2021, até às 17h.

Campanha Eleitoral: de 19/11/2021 a 13/12/2021.

Divulgação dos Locais de Votação: 07/12/2021, até às 17h.

Credenciamento de Fiscais Indicados pelas Chapas: 06/12/2021 a 08/12/2021, de
9h às 12h e de 14h às 17h.

ELEIÇÃO: dia 14/12/2021, de 8h às 20h.

Apuração e Proclamação dos Resultados: dia 14/12/2021 a partir das 20h30.

Data para apresentação de eventuais recursos: 15/12/2021, das 14h às 17h.

Proclamação do Resultado Final – Chapa Eleita: dia 16/12/2021, até às 17h.

Posse dos Eleitos: 20/12/2021.

Confira a íntegra do Edital aqui.

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Fenaj capacita mulheres jornalistas para atuação no movimento sindical

Formação tem o objetivo de fomentar a criação de comissões de mulheres jornalistas nos estados

Estão abertas as inscrições para o minicurso “Capacitação de mulheres jornalistas para auto-organização e atuação no movimento sindical”, promovido pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e sua Comissão Nacional de Mulheres Jornalistas. A iniciativa faz parte do projeto “Preparação dos trabalhadores para os desafios de organização e defesa dos direitos laborais na economia digital”, que tem o apoio da Union to Union.

São ofertadas 80 vagas, sendo 40 por turma (uma no dia 30/10 e outra no dia 13/11). Organizado a partir de conteúdos contextuais, por meio de metodologia expositiva, o minicurso é gratuito e acontecerá em ambiente virtual, das 8h30 às 17h (com intervalo para almoço). As pessoas inscritas receberão certificado. Faça sua inscrição AQUI.

O objetivo do minicurso é contribuir para a articulação e o potencial organizativo de mulheres jornalistas, com o intuito de fortalecer as lutas contra as desigualdades de gênero e impulsionar a perspectiva de gênero dentro do movimento sindical brasileiro.

Risco duplo

Historicamente as mulheres têm se organizado coletivamente para enfrentar as estruturas sociais que perpetuam o machismo, o patriarcado, o racismo entre outros marcadores que tem oprimido as mulheres. O movimento feminista tem travado lutas históricas pelos direitos das mulheres e avançado em diversos setores, entre eles no movimento sindical.

De acordo com o estudo divulgado pela Relatoria Especial para Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) em 2018, intitulado “Mulheres jornalistas e liberdade de expressão – Discriminação e violência de gênero contra jornalistas no exercício da profissão”, as mulheres que exercem a profissão enfrentam um “risco duplo”. Mesmo reconhecendo os avanços da representatividade feminina em áreas como a da comunicação, os direitos fundamentais para o exercício da profissão ainda são impactados pelo gênero.

Nesse sentido, a ideia do minicurso é proporcionar um espaço de acolhimento e formação de mulheres jornalistas para incentivar a construção de articulações estaduais, vinculadas aos sindicatos, porém autogestionadas, como comissões, coletivos e grupos.

A formação é direcionada às jornalistas indicadas pelos Sindicatos, com vagas também ofertadas às mulheres da categoria. As participantes serão multiplicadoras em seus estados e municípios. Desta forma, o minicurso também busca fomentar a criação de comissões regionais/locais de mulheres jornalistas, vinculadas aos Sindicatos.

Programação e conteúdo*

8:30 – Abertura

Maria José Braga – Presidenta da FENAJ

Rose Dayanne Santana Nogueira – Representante da Comissão Nacional de Mulheres Jornalistas

9h às 11h

Módulo 1 – O movimento feminista, a atuação das mulheres no Jornalismo e no movimento sindical brasileiro

Michelly Santos de Carvalho – Coordenadora do Núcleo Interdisciplinar de Estudo, Pesquisa e Extensão em Comunicação, Gênero e Feminismos: Maria Firmina dos Reis, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), e membro da Rede Brasileira de Jornalistas e Comunicadoras com Visão de Gênero e Raça (RIPVG – Brasil)

Leila Lima de Sousa – Vice-coordenadora do Núcleo de Estudo, Pesquisa e Extensão em Comunicação, Gênero e Feminismos: Maria Firmina dos Reis, da UFMA

Ana Veloso – Coordenadora do Observatório de Mídia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e membro da RIPVG Brasil (A CONFIRMAR)

Junéia Batista – Secretária Nacional de Mulheres da CUT

11h às 12h – Experiência de veículo de jornalismo feminista (A CONFIRMAR)

12h às 14h – Intervalo de Almoço

14h às 16h – Módulo 2 – Comissões e grupos de mulheres jornalistas: desafios e possibilidades

Comissão Nacional de Mulheres Jornalistas – Samira de Castro

Comissão de Mulheres do Sinjorpa – Helena Saria

Coletivo de Mulheres Jornalistas do DF – Renata Maffezoli

16h às 17h – Debate *Nomes sujeitos a alterações

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Dois velórios: Cunha Santos leva para o túmulo o jornal de papel

por Ed Wilson Araújo e José Reinaldo Martins

As novas gerações de jornalistas, nascidas e criadas no mundo digital, devem experimentar intensas sensações com os dispositivos tecnológicos. Toda era cultural tem seus prazeres e assim o mundo gira cada vez mais rápido, sempre ao mesmo tempo agora.

Jornalistas veteranos tiveram outros deleites: sentir o cheiro de tinta e papel, ouvir o tec tec da máquina de escrever, ir para a rua feito cães farejadores de notícias e encerrar a edição com um encontro no bar, entre outras tantas emoções.

A antiga Peixaria Carajás, no São Francisco, é testemunha do jornalismo boêmio e malandro, no bom sentido da coisa. Nas madrugadas, passando pela avenida Castelo Branco, era impossível não esticar uma boa prosa com J. França, depois de ele ter fechado a edição de O Estado do Maranhão.

Por essas coincidências da vida e da morte, o jornalista Cunha Santos faleceu no Dia do Poeta (20 de outubro) e na semana em que O Estado do Maranhão encerra suas atividades como um dos mais longevos impressos da terra onde o padre Antônio Vieira pregou.

Escritor, cronista refinado, democrata e boêmio inveterado, Cunha Santos vai embora junto com o jornal de papel, deixa muitas saudades e os seus livros “Meu calendário em pedaços”, “O esparadrapo de março”, “A madrugada dos alcoólatras”, “Paquito, o anjo doido” e “Odisséia dos pivetes”, além de inúmeros textos espalhados em vários diários que podem ser consultados na web ou nos arquivos vivos da Biblioteca Pública Benedito Leite.

Quer mais uma coincidência?

Neste outubro de despedidas, um dos mais prestigiosos impressos do mundo começou a recrutar leitores para experimentar sua aposta no futuro do presente: The New York Times Audio, “um novo aplicativo para jornalismo de áudio e contação de histórias”

Segundo o NYT, a nova plataforma vai oferecer “artigos narrados, podcasts e conteúdo de áudio de uma lista de editores de primeira linha.”

Enquanto São Luís não vira Paris e de Nova Iorque só tem a Estátua da Liberdade, sobrevivem entre os mais antigos no papel O Imparcial e o velho Jornal Pequeno de guerra (a última tribuna de Cunha Santos), provas da resistência de um meio de comunicação que pulsou intensamente e concomitante à magia do rádio e ao encantamento da televisão.

O impresso está desaparecendo sem alarde, quase despercebido, mas pode ser que ainda tenha uma sobrevida em periodicidade semanal, com reportagens especiais focadas em jornalismo de profundidade.

Seria uma espécie de impresso vintage, aos domingos, com textos e imagens muito especiais, destinado a um público seleto. Algo como edição de colecionador.

Valeria a pena ressuscitar o Colunão de Walter Rodrigues ou o Jornal Pessoal de Lucio Flávio Pinto, duas penas memoráveis que eu guardo até hoje e releio vez por outra, para nunca esquecer como se escreve bem.

Então, nesta quinta-feira (21), serão dois velórios em um só dia: de Cunha Santos e do jornal O Estado do Maranhão

No entanto, fiquemos atentos ao mais importante: acabando o impresso, fica o Jornalismo, uma instituição da modernidade, filha do Iluminismo, fundamental para mediar o público com base nos critérios de verdade.

O Jornalismo teve um papel essencial no desmonte da farsa perpetrada pela Lava Jato, desmascarando Sergio Moro e toda a quadrilha organizada em parte do Ministério Público Federal para destruir a democracia no Brasil.

E segue na missão civilizatória de combater a desinformação e o obscurantismo.

Que assim seja.

A esta hora, J. França e Jonaval Medeiros da Cunha Santos já se encontraram no céu e, lá de cima, dão boas gargalhadas vendo esse corre corre sem fim das pessoas solitárias e ansiosas ao celular, caladas, sem aquele clima caloroso e o ambiente onomatopéico da velha redação do jornal de papel: tec tec tec.

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Literatura e chorinho: Celso Borges lança pequenos poemas viúvos

É o primeiro lançamento presencial do mais recente trabalho de poesia do escritor maranhense. O evento terá ainda um recital com seis poetas e vai acontecer durante a apresentação do projeto Rico Choro, a partir das 17h30, no Museu Histórico

Pequenos poemas viúvos reúne 90 poemas curtos, com prefácio do poeta Samarone Marinho e texto do escritor Luís Inácio. O projeto gráfico é da poeta Adriana Araújo, responsável, ao lado de Franck Santos, pela edição da obra por meio da Olho d´Água Edições. O livro tem ainda cinco fotos-texturas (cianotipias) feitas por alunos do IFMA, sob coordenação do professor Eduardo Cordeiro. A obra está à venda desde dezembro do ano passado, mas por causa da pandemia não houve nenhum lançamento presencial.

No livro, Celso Borges inverte o sentido de perda, transformando ausência em presença. O poeta elenca, entre personagens da vida cotidiana e escritores presentes em sua formação, situações limite próximas da morte, convertendo memória em imaginação criadora, fazendo tudo virar uma doce-amarga magia.

Música e recital vão animar a noite de sábado no RicoChoro

Pequenos poemas viúvos busca, não respostas que nos confortam no cotidiano, mas criações que vão além do inevitável universo da finitude. Quando Ana Cristina Cesar atravessa a janela, Bandeira Tribuzi olha o sobrevoo do urubu ou Gregor Samsa amanhece barata, Celso Borges transcende poeticamente cada um desses atos. 

“E é aí que mora o poder transformativo do olhar do poeta sobre as perdas. Distante dessa conotação, elas adentram o fluxo da memória poética como camada necessária para transformação da morte em vida. E o que se vê é a própria reanimação da vida pela reminiscência poética”, afirma Samarone Marinho.

Celso Borges monta um mosaico inesquecível, inapagável e permanente da memória que fica, a de Dorian Gray feliz com o espelho, a da mãe de Marcel Proust que lembra das receitas de madeleines, e a de Riobaldo que demora em descobrir Diadorim, entre outras.

PEQUENOS POEMAS VIÚVOS

Livro de poemas de Celso Borges

Lançamento no Museu Histórico e Artístico

E recital de poesia com o autor e os poetas Adriana Araújo, Fernando Abreu, Lúcia Santos, Luís Inácio e Josoaldo Lima Rego.

Sábado, 17h30

Durante o projeto Rico Choro

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5ª edição do Atlas da Notícia atualizará censo do jornalismo local no Brasil

Fonte: Portal Intercom

O Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (PROJOR) anunciou no dia 6 de outubro o início da campanha para a quinta edição do Atlas da Notícia, o mais completo censo sobre o jornalismo local no Brasil. Com patrocínio do Facebook Journalism Project e apoio institucional da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) e da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), a nova edição visa a atualizar o mapa dos veículos jornalísticos nos 5.570 municípios brasileiros e obter informações sobre fechamento de empresas de comunicação e novas iniciativas surgidas desde a última edição do censo, publicada no início de 2020.

Se você tem interesse em colaborar voluntariamente com a pesquisa do Atlas da Notícia, clique aqui.

Entre as novidades da quinta edição do Atlas estão o lançamento de um novo site para a divulgação dos resultados, prevista para o início de 2022, e a posterior realização de uma pesquisa aprofundada sobre a realidade das organizações de mídia local no país. Os dados coletados e atualizados pelo censo são uma base consistente para que pesquisadores e pesquisadoras de todo o Brasil possam orientar novas investigações sobre o jornalismo no país.

A organização, análise e publicação dos dados coletados será realizada pelo Volt Data Lab, liderado pelo jornalista Sérgio Spagnuolo. Já a coordenação da pesquisa nas cinco regiões brasileiras estará a cargo do jornalista Sérgio Lüdtke, que trabalhará com os seguintes pesquisadores regionais: Angela Werdemberg (Centro-Oeste), Dubes Sônego (Sudeste), Jéssica Botelho (Norte), Mariama Correia (Nordeste) e Marcelo Fontoura (Sul).

O censo do jornalismo local brasileiro conta também com o apoio de docentes e estudantes de escolas de jornalismo das cinco regiões do país e de voluntários que colaboram com a coleta dos dados. Na última edição, o Atlas da Notícia contou com a colaboração de 219 voluntários de 74 organizações. Voluntários podem se somar à equipe do Atlas e colaborar com a pesquisa preenchendo este formulário.

O presidente do Projor, Francisco Rolfsen Belda, destaca a importância do Atlas como referência para ações de pesquisa e desenvolvimento que busquem fortalecer o jornalismo local no Brasil, servindo também ao próprio desenvolvimento democrático do país. “Sabemos que não há democracia plena sem que a população tenha acesso à informação de qualidade e ao debate sobre as políticas que lhe dizem respeito, e essa relação é ainda mais crítica no âmbito dos pequenos e médios municípios, uma vez que repórteres e editores locais exercem um trabalho imprescindível no questionamento das ações de prefeituras e câmaras municipais, por exemplo.”

“O Facebook tem o compromisso de apoiar o ecossistema de notícias e o Atlas da Notícia é um estudo completo sobre a presença do jornalismo local no país. A edição anterior nos mostrou que mais de mil novos veículos digitais surgiram e essas informações nos ajudam a desenvolver projetos e iniciativas que possam promover a transformação digital, a criação de modelos de negócios sustentáveis e o fortalecimento das coberturas jornalísticas ao redor do país”, afirma a líder de Parcerias com veículos de notícias do Facebook no Brasil, Maíra Carvalho.

SOBRE O ATLAS DA NOTÍCIA

Inspirado no projeto America’s Growing News Deserts, da Columbia Journalism Review, o Atlas da Notícia é uma iniciativa do PROJOR e conta com o apoio institucional da Abraji e da Intercom. O Facebook Journalism Project (FJP) é patrocinador do Atlas da Notícia desde 2018, como parte das iniciativas para apoiar veículos de notícias locais.

Publicada em janeiro de 2020, a quarta edição do Atlas da Notícia registrou:

● Surgimento de 1.170 novos veículos digitais no país. Os veículos digitais são agora a segunda maior categoria no Brasil, atrás apenas de rádios.

● Os desertos de notícia encolheram 5,9% na pandemia. Mesmo assim, 3.280 municípios não contam com um veículo de comunicação que faça cobertura local.

● População em desertos de notícia tem queda de 9,6%, para 33,7 milhões de habitantes.

● Censo apurou o fechamento de 200 veículos de mídia

Mais informações no site do Atlas da Notícia