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Escritora feminista Silvia Federici participa de debate e lança livro em São Luís

O Fórum Maranhense de Mulheres e várias entidades do meio acadêmico e político realizam duas atividades com a escritora e ativista Silvia Federici, em São Luís, dias 10 e 11 de outubro, quando haverá um debate e o lançamento do livro “O ponto zero da revolução”, no qual a autora reconstrói os caminhos do feminismo e sua luta anticapitalista e anticolonialista.

O debate, dia 10 (quinta-feira), às 17h, será realizado no auditório do curso de História da UEMA, na rua da Estrela, no Centro Histórico.

Já o lançamento do livro, dia 11 (sexta-feira), às 18h30, acontecerá no Solar Cultural da Terra Maria Firmina dos Reis/MST, localizado na rua Rio Branco, 420, Centro, próximo à praça Deodoro.

A produção acadêmica de Silvia Federici está imbricada com sua ação feminista, cujos passos vêm de longe. Suas inquietações transcritas no livro “Calibã e a bruxa” demonstram como os saberes das mulheres ignorados pela ciência foram apropriados pelo capitalismo e de que forma esse processo contribuiu para a exclusão social e política das mulheres e consequentemente o empobrecimento da ciência.

Quem é Silvia Federici?

É uma escritora, professora e ativista feminista italo-estadounidense. Nasceu em Parma/Itália há 77 anos. Seus trabalhos são dedicados a pensar as mulheres como sujeito político. Tem dado uma ênfase especial à discussão sobre o trabalho reprodutivo e de como sua gratuidade contribui para a exploração das mulheres, sendo, portanto, a base que sustenta o capitalismo.

“O ponto zero da revolução: trabalho doméstico, reprodução e luta feminista”, o livro que será lançado no dia 11 de outubro, tem um significado especial para todas as feministas, em virtude da abordagem feita pela autora a partir de sua experiência pessoal ao longo da luta feminista no Século XX. Silvia recupera pontos importantes dessa jornada desde seus primórdios para recompor de forma mais completa os últimos 50 anos do feminismo no mundo.

“As contribuições de Silvia Federici, que nos honra com sua presença nestes dois dias em São Luís, fortalecem a luta feminista no mundo, e em especial no Maranhão, ampliam o diálogo com os diversos setores da sociedade e do mundo acadêmico, desconstruindo a visão patriarcal de concepção de mundo onde as mulheres foram excluídas e alijadas dos processos de produção”, explicou a organização dos eventos de recepção à escritora.

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Joãozinho Ribeiro fecha turnê nacional no Salão do Livro de Imperatriz

Show “Milhões de uns” no 17º Salimp terá participações especiais de Lena Garcia e Zeca Tocantins

No ano em que se celebram os 40 anos de carreira musical de Joãozinho Ribeiro – contados a partir da estreia em um festival universitário de música em 1979 – o Brasil teve a oportunidade de conhecer melhor um dos maiores compositores já surgidos no Maranhão, onde é bastante requisitado pelo repertório de diversos intérpretes.

“Milhões de uns”, título de sua mais conhecida composição, premiada desde 2001, ano em que foi lançada por Célia Maria, considerada a “voz de ouro” do Maranhão, emprestou o nome à turnê com que Joãozinho Ribeiro percorreu alguns palcos brasileiros, com patrocínio do Supermercado Mateus, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Maranhão.

Repertório – Durante o espetáculo, Joãozinho Ribeiro passeia por diversas fases de sua carreira e estilos que marcam sua atividade de compositor: samba, choro, marchinha, forró, cacuriá, tambor de crioula, bumba-meu-boi, blues. O repertório é cerzido por temas diversos, com pitadas de amor, eterno pano pra manga na obra de nossos melhores compositores, e crítica social, assunto do qual o artista nunca fugiu.

Com apenas um cd lançado, também intitulado “Milhões de uns”, Joãozinho Ribeiro sempre foi pautado por um exercício agregador, ao longo de sua carreira. O disco traz várias participações especiais, de intérpretes e parceiros, algo que também está sendo visto nas apresentações da turnê homônima.

Lena Garcia

“A gente vinha ensaiando essa celebração há algum tempo. Com formações reduzidas vínhamos passando por diversos projetos e casas na noite de São Luís. Mas em se tratando de 40 anos de carreira, fui provocado pelos amigos a ultrapassar o Estreito dos Mosquitos e mostrar um pouco destas décadas de arte em municípios do interior do Maranhão e em outras capitais brasileiras”, declara Joãozinho Ribeiro, protagonista desta bela festa.

A cada show, Joãozinho Ribeiro tem recebido convidados especiais e em Imperatriz não será diferente. No 17º. Salão do Livro de Imperatriz (Salimp), neste sábado (5), às 21h, com o compositor anfitrião estarão Lena Garcia e Zeca Tocantins, dois dos maiores expoentes da música popular produzida na região tocantina.

Zeca Tocantins

A banda que acompanha Joãozinho Ribeiro é formada por Luiz Jr. Maranhão (violão, guitarra, viola caipira e direção musical), George Gomes (bateria), Marquinhos Carcará (percussão), Arlindo Pipiu (contrabaixo e cavaquinho), Rui Mário (sanfona e teclado), Danilo Santos (flauta e saxofone) e Hugo Carafunim (trompete). A produção executiva é de Lena Santos e a coordenação geral de Josias Sobrinho.

Serviço

O quê: show de encerramento da turnê nacional “Milhões de uns”

Quem: Joãozinho Ribeiro e banda. Participações especiais de Lena Garcia e Zeca Tocantins

Quando: 5 de outubro (sábado), às 21h

Onde: 17º. Salão do Livro de Imperatriz (Salimp)

Quanto: os ingressos serão trocados por 1kg de alimento não perecível, no local

Patrocínio: Supermercado Mateus, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Maranhão

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Na Taboa, sem luz elétrica, rádio AM ainda é o principal meio de comunicação para os pescadores

Taboa é uma comunidade localizada na ilha de Mangunça, uma das 17 áreas insulares da Reserva Extrativista (Resex) de Cururupu, no Maranhão.

Localizada na área chamada “fundo da ilha”, Taboa tem apenas seis residências onde vivem pescadores, marisqueiros, pequenos criadores de gado, ovinos e caprinos.

Região conhecida pela fartura de peixes e mariscos, a ilha ainda não tem o serviço de luz elétrica, mas a criatividade dos moradores é grande. Eles fazem engenhocas com placas solares para a geração de energia, armazenada em baterias, e conseguem utilizar eletrodomésticos e acionar pequenos motores.

O principal meio de comunicação ainda é o rádio AM. Os moradores de Taboa são assíduos ouvintes dos programas jornalísticos e policiais das emissoras sediadas em São Luís. Eles conseguem ouvir também as emissoras AM do Pará.

É através do rádio que tomam conhecimento dos principais assuntos e acessam as informações sobre os serviços públicos.

O pescador Nildo, um dos moradores da Taboa, anda preocupado com a migração do rádio AM para FM. Ele teme que a mudança deixe Taboa no vazio da recepção.

No primeiro vídeo dessa postagem Nildo conversou com o radialista Roberto Fernandes, apresentador do programa Ponto Final, na Mirante AM.

Acostumado a ouvir, foi a primeira vez que ele falou no rádio.

Veja também no vídeo abaixo como é a recepção de rádio na ilha de Guajerutíua.

Imagens e vídeos: Marizélia Ribeiro

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Pesquisador Nelson Traquina morre aos 71 anos

Um dos autores mais requisitados em teorias do Jornalismo, Nelson Traquina era reconhecido internacionalmente como pesquisador, escritor e professor.

Ele morreu em Massachusetts, nos EUA, onde residia há alguns anos.

Traquina foi professor na Universidade Nova de Lisboa e fundador do Centro de Investigação Media e Jornalismo. Um dos seus livros denominado “Jornalismo: questões, teorias e estórias” (1993) é uma obra fundamental da disciplina das Ciências da Comunicação.

Nelson Traquina nasceu nos EUA em 17 de setembro de 1948, filho de pais açorianos. Lecionou na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, na Universidade Nova de Lisboa, desde o início dos anos 80 e obteve a cátedra em 1997.

A faculdade, numa nota de pesar, lembrou que o professor foi correspondente em Portugal da agência noticiosa United Press International (UPI), “tendo chegado ao país no rescaldo da revolução de abril, depois de um percurso académico nos Estados Unidos – licenciatura em Política Internacional no Assumption College e mestrado em Política Internacional na Universidade de Denver – e em França – diploma em Comunicação Social e Política na Universidade de Paris I e doutoramento em Sociologia na Universidade de Paris V”.

Imagem: Nelson Traquina, capturada neste site

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Curso Anual do NPC chega à 25ª edição com debates sobre comunicação e resistência

O Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), fundado por Vito Giannotti e Claudia Santiago, promove, no Rio de Janeiro, a 25ª edição do tradicional Curso Anual do NPC – Comunicação e Resistência. Em 2019, a programação se estenderá de 19 a 24 de novembro, e será aberta com o Festival da Comunicação Sindical e Popular. Sérgio Amadeu, Laurindo Lalo Leal, Marcio Pochmann e Mário Magalhães são alguns dos convidados. Já veículos como o Brasil de Fato e a Rede Brasil Atual relatarão suas experiências.

As inscrições para o Curso podem ser feitas pelo pelo email npiratininga@piratininga.org.br ou no site do NPC (nucleopiratininga.org.br). Além do Festival e dos debates, os participantes terão cinco oficinas (Rádio, Podcast, Oratória, Redação e Filme por Celular), lançamento de livros e uma sessão de cinema. 

Confira abaixo a programação do Curso. 

25º Curso Anual do NPC – Comunicação e Resistência

19NOV | TERÇA
14h-20h
– Abertura do curso com o FESTIVAL DA COMUNICAÇÃO SINDICAL E POPULAR

20/NOV | QUARTA
10h-13h
– A INTERNET E A DEMOCRACIA
Debate com Lucio Uberdan, Marianna Araujo, Sérgio Amadeu

14h-16h
– A ESQUERDA E O USO DA INTERNET
Debate com Sabrina Fernandes e Jones Manuel

16h-19h
– A COMUNICAÇÃO DOS TRABALHADORES 
Debate com Beto Almeida, Claudia Costa, Claudia Santiago e Laurindo Leal

21/NOV | QUINTA
9h-12h
– A COMUNICAÇÃO NO BRASIL HOJE 
Debate com César Bolanõ, Ed Wilson Araujo, Mônica Mourão, Pedro Barreto e Paulo Leal 

14h-17h
– TRABALHO, SINDICATOS E PARTIDOS POLÍTICOS NO SÉCULO 21
Debate com Felipe Demier, Marcio Pochmann e Marcelo Badaró

17h-19h
– OS RISCOS DE UM FASCISMO À BRASILEIRA
Debate com Ibis Pereira, Mauro Iasi, Orlando Zaccone e Virgínia Fontes

19-21h
– SOBRE LUTAS E LÁGRIMAS: O COLAPSO DA DEMOCRACIA NO BRASIL
Lançamento COM DEBATE dos livros de Luis Felipe Miguel e Mário Magalhães

22/NOV | SEXTA
9h-12h
– COMUNICAÇÃO E RESISTÊNCIA
Debate com Adenilde Pedrina, Camila Marins, Gizele Martins

14h-16h
– EXPERIÊNCIAS EM COMUNICAÇÃO SINDICAL E POPULAR
Debate com Brasil de Fato, Rede Brasil Atual, Sintese

16h-19h
– MEMÓRIA: AS GREVES DE 1979 
Debate e apresentação de experiências com Francisco Izidoro (Sinttel), Sebastião Lopes Neto (IIEP)

23/NOV | SÁBADO
9h-13h
– INDIVIDUALISMO: UMA IDEOLOGIA A COMBATER
Debate com Adriana Facina, Ana Lúcia Enne e Claudia Santiago 

14h-17h – OFICINAS
. Radio – Ed Wilson Araújo
. Podcast – Arthur William
. Oratória – Claudia Santiago
. Redação – Sheila Jacob
. Filme por celular – Eric Fenelon

24/NOV | DOMINGO
Domingo é Dia de Cinema

Fonte: Vermelho

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Evangélicos farão encontro com o tema fome e sede de justiça

A pauta justiça e democracia tem sido avaliada no meio evangélico de forma distinta, o que tem gerado uma expressiva polarização desde as últimas eleições. Para debater esse cenário político, será realizado na capital maranhense o I Encontro Fome e Sede de Justiça, promovido pelo programa Papo de Crente, da Rádio Web Tambor. O evento vai acontecer nos dias 4 e 5 de outubro, no auditório Hotel Grand São Luís.

Para o pastor Lyndon Santos, um dos idealizadores do evento, o debate trará sérias discussões e reflexões sobre o novo cenário político. “O Brasil na conjuntura política atual vive em um contexto do qual se exige firmes posicionamentos. A fé evangélica tem sido colocada em condições de ser o agente de mudança e transformação ou manipulada para justificar e legitimar ações arbitrárias, de ódio, preconceito, discriminação e intolerância”, afirmou.

Líderes religiosos de várias denominações apoiam o evento e se mobilizam como parceiros, como a pastora da Igreja de Confissão Luterana, Franciele Sander. “É uma ótima oportunidade de encontrarmos com pessoas que comungam da mesma fé. Será um espaço de fortalecimento da nossa caminhada em busca de justiça e liberdade pela graça”, declarou.

A programação conta com a presença de três palestrantes nacionais: a jornalista e coordenadora da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, Nilza Valéria; o teólogo, militante do movimento negro, escritor e pastor da Nossa Igreja Brasileira, Marco Davi; o sociólogo e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Alexandre Brasil.

O encontro também reúne palestrantes locais, entre eles o biólogo e professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Carlos Martinez; o professor e jornalista Emerson Araújo; a geógrafa e professora da UEMA, Quésia Duarte; o jornalista e escritor Emilio Azevedo; a jornalista e teóloga Alynne Sipaúba; além do pastor da Igreja Congregacional em São Luís e professor de História da UFMA, Lyndon Santos; e da pastora da Igreja de Confissão Luterana, Franciele Sander.

O evento será finalizado com “encaminhamento de ações efetivas e concretas, que tem a finalidade de afirmar que é possível fazer no Maranhão uma real diferença, na direção da fome e sede de justiça como imperativo de Jesus, inspirados pelo seu ensinamento”, ressaltou Lyndon Santos.

Os interessados devem fazer a inscrição no link: https://forms.gle/AAGBAyPvPvakrR6t7 até o dia 1º de outubro, terça-feira. Os participantes terão direito ao certificado com carga horária de 20 horas.

Papo de Crente

O Papo de Crente, programa veiculado na web rádio Tambor, (agenciatambor.net.br) é um projeto da Agência Tambor, idealizado em 2018 e iniciado em março de 2019. A finalidade do programa é ser um espaço de reflexão cristã que exercita o respeito, a tolerância, a paz, além de desenvolver o engajamento e testemunho da fé contextualizada nos dramas do cotidiano, ouvindo as diferentes pessoas em suas necessidades e em suas esperanças.

SERVIÇO

I Encontro Fome e Sede de Justiça

Local: Grand São Luís Hotel

Data: 04 e 05 de outubro de 2019

Horário: Dia 04 às 19h e dia 05 às 8h

Mais informações(98) 98222-2771

Inscrição gratuita no link:
https://forms.gle/AAGBAyPvPvakrR6t7

Página do evento no Facebook:
https://www.facebook.com/events/783498572069104/

Papo de Crente: todos os sábados às 9h / agenciatambor.net.br

Fonte: Papo de Crente

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Líder de Bolsonaro, denunciado por recebimento de propina, foi ministro de Dilma Roussef

A “nova política” é assim. O líder do governo Bolsonaro no Senado e alvo de operação da Polícia Federal, Fernando Bezerra Coelho, é do velho MDB de todos os tempos. Ele foi ministro da Integração Nacional na gestão da petista Dilma Roussef de 2011 a 2013. Coelho é da safra dos políticos surrados como Romero Jucá e Michel Temer. O antiquado PMDB, agora MDB, comanda nada mais nada menos que a alta corte (o Senado) no governo Bolsonaro.

No mandato golpista de Michel Temer (MDB), Bezerra sucedeu de outro velho político  – Romero Jucá, na liderança do governo.

O próprio Jucá, que também mamou nas tetas do PT, ajudou a amarrar o nome de Fernando Bezerra Coelho para a liderança de Bolsonaro no Senado.

Representante da velha política, o líder bolsonarista já passou por cinco partidos – PDS, PFL, PMDB, PPS, PSB e retornou ao PMDB em 2017.

Filhotismo

O líder de Bolsonaro tem algo em comum com o presidente – o filhotismo e o carreirismo político. Os pupilos de Fernando Bezerra Coelho fazem carreira na sombra do pai. Antônio Coelho (DEM) é deputado estadual e Fernando Coelho Filho, federal. Este foi ministro das Minas e Energia no governo Michel Temer.

Fernando Coelho Filho, junto com o pai, é alvo da operação da Polícia Federal desdobrada na última quinta-feira (19). Ambos são investigados por denúncias de corrupção nas obras de transposição do rio São Francisco. Eles teriam recebido propina das empreiteiras que prestavam serviços para o Ministério da Integração Nacional.

Imagem destacada: Fernando Bezerra Coelho e Dilma Roussef. Foto: ABr

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Damares não veio! Sob protesto, Assembleia Legislativa concedeu homenagem sem a presença da ministra em São Luís

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, suspendeu a viagem que faria a São Luís, nesta terça-feira (24), para receber a Medalha Manuel Beckman, honraria mais importante da Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema). A homenagem foi proposta pela deputada evangélica Mical Damasceno (PTB), filha do pastor Pedro Aldi Damasceno, uma das principais lideranças da igreja Assembleia de Deus.

Diversas organizações dos movimentos sociais ocuparam a galeria da Assembleia Legislativa hoje pela manhã e realizaram um protesto durante a sessão, sob a presidência do deputado Othelino Neto (PCdoB).

A divulgação do protesto desde o fim da semana passada, com ampla repercussão nas redes sociais, é computado entre os motivos da desistência da ministra.

Mesmo sem a presença da homenageada, a Assembleia Legislativa fez um ato protocolar, transformado em um fiasco.

A autora da homenagem, Mical Damasceno, discursou sob vaias e palavras de ordem. “O Estado é laico”, repetiam em coro os manifestantes na galeria da Alema.

O repúdio à ministra decorre de vários pronunciamentos pejorativos sobre direitos humanos, condição feminina, liberdade religiosa, tolerância e pluralidade.

Segundo a organização do protesto, a postura da ministra Damares Alves “representa o ódio, a intolerância, a mentira, o preconceito, as milícias, a LGBTIfobia, o racismo, o machismo, o fascismo, a corrupção, o fundamentalismo religioso e o farisaísmo. Junte-se a nós na luta por amor, liberdade e justiça social!”

A polêmica mais recente envolvendo Damares Alves atinge a revista AzMina, que produziu uma reportagem sobre aborto seguro e legal, com base em orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS). Damares reagiu ameaçando denunciar a revista. Leia mais aqui

Imagem destacada: Damares Alves e o presidente Jair Bolsonaro. Crédito: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

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Após nova polêmica sobre aborto, ministra Damares Alves será condecorada no Maranhão sob protesto dos movimentos sociais

Uma reportagem sobre aborto seguro e legal, produzida pela revista AzMina, provocou uma onda de represália às autoras nas redes sociais. Ativistas da extrema direita acusaram a publicação e as jornalistas de cometerem crime ao produzir o texto com esclarecimentos e orientações sobre os casos em que o aborto é permitido.

A matéria, baseada nas recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a realização de aborto seguro e legal no Brasil e em outros países, chegou ao conhecimento da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, que reagiu anunciando uma denúncia contra a revista.

Pelo Twitter, ministra Damares Alves anuncia denúncia contra a revista AzMina

.A ministra será recepcionada de duas formas nesta quarta-feira (24), no Maranhão: com homenagem e protesto.

Na Assembleia Legislativa Damares Alves receberá a Medalha Manuel Beckman, honraria mais importante da Casa, proposta pela deputada evangélica Mical Damasceno (PTB), filha do pastor Pedro Aldi Damasceno, uma das principais lideranças da igreja Assembleia de Deus.

Banner nas redes sociais convoca protesto

Em contraponto à homenagem, ativistas dos movimentos sociais, partidos de esquerda, organizações de defesa das mulheres, feministas e estudantes vão realizar um protesto para denunciar a homenagem e a postura da ministra sobre vários temas relacionados aos direitos humanos, liberdade religiosa, tolerância e pluralidade.

Segundo a organização do protesto, a postura da ministra Damares Alves “representa o ódio, a intolerância, a mentira, o preconceito, as milícias, a LGBTIfobia, o racismo, o machismo, o fascismo, a corrupção, o fundamentalismo religioso e o farisaísmo. Junte-se a nós na luta por amor, liberdade e justiça social!”

Nas redes sociais a convocação do protesto, denominado Dia da Vergonha, tem a hastag #ElaNão

Sobre AzMina

AzMina é uma instituição sem fins lucrativos e tem o objetivo de combater os diversos tipos de violência contra as mulheres brasileiras, utilizando, entre outros meios, reportagens jornalísticas divulgadas na revista AzMina, uma publicação online e gratuita para mulheres.

Sobre a polêmica e a reação da ministra Damares Alves, AzMina reitera que seguiu as regras do bom jornalismo, baseado em fontes seguras. “Na reportagem, nossa diretora de redação Helena Bertho conta como o aborto é feito de forma segura nos países em que ele é permitido. Tratamos a interrupção de uma gestação no campo a que ela pertence e como é encarada nos países desenvolvidos: como um assunto de saúde pública”, explicou a publicação.

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Censura joga o Brasil de volta à barbárie do período colonial

Nelson Werneck Sodré levou 30 anos para escrever e publicar um dos livros mais importantes para compreendermos como a gênese e o desenvolvimento da Imprensa no Brasil estão diretamente relacionados à dinâmica das forças produtivas e às nossas marcas culturais.

Um dos tópicos, logo na abertura do livro, trata da censura. Desde o suposto descobrimento em 1500 até 1808 no Brasil era proibida a impressão ou circulação de livros e jornais.

A censura e o atraso caminham de mãos dadas desde o século XVI, quando Portugal, sob domínio da Inquisição, reproduziu na então colônia brasileira as práticas mais agressivas contra um projeto de nação.

O colonialismo não estava sustentado apenas na exploração dos nossos recursos naturais e nem na pilhagem generalizada do Brasil. Esse tipo de dominação estendia-se também na perspectiva cultural, ou seja, na construção de barreiras para impedir o acesso da população a um bem fundamental para o desenvolvimento humano – o livro.

Na “História da Imprensa no Brasil” Nelson Werneck Sodré detalha como a dominação colonial portuguesa travou uma verdadeira guerra contra a impressão e circulação de publicações no Brasil.

Somada à escravidão, a censura foi responsável por um atraso de mais de três séculos na formação do povo brasileiro. Proibindo a impressão de livros e jornais, não havia motivação nem vontade política para alfabetizar a população.

A ignorância, em todos os sentidos, era uma condição para manter o Brasil sob o jugo colonial.

De acordo com Nelson Werneck Sodré (1999, p. 9-10): “Estavam, em Portugal, sujeitos os livros a três tipos de censuras: a episcopal, ou do Ordinário; a da Inquisição; e a Régia, exercida pelo Desembargo do Paço, desde 1576, cuja superioridade firmava-se nas Ordenações Filipinas, que proibiam a impressão de qualquer obra “sem primeiro ser vista e examinada pelos desembargadores do Paço, depois de vista e aprovada pelos oficiais do Santo Ofício da Inquisição”. A partir de 1624, os livros dependiam das autoridades civis para serem impressos, isto é, das autoridades reconhecidas pelo Estado, entre as quais, para esse fim, estavam as da Igreja; mas dependiam ainda, para circularem, da Cúria romana.”

A proibição era tão rigorosa que as tentativas de instalar pequenas tipografias foram reprimidas com violência: “Em 1706, sob os auspícios do governador Francisco de Castro Morais, instalou-se no Recife pequena tipografia para impressão de letras de câmbio e orações devotas. A Carta Régia de 8 de junho do mesmo ano, entretanto, liquidou a tentativa. Determinada que se devia “sequestrar as letras impressas e notificar os donos delas e os oficiais de tipografia que não imprimissem nem consentissem que imprimissem livros ou papéis avulsos.” (SODRÉ, 1999, p. 17)

A censura só finda, entre aspas, em 1808, quando a Corte portuguesa aportou no Brasil e instalou aqui a Imprensa Régia e o jornal chapa branca “Gazeta do Rio de Janeiro”.

Mas, como nem todo controle é absoluto, circulava também naquela época, de forma clandestina, o jornal “Correio Braziliense”, editado em Londres por Hipólito José da Costa e enviado às escondidas nos porões dos navios para as terras brasileiras.

E assim surgiu a Imprensa no Brasil, com uma dupla caricatura do atraso: censura e violência.

Esse atraso está presente nos dias de hoje. Em pleno século 21, a extrema direita ressuscita os fantasmas do passado escravocrata e colonialista.

Dória, Damaris e Weitraub, liderados pela besta fera do obscurantismo, desencadeiam uma guerra contra o conhecimento e a expressão artística.

Proibição de livros didáticos, censura e violência contra jornalistas e os meios de comunicação, além das restrições ao financiamento de peças de teatro e filmes, sob o argumento de combater “ideologia de gênero”, é o retorno à barbárie.