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Conheça o “Bacuri do PDT”, uma lenda no cerrado maranhense

O mundo da política no Maranhão tem muitos relatos instigantes e curiosos. Um deles é narrado pelo radialista e líder comunitário James Barros, nascido no povoado Tabocas, importante localidade na zona rural de Barreirinhas, cidade referência nos Lençóis Maranhenses.

Quando não havia a rodovia MA-402, o percurso para chegar a Barreirinhas era feito pela MA-225, acessada no Baixo Parnaíba à altura de Urbano Santos e/ou São Benedito do Rio Preto.

A MA-225 ainda está viva na memória do povo do cerrado e nessa estrada, ainda percorrida na atualidade pelos moradores das comunidades, muita coisa aconteceu.

As reuniões políticas e eleitorais, por exemplo, tinham um ponto de referência ao longo da rodovia – um frondoso pé de bacuri, fruta das mais deliciosas do cerrado.

No tempo das campanhas, à sombra da frondosa árvore, os partidários de Leonel Brizola batizaram a planta de “Bacuri do PDT”, o point da política.

“O batismo da planta foi de Luiz Lisboa da Silva, o Luis Moura. Inspirado na flor do bacuri, ele gravou no tronco da graciosa árvore a sigla PDT, legenda que tem no seu logotipo uma rosa vermelha, representando valores humanistas e democráticos”, explicou James Barros.

James Barros e as memórias do “Bacuri do PDT”

Os moradores das redondezas se deslocavam até o “Bacuri do PDT” para as reuniões. Iam a pé, de cavalo ou jumento, em caminhões, paus de arara e carros menores. O motivo era um só – debater a política e tomar as decisões.

Hoje o fluxo na MA-225 é pequeno, mas a estrada ainda é muito usada pelos lavradores e extrativistas do cerrado. O “Bacuri do PDT”, que já testemunhou muitas pelejas, do alto da sua majestade, é testemunha das mudanças na região. Uma delas, muito perigosa, é a invasão da monocultura de eucalipto já na fronteira entre Urbano Santos e Barreirinhas.

Esse tema – o impacto do agronegócio – será tratado em outra postagem. Aguarde.

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Nosso Centro: Casa do Maranhão vai abrigar a nova sede do Cresol

Nesta terça-feira (14), às 17h, será inaugurada a nova sede do Centro de Referência de Economia Solidária do Maranhão (Cresol-MA), que agora funcionará nas dependências da Casa do Maranhão, equipamento cultural do Governo do Maranhão, localizado no bairro da Praia Grande, Centro Histórico de São Luís. 

A nova sede do Cresol-MA contará com amplas e renovadas instalações, em um espaço de grande movimentação turística, dispondo de maior área para a comercialização de produtos dos empreendimentos solidários do Maranhão. O espaço dispõe de salas de administração, salas de reuniões, sala de leitura, depósito, cozinha, espaço de apresentações culturais, auditório para 80 lugares e jardim.

A instalação da nova sede do Cresol-MA integra o conjunto de ações do programa Nosso Centro, iniciativa coordenada pela Secretaria de Estado da Cultura (Secma), que tem como foco a reocupação da região central de São Luís, estimulando a renovação, o desenvolvimento sustentável, a preservação do valor histórico e cultural da região, e a promoção da área como espaço democrático. Voltado à comercialização, o Cresol é gerido de forma compartilhada pela sociedade civil e poder público, e também funciona como espaço de formação, articulação politica, memória e espaço de visibilidade de produtos da Economia Solidária. 

Nos últimos anos, em sua antiga sede na Rua de Nazaré, também no Centro de São Luís, o Cresol contabilizou atendimento a 83 pequenos empreendimentos ativos de 26 municípios maranhenses.

Em sua nova sede, o Cresol-MA se propõe a dinamizar ainda mais os grupos e empreendimentos, garantindo assim, maior formação, articulação e ampliação dos integrantes e da comercialização dos produtos da economia solidária.

A nova unidade do Cresol-MA contará com uma Central de Cooperativas de Economia Solidária, que será a instância responsável pela comercialização no espaço, vinculada à Confederação Cooperativas de Economia Familiar de Base Popular e Solidária do Nordeste. 

Cresol abre oportunidade para empreendimentos coletivos que atuem no segmento da economia solidária (Foto: Brunno Carvalho)

“No espaço do Cresol nós temos hoje mais de 80 novos empreendimentos ativos atuando. Cada empreendimento desse contempla um grupo de mais ou menos 20 produtores individuais, de 26 municípios maranhenses, de vários territórios, tanto da Baixada como do Munim, da Região dos Cocais e da Região Sul do estado. O Cresol é uma rede em crescimento e está aberto a novos filiados, tanto que estamos criando agora uma cooperativa para agregar mais empreendimentos, para que aqueles que ainda não estão participando, possam participar. Se o empreendimento é coletivo e aceita os princípios da economia solidária ele tem total direito de se inscrever para participar do Cresol”, detalhou o secretário adjunto do Trabalho e da Economia Solidária do Maranhão, Ricarte Almeida.

Casa do Maranhão

O Cresol funcionará em uma espaço específico da Casa do Maranhão e o Museu do equipamento cultural será reaberto ao público em breve. As obras de reforma da Casa do Maranhão, executadas por meio do programa Nosso Centro, estão em fase final, e, de acordo com a Secma, a previsão é o equipamento seja reinaugurado no próximo dia 20 de dezembro.  

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Procon move ação contra o Ceuma para suspender cobranças abusivas a estudantes

O Instituto de Promoção e Defesa do Cidadão e Consumidor do Maranhão (Procon/MA) ingressou, na sexta-feira (10), com Ação Civil Pública (ACP) contra a Universidade Ceuma. A autarquia pede a suspensão de cobranças abusivas a estudantes de São Luís e Imperatriz, bem como a condenação da instituição por dano moral coletivo.

A ACP foi protocolada na Vara de Interesses Difusos e Coletivos da Comarca de São Luís após várias denúncias de que a universidade estaria realizando cobranças abusivas, referentes aos descontos provenientes das leis estaduais n° 11.259/2020 e n° 11.299/2020, que concediam redução de 30% no valor das mensalidades durante o período sem aulas presenciais, em decorrência da pandemia da Covid-19.  

A presidente do Procon/MA, Karen Barros, ressaltou que as leis foram declaradas inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que permitiu que as universidades realizassem meios de recuperação dos valores descontados. A abusividade, segundo Karen, está na forma como a instituição de ensino vem efetivando as cobranças.

“Muitos alunos denunciaram os custos excessivos e desproporcionais cobrados pela instituição. Além de que os boletos gerados são para pagamento em parcela única, o que pode causar um grave prejuízo e desequilíbrio financeiro a estes consumidores”, explicou a presidente. 

Devido à divulgação do aviso prévio em tempo mínimo antes do pagamento, ausência de parcelamento e falta de informações claras, o órgão de defesa alegou que a universidade causa danos morais coletivos ao tentar coagir os alunos, obrigando-os a realizar uma ação para beneficiá-la de maneira excessiva.

Entre as solicitações da ACP, o Instituto requereu que a universidade seja impedida de interromper a prestação de serviços aos alunos inadimplentes, que apresente o detalhamento dos valores das supostas dívidas para cada pagante, se abstenha de cobrar juros e multas nos débitos consolidados durante as medidas restritivas, além da condenação da instituição no valor de R$ 500.000,00 pelos danos morais coletivos causados.

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Agressão de seguranças e apoiadores de Bolsonaro a jornalistas na Bahia são a face de um governo autoritário e violento

Em mais um caso de ataque ao trabalho da imprensa, duas equipes de reportagem – TV Aratu e TV Bahia – foram agredidas neste domingo (12) em Itamaraju, Extremo Sul do Estado, por seguranças e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

Durante o episódio, mais um que se soma ao rol de fatos idênticos que envolvem este governo autoritário e violento, os colegas Chico Lopes e Dario Cerqueira (Aratu) e Camila Marinho e Clesriton Santana (Bahia) foram atacados para impedir que eles se aproximassem do presidente.

Segundo noticiou o Correio 24h, um dos seguranças segurou a repórter Camila Marinho pelo pescoço, com a parte interna do antebraço, numa espécie de “mata-leão” e teve a pochete roubada na confusão, que foi recuperada depois.

Já o repórter Chico Lopes levou um tapa de outro segurança, quando a equipe do presidente tentou impedir que os jornalistas das duas emissoras erguessem os microfones em direção a Bolsonaro. Um apoiador atacou os microfones das equipes e rasgou a espuma que cobria o da TV Bahia, além de ameaçar desferir um soco em direção aos colegas.

Este comportamento agressivo do presidente e seus apoiadores não é novidade. Se há algo novo é que as ações estão se tornando cada dia mais explícitas e violentas. É da natureza deste governo e do bolsonarismo como corrente política a prática da intimidação e violência contra quem não o apoia da forma cega como faz parte de seus seguidores.

Na raiz da violência do presidente, seguranças e seguidores, está a postura antidemocrática e autoritária que caracteriza esta corrente política e é sua forma de imposição e reconhecimento. Este governo elegeu a imprensa como inimiga porque quer se esconder da sociedade e omitir da população a tragédia que são os três anos da pior gestão presidencial da história democrática do país.

Segundo levantamento feito anualmente pela Fenaj, desde 2019 vem crescendo o número de ocorrências de ataques contra a imprensa, sendo que mais de 40% destes casos estão diretamente ligados ao presidente e seus apoiadores.

É evidente que o clima de violência contra jornalistas tem relação íntima com as falas de Bolsonaro e seus filhos, que fazem um discurso a seus seguidores mais radicais indicando parte da imprensa e do jornalismo como inimigos do governo.

O Sinjorba e a Fenaj se solidarizam com os quatro colegas agredidos e exigem que o Supremo Tribunal Federal (STF) se posicione sobre estas atitudes do governo, que já são fruto de uma Ação do partido Rede Sustentabilidade na corte.

As entidades também pedem uma postura mais firme das empresas de comunicação contra as agressões e na condenação das mesmas, inclusive exigindo reparação judicial. Sindicato e Federação também convocam a categoria a uma reação mais coletiva, lembrando que em 2022 teremos eleições e este comportamento violento pode ser recrudescido e trazer trágicas consequências.

Moacy Neves – Presidente do Sinjorba (Sindicato dos Jornalistas da Bahia)

Maria José Braga – Presidente da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas)

Imagem destacada / Repórteres da Globo e do SBT são agredidos em visita de Bolsonaro à Bahia . Foto: Reprodução/Twitter

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Interno do Sistema Penitenciário do Maranhão lança obra na Feira do Livro de São Luís

“Restos de Vida” é o título da autobiografia escrita pelo interno George Bruno, de 39 anos, lançada nesta sexta-feira (10), na 13ª Feira do Livro de São Luís.

A obra tem o apoio da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), através da Supervisão de Educação, reafirmando o papel de capacitar os custodiados através da oportunidade ao estudo e qualificação profissional.

Um destes exemplos é George Bruno, que cumpre pena na Unidade Prisional de Ressocialização (UPSL 2), e no livro conta sua trajetória de vida, seus altos e baixos, suas reminiscências desde a adolescência e início dos delitos até sua ressocialização.

São 96 páginas, com relatos das transgressões na sociedade. Como ele cita no trecho: “No passado tive uma vida normal como qualquer outro cidadão comum, era sociável, mas com o passar do tempo segui um caminho errado e fiz opções que me tornaram insociável”, conta.

Amigos, familiares e servidores do sistema prisional prestigiam o lançamento da obra.

Em sua trajetória de vida, ele decide viajar para o Rio de Janeiro, mudar de vida, mas um mandado de prisão por sentença dada à revelia faz com que ele volte novamente a ser detido no Maranhão.

Nestes oito anos vividos longe, é notória a ele a percepção das mudanças ocorridas no sistema penitenciário. “Soube que as rebeliões e motins de presos, o que era comum em Pedrinhas, tinha acabado, o sistema mudou. Alguns anos antes, a UPSL 2 era a pior Unidade Prisional do Complexo de Pedrinhas, mas atualmente é a cadeia que dá mais oportunidade para os internos trabalharem”, conta em outro trecho.

Assim como George Bruno, que escreveu e lançou um livro, a Seap tem inserido cada vez mais os internos em ações de ressocialização através da educação e do trabalho.

Um dos dados foi zerar o índice de analfabetismo no âmbito prisional; o crescimento de 93,75% no número de internos inscritos para o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), em relação a 2018; e o crescimento de 111% no número de reeducandos inscritos no Enem PPL 2021, em relação ao mesmo período, entre outros.

Imagem destacada / George Bruno escreveu o livro ‘Restos de Vida’, lançado na Feira do Livro de São Luís. (Foto: Clayton Monteles)

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Documentário precioso sobre o sebastianismo na ilha dos Lençóis

Fonte: TV Câmara dos Deputados

Uma pequena ilha localizada a 200 km da costa do Maranhão esconde mistérios que remontam às Cruzadas, em que figuras míticas se misturam com vultos a galope pela noite, bichos dourados, seres sobrenaturais, tudo emoldurado por uma lenda portuguesa de quase 500 anos.

Essa ilha existe, se chama Lençóis e é habitada por gente de carne e osso, muitas delas albinas, pessoas que vivem precariamente da pesca, bebem água da chuva e acreditam que lá mora, em um castelo encantado, o rei de Portugal Dom Sebastião, desaparecido em 1578, aos 24 anos, na batalha de Alcácer Quibir, no Marrocos. Essa história real é mostrada no documentário “A Ilha de Dom Sebastião”, uma parceria da TV Câmara com a produtora Câmera.

O vídeo levou dois importantes prêmios no 29º Festival Guarnicê de Cinema e Vídeo de São Luís (MA), que ocorreu de 13 a 19 de junho de 2006. O júri técnico escolheu o documentário como o melhor da Mostra Refestança, composta por obras audiovisuais (incluindo filmes e vídeos) que abordam aspectos da rica e diversificada cultura popular brasileira e ibero-americana.

Os jurados também reconheceram o trabalho da roteirista Marcya Reis, da TV Câmara, que foi contemplada com o “Troféu Guarnicê” de “Melhor Argumento” no concurso oficial de vídeos. As filmagens começaram a ser feitas em 2002 por uma equipe liderada por Ivan Canabrava – que divide a direção do documentário com Marcya Reis.

Ivan, Alexandre Riulena (diretor de fotografia) e Eduardo François (assistente de direção) partiram de uma nota de jornal a respeito da comunidade de Lençóis em direção a São Luís (MA) atrás da história, carregando 80 kg em equipamentos, sem contar bagagem e suprimento de água.

Acabaram descobrindo a localização da ilha e para lá rumaram, a partir da cidade de Cururupu, em um barco de pesca, viagem que durou 12 horas. Permaneceram duas semanas em Lençóis, onde não há fontes de água, comendo apenas camarão seco e registrando depoimentos de moradores que, provavelmente devido ao isolamento, desenvolveram uma cultura própria.

O documentário mostra relatos como o do pescador Manoel Oliveira, o Macieira, que afirma ouvir tropel de cavalos à noite, ruído atribuído por ele ao exército de Dom Sebastião. Detalhe: não existem cavalos na ilha. Ou o de Telma, albina como ele, que sobrevive vendendo água da chuva recolhida em buracos feitos na areia. Os moradores e outros personagens contam histórias mágicas de animais dourados vistos na ilha e objetos de ouro achados na praia.

Revelam ainda a lenda segundo a qual Dom Sebastião se transforma em um touro. Qualquer ferimento no animal, pela crendice local, provocaria o “afundamento” de São Luís e a elevação de Lençóis a capital do Maranhão. “Quem ferir o touro vai desencantar Dom Sebastião e casar com a filha dele”, conta Telma.

A história que desafia estudiosos e antropólogos se transformou em um documentário com participações especiais do grupo Casa de Farinha, que interpreta músicas do folclore local, e até do jornalista português Carlos Fino, o repórter que revelou ao mundo em primeira mão a invasão do Iraque pelos Estados Unidos. Fino narra um poema de Fernando Pessoa a respeito da lenda de Dom Sebastião, o rei que virou mito em Portugal.

Exibido em 23/06/2006

Ficha Técnica

Direção: Marcya Reis e Ivan Canabrava

Produção Executiva: Jácio Fiuza e Getsemane Silva

Produção: Karina Staveland

Roteiro: Marcya Reis

Assistente de Direção: Eduardo François

Fotografia: Alexandre Riulena

Imagens Adicionais: Marcya Reis

Animação: Leonardo Veloso

Edição: Joelson Maia

Imagem destacada capturada nesse site

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Águas do Cerrado no Maranhão

As plantações de eucalipto no Baixo Parnaíba avançam em direção aos Lençóis Maranhenses.

Na rodovia MA-225, entre os municípios de Urbano Santos e Barreirinhas, na altura do antigo e famoso povoado Café Sem Troco, um trecho do rio Jacu se apresenta em exuberante beleza.

Mas, essa imagem pode não mais fazer parte da paisagem, a médio prazo, se a monocultura do eucalipto expandir seus tentáculos.

As nascentes do rio Jacu, localizadas no povoado Mendes, em Urbano Santos, estão morrendo.

Breve vamos postar imagens e relatos sobre uma tragédia anunciada, que pode afetar inclusive o rio Preguiças, em Barreirinhas.

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Após 21 anos, fotógrafo que perdeu visão com bala de borracha vai ser indenizado

Fonte: Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo)

Uma briga judicial que arrastou o repórter fotográfico Alex da Silveira por 21 anos pelos tribunais do país deve chegar ao fim nos próximos meses. Ao cobrir um protesto em 2000, na capital paulista, Silveira foi ferido no rosto por uma bala de borracha disparada pela Polícia Militar. Perdeu a visão do olho esquerdo e sua promissora carreira naufragou. Nas decisões dos tribunais de São Paulo, não foi indenizado nem recebeu pensão, porque a Justiça determinou que ele tinha responsabilidade exclusiva pelo ocorrido. A decisão foi revertida em jun.2021 pelo Supremo Tribunal Federal, que responsabilizou o Estado e o condenou a pagar a indenização. O governo de São Paulo não recorreu.

“É como se tivessem tirado uma bigorna das minhas costas. Foi um tempo de muito sofrimento. Fui ferido e prejudicado pela polícia, mas foi a Justiça quem me massacrou. Esperar 21 anos foi traumatizante”, disse Alex da Silveira à Abraji.

Os advogados do fotógrafo ainda vão discutir com o Estado os termos da indenização e da pensão. Em 2000, ao ser ferido, Silveira ganhava cerca de R$ 1.800 na Folha de S.Paulo, o que correspondia a mais de 12 salários mínimos. O valor da indenização foi estipulado em 100 salários mínimos, mas deve ser reajustado de acordo com as perdas monetárias no período.

“Nenhum dinheiro vale o meu olho e o que perdi na minha carreira. Tive de mudar de área, não conseguia mais ser repórter fotográfico e passei a fazer mais fotos de estúdio. Acho que o valor tem de ser justo e pedagógico. Tem de incomodar o Estado, para que ele não permita que esse tipo de situação volte a acontecer”, afirmou.

O caso foi levado ao STF como um Recurso Extraordinário e a Abraji ingressou na ação como amicus curiae (amiga da Corte), ao lado da organização internacional Artigo 19. Como amiga da Corte, a associação trouxe para o julgamento uma posição especializada sobre a proteção da liberdade de imprensa, que foi o tema central do julgamento.

A decisão do Supremo, com 9 votos a favor e 1 contra, vale não só para o caso de Alex da Silveira, mas para os jornalistas feridos nas mesmas circunstâncias. Um caso recente de jornalista ferido por bala de borracha é o do fotógrafo Daniel Arroyo, que acabou arquivado pela Justiça de São Paulo a pedido do Ministério Público

O fotógrafo Sérgio Silva, que perdeu um olho por disparo de bala de borracha pela PM paulista durante os protestos de 2013, foi responsabilizado pela Justiça de São Paulo e teve sua indenização negada.

Ponto de preocupação

O veredito do STF foi pela responsabilização do Estado em caso de agressão de agentes policiais a profissionais de imprensa que cobrem manifestações. A tese fixada, porém, faz uma ressalva de que a responsabilidade não será aplicada quando “o profissional de imprensa descumprir ostensiva e clara advertência sobre acesso a áreas delimitadas, em que haja grave risco à sua integridade física”.

“Minha preocupação é com esse excludente de culpa do Estado, se houver uma ordem expressa para que o jornalista não entre na área do conflito. Como isso vai ser feito? Um aviso expresso dá ao policial o direito de atirar na cara de uma pessoa? A bala de borracha não pode ser usada da cintura para cima, pois se torna uma munição letal”, avaliou Silveira.

Foto cedida por: Sérgio Silva/Ponte Jornalismo

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“Vozes do Anjo” será lançado na Feira do Livro de São Luís

Nessa quarta-feira (8 dez), às 18h, estaremos na Feira do Livro de São Luís (na praça Maria Aragão) em novo lançamento da obra “Vozes do Anjo: do alto-falante à Bacanga FM”.

Veja aqui e aqui como foi o primeiro lançamento, em agosto de 2021.

O livro aborda a formação do bairro Anjo da Guarda pelo fio da meada de duas experiências sonoras. Começou com uma emissora de alto-falante chamada “Rádio Popular”, criada em 1988, que funcionou durante 10 anos, até a implantação da rádio comunitária Bacanga FM, em 1998.

Veja detalhes sobre o livro aqui

Publicado pela Editora da UFMA, a obra é uma realização do OMAR (Observatório da Mídia no Maranhão), coordenado pelo professor Carlos Agostinho Couto, e tem apoio do ObEEC (Observatório de Experiências Expandidas em Comunicação).

A impressão foi viabilizada pelo SESC (Serviço Social do Comércio) – Diretoria Regional do Maranhão.

Fruto de uma pesquisa iniciada em 2016, no Curso de Radialismo da UFMA, o livro é uma produção coletiva dos seguintes autores: Ed Wilson Araújo e Saylon Sousa, Rodrigo Anchieta, Rodrigo Mendonça e Robson Silva.

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Joãozinho Ribeiro celebra temporada musical “Com o afeto das canções”

Show no Convento das Mercês terá participações especiais de Zeca Baleiro, Rita Benneditto, Anastácia Lia, Andréa Frazão, Dicy, Chico Saldanha e Josias Sobrinho.

“O dever do artista é salvar o sonho”, dizia o artista plástico italiano Amedeo Modigliani. A frase é uma das prediletas do compositor Joãozinho Ribeiro, que em suas mais de quatro décadas de carreira, sempre aliou sua arte musical à defesa dos ideais, causas e coisas que acredita, como já disse em canção.

Salvar os sonhos, no plural, em um momento muito difícil para a vida do brasileiro, pelo trágico momento que vive o país e pela prorrogação indefinida da crise sanitária global, desencadeada pelo novo coronavírus.

No próximo dia 11 de dezembro (sábado), Joãozinho Ribeiro volta aos palcos, para apresentar o show “Com o afeto das canções”, título de música composta durante o isolamento social imposto pela pandemia de covid-19, lançada por Rita Benneditto e Zeca Baleiro, dois de seus convidados para o espetáculo.

A trupe da pesada que também sobe ao palco para interpretar canções deste Quixote da arte e cultura maranhenses são Anastácia Lia, Andréa Frazão, Dicy, Chico Saldanha e Josias Sobrinho. As três primeiras recentemente deram voz a “Força ancestral”, samba da lavra de Joãozinho, composto também no período pandêmico, já disponível nas plataformas digitais. Os dois últimos são parceiros de Joãozinho em “Boi de quarentena”, toada inédita de título auto-explicativo, assinada também por Cesar Teixeira.

“Com o afeto das canções” marca o encerramento da temporada musical de 2021 para Joãozinho Ribeiro. Ele e seus convidados serão acompanhados por Rui Mário (sanfona, teclados e direção musical), Luiz Júnior Maranhão (violões e guitarra), Marquinhos Carcará (percussão), Danilo Santos (saxofone, flauta e clarinete), Hugo Carafunim (trompete), Robertinho Chinês (cavaquinho e bandolim), Arlindo Pipiu (contrabaixo) e Ronald Nascimento (bateria).

O show tem coordenação geral e produção executiva de Lena Santos, realização da Dupla Criação e é patrocinado pelo Centro Elétrico, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Maranhão, e tem apoio cultural de Chez Girondelle Restaurante Francês e Fundação da Memória Republicana Brasileira.

Os ingressos para o espetáculo podem ser trocados por três quilos de alimentos não perecíveis no local.

Serviço

O quê: Show “Com o afeto das canções”

Quem: O compositor Joãozinho Ribeiro e convidados

Quando: Dia 11 de dezembro (sábado), às 20h

Onde: Convento das Mercês

Quanto: Os ingressos serão trocados por três quilos de alimentos não perecíveis no local

Patrocínio: Centro Elétrico, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Maranhão (Secma)

Apoio cultural: Chez Girondelle Restaurante Francês e Fundação da Memória Republicana Brasileira