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Lula, Bolsonaro e Sarney na eleição 2022 no Maranhão

Os reflexos da polaridade nacional Lula x Bolsonaro no Maranhão já podem ser percebidos pelo alinhamento das pré-candidaturas ao Governo do Estado.

Líder em todas as pesquisas, Luis Inácio Lula da Silva (PT) ainda não bateu o martelo sobre os dois nomes com maior poder de fogo na sucessão do governador Flávio Dino (PSB), quais sejam: Carlos Brandão (ainda no PSDB) e Weverton Rocha (PDT).

É certo que as coligações ou federações terão seus postulantes oficiais, mas nada impede que o petista líder em todas as pesquisas ganhe palanque duplo no Maranhão.

Assim, Lula pode ser cortejado tanto por Brandão quanto por Rocha.

E os Sarney?

Fora do jogo bruto da política, eles ainda têm o recall de Roseana Sarney, apontada em dois cenários: deputada federal ou governadora.

Contam ainda na balança o MDB e o Sistema Mirante de Comunicação.

É uma força pequena, se comparada ao trator do passado, mas é certo que os Sarney estarão com Lula, não por simpatia ou afinidade, mas pelo faro do poder.

E Bolsonaro?

Esse, só vai servir como agenda negativa.

No segundo turno, quando a disputa pelo Palácio dos Leões ficar extremamente acirrada, alguém vai tentar associar o adversário a Bolsonaro.

Isso nem sempre funciona.

Na eleição para a Prefeitura de São Luís, em 2020, houve a tentativa de associar a candidatura de Eduardo Braide ao bolsonarismo. Não vingou.

Em 2022 as associações pejorativas voltarão ao palco da política.

Uns serão acusados de ser “o candidato de Bolsonaro”.

Outros serão taxados de “o candidato de Sarney”.

E por aí vai…

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O leitor no labirinto de Josué Montello

Acabo de ler O labirinto de espelhos, de Josué Montello. Fiz a degustação da obra em uma 6ª edição da editora José Olympio, de capa azul improvisada e velha.

O cheiro de papel antigo, mas sem fungos, é testemunha do cuidado que a Casa de Cultura Josué Montello tem com o acervo do escritor.

Navegando nas páginas amareladas fui conduzido para o cenário principal da obra, a casa de Tia Marta, no largo da igreja dos Remédios, hoje praça Gonçalves Dias.

A obra gira em torno da personagem principal, Tia Marta, viúva, herdeira do patrimônio do marido falecido prematuramente em um afogamento.

Austera, Tia Marta despreza os parentes pobres que torcem e até rezam por sua morte, de olho no espólio da velha.

O romance vai e vem desencadeando a trama entre as personagens, à espera do grande dia após o enterro da viúva rica – a leitura do testamento.

Com um final surpreendente, O labirinto de espelhos está entre as boas leituras de Montello.

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Arari! É paz para o povo e cadeia para consórcio do crime!

Publicação da Agência Tambor em 18 jan 2022

O sangue foi derramado. E a luta seguirá. Este é um fato que apuramos, a partir dos recentes crimes ocorridos no município maranhense de Arari, com o assassinato de cinco camponeses, em apenas dois anos. Todos ainda impunes!

Por conta da ação dos Fóruns e Redes de Cidadania do Maranhão, houve um recente progresso social e econômico na região de Anajatuba e Arari, na Baixada Maranhense. A melhora ocorreu a partir de mutirões, onde o povo tirou cercas e búfalos, que eram mantidos ilegalmente.

Essa situação incomoda arcaicos fazendeiros, grileiros, acostumados a explorar o povo, as terras e os campos da baixada, atropelando a lei, impondo regras, como se estivessem acima do bem e do mal. Criou-se, então, uma situação de conflito de interesses.

ONU em Arari

No dia 20 de novembro de 2021, houve uma audiência pública, em Arari, na comunidade de Cedro, com a presença do senhor Jan Jarab, representante da Organização das Nações Unidas (ONU). Essa audiência foi em uma área livre junto a casa do quilombola José Francisco Lopes Rodrigues (o Quiqui).

Audiência pública com representante da ONU, na comunidade Cedro, em Arari

O tema do encontro, articulado pelo defensor público federal Yuri Costa, então presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), foi exatamente o aumento da violência rural no Maranhão.

No dia 9 de janeiro, 50 dias depois dessa audiência, um dos anfitriões do representante da ONU, o senhor José Francisco Lopes Rodrigues, foi assassinado. Ele foi alvo de um atentado a bala, um crime de pistolagem, motivado exatamente por conflito de terra.

José Francisco: assassinado por conflito de terra com fazendeiros

José Francisco foi baleado no dia 3 de janeiro de 2022, na sua casa, no mesmo local onde esteve o tcheco Jan Jarab. Levado para São Luís, ele não resistiu a uma cirurgia e faleceu.

Jan Jarab, representante da ONU que esteve em Arari

No dia 3 de janeiro, no atentado que tirou a vida do quilombola José Francisco, sua neta de 10 anos, também foi baleada. Ela estava no colo do avô. Sobreviveu. E está com terríveis sequelas emocionais.

Tem nome e sobrenome

Diferentes organizações sociais registram o aumento da violência no Maranhão, por conta de questões fundiárias. O município de Arari, no entanto, chama bastante a atenção.

Os cinco trabalhadores rurais assassinados, em Arari, viviam em três comunidades diferentes, são elas Cedro, Flexeiras e Santo Antônio.

Em Cedro, além de José Francisco Lopes Rodrigues, foram mortos também os senhores Celino Fernandes e Wanderson de Jesus Rodrigues Fernandes. Os dois, pai e filho, foram executados no dia 9 de janeiro de 2020, exatamente dois anos antes da morte de José Francisco.

Wanderson e Celino: assassinados em 2020, os criminosos ainda não foram presos

Na comunidade de Flexeiras, a vítima foi Antonio Gonçalo Diniz, assassinado em 2 de julho de 2021. E a outra vítima, da comunidade de Santo Antônio, foi João de Deus Moreira Rodrigues, assassinado em 29 de outubro de 2021.

Lista e pistoleiros

Além dos cinco assassinados em Arari, houve vários atentados no município, nos últimos dois anos. E hoje, é dito que existe uma lista, com o nome de outras pessoas marcadas pra morrer.

O advogado Luís Antônio Pedrosa, da Federação dos Trabalhadores Agricultores e Agricultoras do Maranhão (Fetaema) diz que, “se não houver uma mediação adequada na região, por parte do poder público estadual, acontecerão novas mortes”.

Pedrosa fala do risco de novas mortes

E quem conhece a região diz que o ponto central em Arari é o ordenamento fundiário. As escrituras dos fazendeiros precisam ser submetidas a uma investigação séria, pois as suspeitas e evidências de fraudes cartoriais e grilagem são enormes.

Com seus abusos e privilégios barrados pela nova organização social da região, os fazendeiros estimulam o conflito entre os camponeses, como método de criar situações para matar as lideranças populares.

Os fazendeiros da baixada estão organizados e é sabido que, entre eles, existe a prática de contratação de pistoleiros, havendo também uma forte rede de proteção para criminosos, isto é, para dar cobertura a jagunços, matadores.

Nenhum passo atrás

O clima na região é tenso. No entanto, com os avanços sociais, econômicos e políticos não haverá recuou na resistência e organização social do povo. O que nós apuramos, entre os que vivem na região, é que eles são “convictos de que estão em uma luta justa e necessária, que tornou-se uma guerra”.

Nos foi dito que “o sangue derramado faz parte desse processo”. Luís Antônio Pedrosa confirma aquilo que nós ouvimos. “O povo diz que o sangue pode dá no meio da canela, mas ninguém vai recuar”.

Existe muita indignação nas comunidades, por conta da violência sofrida. Fora de Arari e já fora do Maranhão, a barbárie promovida pelos fazendeiros da baixada maranhense é vista como um escândalo, um absurdo, algo inaceitável.

E o povo de Arari não está só. Cresce o número de apoiadores que desejam paz para os posseiros (comunidades tradicionais, ribeirinhos) e cadeia para o consórcio do crime.

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Os zumbis da gestão do ex-prefeito Edivaldo Holanda Junior

A literatura aponta várias características para designar a figura do zumbi, algo como um morto vivo ou cadáver reanimado que precisa habitar os cérebros dos viventes para manter-se errante.

Cadáveres ou esqueletos costumam servir também para ilustrar obras abandonadas ou mal feitas, resultado de mau uso do dinheiro público.

O ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Junior, é tido como pessoa cordata, afável e de estilo conciliador, que faz o tipo “não quero briga com ninguém”.

Ele foi prefeito da capital durante oito anos, de 2012 a 2020, encerrando o segundo mandato com várias obras espalhadas pela cidade, principalmente praças.

Qualquer capital do Brasil tem praças, mas São Luís é uma cidade tão atrasada e provinciana que obra desse naipe soa como verdadeira revolução administrativa em mais de 400 anos.

E assim tivemos um prefeito bom de praça ou boa praça, como queira o(a) leitor(a).

Excetuando-se essas firulas, vamos ao que interessa – os zumbis – figuras mortas que nos assombram pela voracidade com que devoram os corpos alheios ou, nesse caso, os recursos públicos.

O cidadão ludovicense tem o direito de saber quanto e como foi gasto o dinheiro de pelo menos duas obras, uma delas abandonada e a outra mal feita.

A construção abandonada é fácil de observar por qualquer pessoa que transita pelo Anel Viário, inclusive inviabilizando a Passarela do Samba, lugar do tradicional desfile carnavalesco organizado pela Prefeitura de São Luís.

Leia mais sobre Carnaval e Anel Viário aqui

O caos gerado pela obra inacabada no Anel Viário

Já o empreendimento mal feito é a reforma do Estádio Municipal Nhozinho Santos, que não pode receber jogos à noite, devido à pane no sistema de iluminação.

Uma das partidas do Campeonato Maranhense, entre São José x Moto Club, já está programada para às 3 e meia da tarde, no próximo dia 23 de janeiro, porque aquela praça esportiva, reformada na gestão Edivaldo Holanda Junior, não oferece nenhuma condição de receber partidas noturnas. O motivo: a iluminação sem funcionalidade.

Comitiva do então prefeito reinaugurou o Nhozinho Santos em
setembro de 2020, mas o estádio não recebe jogos à noite

Mas, a grande empreitada do ex-prefeito está mais viva do que nunca, sendo apurada por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal de São Luís.

Resultado das denúncias publicizadas na última greve dos trabalhadores do sistema de transporte coletivo, a CPI começou a revelar o submundo da relação entre os interesses da gestão municipal e a poderosa máquina das empresas de ônibus em São Luís.

Em 400 anos São Luís teve uma só licitação do sistema de transporte, eivada de suspeitas, mas nunca investigadas no tempo certo. Agora, a CPI tem a responsabilidade nas mãos e todas as condições de apurar com rigor as circunstâncias da licitação e as suas conseqüências para o bolso do contribuinte, assim como os efeitos danosos causados ao usuário do transporte coletivo.

O ex-prefeito pode até ser gente boa, mas os órgãos de controle precisam ir fundo nas investigações e revelar quanto dinheiro público foi empregado para:

– reformar um estádio sem luz;

– abandonar uma obra no principal circuito de mobilidade do Centro Histórico;

– e realizar uma licitação que resultou no caos do sistema de transporte de São Luís;

Em todos as situações mencionadas, só um lado perde – a cidade e os seus moradores, principalmente os mais pobres que usam ônibus, guardam o dinheiro suado para pagar o ingresso no Estádio Municipal Nhozinho Santos e não têm o direito de ver a sua escola de samba porque a passarela está inviabilizada por uma obra sem fim.

Se esse ano tivesse Carnaval, zumbi seria uma fantasia perfeita para extravasar alguns mortos vivos na cidade.

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Governo reativa ambulatórios de síndromes gripais leves na região metropolitana da ilha

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) vai retomar, nesta terça-feira (18), os ambulatórios de Síndromes Gripais Leves em novos espaços para atendimento da população com sintomas leves na Grande Ilha. O início aconteceu na semana passada para descentralizar os atendimentos e reduzir a pressão sobre as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), que atendem diversas patologias, incluindo as síndromes respiratórias.

Nesta semana, de 18 a 21 de janeiro, os ambulatórios funcionarão das 8h às 16h, no bairro do Cruzeiro do Anil, na Escola Maria do Carmo Abreu da Silveira, localizada na Avenida São Sebastião, em São Luís; e, em São José de Ribamar (Centro Educa Mais – Escola CAIC São Raimundo, na rua São Silvestre, nº 125, São Raimundo). Na cidade da Raposa, o ambulatório, que funcionará na terça (18) e na quarta-feira (19), estará na Unidade Integrada Sarney Filho, na Estrada da Raposa.

O atendimento conta com médicos, enfermeiras e técnicos de enfermagem da Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (EMSERH). É necessária a apresentação de documento oficial com foto e Cartão SUS para atendimento.

“O Governo decidiu continuar o atendimento nos ambulatórios de síndromes gripais leves em virtude do resultado proveitoso. Nesta semana, vamos oferecer o serviço em três novos locais. Na última semana, foram mais de 11 mil atendimentos durante cinco dias de ambulatórios itinerantes e assim conseguimos diminuir o fluxo de atendimentos nas UPAs e descentralizamos nossa testagem para Covid-19”, disse Marcos Grande, presidente da EMSERH.

Na última semana, os ambulatórios distribuídos no Anil, na Cidade Olímpica, em Paço do Lumiar e no Hospital Aquiles Lisboa registraram 4.362 consultas e 6.784 testes de detecção da Covid-19, sendo 70,6% negativos. Isto é, a cada dez pacientes, três testaram positivo para Covid-19. No total, foram 11.146 atendimentos em uma semana.

Imagem destacada / O atendimento conta com profissionais da EMSERH. (Foto: Laécio Fontenele)

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Os dilemas da federação partidária no plano de Lula

O golpe jurídico-midiático-parlamentar de 2016 deixa um legado terrível para o Brasil: cassou o mandato da presidenta Dilma Roussef, condenou sem provas e prendeu o ex-presidente Lula e disseminou o ódio contra os partidos e a democracia.

As conseqüências desse processo são o avanço da extrema direita e uma ameaça concreta às instituições.

Diante desse cenário, a candidatura de Lula, líder em todas as pesquisas, pensa não só em ganhar a eleição, mas projeta um desafio ainda maior – garantir a governabilidade.

O Centrão de hoje, alinhado ao presidente Jair Bolsonaro, é o mesmo que vai chantagear, usurpar e até ameaçar de cassação um novo mandato de Lula a partir de 2023.

Não nos enganemos. Se Jair Bolsonaro for derrotado, a bancada ultraconservadora ainda estará presente no parlamento e vai mobilizar todo tipo de abuso contra um eventual governo petista liderado por Lula.

Uma das alternativas para sair do cerco do Centrão é a construção de um bloco parlamentar com força política suficiente para assegurar uma relativa maioria no Congresso Nacional.

Assim, o foco da tática para a eleição de 2022 é assegurar o maior número possível de deputados e senadores alinhados ao campo democrático-popular com o objetivo de enfrentar a extrema direita.

A eleição de uma forte e expressiva bancada progressista está pensada mediante a construção da federação partidária, que reúne várias legendas mediadas por um contrato de fidelidade com duração de quatro anos.

Lula está convencido de que a federação é o melhor caminho para garantir a governabilidade.

Mas, se a federação é vantajosa para assegurar uma base fiel a um eventual governo petista, por outro lado ela corta a própria carne do PT.

Em nome da federação, a tendência é desidratar e muito a bancada petista porque a concorrência eleitoral na federação vai colocar todas as legendas federadas em uma corrida agressiva pelo voto.

Diferente da coligação proporcional, quando os partidos se juntam e garantem as suas vagas até mesmo para os candidatos com médio potencial de voto, a federação é um rolo compressor – apenas os mais votados conquistam as vagas.

Assim, a federação configura um velho ditado apropriado para a conjuntura vindoura: vão-se os anéis, ficam os dedos; ou seja, ganha-se a Presidência da República com o candidato do PT – Lula – mas o partido sacrifica o seu potencial de eleger deputados e senadores, inclusive nas bancadas estaduais.

A federação não é consenso nas bases e diretórios do PT. A maioria das instâncias não vê com bons olhos o sacrifício de perder mandatos e enxugar as suas bancadas estaduais e federais.

O PT será subtraído não só em número de parlamentares, mas no tempo de propaganda eleitoral e nos fundos de financiamento partidário e eleitoral.

Do ponto de vista da construção partidária, a federação causa perdas e danos ao PT, mas, pelo visto, é a única saída para ganhar a República e depois arrumar a vida nas paróquias.

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Portos de Mojó, Timbuba e Mocajutuba ganham nova estrutura no aniversário de Paço do Lumiar

Durante as festividades de 65 anos da cidade de Paço do Lumiar, o Governo Maranhão inaugurou três portos no município, nas comunidades do Mojó, Timbuba e Mocajutuba. A obra é fruto de uma parceria da da Secretaria de Estado das Cidades e Desenvolvimento Urbano (Secid) e a Prefeitura de Paço do Lumiar.

Em Paço do Lumiar, onde a principal fonte de renda nessas comunidades é a pesca, os portos devem fortalecer o desenvolvimento econômico/social e ainda aumentar o potencial turístico das localidades.

O secretário das Cidades e Desenvolvimento Urbano (Secid) destacou a importância da obra. “Era um sonho antigo, que agora se tornou realidade. Gera mais renda, pois os pescadores terão um local adequado às atividades, e cria um novo ponto turístico. Esse é o compromisso do governador Flávio Dino de garantir mais desenvolvimento para as cidades”, salientou. 

A reforma dos terminais pesqueiros contemplou revestimento em cimento e piso emborrachado, área arborizada e construção de meio-fio e pavimentação. Além disso, os locais receberam a construção de praças equipadas com brinquedos infantis de recreação e academia ao ar livre, garantindo integração, acessibilidade e lazer para a população e visitantes. 

O vice-governador Carlos Brandão, que esteve presente na solenidade, ressaltou as parceria entre o Governo e Prefeitura municipal. “Aqui já inauguramos obras de pavimentação, como a estrada Pindoba a Iguaíba, e avançamos com mais obras. Hoje entregamos algumas e já vamos começar outra”, disse. 

Na ocasião da entrega dos portos, foi assinada a Ordem de Serviço para a pavimentação da estrada do Mojó, via importante para o escoamento agrícola da região. 

Para a prefeita de Paço do Lumiar, Paula Azevedo, o sentimento é de agradecimento. “Nós só temos a agradecer ao governador Flávio Dino. Paço do Lumiar não é mais a mesma de antes. Estamos rumo ao progresso, e o Governo é importante nesse crescimento”, afirmou.

A moradora Erismar Santos falou sobre a mudança na paisagem do local. “Aqui era feio, era um lamaçal. Agora não, agora tá ótimo. Estamos satisfeitos”.

Imagem destacada / Portos em Paço do Lumiar portos ganharam revestimento em cimento e piso emborrachado. (Foto: Luiz Paula)

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As enchentes, o rio Itapecuru e o abastecimento d’água em São Luís

É preciso observar com olhar crítico as inundações dos rios. Aquilo que parece ser apenas abundância de água também pode significar escassez, no futuro.

Enchentes sempre aconteceram, mas o avanço do desmatamento e do agronegócio agravou a situação nas bacias hidrográficas.

Os rios não são apenas cursos d’água. Eles são formados por vários componentes de um complexo hidrográfico que inclui afluentes, efluentes, encostas, margens, vegetação do entorno e as nascentes.

Nesse contexto, é fundamental observar a situação do Parque Estadual do Mirador, a maior Unidade de Conservação do Maranhão e o segundo maior bloco de cerrado no Brasil. Nele, estão localizadas as nascentes do rio Itapecuru.

Essa região é um dos focos de interesse do agronegócio e da grilagem, com seus impactos ambientais e sociais: desmatamento em alta escala, eliminação da mata ciliar, uso de agrotóxicos, expulsão das populações de agricultores familiares e, no geral, a degeneração da biodiversidade regional.

Ocorre que a situação do Parque Estadual do Mirador tem relação direta com São Luís porque a principal fonte de abastecimento da capital do Maranhão é proveniente do rio Itapecuru, através do mecanismo de captação e transporte da água pelas tubulações do Sistema Italuís.

Portanto, faz todo sentido dizer que o rio Itapecuru perpassa todas as aldeias do Maranhão.

Imagem destacada / vista aérea do Parque Estadual do Mirador / Site do Instituto Isec

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Apruma se solidariza com atingidos pelas enchentes e denuncia modelo de desenvolvimento predatório

Confira Nota da Diretoria da Apruma (Associação dos Professores da UFMA, seção sindical do Andes SN) sobre a situação dramática de milhares de famílias no Maranhão e pelo país. Para o sindicato, as tragédias são fruto de “um modelo de desenvolvimento centrado nas monoculturas, na destruição dos biomas e matas, no barramento dos rios e na expropriação ou extermínio das populações ribeirinhas” .

A Apruma cobra ação do poder público, bem como vem contribuindo, dentro de suas possibilidades, com as vítimas (como as doações feitas recentemente no município de Grajaú) e conclama sua categoria a “também contribuir para aplacar o sofrimento das famílias atingidas”.

Confira a Nota APRUMA 01/2022

A Diretoria da APRUMA – Seção Sindical do ANDES – Sindicato Nacional se solidariza com as milhares de famílias desabrigadas pelas severas chuvas dos últimos dias em vários municípios maranhenses.

Além das chuvas fortes, as barragens, que em períodos de aumento pluviométrico têm as comportas abertas, o que faz aumentar o volume de água que inunda ainda mais os leitos dos rios, vêm causando transtornos e desabrigando milhares de famílias no Estado.

A Diretoria da APRUMA denuncia e cobra do poder público que fiscalize, monitore e responsabilize as empresas operadoras das barragens que, neste período, estão despejando milhões de metros cúbicos de águas sobre as populações ribeirinhas, e que invistam recursos urgentes afim de minorar situações de riscos como as enchentes, bem como executem planos de acolhimento das famílias e reconstrução das suas casas.

Neste momento de calamidade, em razão não somente de fenômenos naturais, mas também e, principalmente, pelo modelo de desenvolvimento centrado nas monoculturas, na destruição dos biomas e matas ciliares, no barramento dos rios e na expropriação ou extermínio das populações ribeirinhas, a Diretoria da APRUMA, além de solidarizar-se com as populações desabrigadas, segue realizando doações de alimentos, e convida toda categoria docente a também contribuir para aplacar o sofrimento das famílias atingidas.

São Luís, 12 de janeiro de 2022

Diretoria da APRUMA – Seção Sindical

Gestão 2022-2024

Confira a nota no site: http://aprumasecaosindical.org/2022/01/12/apruma-se-solidariza-com-atingidos-pelas-enchentes-no-maranhao-e-denuncia-agentes-do-modelo-de-desenvolvimento-que-favorece-essa-situacao/

Imagem destacada / Vítimas de enchentes no Maranhão / capturada no jornal O Imparcial

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O antigo Hotel Central pode ser um flat ou condomínio?

A pergunta é suscitada no contexto das especulações, ideias e até delírios sobre as alternativas de ocupação do Centro Histórico para fins de moradia, um assunto delicado para quem vivencia esta experiência no cotidiano e se depara com variados problemas nas áreas de mobilidade, salubridade, segurança e oferta de serviços qualificados em geral.

Morar no Centro Histórico é para os fortes, ousados, apaixonados e necessitados, em diferentes escalas de apropriação dos sentidos dessas palavras. Portanto, só quem habita, vive e conhece o mundo real da área central da cidade tem mais propriedade para falar sobre o assunto.

Não se pode negar que houve melhorias significativas na infraestrutura do Centro Histórico. Aquela imagem da praça Deodoro feito uma latrina mudou, assim como as intervenções na rua Grande, Largo do Carmo, praça João Lisboa e tantas outras requalificações nos arredores modificaram radicalmente o visual desse território de São Luís.

Somam-se às intervenções físicas os programas de fomento à ocupação para empreendedores e moradia, tais como o “Nosso Centro” e “Adote um Casarão” e “Aluguel no Centro”.

No conjunto, os investimentos físicos e os projetos sociais ganharam visibilidade e estão focados na melhoria das condições de vida dos moradores e dos demais fruidores do local, mas só devem ser avaliados no futuro, quando os resultados puderem ser mensurados.

A pergunta inicial insiste: seria relevante investir mais em moradia? É preciso transformar o filé arquitetônico do Centro Histórico em um lugar com equipamentos de ocupação permanente? Seria mais interessante utilizar o edifício João Goulart para fins de habitação, em vez de repartição pública? O Centro Histórico deveria ter um plano diretor específico?

Qual será o destino do Hotel Central? Pode ser um flat ou condomínio?

Mirem-se no exemplo das cidades históricas onde os miolos arquitetônicos e patrimoniais ou assemelhados têm moradores permanentes: Cartagena das Índias (Colômbia), Ouro Preto (Minas Gerais), Pelourinho (Salvador), Olinda (Recife), Cidade Baixa (Porto Alegre) e tantas outras.

Nessas cidades e bairros, onde tem gente morando e circulando, o potencial de uso e ocupação é diferente de um lugar de passeio ou de trabalho, quando a permanência do elemento humano é pontual.

O principal patrimônio cultural de São Luís são os humanos em carne e osso, gente que mora, circula, trabalha, gera a indústria criativa, produz a riqueza econômica, movimenta os afetos e faz girar a engrenagem da cidade.

E como esse texto não tem certeza de nada, apenas perguntas, penso que o melhor caminho seria ouvir as pessoas.

Talvez esteja aí um caminho para planejar o Centro Histórico. Realizar audiências públicas e botar o povo para falar, opinar, propor, sugerir, reivindicar; enfim, participar de fato da gestão da cidade.

Imagem destacada / Hotel Central nos anos 1940 / capturada no perfil Minha Velha São Luís