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Inscrições abertas para concurso de bolsas de estudos em Inglês

Estudantes de escolas da rede estadual de ensino do Maranhão têm até o dia 19 (quarta-feira), deste mês, para se inscreverem no concurso cultural de bolsas para estudar inglês gratuitamente na 4YOU2. A ação, fruto da parceria entre a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e a escola de inglês, possibilitará o sorteio de até 100 bolsas integrais (modalidade online) de um ano. A inscrição é realizada pelo portal da Seduc, em link no topo da página, ou diretamente em: https://maranhao.4y2idiomas.com.br/ 

Conforme o regulamento do concurso, podem concorrer às bolsas estudantes com 11 anos de idade ou mais. Para participar do concurso, o estudante deve responder: “Por que o inglês é importante para você? ”. As frases mais criativas serão selecionadas para fazer parte da 4YOU2 com uma bolsa totalmente gratuita.

Serão sorteadas até 100 bolsas integrais sendo: 10 bolsas, havendo até 200 participantes; 20 bolsas, havendo entre 201 e 400 participantes; 50 bolsas, havendo entre 401 e 600 participantes; 70 bolsas, havendo entre 601 e 1000 participantes; 80 bolsas, havendo entre 1.001 e 1.500 participantes; e 100 bolsas, havendo mais de 1.500 participantes. A lista dos ganhadores será divulgada até o dia 28/05/2021, e as aulas iniciarão no dia 01/06/2021.

Regulamento:

– Para participar do concurso cultural e concorrer a uma bolsa totalmente gratuita (modalidade online), na 4YOU2, o aluno deve estar matriculado em uma escola pública da rede estadual do Maranhão, no ano de 2021;

– Podem concorrer às bolsas estudantes com 11 anos de idade ou superior;

– As inscrições podem ser feitas até o dia 19/05/2021;

– Serão sorteadas até 100 bolsas integrais (modalidade online) de um ano, sendo: 1) 10 bolsas, havendo até 200 participantes; 2) 20 bolsas, havendo entre 201 e 400 participantes; 3) 50 bolsas, havendo entre 401 e 600 participantes; 4) 70 bolsas, havendo entre 601 e 1000 participantes; 5) 80 bolsas, havendo entre 1001 e 1500 participantes; e 6) 100 bolsas, havendo mais de 1500 participantes;

– Para concorrer, o aluno deve responder uma pergunta: “Por que o inglês é importante pra você?”. As frases mais criativas serão selecionadas para fazer parte da 4YOU2 com uma bolsa totalmente gratuita;

– A lista dos ganhadores será divulgada até o dia 28/05/2021;

– As aulas iniciarão no dia 01/06/2021;

– O aluno deve preencher todos os campos de inscrição corretamente;

– O aluno e o seu responsável ao se inscreverem no concurso, autorizam o tratamento interno pela 4YOU2 dos dados disponibilizados.

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Resta-me humanidade?

Frei Betto

Todos os dias, na oração da manhã, me pergunto: resta-me humanidade?  Como posso aplicar, recluso em casa, que lá para morreram, por descaso do governo, mais de 400 mil pessoas no Brasil ? E mais de 14 milhões de infectados não sabem o futuro que os aguarda – se a cura, se as sequelas, se a morte.

O que faz meu grito ficar parado no ar, a gota d’água não entornar minha paciência, a esperança me fazer acreditar que serei poupado do genocídio? Como fazer parar a máquina da morte? Como dar um basta ao negacionismo que alimenta essa política necrófila que vitimiza, indiscriminadamente, ricos e pobres, idosos e jovens, portadores de comorbidades e atletas ativos?

Mais de 400 mil mortos! Não ouço os sinos tocarem por eles. Vejo apenas múltiplas mãos encharcadas de sangue se lavando, ponciopilatamente, na bacia do mais escancarado cinismo. A dor de mais de 400 mil famílias não dói em mim. O que me resta de humanidade?

Na  Guerra do Paraguai , o Brasil perdeu 50 mil combatentes. Em pouco mais de um ano deixamos a pandemia multiplicar esse número por oito. Porque?  Talvez por não presenciar o desespero de quem bate em vão as portas dos hospitais desprovidos de leitos, nem o indescritível sofrimento de quem, entubado e sem receber analgésicos, não conhece corpo como infinitas dores das torturas medievais.

Na  guerra do Afeganistão , ao longo de 14 anos (2001-2015), 149 mil vidas foram perdidas. Aqui, em 14 meses, esse número foi multiplicado por três. Como admitir tamanha mortandade? Por ter como causa um vírus invisível?

Não, o vírus não age sem que humanos o transmitam. O vírus é como uma bomba atômica jogada sobre Hiroshima e que ceifou 140 mil vidas. A bomba não viajou sozinha dos EUA ao Japão. Foi conduzida por uma aeronave B-29. Cada um de nós é um aeronave que transporta o vírus letal. Cada um de nós é potencialmente um míssil carregado de artefatos nucleares. Basta abrir a boca e como narinas para detonar os projéteis que haverão de semear a morte alheia.

Em 1912, o Titanic , navio invencível, foi vencido por um iceberg.  Morreram mais de 1.500 passageiros. Aqui no Brasil já afundaram 266 Titanic e ainda há quem não enxergue a cor rubra do mar …

As  quedas das Torres Gêmeas de Nova York soterraram 2.996 pessoas. O mundo parou, estupefato, frente à tamanha atrocidade. Até os religiosos religiosos suprimiram a palavra perdão. No Brasil já desabaram 134 Torres Gêmeas e ainda não foram apontados os responsáveis por esse terror.

Resta sim, humanidade, mas preciso beber no poço aberto por Santo Agostinho, o da indignação, para protestar, e o da justiça, para mudar esse estado de coisas.

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O artista e o Plano Diretor da cidade

Se você perdeu, ainda pode ouvir na rádio Senado uma entrevista antológica do compositor Fausto Nilo, autor de letras clássicas da Música Popular Brasileira (MPB), celebrizadas por diversos intérpretes em versos cravados na nossa memória fonográfica (veja abaixo):

Zanzibar, cantada pelo grupo “A cor do som”

Parceria de Fausto Nilo e Armandinho

“No azul de Jezebel no céu de Calcutá, feliz constelação
Reluz no corpo dela, ai tricolor colar!”

Pedras que cantam, na voz de Fagner

“Quem é rico mora na praia / E quem trabalha não tem onde morar”

Meninas do Brasil, por Moraes Moreira

Três meninas do Brasil, três corações democratas / Tem moderna arquitetura ou simpatia mulata”

Fausto Nilo é um dos nomes marcantes do movimento cultural denominado “O pessoal do Ceará”, formado por Ednardo, Amelinha, Belchior, Fagner e outros artistas e intelectuais emergentes a partir da década de 1960 na cena musical nacional.

Fortaleza 2040

Em plena atividade, Nilo tem na bagagem mais de 300 músicas compostas em quatro décadas de carreira e comemora seus sucessos tocados diariamente nas emissoras de rádio de todo o Brasil, além das exibições nos meios digitais.

Além de compositor, ele é arquiteto e participa ativamente do “Planejamento Estratégico e Participativo Fortaleza 2040”, lançado em 2014, reunindo setores representativos da capital cearense para pensar o futuro da cidade.

Fausto Nilo é um dos principais difusores do “Fortaleza 2040”, juntamente com outros artistas, profissionais de urbanismo, setores público e privado, intelectuais, grupos organizados dos mais variados segmentos e os parlamentos estadual e municipal.

A ideia geral é integrar o crescimento econômico aos patamares civilizatórios do planejamento urbano, que passa necessariamente pela qualidade de vida dos moradores da cidade.

O projeto é desenvolvido através de convênio entre a Prefeitura de Fortaleza e a Universidade Federal do Ceará (UFC), sob a coordenação da Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura da UFC e acompanhado pelo Conselho da Cidade. A proposta vai incorporar iniciativas já elaboradas, como o Plano Diretor Participativo do Município de Fortaleza (PDPFor), Planefor e o Pacto de Fortaleza.

Todo o conteúdo acumulado nos diálogos para a elaboração do plano Fortaleza 2040 está armazenado neste site

Na entrevista à rádio Senado, Fausto Nilo falou com entusiasmo da sua condição de cidadão, urbanista e artista integrado a um projeto fundamental para planejar Fortaleza menos desumana até 2040. Ele, na condição de ícone musical, é um dos promotores e incentivadores do sonho de outra cidade, no rol de outros tantos artistas, urbanistas e intelectuais fortalezenses.

O Ceará é fruto de uma cultura política autoritária, igual ao Maranhão, mas existem diferenças abissais entre os dois estados.

Olhando para nossa “vizinha” Fortaleza planejando o futuro, fico aqui pensando no enorme atraso político e cultural de São Luís, uma cidade provinciana e retrógrada que passou os últimos 30 anos sob domínio do mesmo grupo político e não conseguiu sequer colocar asfalto decente nas principais avenidas da cidade.

E o mais grave: São Luís transformou o Plano Diretor em um objeto de lobby dos empresários da construção civil e do setor industrial, sem a participação da população.

A entrevista de Fausto Nilo, além de ser uma antologia da MPB, é uma referência para comparar o enorme atraso de São Luís em relação às outras capitais do Nordeste.

Enquanto Fortaleza planeja para daqui a duas décadas, a nossa velha cultura política provinciana ludovicense está a eleger prefeitos em campanhas marcadas por inauguração de praças, operações tapa-buracos, capina de matagal e pintura de meios-fios.

Vivemos mesmo no fim do mundo.

Imagem destacada: Fausto Nilo posa ao lado de gramofone / Imagem capturada no site da rádio Senado

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Morros terá parque ambiental

Nesta quinta-feira (6), no Palácio dos Leões, o governador Flávio Dino assinou ordem de serviço autorizando as obras de revitalização de uma importante área de entretenimento na cidade de Morros, na região do Munim, que receberá o nome de Parque das Águas. Ao ser concluído, o equipamento será mais uma alternativa de lazer, convivência e prática esportiva para moradores e visitantes, além de espaço para preservação ambiental.

Veja aqui o vídeo ilustrativo.

O governador Flávio Dino pontuou o viés da geração de trabalho e renda que se formará com as obras do parque e após sua conclusão. “Os parques são complexos empreendedores, pelas oportunidades que se formam ao seu redor. Estamos muito felizes em poder dar este passo para a cidade de Morros e região do Munim. Temos também a dimensão ambiental do projeto, pois, só há desenvolvimento se for para nós e nossos herdeiros. O que será realizado vai preservar a natureza local e ficará para as próximas gerações. Agradecemos à união política com a cidade de Morros e tenho convicção, tudo que temos para a cidade, será concretizado”, frisou Flávio Dino.

A infraestrutura vai melhorar uma área de aproximadamente 15 mil metros quadrados. O conjunto de benefícios agrega uma fonte interativa, fonte das pedras, playground, pista de cooper, academia ao ar livre, quiosques, quadras poliesportivas, praça de contemplação e outros. Para as obras, o Governo do Estado investe mais de R$ 4,3 milhões. O parque será um cartão postal de Morros e Região do Munim e a previsão é que seja inaugurado até final deste ano.

“Mais uma grande obra para a cidade, que vai oportunizar o emprego, renda e o convívio familiar. Estamos muito satisfeitos com esse parque que vai representar a cidade de Morros, o maior equipamento do Governo do Estado na região e o mais importante, será entregue à população ainda este ano”, destacou o secretário de Estado de Governo (Segov), Diego Galdino. A obra é executada pela Segov em parceria com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA).

O prefeito de Morros, Milton Santos, ressaltou a sensibilidade do governador com as ações de apoio aos municípios, especialmente, o olhar para Morros. “Agradeço a todos que estiveram conosco e nos ajudaram a concluir esse convênio. Agradeço ao governador Flávio Dino pela sensibilidade, em sempre ter atenção à nossa cidade e que se materializa nesta e outras ações em benefícios de nossos moradores”, disse.

Durante a transmissão foi exibido vídeo com o projeto simulado de como será o parque quando estiver pronto. 

Também acompanharam a solenidade: o vice-governador Carlos Brandão; o titular da SEMA, Diego Rolim; o deputado estadual Ricardo Rios, que solicitou a obra ao Governo do Estado; e demais autoridades do município.

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A polêmica liberação provisória de 722 presos no momento crítico da pandemia

Leitor(a) desse blog sabe da nossa posição sobre direitos humanos, uma conquista fundamental para a construção do processo civilizatório.

Jamais avalizarei discursos de ódio do tipo: “bandido bom é bandido morto”.

No Maranhão, o Complexo Penitenciário de Pedrinhas mudou a imagem de lugar da carnificina para um ambiente de reclusão onde o noticiário não se dá mais pela decapitação de presos em motins.

Pedrinhas, outrora lugar da barbárie, é um presídio onde se aplicam medidas corretivas visando atenuar os impactos pejorativos do encarceramento na vida presente e futura dos apenados.

Dito isso, vamos ao fato recente: a liberação provisória de 722 condenados para a passagem do Dia das Mães com as suas famílias entre os dias 5 e 11 de maio.

A liberação provisória, como todos sabem, é amparada na Lei de Execuções Penais (LEP).

Em condições sanitárias normais a flexibilização do encarceramento é compreensível para datas especiais, até porque é um direito assegurado na LEP.

Ocorre que estamos no momento crítico da covid19, alcançando a triste marca superior a 400 mil mortos, ainda com especulações sobre uma terceira onda de contaminação.

Todas as orientações das autoridades sanitárias visam ao isolamento social.

Se a recomendação do isolamento tem o objetivo de evitar o contato e consequentemente a proliferação do vírus, a liberação de 722 presos coloca em risco a própria vida deles, dos seus familiares e do entorno das suas residências.

Outro aspecto polêmico da liberação provisória é a fiscalização dos apenados nessa temporada de 5 a 11 de maio. Quem garante que eles não frequentarão festas, bares e similares? Eles serão monitorados?

Todos somos sabedores da quantidade expressiva de bares, serestas e outros ambientes funcionando com aglomerações, principalmente nas periferias, destino provável dos 722 apenados liberados.

Considerando o risco da circulação de um contingente de quase 800 pessoas junto aos seus familiares, caberia uma reflexão da Justiça para, excepcionalmente, não aplicar liberdade provisória nesse período crítico de contaminação e mortes.

Reitero: a liberação provisória é um direito dos apenados que cumprem os critérios da LEP e deve ser assegurado.

No entanto, nas condições atuais, essa flexibilização deveria ser revista em nome da vida dos presos e dos seus próximos, observando ainda um agravante: caso sejam contaminados na saída temporária, podem retornar para a cadeia levando o vírus…

Muitos trabalhadores e empreendimentos estão sacrificados pelas medidas de isolamento, gerando desemprego, negócios falidos, precarização da vida e fome.

Se o setor produtivo está sendo prejudicado em nome das condições sanitárias da coletividade, não é prudente colocar quase 800 apenados em circulação sem uma fiscalização rigorosa. Os presos podem esperar a pandemia aliviar, garantindo a segurança sanitária de todos.

As mães vão agradecer.

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Conheça as propostas da Chapa 1 na eleição para o Sindicato dos Bancários do Maranhão

As eleições do Sindicato dos Bancários do Maranhão (SEEB-MA) acontecerão no período de 19 a 21 de maio de 2021. A Chapa 1 indicou os nomes dos bancários Dielson Rodrigues para a Presidência e Rodolfo Cutrim para a Secretaria Geral, ambos do Banco do Brasil.

Todos estão alinhados no objetivo de dar continuidade ao trabalho que já está sendo feito pela atual gestão do sindicato, pois entendem que aquilo que tem dado certo precisa continuar visando sempre o melhor para a categoria.

A CHAPA 1 – TRABALHO, RESISTÊNCIA E LUTA! POR NENHUM DIREITO A MENOS é formada por bancários e bancárias de diversos bancos, públicos e privados, parte deles inclusive faz parte da atual gestão do SEEB-MA.

Além disso, novos bancários estão participando da chapa, trazendo a renovação, que se unirá à experiência da gestão atual, unindo esforços na luta em cada batalha a ser travada em busca de melhores condições de vida e trabalho, manutenção de direitos, contra os desmandos do governo e dos banqueiros que visam somente o lucro.

Ainda há muito trabalho a ser feito e só uma gestão aguerrida pode representar a categoria de forma atuante e responsável em suas demandas, contra o assédio moral e sexual sofrido constantemente por bancários e bancárias em todo o país, com processos individuais, escuta psicológica, atendimento médico entre outras.

Para isso é necessário que cada trabalhador que acredita no trabalho que vem sendo feito vote para que as ações realizadas possam continuar a ser feitas e melhoradas cada vez mais.

É chegada a hora de escolher continuar caminhando com uma gestão que trabalha, resiste e que continuará lutando rumo a muitas lutas, mas também grandes conquistas e vitórias para toda a categoria bancária desse nosso imenso estado.

ALGUMAS DAS PROPOSTAS DA CHAPA 1:

Entre as propostas estão:

A manutenção da atuação nos diversos canais de comunicação tais como as redes sociais, emissoras de televisão e rádios comunitárias;

Realização anual de congressos dos bancos públicos, por banco;

Fortalecimento do programa “Escuta Clínica”, que vem possibilitando atendimento psicológico aos bancários desde 2020;

Ampliação e aperfeiçoamento do já existente “Portal da Transparência”;

Fortalecer e ampliar o atendimento jurídico para a categoria nas causas coletivas e individuais;

Continuar fomentando e participando mais ativamente das lutas com outras entidades sindicais e movimentos sociais classistas, além de outras propostas da chapa que fortalecerão a luta dos bancários.

Chapa 1

TRABALHO, RESISTÊNCIA E LUTA! POR NENHUM DIREITO A MENOS

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Fenaj: liberdade de Imprensa é luta constante no Brasil

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) manifesta-se nesta segunda-feira, 3 de maio, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, pela defesa irrestrita da livre circulação da informação jornalística e denuncia que essa é uma luta constante no Brasil.

Somamo-nos à Federação Internacional dos Jornalistas e às entidades sindicais de jornalistas do mundo inteiro para lembrar os 30 anos da Declaração de Windhoek. Em maio de 1991, a capital da Namíbia sediou evento da Unesco, que buscava promover uma mídia africana independente e pluralista e resultou na declaração pela liberdade de imprensa adotada mundialmente, para defender o estabelecimento, a manutenção e a promoção de uma mídia livre, independente e plural.

A liberdade de imprensa, prevista no artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, é, segundo a Declaração de Windhoek, essencial ao desenvolvimento e à manutenção da democracia e para o desenvolvimento econômico. No Brasil, a FENAJ tem se manifestado reiteradamente na defesa desse princípio, também consagrado na Constituição Federal. Mas o cenário que se apresenta aos jornalistas é o de ataques ao exercício da profissão, a independência na produção de notícias e de extrema violência contra a categoria.

Ainda que subnotificados, os casos de violência contra a categoria e de cerceamento à liberdade de imprensa são quase que diariamente acompanhados pela FENAJ e por seus Sindicatos filiados nos territórios, em todas as regiões do país.

Como mostrou o relatório “Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil – 2020”, mesmo em contexto de pandemia mundial e do risco da exposição no trabalho presencial dos jornalistas profissionais durante a produção de notícias, os ataques à liberdade de imprensa não param de crescer no país, motivados frequentemente pelo presidente Jair Bolsonaro, o principal agressor da imprensa, responsável por 40,89% dos casos.

Se em 2020 a FENAJ já denunciava o que caracterizou em seu relatório como “verdadeira explosão” da violência contra jornalistas e contra a imprensa, registrando 428 ocorrências – 105,77% a mais do que em 2019 -, os quatro primeiros meses de 2021 demonstram que os ataques à profissão crescem exponencialmente e não devem ser naturalizados.

De janeiro a abril, a FENAJ e os Sindicatos de jornalistas acompanharam ao menos 15 situações de agressão, censura, cerceamento, ataques e violência direta contra jornalistas no exercício da profissão. Na prática, ao impedir o livre exercício do Jornalismo, os agressores de jornalistas atentam contra o direito humano fundamental da sociedade de ser informada.

Práticas violentas contra o trabalho dos operários e operárias da notícia são características de regimes totalitários e devem ser amplamente combatidas por todos os segmentos sociais. No Brasil, cada jornalista calado por força de violências de qualquer natureza ou magnitude, põe em risco a própria democracia no país.

Para enfrentar a escalada de autoritarismo e coibir o cerceamento à liberdade de imprensa, anunciamos que um novo protocolo nacional de atuação em casos de violência contra jornalistas e ataques à liberdade de imprensa está em processo de implementação pela FENAJ, para universalizar as ações dos Sindicatos em todo o país.

Neste Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, reforçamos que jornalismo não é crime! É um bem público essencial à democracia.

Brasília, 3 de maio de 2021

Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ

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Navegantes da injustiça

Jadeilson Cruz

Graduado em Filosofia e graduando em Comunicação Social/Jornalismo, na Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

De acordo com uma pesquisa do IBGE divulgada em abril de 2021 e realizada no quarto trimestre de 2019, cerca de 78,3% dos brasileiros estão conectados à internet. As pessoas utilizam o espaço virtual para pesquisas, compras de produtos, comentários em portais de notícias, acesso a plataformas e muito mais.

Nem todos que navegam na internet cometem injustiças, mas muitos praticam atos condenáveis. Há pessoas que no convívio social aparentam ser adoráveis e respeitosas; porém, na web, criam perfis falsos e descarregam todo o ódio acumulado. Elas sentem prazer em humilhar e menosprezar os outros.

O maluco da internet pode ser um vizinho, um parente, um professor, um colega de trabalho ou qualquer outra pessoa que você conheça. O ambiente virtual é uma oportunidade para que muitos pairam aquilo que por anos foi gestado odiosamente.

No Livro II da obra A República, de Platão, o personagem Glauco faz referência ao mito: Anel de Giges, ao falar sobre a justiça e a injustiça. Giges era um pastor a serviço do rei da Lídia. Certo dia se apossou de um anel mágico e conquistou o poder da invisibilidade.

Seduziu a rainha e com ela conspirou contra o monarca Lídio, matou-o e assim obteve o poder.

Antes de encontrar o anel mágico, Giges, o Lídio era um homem comum, aparentemente bom e justo, que vivia pacatamente. Também participava mensalmente da assembleia dos pastores, que levantava informações sobre os rebanhos do rei. E quase não era notado pela sociedade.

Glauco é bastante claro ao sugerir que, para o ser humano, a injustiça é muito mais vantajosa do que a justiça. Desse modo, a comparação entre Giges e o internauta não é absurda. O indivíduo que anonimamente, na internet, humilha e menospreza o outro, liberta-se de algo sufocante. No dia a dia muita gente tem medo de se expor e externar os preconceitos que carrega dentro de si. Assim, um perfil anônimo é como um anel mágico que possibilita poderes extraordinários.

A web está empesteada de pessoas raivosas e dispostas a macular a honra alheia. Esses indivíduos atacam os outros simplesmente por não aceitarem o diferente, e assim, invisíveis e poderosos tramam contra os que consideram impuros e indignos de viver na mesma sociedade que eles.

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Qual a(o) vice ideal na chapa de Lula em 2022?

Depois da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, anulando todos os processos da Lava Jato que condenaram o ex-presidente Lula (PT), um novo cenário eleitoral está posto para 2020.

Elegível, Lula pode ser candidato a presidente ou cabo eleitoral de luxo de algum petista, como Fernando Haddad, além de outro nome a definir pelo partido.

Concretamente, o PT terá candidatura própria e resta saber qual será a(o) candidata(o) a vice-presidente. Assim, a palavra final será de Lula, sendo ele candidato ou não.

Diante das lições do passado e da conjuntura atual, alguns critérios para a definição da chapa devem ser colocados na balança:

1 – critério político-partidário: Lula deve buscar um(a) vice fora do campo democrático-popular; ou seja, tende a dialogar com as forças do centro-direita onde precisa ampliar as bases e o eleitorado, visto que já terá a fidelidade do setor progressista no eventual segundo turno polarizado contra a extrema direita;

2 – perfil da candidatura: o PT precisa de um(a) companheiro(a) de chapa da direita liberal para acalmar o mercado, garimpando aliança com um nome do Centrão menos degenerado, algo como uma nova edição de José Alencar;

3 – sinalização para o mercado: os critérios anteriores são imprescindíveis para uma declaração de paz ao mercado, de tal forma que o nome, o partido e o perfil sejam degustados pela elite econômica internacional que controla as instâncias de poder;

4 – aspecto geográfico: o(a) vice precisa ser as regiões Sudeste, Sul ou Centro-Oeste, onde o campo democrático-popular tem mais rejeição, visto que o Nordeste já é um território onde o petismo e o lulismo navegam com certa facilidade;

5 – gênero e religião: Lula sempre foi atento às questões de gênero, tanto que escolheu Dilma Roussef para sucedê-lo, devendo ficar atendo novamente a uma candidatura a vice feminina, no estilo da senadora Katia Abreu, vinculada ao agronegócio na região Centro-Oeste;

6 – religiosidade: a onda conservadora cresceu no eleitorado e tem papel fundamental nas decisões, a tal ponto que um nome originário do segmento evangélico possa ser colocado na balança para compor a chapa em 2022;

7 – densidade eleitoral: embora colocado em último lugar na lista dos critérios, “ter voto” é tudo em uma eleição, sendo um aspecto somatório de todos os anteriores mas sempre transversal na definição do nome, em qualquer cenário;

Os critérios listados são pensados na fotografia do cenário atual, mas podem ser modificados na dinâmica da conjuntura, sempre vulnerável aos fatos novos e aos movimentos internos e externos das forças políticas, econômicas e culturais em trânsito no espaço público.

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A FALTA QUE O CENSO FAZ

Luiz Eduardo Neves
Yuri Costa

Publicado originalmente no Caderno Opinião (O Estado do Maranhão) – 01/05/2021

Com grande atraso, o Governo Federal aprovou o orçamento para 2021 no último dia 22 de abril. Nele há cortes financeiros substanciais, que, dentre outras coisas, inviabiliza a realização do Censo Demográfico previsto para este ano. É importante lembrar que em 2019 a atual administração federal, por meio do Ministério da Economia, já havia proposto uma supressão de 25% nos recursos para a produção do recenseamento, originalmente orçado em R$ 3,2 bilhões, provocando grande mal estar entre os técnicos do IBGE, forçados a readequar métodos de coleta, como a diminuição drástica de perguntas nos questionários da pesquisa, aplicados nos mais de 70 milhões de domicílios do país.

A retirada de perguntas nos questionários em comparação a recenseamentos passados – o básico em 2010 teve 34 questões, agora possui 26; o de amostragem, na pesquisa anterior, tinha 112 quesitos, na proposta atual apenas 76 pontos – evidencia grave retrocesso no que tange às informações de variáveis coletadas, já que ocasionará uma ruptura das séries históricas, gerando grandes obstáculos na formulação de políticas públicas e na produção científica de um modo geral. A tendência é que apareçam verdadeiros pontos-cegos estatísticos, dificultando a interpretação e compreensão de fenômenos da realidade nacional.

O Censo Demográfico é o mais extenso, minucioso e completo levantamento de coleta de dados sobre os habitantes que residem no território brasileiro. Dele resultam importantes informações, expressas em forma de textos, gráficos, tabelas, quadros e mapas. O Censo traça um perfil socioeconômico da população, para que o poder público tenha à sua disposição os meios necessários para fomentar políticas destinadas a diversos setores, como os da saúde, educação, segurança, trabalho, habitação, direitos humanos, infraestrutura, assistência social e cultura.

É um trabalho de grandes proporções e envolve uma diversidade de cientistas em sua elaboração. Estatísticos, geógrafos, cartógrafos, economistas, sociólogos e historiadores são alguns dos especialistas que se debruçam sobre dados e informações múltiplas, como mortalidade, idade, renda, esperança de vida, escolarização, fecundidade, migrações, religião e etnia. A cada nova coleta, com periodicidade decenal desde 1940, foi possível perceber as muitas transformações do Brasil, algo viável graças ao aperfeiçoamento de métodos e técnicas de coleta e análise.

A atual gestão pública federal é adepta da racionalidade neoliberal, baseada no discurso da eficiência, liberdade e “enxugamento” do Estado, definidos agora por novas técnicas e competências com vistas na consolidação e expansão de formas mais avançadas do capitalismo no Brasil, reveladas através das políticas de austeridade, da retirada de direitos dos trabalhadores, do avanço do agronegócio em direção à Amazônia e da venda do patrimônio nacional a preços módicos para grandes empresas internacionais, sejam elas do ramo petrolífero, energético e/ou logístico, tudo em detrimento do interesse público e do bem estar da população.

Por isso, testemunha-se hoje uma ofensiva sem precedentes contra intelectuais vinculados ao pensamento crítico, como professores e cientistas, aqueles que produzem conhecimentos, fazem denúncias e buscam a verdade. Não verdades absolutas, mas aquelas passíveis de debates, críticas e, sobretudo, comprovação. O imenso quantitativo de dados gerados pelo Censo Demográfico é uma poderosa ferramenta para pesquisadores, pois auxilia na busca da compreensão e transformação da realidade brasileira, frequentemente camuflada, distorcida e manipulada por uma ideologia hegemônica, que comanda e interfere sistematicamente nos processos de subjetivação de variados grupos sociais.

A não realização do Censo em 2021 e a baixíssima expectativa de que ele aconteça no ano vindouro constituem um duro golpe na já debilitada afirmação da cidadania no Brasil, ainda mais em tempos de pandemia. Dito de outra forma, sem o Censo é impossível construir proposições que almejem combater problemas estruturais inerentes à sociedade brasileira, como as desigualdades socioeconômicas, expressas pela concentração de renda, agravamento da fome, aumento do desemprego e da informalidade, expansão de habitações precárias e da violência no campo e na cidade.

Luiz Eduardo Neves é geógrafo e professor da UFMA.

Yuri Costa é Historiador, Defensor Público Federal e professor da UEMA