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No Dia Internacional da Mulher é hora de falar sobre futebol

Jornalista maranhense apresenta programa na plataforma digital YouTube e mostra que mulheres têm propriedade para falar sobre a paixão nacional

texto: Rafaella Rodrigues

Durante muito tempo os conceitos enraizados pelo senso comum, estabeleceram como predominante a perspectiva masculina para falar sobre futebol. Felizmente esse cenário tem se mostrado adepto a mudanças. Apresentadoras em veículos massivos de comunicação abrem portas para alterações no cenário, com a presença de Mylena Ciribelli, Glenda Kozlowski, Renata Fan, Fernanda Gentil e tantas outras, que são a prova a respeito das mudanças cabíveis e aceitas na atual sociedade.

É nesse quesito que a jornalista e apresentadora do Bate Papo Futebol Clube Quécia Carvalho tem buscado seu espaço. A youtuber de apenas 20 anos vem alcançando desde crianças a adultos, por meio de uma linguagem simples e objetiva temas centrais do canal. Esse é um momento que não pode passar despercebido. É preciso observar a representatividade feminina e jovem por trás de um veículo massivo de comunicação com grande poder de difusão.

O interesse pela área esportiva acompanha Quecia Carvalho desde a infância. “Pode parecer clichê, você falar que brasileiro já nasce em contato com o futebol, mas a verdade é que foi isso. Eu cresci assistindo jogos, os principais campeonatos e a copa do mundo. Não entendia nada de futebol na época, também não lembro um dia exato em que tudo começou. Não consigo lembrar, não tem um dia exato que eu passei a torcer para tal time. Eu sei que isso sempre fez parte da minha infância, e eu sempre acompanhei”, comenta a jornalista.

O projeto para o canal Bate Papo Futebol Clube foi a primeira experiência de imersão da apresentadora neste segmento. “Eu era uma torcedora apenas, e com o programa eu pude realmente conhecer o futebol, perceber que o futebol não é só o que a gente vê ali na TV ou ouve no rádio. O futebol tem tática, tem técnica, tem uma série de coisas. Então esse conjunto que forma a festa que é o futebol. E o programa me permite isso, me proporciona conhecimento do que é o futebol”, revela Quecia Carvalho.

De Bate Papo com o futebol

Exibido semanalmente no Youtube com a finalidade de apresentar o mundo do futebol, jogadores, os profissionais envolvidos, entusiastas das “quatro linhas”, O BPFC é produzido pela BELLL audio.visual, e tem contado com alguns colaboradores, caso da Glória Confecções (responsável pelo figurino da apresentadora), do Blog BNC Notícias e da ABRAÇO (Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária – Secção Maranhão).

Para o idealizador do canal Marcos Belfort, a abordagem por trás da elaboração do projeto “é buscar uma maneira de falar sobre futebol e o universo envolvente que esse esporte proporciona. Para isso, a linguagem é a mais popular possível. Inclusive o nome do programa se baseou nessa questão, trocar uma ideia, conversar, levar um lero, bater um papo”.

Através de feedbacks dos inscritos muitas alterações foram realizadas desde o programa piloto “é na prática que você ver o que dá certo e deve manter, e o que não é tão legal assim. Por isso, a gente sempre conversa sobre essas ideias, o que dá pra melhorar. É através dessa interatividade  que a construção do programa acontece cada vez melhor”, comenta Quecia Carvalho.

O trajeto que o Bate Papo Futebol Clube vem percorrendo tem sido promissor principalmente na questão empoderamento. Considerada por muitos, a temática futebol ainda é ligada ao gênero masculino. “É um ambiente muito dominado por homens em que você vê poucas mulheres. E as poucas que falam são muito criticadas, através de haters pelo fato de ser mulher; por isso se você quiser conquistar um público, você tem que dar o dobro do que um homem teria que dar se tivesse no seu lugar. Tem toda essa cobrança por trás, e deparar com situações como essas são muito comuns, infelizmente. O segredo é acreditar no seu potencial; A partir do momento que você passa a focar no seu trabalho e esquece um pouquinho a ‘aprovação popular’ percebe que não é preciso convencer ou agradar ninguém. O reconhecimento vem com o tempo e esforço”, esclarece a Jornalista.

De olho na telinha do YouTube

Com os avanços tecnológicos é impossível questionar a velocidade na propagação de conteúdos pelas plataformas no cyberpaço. As mídias digitais vieram para alterar a forma como as pessoas se comunicam, se relacionam, como se divertem e também como apreciam informações.

O YouTube não é uma exceção quando se aborda o assunto. Fundado oficialmente em 14 de fevereiro de 2005, o site de compartilhamento foi criado por Chad Hurley, Steve Chen e Jawed Karim e um ano depois a empreitada alcançou maiores proporções com a compra da página da Internet pela empresa Google. Desde então tem diversificado e distribuído seu conteúdo, o compartilhamento e obtido feedbacks dos produtos veiculados.

A possibilidade de um novo segmento no mercado com conteúdo reproduzido alterou os modos de consumo de mídia. O compartilhamento, produção e elaboração de vídeos acabou aceito na sociedade como profissão. Os youtubers surgem como uma reação ao consumo de conteúdo online com possibilidade de rentabilidade.

Com uma grande gama de modalidades esportivas, o espaço destinado ao segmento esportivo nos meios tradicionais não consegue abranger a totalidade. Por meio das novas plataformas e das mídias sociais atuantes a comunicação como toda é um importante fator de interatividade com o público. Uma comunicação full-time, não só rápida, mas acima de tudo de fácil acesso, com uso das novas tecnologias.

Na visão de profissionais da comunicação, o YouTube é aceito como veículo destinado ao conteúdo esportivo. Sobre o programa BPFC, o publicitário Gutemberg Silva destaca os diferenciais propostos pela plataforma como “um mercado muito grande, com uma lacuna a ser explorado pelas mulheres com todo seu profissionalismo, pois sabemos que este ainda é um nicho dominado pela gênero masculino, eu não falo de machismo, mas sim, que a cobertura do trabalho esportivo em todo mundo, ainda não possui uma equidade de gêneros no meio. Fico feliz em ver uma bancada de debate esportivo, dividida por homens e mulheres, falando do mesmo assunto com suas propriedades particulares e havendo o respeito mútuo. Bom, é louvável, ideias como essas tornarem-se exitosas, pois afinal sempre estamos buscando por novos canais de comunicação, com uma nova linguagem e também um novo olhar”.

A pesquisa recentemente divulgada pelo site Sportsvalue, empresa voltada em marketing esportivo, aponta o Brasil como um dos maiores consumidores de conteúdos associados ao futebol entre os países emergentes. Na capital maranhense a ferramenta ainda possui pouca visibilidade como propagadora de conteúdo.  Nesse contexto que o radialista Marcos Belfort observou essa possibilidade de mercado e idealizou o canal Bate Papo Futebol Clube veiculado pelo YouTube.

Esticando a rede

O Brasil é conhecido como país do futebol, mas a programação disposta na tv aberta não contempla fielmente a paixão nacional. Para o idealizador do canal, “nas tvs tradicionais abertas, o espaço é muito restrito. A verdade é que o futebol está entre as temáticas mais debatidas na cultura brasileira. Essa foi a intenção ao abordar um tema tão enraizado na cultura nacional e popular”, comenta Belfort.

Lançado no dia 21 de junho de 2018, o Bate Papo Futebol Clube é um modo divertido de se manter atualizado através de conversas em torno de torneios, ligas, curiosidades e atualidades da paixão nacional brasileira. O conteúdo é produzido em vídeos com duração média de 5-10 minutos e recebe convidados para comentar em torno das temáticas atuais do futebol.

Independente da área no mercado, muitos são os desafios enfrentados. Ser mulher não é sinônimo de vulnerabilidade ou incapacidade. O futebol é uma paixão nacional e aproveitar os novos meios de difusão de conteúdo para veicular a temática é uma excelente jogada. Pode parecer uma pequena partida amistosa, mas ninguém se torna um grande jogador de futebol sem entrar em campo.

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“Agro tech/pop/tudo”: propaganda ruralista contém ideologia em altas doses

Ed Wilson Araújo

As indústrias do veneno e dos transgênicos têm várias formas de elogiar seus estragos. Uma delas é a ostensiva propaganda do agronegócio no horário nobre da televisão.

Não se trata de um simples anúncio. A peça publicitária propagandeia uma fórmula de sucesso para um ramo da economia muito influente nas decisões políticas – o latifundiário contemporâneo, pop.

Observe as conexões. Uma rede multinacional de sementes transgênicas e adubo tem relações intrínsecas com as usinas de veneno usado largamente no Brasil.

A televisão entra no circuito para ativar uma forma de ver o mundo pela lógica do capital e do lucro sem limites. É ideológico mesmo!

No filme publicitário está contida a intenção de levar a audiência a crer no milagre da lavoura, como se ela fosse algo tão presente na vida que a gente se torne refém dela, cativo.

A ideia de cativar o interlocutor visa reforçar nele algo que já era latente ou despertar no alienado alguma ideia, geralmente de prosperidade, sucesso, lucros, méritos, satisfação e…. nacionalismo. Aí está uma pista.

Com um forte apelo de amor à terra, culto ao campo, louvação do setor produtivo e tantos outros engenhos cinematográficos, o filme publicitário é uma elegia ao homem da terra abençoada.

É mais ou menos uma adaptação da carta de Pero Vaz de Caminha aos interesses do agronegócio. Nessa terra, se plantando, tudo dá!. Acréscimo: desde que o governo ajude.

E ajude mais que o trabalhador rural comum, expropriado e agora ameaçado até de morrer à míngua, sem amparo do Estado na velhice, como promete a reforma da Previdência.

Por outro lado, no agronegócio prepondera o empresário liberal que odeia o Estado, mas é useiro e vezeiro dos empréstimos dos bancos públicos para financiar a produção. Quando é para defender seus interesses privados usufruindo do erário, essa gente supostamente detesta benefícios oriundos da veia estatal.

A hipocrisia consiste em uma dualidade: só o investimento privado é capaz de salvar a humanidade, contanto que seja financiado pelo BNDES.

Embora seja um nacionalismo de fachada, o “agro é pop” chega ao imaginário do povo pela tela da TV. E a gente nem percebe direito o que se diz quase sem querer.

O agronegócio é a versão high tec das formas arcaicas do Brasil colonial naquilo que tem de essencial – concentrador de riquezas e destruidor do meio ambiente. Nos dias de hoje, essa indústria rural, de perfil excessivamente conservador, constituiu uma parte da base política do bolsonarismo.

As bandeiras do agronegócio, em nome do lucro a qualquer custo, são: destruição das leis ambientais, facilitação do veneno e um imperioso apelo à monocultura como fórmula de sucesso para manter o superávit da balança comercial.

Não é à toa que o governo Bolsonaro tem vigor nas bancadas do boi e da bala, setor onde as bandeiras como a liberação de compra e venda de armas prospera no Congresso Nacional.

Essa agenda em parte justifica a onda de ódio desencadeado no país contra o MST, agricultores familiares, quilombolas, indígenas, ambientalistas, povos e comunidades tradicionais, direitos humanos e afins.

No geral, este campo político passou a ser tratado como inimigo do Brasil porque prega a agricultura sustentável, a repartição das terras, o controle do veneno e a produção com limites à predação.

Trata-se de uma demonstração concreta de que divisão da terra, a cultura em pequena e média escalas, a agricultura familiar e a preservação das áreas ambientais, estas sim, são ações ativas e concretas de um sentido equilibrado de desenvolvimento.

O leitor com discernimento entende que esse artigo não é um ativismo. Países de inspiração socialista como a gigante China não cuidam do meio ambiente como deveriam. Assim, não se trata de uma oposição ao agronegócio por ser um empreendimento do capitalismo. E também estou longe de uma associação imediata à ideia de que o rural é atraso e a vida urbana, progresso. Faço essas observações para seguir adiante nos meus argumentos.

Assim, a primazia da monocultura para computar no superávit da balança comercial tem um custo algo para o Brasil. Basta ver o exemplo correlato da mineração. As tragédias provocadas pela Vale em Mariana e Brumadinho estão comprovando a necessidade urgente de limites à exploração dos recursos naturais.

Armas, veneno, mineração descontrolada e lucro a qualquer custo não têm outro nome – é a ideologia da reprodução do capital.

Em outras palavras, a celebração da violência em todos os sentidos.

Imagem capturada neste site

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Nota de solidariedade do Clube de Engenheira do Maranhão sobre o ginásio Castelinho

O Clube de Engenharia do Maranhão (CEM) se solidariza com o Governo do Estado e com o todo desporto maranhense no episódio do desabamento do telhado do ginásio Castelinho, ocorrido na tarde desta quarta-feira (6), depois das últimas chuvas, e se coloca a disposição da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra) e do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA) para colaborar nas analises técnicas e contribuir com qualquer iniciativa que esteja ao alcance da entidade.

O presidente do CEM, Emanuel Miguez, ressalta que o Ginásio Castelinho, que faz parte do Complexo Esportivo Canhoteiro, é um patrimônio da população maranhense e que todos, de forma solidária e participativa, devem se unir e contribuir para que a principal casa do esporte  amador do Maranhão seja plenamente recuperada.

Imagem / divulgação / Parte da cobertura do Castelinho desabou

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Programa “Os Analistas” aborda arqueologia e pirataria em áreas quilombolas no Maranhão

Apresentado pelos jornalistas Geraldo Iensen e Natanael Junior, o programa “Os Analistas”, da TV Guará, trouxe a público a exploração irregular de sítios arqueológicos em áreas quilombolas no município de Bacuri, no Litoral Ocidental do Maranhão.

https://www.youtube.com/watch?v=zRf1sZbgIH8

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Em São Luís, Dia Internacional do DJ terá pick-ups ao vivo, palestras e sorteio de brindes

O Dia Internacional do DJ (disk jockey) é comemorado anualmente em 9 de março. A data homenageia os profissionais responsáveis por entreter o público com seleções das mais variadas músicas, dependendo do estilo de festa que esteja trabalhando.

Em São Luís, o evento organizado pelo grupo “Movimento dos DJs MA” será realizando no Bora Bar, na avenida Litorânea, a partir das 10 horas. A programação consta de minipalestras, sorteios de brindes e ao longo do dia vários DJs ficarão se revezando no palco principal, com repertórios especiais preparados pelos profissionais das pick-ups.

O evento é aberto ao público. A colaboração é de apenas 1kg de alimento não perecível. Toda arrecadação será doada para entidades carentes. 

Card oficial de divulgação do evento

“Venha e traga seus amigos e a família para conhecer um pouco desse universo chamado música. Essa é a primeira etapa, ao longo do ano vem muito mais”, explicou a organização do evento.

SERVIÇO

Evento: Comemoração ao Dia Internacional do DJ

Quando: 9 de março (sábado)

Onde: Bora Bar (Avenida Litorânea) @borabaroficial

Hora: 10h da manhã

Colaboração: de 1kg de alimento não perecível.

Use a nossa Hashtag #movimentodosdjsma

Imagem destacada retirada deste site

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Outra folia

O sucesso do Carnaval de São Luís, com destaque para o circuito Beira-Mar, derrubou uma falsa impressão de que só Roseana Sarney sabia fazer festa popular. Tá bonito ver o novo circuito dando um banho de folia no Maranhão do passado.

Foto / Jardel Scott / imagem aérea dos foliões no entorno da antiga estação da Rffsa

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Grupos de Tambor de Crioula reivindicam mais espaço na programação do Carnaval 2019

Vários grupos de Tambor de Crioula se reuniram hoje (28.02) em frente à sede do Governo do Estado para denunciar a ausência da manifestação na programação do carnaval 2019. Para Simei Dantas, “o tambor de crioula durante décadas esteve presente no Carnaval do Maranhão alegrando os foliões”, recordou. Ela lembra que o Tambor de Crioula é patrimônio imaterial do Brasil e que, por isso, deve ser respeitado e valorizado através de mais espaços e visibilidade no carnaval.

Já Junior Catatau enfatiza que quase todo segmento ficou surpreso com as pouquíssimas apresentações agendadas para o auge do carnaval, época em que os tambores em massa ocupavam as praças, bailes, espaços e comunidades apoiadas pelo governo. Segundo Junior Catatau, “fica nítida a ausência dos grupos do tambor pela cidade, basta notar que em todo circuito de carnaval quem abria as apresentações eram os tambores. O coreiro também afirma que essa tese de que uma ocupação anual do tambor na Casa do Tambor seria o suficiente, não é verdadeira. Para Catatau, “a partir do momento que o Estado assinou o compromisso de ajudar na salvaguarda do tambor, muitas e muitas ações deveriam ser executas e a manifestação deveria ser priorizada. O Secretário fala de crise,  mas previu em seu orçamento um volume robusto de recursos para contratação de som, trios elétricos a atrações nacionais. Fica evidente a falta de compromisso da atual gestão da Secretaria de Cultura com a manifestação. O que já vem acontecendo há tempos e piorou agora no carnaval. Portanto, uma de nossas pautas é a volta do Tambor de Crioula de forma massiva para as ruas, bailes e espaços culturais da cidade”, reivindicou Catatau.

Já Paulinho de Maré aponta a necessidade de um diálogo mais aberto e democrático entre governo e sociedade civil. Para Paulinho, “a Casa do Tambor de Crioula vem sendo má administrada, perdemos o valor de nosso cachê, e muitos tambores ficaram de fora da programação, enquanto outros pegaram apenas uma apresentação. Isso representa uma vergonha o que estão fazendo com o Tambor de Crioula.”

A manifestação foi importante para chamar a atenção do descaso do poder público com o Tambor de Crioula. Os manifestantes, caso não sejam atendidos em suas pautas, pretendem voltar amanhã para uma nova manifestação. Estiveram presentes: Simei Dantas, Paulinho de Maré, Junior Catatau, Mestre Bolota, Mestre Zé Banana, Felipe, Candinho, Dona Tereza, Mestre Gonçalinho, Correa, Cibica, Mônica, Claudia, Bigorna, Rosa Reis, Dona Maria, Rozira, Ianara, Socorro, Vitório e outros.

Imagem / divulgação: Grupos de tambor de crioula realizaram protesto em frente ao Palácio dos Leões

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Tião Carvalho e Dyl Pires são atrações no Projeto Papoético

O Projeto Coletivo Papoético, articulado pelo poeta e jornalista Paulo Melo Sousa, teve início em dezembro de 2010 e, dentre tantas atividades culturais, realizou em 2012 o seu primeiro festival de poesia, buscando animar o meio cultural de São Luís. Depois desse evento, foram realizados mais dois festivais. O projeto foi formatado para acontecer num ambiente de bar. Após as apresentações das atividades culturais previstas, os participantes se confraternizam e continuam o papo de forma mais descontraída. Inicialmente surgiu num bar/sebo, depois se transferiu para o Restaurante / bar Cantinho da Estrela e, finalmente, ocupou o espaço do bar Taberna da Bossa, no Centro Histórico de São Luís.

O coletivo retoma a proposta, desta vez no Bar Latino, localizado na rua do Giz, anexo à Pousada Portas da Amazônia. “Entendemos a cultura como ferramenta necessária para o desenvolvimento da sociedade, sobretudo pelo incentivo ao hábito de práticas criativas que fortalecem a salvaguarda e o sentimento de pertencimento. Acreditamos que é possível construir através do desenvolvimento cultural uma sociedade mais esclarecida, mais capaz, com vontade própria e menos indiferente à vida social e política de sua localidade e do país, com inclusão cultural, com a multiplicidade de formas de transmissão de conhecimento, favorecendo a participação provocativa, criativa e transformadora de novos talentos na área, promovendo, dessa maneira, o fortalecimento da cidadania”, declara o poeta Paulo Melo Sousa.

Noite terá leituras do poeta Dyl Pires

O retorno da ação cultural acontece nesta quinta-feira (28 fevereiro), trazendo novamente à cena cultural da Ilha Tião Carvalho (imagem destacada), um dos ícones da música contemporânea do Maranhão e está vivendo um momento histórico no qual celebra 40 anos de carreira artística. Cantor e compositor, o artista interpreta composições de familiares, amigos e maranhenses renomados que marcaram sua trajetória artística, além de composições próprias  cujas letras revelam um pouco da sua terra e suas memórias, garimpadas por meio das canções e ritmos que resgatam a força da sua ancestralidade quilombola nos rincões de Cururupu.

Seu repertório passeia pelos ritmos do bumba-meu-boi, cacuriá, tambor de crioula, tambor de mina, samba, carimbó e reggae, sempre reverenciando a cultura maranhense em seu trabalho autoral. Essa fidelidade às tradições maranhenses visa, também, fortalecer a representatividade dos afro-descendentes, promover o respeito e valorização da cultura maranhense e incluir as mais diferentes etnias nessa troca. Além do show com Tião Carvalho, acontecerá leitura de poesias com Dyl Pires, e criação da Confraria da Água Benta (degustação de cachaça), com sorteio de livros entre os presentes.

O Projeto Coletivo Papoético visa divulgar, revelar e incentivar a atual produção cultural maranhense, com o intuito de estabelecer um contato maior entre artistas, intelectuais, produtores culturais e a comunidade em geral, com incentivo à produção cultural, divulgação da arte e da cultura, realização de eventos culturais individuais e coletivos, visando despertar o interesse pela arte e a cultura na comunidade em geral, facilitar o conhecimento de novos nomes da cultura maranhense, fortalecendo a identidade cultural como instrumento para o cumprimento social da expressão cultural da comunidade.

SERVIÇO

O quê? Projeto Coletivo Papoético.

Onde? Bar Latino (rua do Giz, anexo à Pousada Portas da Amazônia – Centro Histórico de São Luís).

Quando? Dia 28 de fevereiro de 2019 (quinta-feira)

Hora? A partir das 19h30

Programação: Show com Tião Carvalho, leitura de poesias com Dyl Pires, criação da Confraria da Água Benta (para degustação de cachaça), com sorteio de livros entre os presentes.

Será cobrado couvert artístico: R$ 15 reais.

Imagens / divulgação

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Bloco ‘Ninguém solta a mão de ninguém’ traz manifesto “Mais valia para nós é folia”

Fonte: Blog Buliçoso

A frase do velho Karl Marx – que nunca antes na história deste país foi tão combatido – cabe como uma luva de boxe, uma cabeçada de capoeira, um chute no pau da barraca já murcha dos alucinados por mamadeiras de piroca, admiradores da Ditadura Militar, LGBTfóbicos e racistazinhos de meia tigela, como se dizia no tempo de vovó. “As revoluções são a locomotiva da história” serve de epígrafe para o único evento carnavalesco de São Luís, assumidamente de protesto contra a atual conjuntura política e social do país.

O Bloco Ninguém solta a Mão de Ninguém vai se concentrar no Espaço Cultural Trem das Onze, Beira-Mar, em frente à Rffsa, na próxima sexta-feira (1), a partir das 18h. A festa também terá um ato de desagravo e indignação contra a violência de policiais militares que, na semana passada, invadiram o local, dispararam tiros para o alto e empurraram à força a proprietária, Iria de Fátima Machado, para o camburão. Iria é negra, militante de esquerda e neta de um maquinista da antiga estação da Rffsa, Raimundo Machado.

“Será um ato festivo. Em menos de dois meses, o governo Bolsonaro já se encontra mergulhado em escândalos de toda ordem, envolvendo denúncias de candidaturas laranja, relações com milicianos, instabilidade provocada pela ingerência de filhos e em saques às garantias estabelecidas pelo Estado Democrático de Direito”, afirma o Manifesto Mais Valia para nós é Folia, distribuído pela Comissão Organizadora. O evento conta com apoio da Agência Tambor, experiência pioneira no Maranhão em comunicação livre, popular e alternativa.

“Os movimentos progressistas e as organizações sociais precisam criar e estabelecer mecanismos de expressão para se contrapor ao discurso da mídia hegemônica que, via de regra, cria narrativas em defesa de interesses que não são necessariamente os interesses populares. O período carnavalesco, época da maior festa popular do Brasil, é uma inequívoca vitrine para mensagens que provoquem a necessária indignação nos embates contra um projeto de nação excludente e conservador”, explica o texto-convite.

O Bloco Ninguém solta a Mão de Ninguém é uma iniciativa da Buliçoso Produções Artísticas, do blog Buliçoso. Os ingressos custam R$ 25,00 (vinte e cinco reais) e podem ser adquiridos de modo digital pela plataforma: https://www.sympla.com.br/bloco-ninguem-solta-a-mao-de-ninguem__465824 ou pelo whatsapp: (98) 98302.1639.

SERVIÇO

Bloco Ninguém Solta a Mão de Ninguém

Quando: 1º de março/2019 (sexta de Carnaval)

Local: Espaço Cultural Trem das Onze (em frente à Refesa, na Beira-mar)

Ingressos: R$ 25,00

Mais informações: (98) 98302.1639

Fonte: https://bulicoso.com.br

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Escola de amestrados, país de robôs!

O Brasil está mergulhado em um pântano cultural que puxa para o fundo e mata algumas esperanças. Outras, pela dinâmica da História, não se deixarão tragar. É isso que nos anima em meio às notícias ruins.

A investida dessa vez é uma derivação do projeto Escola Sem Partido, vindo à tona pelo comunicado do Ministério da Educação às escolas, para que os estudantes cantem o hino nacional e sejam filmados, a pretexto de “incentivar a valorização dos símbolos nacionais”. Ainda por cima, os alunos teriam de ouvir uma carta cujo desfecho seria o bordão publicitário da campanha presidencial de Jair Bolsonaro.

O objetivo é claro: matar o sentido pleno da educação como prática de liberdade e desconstruir o Estado laico, regido por uma Constituição de 30 anos.

Diante das críticas, o ministro Ricardo Vélez Rodríguez recuou e disse que não era bem assim. Mas, não nos espantemos se a elite pensante do governo voltar à carga com algo mais radical: além de cantar o hino nacional, os estudantes terão de ler trechos da bíblia.

Sob o manto de um suposto nacionalismo e apego aos valores cristãos, o atual governo brasileiro apresenta ideias e propostas antiquadas, como se o passado fosse gerar a salvação da pátria.

Isso não ocorre por acaso. É preciso entender o contexto.

A onda conservadora que destrói a República no Brasil é fabricada na mesma forma que gerou criaturas como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, turbinado pelo discurso que disseminou notícias falsas e ódio.

Na campanha e na gestão, Trump tem um fantasma e um alvo, respectivamente: a América voltará a ser grande e os inimigos são os mexicanos e os muçulmanos.

Mutatis mutandis, o Brasil voltará à glória do passado e os inimigos são a esquerda e o materialismo cultural.

Nesse contexto macropolítico, o governo ataca a escola para criar uma geração de estudantes amestrados e pais robotizados, alimentados pelas fake news que grassam como uma praga destruidora da capacidade de pensar e refletir.

Basta ver o episódio recente que atribuiu à esquerda a “proposta” de distribuir uma mamadeira erótica para as crianças.

Assim, a tentativa de perfilar estudantes para cantar o hino nacional chega a ser um desprezo pela educação diante de muitos problemas a resolver. Com tantas escolas sem teto nem material didático, salas sem professores, docentes com baixos salários, condições de trabalho precárias, desvio de dinheiro público nos fundos constitucionais, escolas sem água potável nem quadras esportivas… eis que o MEC está preocupado com (pasmem!) a cantoria do hino nacional.

Entendamos também a proposta do Ministério da Educação como parte da estratégia de comunicação do governo para desviar o debate sobre os grandes temas: a reforma da Previdência, a economia e a geopolítica.

Se fosse nacionalista e patriota, o governo estaria a defender as nossas reservas de petróleo e o patrimônio nacional, não se perfilando às investidas dos Estados Unidos para usurpar a maior riqueza mineral da Venezuela.

Caso este governo fosse realmente patriota e nacionalista, não estaria tentando aprovar a reforma previdenciária que vai criar uma legião de miseráveis no momento em que a proteção do Estado é fundamental – a velhice.

O plano ideológico da onda conservadora é um pacto geracional pela mediocridade. Amestra as crianças na escola para levá-las ao matadouro sem resistência quando estiverem idosos.

Isso é desumano.

Imagem do site El País: Estudantes perfilados fazem saudação nazista a Hitler