Fonte: Agência Tambor
A luta contra o racismo religioso e a garantia do respeito às religiões de matriz africana, em São Luís, ganha corpo e apoiadores.
Além da consolidação de um pacote de medidas que devem ser implementadas para coibir agressões e desrespeito às comunidades de terreiros, seus adeptos e simpatizantes.
Vários atos e atividades estão sendo realizados pelos povos de terreiro para combater os constantes ataques.
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Na quarta-feira (20/09), líderes de religiões de matriz africana foram recebidos pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores de São Luís, presidida pela vereadora Silvana Noely (Mais Brasil).
Na audiência, intermediada pela Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MA), os líderes religiosos e entidades de religiões de matriz africana protocolaram um documento com várias reivindicações.
Entre as reivindicações estão a realização de Audiência Pública sobre Racismo Religioso na Câmara de Vereadores de São Luís; a criação de programas e promoção de campanhas contra o racismo; e a criação de uma Secretaria Municipal de Igualdade Racial, com a responsabilidade de criar uma política e plano municipal de Igualdade Racial.
Ao final da audiência, a Iyalorixá Jô Brandão, coordenadora do Coletivo DAN EJI, avaliou a reunião como extremamente positiva. “A comissão se comprometeu com a realização da audiência pública contra o racismo religioso contra as religiões de matriz africana, no Maranhão. Vamos formar um grupo para juntos pensarmos e realizarmos a audiência”, assinalou Jô Brandão.
A Iyalorixá enfatizou ser essencial medidas como a audiência para coibir esses crimes de intolerância religiosa que têm tido um crescimento exponencial no Maranhão.
Recentemente, entre outros casos, ocorreu a depredação da imagem de Iemanjá; o ataque ao Terreiro de Mina do Ilê Ashé Oxum Opará, além de discursos de ódio que se alastram em redes sociais.
Parceria
Em sua luta, as comunidades de terreiro têm contado com o apoio da OAB/MA. A advogada Caroline Tayane Caetano, presidenta da Comissão de Promoção da Igualdade Racial da instituição, ressaltou que a instituição tem realizado um trabalho para possibilitar um diálogo interinstitucional.
“Estamos intermediando agendamentos de encontros na Assembleia Legislativa do Maranhão, Câmara de Vereadores de São Luís e Ministério Público estadual e no Judiciário para assegurar espaços para que as lideranças de matrizes africanas sejam ouvidas”, relatou a advogada Caroline Tayane Caetano.
A advogada também avaliou como extremamente positivos os resultados obtidos. “Na Câmara, a Comissão de Igualdade Social assumiu o compromisso de buscar uma interlocução junto ao Poder Executivo de São Luís em busca de uma solução e melhor alinhar a implementação de uma política pública de igualdade racial, ainda inexistente em São Luís”, relatou.