Seria exagero afirmar que São Luís pode entrar em colapso de abastecimento de água potável no médio ou longo prazo?
A provocação é necessária para pensarmos a cidade do presente de olho no futuro próximo.
Tanta água caindo do céu não significa que temos abundância, porque as propostas de revisão da legislação urbanística (Plano Diretor) dos últimos 10 anos não planejam a cidade para assegurar condições reais de preservação das áreas de recarga de aqüífero.
A água da chuva precisa de cobertura vegetal para infiltrar no solo e abastecer os lençóis freáticos (os rios subterrâneos).
E onde está a cobertura vegetal? Na zona rural, que é duramente atacada como se fosse um obstáculo para o “desenvolvimento”, “a geração de empregos”, “a implantação de grandes investimentos” e outras frases de efeito.
Como se não bastasse a ofensiva contra a zona rural dentro da ilha de São Luís, a cidade pode sofrer sérias conseqüências do processo de poluição e assoreamento do rio Itapecuru, que abastece boa parte da população da capital.
Não é exagero afirmar que o rio Itapecuru está virando uma vala de agrotóxicos e esgoto, como se fosse um depósito de toda a sujeira jogada ao longo do seu percurso, até chegar nas torneiras dos ludovicenses.
Esses dois temas da mais alta relevância são pouco abordados na maioria dos meios de comunicação.
Apenas a Agência Tambor vem insistindo em pautar a situação da capital e a sua extensão continental.
Quatro entrevistas mais recentes do Jornal Tambor são fundamentais para entender a gravidade da situação da água e o contraponto ao discurso do progresso a qualquer preço.
Ouça os podcasts e saiba mais:
O advogado Guilherme Zagallo fala sobre a poluição em São Luís.
A geóloga e professora Edileia Dutra aborda a relação entre a água e o Plano Diretor.
O professor e escritor Henrique Borralho e o economista Josemar Sousa Lima discorrem sobre a situação do rio Itapecuru
2 respostas em “São Luís, o rio Itapecuru e o Plano Diretor”
É preocupante e real a nescessidade de ser feito o plano diretor do Rio Itapecuru, pois é ele a principal fonte de abastecimento de água potável para a capital de São Luís. Se não for feito nada em prol da manutenção e conservação ideal dessa fonte de água. O ludovicense, poderá pagar caro por outras formas de obtenção de água potável.
Muito obrigado pela leitura e comentário pertinente.