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Viana é palco do novo “Mural da Memória” em homenagem ao cantador Diomar Leite

O município de Viana, localizado na Baixada Maranhense, recebe esta semana, entre 23 e 26 de agosto, a equipe do Projeto “Amo, Poeta e Cantador: Murais da Memória pelo Maranhão”. Nestes dias, o artista plástico Gil Leros, com o uso da técnica do graffiti, produzirá mais um grande mural da memória, dessa vez para homenagear o fundador do bumba meu boi “Nossa União de São Cristóvão de Viana”: Diomar Leite.

De sotaque de matraca da baixada, o boi “Nossa União” de São Cristóvão possui, oficialmente, cerca de 30 anos de história, tendo sido fundado por Diomar Leite no início da década de 1990. Mas, na realidade, estudos e pesquisas mostram que a brincadeira é centenária, datando do início do século XX, sendo parte importante dos costumes e tradições da comunidade São Cristóvão.

A brincadeira ficou paralisada por alguns anos, mas ressurgiu, com força total, sob a liderança do falecido Diomar Leite. Ele é, para muitos, ‘um grande mestre da cultura popular do Maranhão’, como declara o também mestre José Manoel Sousa, o popular ‘Baeco’, amigo pessoal de Diomar Leite, estando com ele à frente do boi “Nossa União” por muitos anos. “Diomar é mestre dos mestres. Grande organizador e dirigente do Boi Nossa União de São Cristóvão”, reconheceu o entusiasmado ‘Baeco’.

Com o falecimento de Diomar, ‘Baeco’ assumiu o comando do boi. Mas, problemas de saúde o obrigaram a passar a direção do “Nossa União” para a sua afilhada Ana Selma. Ele, contudo, está sempre presente, todos os anos, nas brincadeiras.

O povoado São Cristóvão nasceu à margem leste do lago de Maracaçumé, onde existia, até o final do século XIX, um engenho de açúcar, e fica distante cerca de 50 quilômetros do Centro de Viana, cidade com pouco mais de 52 mil habitantes (dados do IBGE de 2019), fundada em 08 de julho de 1757. Viana tem, portanto, 264 anos.

O boi Nossa União de São Cristóvão é composto atualmente de 150 brincantes. Traz em suas fileiras o patrão, o amo, Pai Francisco, Mãe Catirina, cazumbas, índias, caboclos de pena, burrinhas, cacique rolador do boi, carregadeira de santo, bailantes homens, bailantes mulheres e vaqueiros. O ritmo da música é mais lento do que o de sotaque de matraca da ilha. Mas, os instrumentos usados também são as matracas e os pandeirões. Esses têm um tamanho menor do que os de sotaque da ilha.

A construção de grandes “Murais da Memória” e de um documentário em homenagem a personalidades que marcaram a história do bumba meu boi do Maranhão compõem uma idealização do artista plástico Gil Leros, em parceria com o bumba boi da Floresta, de Apolônio Melônio, com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Benfeitoria e do Sitawi Finanças do Bem.

Foto destacada / divulgação / O artista Gil Leros segue pintando murais em várias regiões do Maranhão /

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