Categorias
notícia

Movimento das bancas de revista realiza assembleia para criar associação em São Luís

Na data em que se comemora o Dia Nacional do Jornaleiro, 30 de setembro, os gestores e gestoras das bancas de revista vão realizar uma assembleia para criar a Associação dos(as) Jornaleiros(as) da Grande Ilha de São Luís.

A assembleia acontecerá no auditório do Sindicato dos Servidores Federais (Sindsep), das 9h às 11h, para a eleição da diretoria e formalização da entidade. O Sindsep fica localizado na avenida Newton Bello, 524, Monte Castelo (vizinho à igreja Nossa Senhora da Conceição).

Em São Luís houve uma redução drástica da quantidade de bancas. Havia mais de 40 estabelecimentos no final de 2019 e hoje restam apenas 25.

A iniciativa de criar uma associação tem o objetivo de congregar e organizar esse importante segmento cultural da cidade e impedir a extinção das bancas.

Durante as reformas das praças de São Luís, na gestão do prefeito Edivaldo Holanda Junior (PDT), já foram eliminadas as bancas das praças Deodoro e João Lisboa. Houve ameaça de retirada também das duas bancas localizadas em frente ao shopping Tropical, no Renascença II, mas houve resistência e elas permanecem no local (reveja aqui e aqui).

Segundo o jornaleiro André Rios, fundador do grupo JKomics, que promove a leitura entre crianças e jovens através das histórias de quadrinhos, as bancas são fundamentais para formação de novos leitores.

As bancas, além de serem meio de sobrevivência para as famílias dos jornaleiros, são importantes meios de difusão cultural, incentivo à leitura e até mesmo de prestação de serviços para turistas e moradores que buscam informações sobre linhas de ônibus, localização de prédios públicos e outros endereços na cidade.

O movimento em defesa dos jornaleiros tem o apoio da Agência Tambor, que já proporcionou espaço no Jornal Tambor para que os jornaleiros tenham oportunidade de falar e expressar o sentido das bancas na cidade.

De acordo com o jornalista e escritor Emílio Azevedo, membro da Agência Tambor, as bancas são fundamentais para a circulação de produtos culturais na cidade e também constituem espaços de convivência entre vizinhos e grupos específicos, como os colecionadores de revistas em quadrinhos.

Azevedo é autor de vários livros e um dos fundadores do jornal Vias de Fato. “Os livros e o jornal eram vendidos nas bancas e temos uma relação muito antiga e orgânica com esses estabelecimentos que são fonte de renda para muitas famílias”, afirmou Emílio, que é candidato a vereador pelo PSB e reforça o compromisso com a defesa das bancas.

O candidato a prefeito de São Luís, Bira do Pindaré (PSB), em reunião com os gestores dos estabelecimentos, mencionou que os equipamentos e as políticas de incentivo à leitura estão registrados em seu programa de governo e as bancas constituem plataformas culturais da cidade. “Por isso reafirmamos o compromisso de defender esse segmento que é um patrimônio de São Luís”, destacou Bira.

Categorias
notícia

Avenida Litorânea de São Luís já foi palco de três assassinatos com grande repercussão

Um dos principais pontos de turismo e lazer da capital maranhense, a avenida Litorânea é também o local onde foram registrados três crimes de assassinato contra um delegado, um jornalista e um integrante de facção criminosa.

Devido à poluição, quase todas as praias ao longo da orla margeada pela avenida Litorânea são impróprias para banho, mas recebem um público expressivo de frequentadores dos bares e restaurantes, além dos praticantes de caminhada e outras atividades físicas.

Veja os casos de execução em uma das avenidas mais famosas de São Luís:

Delegado Stênio Mendonça

Na manhã de 25 de maio de 1997 o delegado Stênio Mendonça foi executado a tiros por José Vera Cruz Soares Fonseca (o Cabo Cruz) e José Rodrigues da Silva (o Zé Julio), no calçadão da avenida Litorânea.

À época, o delegado investigava delitos relacionados ao roubo de cargas e acabou revelando uma rede criminosa envolvendo policiais, pistoleiros, empresários e parlamentares.

A execução de Mendonça desencadeou posteriormente o aprofundamento das investigações sobre roubo de cargas e pistolagem no Maranhão. A Assembleia Legislativa criou a CPI do Crime Organizado, levando à prisão de vários integrantes de quadrilhas especializadas em roubo de carretas de transportadoras e assassinatos de aluguel.

Jornalista Décio Sá

Em 23 de abril de 2012, por volta das 23h, o jornalista e blogueiro Décio Sá foi assassinato por cinco tiros (três no tórax e dois na cabeça) em um bar, na avenida Litorânea, pelo pistoleiro Jhonathan de Souza Silva.

Décio Sá editava um blog e vinha publicando várias reportagens sobre a prática da agiotagem, envolvendo cerca de 40 prefeituras no Maranhão. A investigação sobre o assassinato revelou os tentáculos de uma organização criminosa com a participação de empresários, prefeitos, agiotas e policiais.

O crime repercutiu fora do Brasil e várias entidades manifestaram pesar, a exemplo da Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Associação Nacional dos Jornais (ANJ) e Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).

Líder de Facção Criminosa

Pelo menos dez tiros foram disparados para matar um líder de facção criminosa dia 27 de setembro de 2020 (domingo), no calçadão da avenida Litorânea.

O crime ocorreu em meio a um clima de apreensão na cidade, gerado pelo conflito entre facções rivais atuantes na região metropolitana de São Luís, entre elas o temido “Bonde dos 40”.

Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública, a vítima, cuja identidade não foi revelada, comandava uma facção criminosa atuante no bairro Vicente Fialho, onde recentemente assumiu o controle do território e atiçou a rivalidade junto às outras gangs.

Imagem destacada: Honório Moreira / O Imparcial / D.A Press.

Categorias
notícia

Adriano Sarney no tempo das vacas magras

Candidato a prefeito de São Luís até sábado (26), o deputado estadual Adriano Sarney (PV) anunciou a desistência do pleito. Logo ele, que havia sido o primeiro a oficializar o nome em convenção realizada dia 31 de agosto.

O ex-candidato é neto de José Sarney e primogênito de Sarney Filho, ex-deputado federal e ex-ministro do Meio Ambiente.

Embora faça parte do clã, ele não teve apoio sequer do MDB controlado pela família. A ex-governadora Roseana Sarney preferiu uma aliança mais pragmática com o PDT e o DEM, formalizando o apoio do partido à coligação liderada por Neto Evangelista.

A falta de apoio dentro de casa foi um dos fatores para a desistência de Adriano Sarney.

É uma renúncia dolorida para quem nasceu e cresceu em berço de ouro e sempre teve plenas facilidades na vida: fortuna, empregados e serviçais, as melhores escolas, conforto, um oceano de oportunidades e todos os sonhos realizáveis na palma da mão, na chave de um cofre ou em uma conta bancária.

Publicamente ele tentou disfarçar o desgaste, atribuindo a sua renúncia ao pouco tempo de propaganda eleitoral e à exclusão dos debates nas duas maiores emissoras de televisão: TV Mirante/Globo e TV Difusora/SBT.

Detalhe: a TV Mirante é propriedade da família e administrada pelo seu tio Fernando Sarney, mas submetida em alguns casos às regras da Rede Globo, que restringiu o número de candidatos nos debates.

Um fator ainda mais profundo para explicar a renúncia é a perda de musculatura política do clã liderado por um José Sarney já quase fora de combate.

Dinheiro a família tem de sobra, mas falta a força do capital político, partidário e eleitoral para disputar o poder real.

Durante 50 anos José Sarney mandou e desmandou no Maranhão montado na besta fera do sistema oligárquico. Ele tinha relação direta com o governo federal desde a ditadura militar até Dilma Roussef (PT); controlava quase totalmente a bancada de deputados em Brasília e na Assembleia Legislativa, além dos senadores; era influente no Judiciário e construiu uma teia de relações fisiológicas e clientelistas com as elites local e nacional.

Esse tempo passou e hoje os políticos da família estão sem mandato, restando apenas o deputado estadual Adriano Sarney, esbravejando na oposição, em um partido minúsculo, desprezível, insignificante.

O ex-candidato a prefeito chegou ao cúmulo de subtrair do seu nome, no painel da Assembleia Legislativa, o sobrenome Sarney.

Ele queria ser apenas Adriano. E agora conseguiu. Não é mais candidato à Prefeitura de São Luís e dificilmente será reeleito deputado estadual em 2020.

Que assim seja: somente Adriano, sem mandato nem poder.

Veja abaixo a carta de renúncia:

“Carta aos candidatos e eleitores do PV em São Luís

Saudações verdes!

Foi uma longa jornada de superação desde o lançamento de nossa pré-candidatura há 1 ano até chegarmos neste dia. Formamos uma das maiores chapas de vereadores da disputa, somos 40. Com fé em Deus e nas pessoas de São Luís, vamos ter representação na Câmara Municipal. Escolhemos a surpreendente jovem Vall Nascimento para compor a majoritária como nossa candidata à vice-prefeita. Continuamos pontuando bem nas pesquisas, apesar de estarmos caminhando sem o apoios de grupos, partidos ou políticos tradicionais, e de termos sido candidato em eleições anteriores na capital. Temos que ter orgulho de tudo isso!

Devido ao nosso limitado tempo de TV – 6 segundos-, estávamos confiando na presença nos debates para expormos nossas ideias e mostrarmos para as pessoas nosso diferencial: conhecimento e experiência econômica e administrativa para levarmos São Luís para um novo patamar de desenvolvimento. O momento pede um gestor qualificado e me sinto preparado para assumir essa responsabilidade de superarmos a maior crise econômica e social das últimas décadas.

No entanto, não foi possível garantir nossa presença nos três debates com maiores audiências. A Rede Globo nacional impôs condições duras para a realização do evento devido a pandemia. Nossa opinião é de que não haverá debate neste veículo de maior audiência. Por outro lado, a TV Difusora/SBT realizará dois debates, mas, surpreendentemente, utilizou-se de uma regra eleitoral para nos deixar de fora, mesmo pontuando nas pesquisas acima da maioria dos outros candidatos que terão a chance de expor suas ideias. Acreditamos que, nestas condições impostas pela TV Difusora, o processo eleitoral em São Luís não será democrático uma vez que a maioria da população aguarda ansiosamente pelos debates.

Decidimos então retirar nossa candidatura a prefeito de São Luís. Vamos seguir com nossos candidatos a vereadores de forma independente.

Um abraço e boa sorte a todos!

Adriano Sarney

Categorias
notícia

Caminhada: Bira vai iniciar a campanha no bairro João Paulo

A estreia oficial da campanha do candidato a prefeito de São Luís, Bira do Pindaré (PSB), será com os pés no chão e muita esperança, respeitando os protocolos sanitários. O socialista escolheu a rua da Cerâmica, no bairro João Paulo, para deflagrar as atividades de conquista do eleitorado na caminhada “Por uma São Luís mais bela, humana e justa”, domingo, 27, às 8 horas. A concentração será na praça em frente à delegacia do João Paulo.

Bira estará acompanhado dos candidatos à Câmara Municipal e apoiadores, em número limitado, para evitar aglomerações. No anúncio da caminhada o candidato registrou o uso de máscara e todas as outras recomendações das autoridades de Saúde para preservar as pessoas diante da pandemia covid19.

“A rua da Cerâmica foi escolhida porque tem uma simbologia forte na minha vida. É a rua onde eu cresci e comecei a interagir com a cidade que pretendo administrar, se assim o povo quiser”, justificou. “Vamos pela rua da Cerâmica, onde morava o finado Zozias, pai dos meus amigos Carlos Henrique, Zózimo e Zozias Filho, meus amigos do Colégio Batista”, completou o jornalista e candidato a vereador Emílio Azevedo, que vai participar da caminhada.

Jornalista Emílio Azevedo estará com
Bira nas ruas do João Paulo

O candidato do PSB vem pontuando nas pesquisas e segue embalado pela convenção que definiu a chapa formada com a professora da UFMA, Letícia Cardoso, além de 40 candidatos ao parlamento municipal.

A convenção dos socialistas foi marcada pela responsabilidade e respeito com a vida das pessoas, seguindo todas as recomendações sanitárias. O ato de homologação da chapa Bira do Pindaré e Letícia Cardoso teve público limitado, aferição de temperatura corporal, distribuição de máscaras aos filiados e disponibilização de álcool em gel em todos os espaços do evento.

Durante a pré-campanha, Bira do Pindaré dialogou com vários setores da sociedade e nos bairros de São Luís, sempre em pequenas reuniões para evitar aglomerações. Ele também fez encontros virtuais nas redes sociais para ouvir a população, os movimentos sociais, técnicos especializados, pesquisadores, empreendedores e a juventude, colhendo sugestões em áreas fundamentais para a gestão da cidade, com o objetivo de elaborar o programa de governo.

A caminhada no João Paulo terá prosseguimento em muitos bairros de São Luís. “Eu vou fazer a campanha com o pé no chão, como sempre fiz. Vou caminhar as ruas da nossa São Luís para conversar olho no olho com as pessoas. Nosso grande diferencial é a nossa identidade, com uma candidatura que vem da periferia e que representa a população negra de São Luís”, explicou o candidato.

DESCRIÇÃO DA IMAGEM DESTACADA

A imagem é uma peça gráfica que tem foto candidato a prefeito Bira do Pindaré no lado esquerdo e do lado direito a foto da candidata a vice-prefeita Leticia Cardoso. As fotos são acompanhadas dos dizeres: “Caminhada. Por uma São Luís mais bela, humana e justa!” Vamos começar com pé no chão e muita esperança! Dia 27 de setembro, domingo às 8h. Concentração na praça em frente à delegacia do João Paulo.

Categorias
notícia

Índios, farinha e os franceses nos primórdios de São Luís

Ed Wilson Araújo

As origens de São Luís são contadas por duas narrativas. Uma parte dos historiadores sustenta a tese da fundação e colonização portuguesa. Outros estudiosos argumentam a primazia dos franceses.

Na minha condição de simples jornalista eu não me atrevo a opinar sobre as duas versões nem tenho conhecimento teórico para aderir a nenhuma delas.

Meu interesse pontual nesse texto é apenas resenhar a importância da farinha na relação entre os franceses e os índios do Maranhão, quando da tentativa de implantar aqui a França Equinocial, no início do século XVII.

Os relatos estão presentes na obra “Os papagaios amarelos”, de Maurice Pianzola, uma das referências bibliográficas para entender, em parte, a fundação da cidade.

Pianzola fundamenta seu relato baseado em cartas, documentos e registros dos conquistadores, entre eles o monge Yves d’Évreux, o padre Claude d’Abbeville, o cavaleiro (tenente-coronel) François de Razilly, o tenente-general Daniel de La Touche (senhor de La Ravardière) e o nobre Charles de Voux, entre outros.

Um dos trechos da obra de Pianzola faz referência à farinha como ingrediente essencial da guerra, que incluía também a habilidade dos índios na fabricação de canoas para o deslocamento entre os rios.

“Delibera-se, e é para constatar que resta justo o suficiente de farinha para a viagem de volta ao Maranhão. É preciso dar marcha à ré com todo o exército, deixando apenas uma antena composta de dois escravos tabajaras munidos de farinha para um mês…” (p. 72)

Ao discorrer sobre o deslocamento dos franceses no reconhecimento do território e na conquista dos povos indígenas, Maurice Pianzola diz:

“Trata-se realmente de uma expedição guerreira, posto que se propõe a ir mais além dos territórios ocupados pelos tupinambás, aliados tradicionais dos franceses.

A partir desse momento, nosso capuchinho não mais sairá da praça da aldeia. Quer ver tudo com os próprios olhos e compreender tudo. Passa horas entre as mulheres e as moças que enchem cofos de farinha de mandioca depois de terem-na torrado mais tempo do que normalmente, e misturam-na com especiarias para conservá-la. Prova a farinha fazendo careta, em meio aos risos, pois acha-a menos saborosa do que a farinha fresca, mas sem dúvida alguma de mais leve digestão.” (p. 74)

No tópico “Da partida dos franceses para ir ao Amazonas”, o autor descreve a expedição comandada por Daniel de La Touche, citando uma carta do capuchinho Yves d’Évreux:

“No ano, pois, de mil seiscentos e treze, no mês de julho no oitavo dia, o senhor de La Ravardière partiu do porto de Santa Maria do Maranhão, saudado por vários canhoneiros e mosquetaços disparados do forte de São Luís, como é hábito entre a gente de guerra, levando consigo quarenta bons soldados e dez marinheiros.”

Leva também, à guisa de reféns e segundo o costume nunca se sabe o que pode acontecer, vinte dos “principais selvagens”, e sua lancha, escoltada por algumas canoas indígenas, margeia prudentemente a costa e mete-se entre um rosário de ilhas e arrecifes. Arriba primeiro em Cumá, onde esperam por ele várias canoas carregadas de guerreiros e farinha, e depois chega aos Caietés, onde estão agrupadas vinte aldeias tupinambás.” (p. 76)

Como se pode observar, a farinha originária da cultura alimentar indígena está presente na segurança nutricional do povo Maranhense desde os primórdios da colonização, sendo um mantimento indispensável para abastecer as aldeias e os conquistadores nos processos de luta, dominação e resistência.

REFERÊNCIA

PIANZOLA, Maurice. Os papagaios amarelos. Brasília: Senado Federal, 2008

Imagem destacada / ilustração da chegada dos franceses em São Luís

Categorias
notícia

“Rumbora Marocar” promove educação política e checagem de informações nas eleições de São Luís

Criada pelo coletivo Re(o)cupa – atuante desde 2016 em São Luís, com foco na democratização da arte, cultura e educação através de novas perspectivas coletivas -, a campanha “Rumbora Marocar” fará sua estreia nas Eleições Municipais de São Luís em 2020, como um projeto de educação política popular e de verificação de conteúdo.

“Rumbora Marocar” terá uma plataforma digital oficial, que funcionará como ferramenta democrática indispensável e atuará na formação política dos cidadãos, na medida em que coloca o debate de projetos políticos e sociais e apresenta a possibilidade de importantes mudanças neste período, além de contribuir na ampliação de conhecimento aos ludovicenses sobre o processo eleitoral.

O site oficial da campanha estreia dia 20 de setembro e será disponibilizada inicialmente por um ano, podendo ser utilizada para mais ações sobre o âmbito político institucional da ilha. Acesse em: www.rumboramarocar.com.br.

A campanha será realizada de setembro a dezembro de 2020, com foco em promover o debate sobre o conteúdo produzido entre os eleitores do município de São Luís (todo e qualquer cidadão a partir dos 16 anos).

Para Deuza Brabo, uma das organizadoras da campanha, entre os propósitos da “Rumbora Marocar” está o de ofertar mecanismos para que a população detenha conhecimentos e exerça a cidadania através do voto com maior consciência nas eleições municipais de São Luís. “Com o Rumbora [Marocar], queremos a criação e a disseminação de conteúdos informativos e educacionais, sempre com uma linguagem clara e de fácil entendimento. Estamos comprometidos em realizar este projeto trabalhando com a realidade dos fatos e distante de interesses particulares e partidários. Nossa missão é propiciar um melhor entendimento tanto da política institucional quanto da política local”, afirmou.

Ao todo, serão 75 dias de informações sobre a conjuntura política ludovicense, seu embate e análise de seus discursos e diálogos, buscando levar coerência e transparência para a população. “Através de lives, matérias especiais e inéditas e uma forte campanha nas redes sociais, seguiremos, por quatro meses, instigando o debate sobre temas em discussão na cidade a fim de incentivar a população a participar ativamente, criando espaços de diálogo com os principais usuários das cidades”, pontuou Kadu Vassoler, também organizador da plataforma, que ressalta ainda a realização de cinco programas interativos (lives/ao vivo) com convidados especialistas para debater sobre temas da cidade. 

Com dois eixos de atuação, “Rumbora Marocar” atuará da seguinte forma: no Eixo 1, intitulado “Rumbora”, irá disseminar conteúdo de forma acessível e com linguagem popular sobre os cargos em disputa nas eleições municipais, fornecendo conteúdo relativo aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador, elucidando sobre as competências atinentes aos respectivos cargos, com produção de matérias jornalísticas a respeito da conjuntura política de São Luís, contexto histórico e atualidades e disponibilização de materiais gráficos como cartilhas e materiais em audiovisuais dos bastidores, objetivando ensinar o passo-a-passo sobre o modo como é feito a checagem de notícias; já no eixo 2, chamado “Marocar”, o objetivo será averiguar notícias, declarações e materiais publicados pelos candidatos a prefeito durante o período da Campanha Eleitoral, como uma forma de qualificar o debate público por meio da apuração jornalística, checagem do grau de autenticidade das informações, além de identificar incoerências a partir da análise aos planos de governo e das competências atribuídas ao cargo, com análise dos Planos de Governo apresentados pelos candidatos à Prefeitura de São Luís que tenham sido devidamente registrados junto ao TRE, realização do perfil do candidato (histórico político) e verificação quanto a autenticidade das informações propagadas pelos candidatos ao cargo de prefeito em São Luís, durante a campanha política.

Eleições em São Luís

A história de São Luís é marcada pela presença de uma oligarquia que se mantém com a utilização patrimonialista da máquina pública e impede a inserção de novos grupos na disputa eleitoral e ameaçam o Estado Democrático de Direito. Dados do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA) revelam que, dentre os 31 vereadores eleitos em 2016, 25% deles somam mais de 100 anos ocupando cadeira na câmara de vereadores do município de São Luís.

Para Karoline Ramos, que fecha o tripé de criação da campanha ao lado de Kadu e Deuza, evidenciar estes dados sedimenta a importância de se implementar iniciativas que fomentem a participação popular nas eleições municipais de São Luís como uma estratégia combativa à manutenção da estrutura posta perpassando a garantir a práxis concreta, em que o exercício do educar-se politicamente deve ser prioridade.

“É preciso combater a veiculação de informações falaciosas em torno das campanhas eleitorais dos candidatos a prefeito e fornecer conteúdos informativos de fácil entendimento pela população como um caminho a ser percorrido dentro de uma estratégia combativa aos modelos postos. E é por isso que a ‘Rumbora Marocar’ se faz extremamente importante e necessária”, explanou.

Para mais informações sobre a campanha “Rumbora Marocar”, via e-mail reocupa@gmail.com e/ou (98) 99968-2033 (Assessoria de Comunicação).

Categorias
notícia

Há 41 anos São Luís era a cidade rebelde da meia passagem

Nesse 17 de setembro é lembrada a conquista da meia passagem, em 1979, após uma greve histórica que mobilizou a cidade e sensibilizou a sociedade local.

Centenas de estudantes ocuparam a região central de São Luís em diversos atos públicos, caminhadas, discursos e enfrentamento das forças repressivas sob o comando do então governador João Castelo, aliado da ditadura militar.

Quatro décadas depois, a cidade que ganhou a denominação de “ilha rebelde” já não é mais a mesma.

Desde 1989 o mesmo grupo político manda e desmanda em São Luís e a cidade passa por graves problemas estruturais, ambientais e falta de transparência na gestão pública.

Ainda bem que temos boas recordações.

Categorias
notícia

Emílio para vereador! Mais um passo!

O jornalista Emílio Azevedo – da Agência Tambor e do Jornal Vias de Fato – teve seu nome confirmado ontem (12/09), na convenção do PSB, como candidato a vereador de São Luís.

A candidatura de Emilio havia sido proposta, em meados de agosto, por uma carta aberta que contou com mais de duzentas assinaturas.

A convenção também escolheu Bira do Pindaré, como candidato a prefeito e professora da Ufma, Letícia Cardoso, como candidata a vice da chapa.

Leticia, que também é jornalista, foi uma das pessoas que assinou a carta aberta propondo o nome de Emilio como candidato.

A campanha começará oficialmente no dia 27 deste mês de setembro.

Categorias
notícia

O que fazer com o abrigo da praça João Lisboa?

Desde as suas origens São Luís teve traços de violência, pilhagem e exploração dos recursos naturais pelo poder econômico em sintonia com as forças políticas dominantes.

Quem se encanta com o visual dos casarões do Centro Histórico sabe que as construções foram financiadas pelo dinheiro da elite rural escravocrata e erguidas pela mão-de-obra escrava, parte dela mutilada nas condições de trabalho desumanas.

Por falar em violência, apenas a título de ilustração, basta rememorar as origens praça da Alegria. O local remonta ao início do século XIX (1815), quando um desembargador mandou enfiar lá uma forca para a execução de escravos e batizou de “Largo da Forca Velha”.

Isso mesmo! No Centro Histórico os escravos e os criminosos eram enforcados.

Quando a cidade passou a ser domada pelas administrações republicanas o modus operandi da produção de desigualdade manteve os padrões.

Imensas áreas dentro e fora do perímetro urbano, especialmente os territórios “nobres” da cidade, foram grilados; e os pobres, empurrados para a periferia.

Outros grilos vieram em todos os tempos, à revelia das leis e das autoridades.

Em São Luís tudo pode. Basta ir ao supermercado e perceber as faixas e estacionamentos reservados aos idosos e pessoas com deficiência ocupadas descaradamente por carros de pessoas “normais”.

Se as regras básicas não são obedecidas, imagine outras mais sofisticadas como o Estatuto das Cidades, o Plano Diretor, a Lei de Uso e Ocupação do Solo Urbano, a legislação ambiental e outras tantas.

Dito isso, nada impede que as autoridades entrem em acordo para encontrar uma brecha na lei e fazer a demolição do abrigo da praça João Lisboa.

Mas, não basta demolir em mais um ato violento e de apagamento das memórias da cidade.

O abrigo, lembram os especialistas, foi construído para acolher as pessoas que tomavam bonde na praça João Lisboa.

Nada impede, portanto, que no lugar do abrigo seja colocada a réplica de um bonde antigo e nele seja instalado uma cafeteria, sorveteria ou algo similar, com os trabalhadores paramentados de motorneiros e cobradores.

Sem ferir a paisagem do conjunto arquitetônico no complexo Largo do Carmo/praça João Lisboa, a réplica do bonde viria a ser mais um atrativo turístico no Centro Histórico de São Luís.

Aos trabalhadores dos atuais boxes do abrigo devem ser asseguradas todas as condições para implantar seus empreendimentos em outro lugar.

Reitero: as atuais lanchonetes e bares do abrigo precisam ter os seus meios de sobrevivência garantidos em outros espaços apropriados.

Tudo pode ser resolvido. Se o abrigo foi tombado e não pode ser demolido, cabe uma boa conversa entre os poderes Executivo e Judiciário para encontrar uma brecha na lei e permitir a derrubada.

No lugar do abrigo, melhor é o bonde, bem mais atrativo e incorporado à dinâmica cultural da cidade.

Do jeito que está, o abrigo não pode ficar no meio da praça reformada. Ele destoa da paisagem e, na situação atual, o melhor remédio é a destruição criativa.

Categorias
notícia

Ameaçadas de extinção, bancas de revista e jornais de São Luís resistem e organizam associação

Ed Wilson Araújo

Uma das marcas da gestão do prefeito Edivaldo Holanda Junior (PDT) na reta final do seu segundo mandato tem sido a inauguração ou a reforma de praças em diversos bairros da cidade.

Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade está eliminando as bancas dos logradouros públicos

Na região do Centro Histórico, as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) já reformaram duas praças importantes: os complexos Deodoro/Pantheon e João Lisboa/Largo do Carmo.

As reformas melhoraram os ambientes, mas eliminaram as bancas de jornais e revistas. O mesmo ocorreu na requalificação da praça da Bíblia, onde uma pequena banca estava instalada e foi excluída do local.

O processo de extermínio chegou ao bairro Renascença II, nas imediações do shopping Tropical. Nestes casos, por ação do Ministério Público (reveja aqui).

Diante das ameaças, os gestores das bancas começaram a criar uma associação com o objetivo de unir e organizar a categoria para buscar meios de manter as suas instalações e assegurar a sobrevivência de pais e mães de família que trabalham como difusores culturais em São Luís, alguns com mais de 20 anos de atuação.

O trabalho de organização da associação já iniciou e terá prosseguimento durante uma reunião neste sábado (5 de setembro), às 10h, na sede do Sindicato dos Servidores Federais (Sindsep), no Monte Castelo.

Equipamentos culturais

As bancas são equipamentos culturais da cidade, não só um local de comércio e fonte de trabalho e renda para os seus gestores e familiares. Elas servem para congregar as pessoas, difundir produtos informativos e de entretenimento fundamentais para a formação educacional dos usuários.

Leia mais sobre as bancas no artigo Estariam “higienizando” o Centro Histórico de São Luís?

Além de ser fonte de trabalho e renda, as bancas são lugares de encontro entre os frequentadores e servem ainda como ponto de referência para fornecer informações variadas. É muito comum as pessoas irem às bancas para saber os itinerários de ônibus ou identificar locais públicos e privados de prestação de serviços.

Para as bancas convergem também públicos especiais como os produtores e fãs de histórias em quadrinhos (HQs), produtos culturais fascinantes para crianças e adultos de várias gerações.

Informalmente, as bancas funcionam até mesmo como pontos de informação turística em São Luís. Apesar de tudo isso, sofrem perseguições.

Transformações

Os gestores das bancas estão atentos às transformações tecnológicas que diminuíram o consumo dos produtos impressos diante do processo de digitalização.

Eles sabem que precisam se adaptar à nova configuração do mundo digital, mas não admitem a extinção. “Vamos nos adequar às mudanças e queremos seguir ocupando os espaços da cidade como produtores culturais diante das novas modalidades tecnológicas”, pontuam em coro os gestores das bancas.

Uma das propostas é modificar a nomenclatura de banca de jornais e revistas para ponto de cultura. A definição ainda está em curso e será parte do diálogo na construção da associação.

Os gestores também estão abertos ao diálogo com os poderes público e privado para formar parcerias. Se já são pontos de difusão cultural, as bancas poderiam ser incorporadas ou adicionadas aos projetos e ações de incentivo ao turismo em São Luís.

As instalações poderiam ser padronizadas com as motivações arquitetônicas e imagens do conceito colonial da cidade e ser equipadas com plataformas tecnológicas capazes de oferecer serviços e conteúdos aos usuários.

É possível encontrar alternativas junto às secretarias municipais e estaduais, de forma interdisciplinar, convergindo Cultura, Turismo, Ciência e Tecnologia.

Presas apenas ao mundo analógico as bancas não podem ficar, mas também não devem ser extintas, apagando as marcas culturais da cidade e as fontes de sobrevivência para tantas famílias.

Que venha o diálogo para o bem da cidade.

Imagem destacada capturada no site imirante.com