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Pastor Damasceno, devolva os cargos de capelão!

A disputa eleitoral de 2018 mexeu nas profundezas abissais da Assembleia de Deus. Em um áudio amplamente divulgado, o pastor Pedro Aldi Damasceno, presidente da Ceadema (Convenção Estadual das Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus no Maranhão), censurou a senadora eleita, evangélica Eliziane Gama (PPS), após ela ter declarado apoio no segundo turno ao presidenciável do PT, Fernando Haddad.

O pastor utiliza linguagem agressiva para demonizar Haddad e conclamar os evangélicos a votarem no candidato do PSL, Jair Bolsonaro, defensor da tortura e principal inimigo dos princípios cristãos de igualdade, tolerância e solidariedade.

Deputada federal e militante da Assembleia de Deus, Eliziane Gama foi eleita senadora na chapa do governador reeleito Flávio Dino (PCdoB). A aliança entre comunistas e cristãos era de amplo conhecimento da comunidade evangélica e avalizada inclusive pelo presidente da Ceadema.

Durante o primeiro mandato do governador do PCdoB, a Assembleia de Deus foi beneficiária dos cargos de capelão distribuídos a várias denominações religiosas e à Igreja Católica. “Apoiamos o governador, trabalhei a favor dele, votamos, elegeu no primeiro turno com apoio do povo evangélico” disse Damasceno, para em seguida repudiar o apoio de Eliziane a Haddad.

O presidente da Ceadema afirmou que vai mobilizar a cúpula da Assembleia de Deus e o seu rebanho contra a declaração da senadora eleita. “Eu vou pedir o apoio de todos os pastores da Mesa Diretora, do Conselho de Ética e Disciplina, do Conselho Consultivo, de todas as comissões e de todas as missionárias para se posicionar contrário ao pronunciamento de apoiar o Haddad”, ameaçou o pastor.

Pastor Cavalcante e Mical, eleitos na base do governador do PCdoB

Nesta campanha há eleitores de todos os tipos. Tem aqueles marombados que bradam “fora PT” e estacionam na vaga do idoso no supermercado. E tem pastores que aceitam cargos do governo do PCdoB e demonizam o petista Haddad.

Assim, a fala do principal líder religioso da Assembleia de Deus no Maranhão é recheada de hipocrisia. O pastor sempre soube que o PT e o PCdoB são aliados desde 1989 e caminharam juntos com Lula em todas as disputas presidenciais. Ele também tinha pleno conhecimento de que o governador foi um dos principais defensores da presidenta Dilma Roussef (PT) durante o processo do impeachment.

Hipocrisia tem limite

A filha do pastor Pedro Aldi Damasceno, Mical (PTB), foi eleita deputada estadual na coligação da base do governo comunista, formada pelos partidos PPL/PTB/PROS/PPS, a mesma que também elegeu para a Assembleia Legislativa o pastor José Alves Cavalcante, presidente da Convenção dos Ministros das Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus no Maranhão (Comadesma).

Eliziane Gama, senadora eleita, é filha do pastor Newton Gama. Aldi sempre soube que ela concorreu ao Senado sob as bênçãos do governador do PCdoB.

O presidente da Ceadema também faz uso de falsas informações para justificar o repúdio a Haddad, acusando o candidato petista de querer “fechar as igrejas” e a vice Manuela Dávilla de ter feito referência homossexual a Jesus Cristo. “Um cara desse que a vice disse que Jesus é gay é uma miséria”, desqualificou Aldi.

Todo o discurso do pastor é um péssimo exemplo aos seus fiéis. Na condição de líder da Assembleia de Deus, onde há crentes honrados, ele deveria pedir desculpas e mandar de volta ao Palácio dos Leões os cargos de capelão ofertados pelo governador comunista.

É o mínimo que poderia fazer, além de se desculpar também pela disseminação de falsas informações sobre a vice Manuela Dávila e o presidenciável Haddad.

Deus, na sua infinita misericórdia, haverá de julgar essas atitudes e as palavras do pastor, que finaliza a sua pregação comandando o voto dos evangélicos no defensor da tortura. “Nós vamos votar no Bolsonaro, porque é um homem que tem umas proposta (sic) que vai dar continuação o direito de liberdade de nossa igreja e a pregação do santo evangelho de Jesus Cristo”, enfatizou.

Por fim, façamos justiça a Eliziane Gama. Ela foi muito hostilizada durante a campanha eleitoral por ter votado “sim” no impeachment e ter sugerido a convocação de Lula na CPI da Petrobras. Com esses gestos, atraiu a ira petista e foi carimbada de “golpista”.

No segundo turno, diante da polarização Haddad x Bolsonaro, declarou apoio ao petista. A senadora eleita pode até ser conservadora, mas está longe do fascismo e não declararia apoio a quem defende torturadores.

Agora, é aguardar os movimentos futuros para saber se o pastor que hoje censura amanhã será beneficiário de outros favores no governo e até mesmo da senadora eleita e censurada.

De imediato, este líder religioso que se locupletou com as benesses do governo do PCdoB deveria fazer um gesto de grandeza – devolver os cargos de capelão da Assembleia de Deus.

O tempo dirá se o antipetismo de Aldi Damasceno é coerente ou apenas da boca para fora, usando o nome de Deus em vão!

Imagem do topo/divulgação: Eliziane e Aldi em conflito

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Ex-reitor da UFMA, suposto amigo de Haddad, não assina manifesto de solidariedade ao petista

Causou estranheza a ausência do nome do ex-reitor da Ufma, Natalino Salgado, na lista de apoiadores dos dirigentes e ex-dirigentes de Ifes (Instituições Federais de Ensino Superior) ao presidenciável Fernando Haddad, do PT.

O manifesto dos ex-reitores foi divulgado no site oficial do PT, na revista Forum e no site Vermelho, renomadas publicações, mas o nome do ex-gestor da Ufma não consta entre os apoiadores do petista.

Veja aqui  aqui  e aqui os textos e assinaturas, onde o nome do ex-gestor da Ufma não aparece.

Salgado e Haddad na campanha presidencial do 1º turno em São Luís. Amigos, mas sem assinatura de apoio

Nos bons tempos do governo Lula, quando o então presidente gozava de alta popularidade, o reitor da Ufma demonstrava efusivo apoio ao presidente e especialmente ao ministro da Educação, Fernando Haddad, um dos administradores estratégicos de Lula.

O ex-reitor se orgulha muito dos momentos gloriosos da “pujança” que deixou a Ufma cheia de “elefantes brancos” e com menos de 50% dos alunos completando seus cursos em tempo hábil, além de não orientar devidamente os funcionários na fiscalização de algumas obras, como o Centro de Convenções da Ufma.

Recentemente, durante a visita do presidenciável Haddad em São Luís, no primeiro turno da eleição presidencial, o ex-reitor chegou a tirar fotos com o suposto amigo petista, mas não assinou o manifesto de apoio ao candidato de Lula. Por quê será?

Trata-se de uma estranha ausência na lista de assinaturas, considerando que o ex-reitor tenta voltar ao comando da Ufma.

Movimentos internos na base de Haddad articulam uma segunda leva de assinaturas, com a provável inclusão do ex-reitor da Ufma.

Imagem do topo copiada deste site ministro Fernando Haddad e reitor Natalino Salgado

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Relação polêmica entre Saulo do PSOL e Natalino Salgado precisa ser explicada

A militância de esquerda está atônita com a divulgação de uma foto na qual aparecem o ex-reitor da UFMA, Natalino Salgado; o candidato a vice-presidente da República pelo PT, Fernando Haddad; e o candidato a senador pelo PSOL Saulo Pinto.

A imagem surpreende porque reúne duas pessoas públicas de posições políticas contrárias: o ex-reitor afinado com a direita autoritária e o militante de esquerda e diretor afastado da Apruma (seção sindical do Andes) durante o período eleitoral.

Detalhe: Saulo do PSOL foi coordenador da campanha do professor Antônio Gonçalves à Reitoria da UFMA contra a atual reitora Nair Portela, então candidata de Natalino Salgado.

Antonio Gonçalves foi presidente da Apruma e recentemente eleito presidente do Andes, além de ser uma referência no PSOL nacional.

Saulo Pinto, militante do movimento sindical docente na UFMA, sabe como foram duras as investidas de Natalino Salgado para desmontar a organização combativa dos professores. O candidato a senador também conhece o perfil conservador da gestão do ex-reitor.

Saulo em assembleia da Apruma: É preciso enfrentar a questão financeira e a malversação do dinheiro público”

Embora seja do PSOL e o seu partido tenha candidato a presidente (Guilherme Boulos), o candidato a senador mantém aproximação com a candidatura de Lula e do PT, sob o argumento de que as esquerdas precisam marchar unidas nas eleições.

Com esta estratégia, Saulo Pinto vem buscando imagens e votos no corpo a corpo junto à militância petista. Uma foto com o candidato de Lula, Fernando Haddad, tem portanto a justificativa de motivação eleitoral.

A ocasião do registro fotográfico foi construída com a mediação de Natalino Salgado, por intermédio de uma professora do Departamento de Odontologia da UFMA, próxima da esposa de Fernando Haddad. O momento da foto não foi um café para muitos e sim um encontro programado entre os dois candidatos com o ex-reitor.

Além da foto, Natalino Salgado aparece como um dos maiores doadores até agora da campanha de Saulo Pinto, conforme registro da Justiça Eleitoral, no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais).

Doação de Natalino Salgado foi a maior até o momento

As circunstâncias da foto e o impacto da sua divulgação merecem esclarecimento.

Em nome do interesse público, a direção do PSOL e o próprio Saulo Pinto precisam se manifestar, esclarecer os fatos e revelarem se a imagem contém algum acordo futuro na UFMA.

Os eleitores do Maranhão precisam saber a posição do PSOL sobre essas movimentações do seu candidato a senador, se foram autorizadas pelo partido, se têm aval da direção ou se são apenas atos individuais.

É necessário, portanto, que o partido e o próprio Saulo Pinto se manifestem, publiquem notas de esclarecimento e utilizem as redes sociais para dar transparência a esses movimentos que afetam toda a esquerda.

Neste momento de crise, o esclarecimento é necessário principalmente em função do amplo processo de despolitização do país, quando emerge com mais força o senso comum que coloca nós militantes reféns de um discurso da terra arrasada – aquele que diz: “todos os políticos são iguais”

Imagens: 1) foto do topo / divulgação e 2) assembleia da Apruma neste site