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Setor privado emprega 62,5% dos jornalistas com carteira assinada

Fonte: Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj)

Na quinta matéria sobre mercado de trabalho formal dos jornalistas no Brasil, os números mostram participação do Setor Público, notadamente o Municipal, como empregador da categoria

A maior parte dos 47,9 mil jornalistas brasileiros empregados com carteira assinada em 2021 estava alocada em estabelecimentos/empresas no Setor Privado (62,5%), embora parcela significativa estivesse exercendo suas atividades no Setor Público (23,1%), com maior concentração no Serviço Público Municipal (15,9%). Também merece destaque as Entidades Sem Fins Lucrativos (11,6%).

Os dados são da pesquisa inédita realizada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a pedido da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).

Para o primeiro secretário da Fenaj e presidente do Sindicato dos Jornalistas da Bahia, Moacy Neves, a significativa participação do setor público municipal como empregador da categoria é resultado do trabalho dos sindicatos em busca de regularizar contratações de terceirizados por parte de Prefeituras e Câmaras Municipais. “Aqui mesmo em nosso estado, temos visitado e oficiado as câmaras municipais e as prefeituras do interior para que garantam melhores condições de contratação de jornalistas em vagas terceirizadas”, comenta.

Em 2021, os trabalhadores do Jornalismo contratados formalmente estavam distribuídos nos seguintes setores, segundo agrupamentos da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAEs): 25,2% em Rádio e TV; 19,1% na Administração Pública; 10,3% em Jornais e Revistas; 3,8% em Edição de Livros; 3,4% em Tratamento de Dados, Hospedagem na Internet (Provedores e Portais) e outros serviços na Internet; 3,3% no Ensino Superior (graduação e pós); 2,0% em Produção Cinematográfica, de Vídeos e para Programas de Televisão Independentes; 1,8% em Agências de Publicidade; 1,7% em Associações de defesa de direitos sociais; 1,3% em Desenvolvimento e Licenciamento de Programas de Computador; e 28,0% em outras atividades econômicas diversas. 

Concurso público e carreira específica são ideais

A presidenta da Fenaj, Samira de Castro, lembra que a Campanha Salarial Nacional Unificada 2024 tem, entre os seus princípios, a defesa de concurso público para a contratação de jornalistas pelos entes das administrações públicas em todas as esferas. “Sabemos que muitos colegas são terceirizados fora da nomenclatura da função para burlar direitos”, comenta, acrescentando que a situação é comum na contratação de Assessor de Imprensa como Analista de Comunicação.

“Precisamos instituir a carreira de Jornalista no serviço público, levando em conta o respeito à carga horária de 5 horas diárias de trabalho, que é um dos direitos mais aviltados”, completa a dirigente sindical.

O secretário de Mobilização, Negociação Salarial e Direito Autoral da Fenaj e presidente do Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce), Rafael Mesquita, acrescenta que o objetivo da carreira é garantir uma política de remuneração adequada e de evolução salarial permanente para jornalistas servidores públicos de órgãos municipais, estaduais e federais.
“Tal política deve ser estruturada fundamentalmente pela realização de concursos para as várias funções de jornalista no serviço público, seja para veículos públicos de comunicação vinculados às três esferas ou para estatais e autarquias”.

O dirigente sindical diz ser fundamental a garantia de instalação de mesas de negociação permanente com a participação dos Sindicatos de Jornalistas e da Fenaj, nas respectivas unidades federativas e cidades brasileiras. “Enfatizamos, ainda, a necessidade de inibir práticas fraudulentas em concursos, como a utilização inadequada de nomenclaturas, a exemplo de analista de comunicação”, completa Mesquita.

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Presidenta do PT defende impostos para ricos

Para Gleisi Hoffman (foto), “concentração de renda ultrapassou o insuportável”. Segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), de 2017 a 2022 a renda do 0,01% mais rico da população cresceu três vezes mais que a dos 95% mais pobres. “A reforma tributária precisa avançar sobre essa distorção”, advertiu a líder petista.

A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, defendeu, nesta quarta-feira (17), que a reforma tributária em curso no Brasil acabe com uma injustiça histórica: o não pagamento de impostos por super-ricos graças à isenção sobre a distribuição dos lucros e dividendos de suas empresas. 

“A reforma tributária precisa avançar urgentemente sobre essa distorção, que praticamente só existe no Brasil. E também para tirar dos trabalhadores e dos mais pobres o peso maior dos impostos”, defendeu Gleisi, em postagem na rede social X.

“A redução da desigualdade é um compromisso do PT, e o Brasil estava nesse caminho quando veio o golpe, com sua política econômica neoliberal, aprofundada criminosamente por Paulo Guedes e Bolsonaro”, completou.

Gleisi amparou sua análise em estudo do economista Sergio Gobetti divulgado pela FGV (Fundação Getulio Vargas). A pesquisa (leia mais sobre ela aqui) mostra que, entre 2017 e 2022, nos governos Temer e Bolsonaro, a renda das 15 mil pessoas mais ricas do país cresceu até o triplo do restante da população. 

Enquanto esse 0,01% da população teve crescimento médio da renda de 96% (quase dobrando seus ganhos), os 95% mais pobres não avançaram mais do que 33% (pouco acima da inflação do período, que foi de 31%). E na raiz dessa distorção, aponta o estudo, está justamente a isenção de impostos para os ricos.

“A concentração de renda no Brasil, que sempre foi indecente, ultrapassou o insuportável nos governos do golpe e de Bolsonaro. Não há sociedade que se sustente com tamanha disparidade. Não há como falar em justiça e democracia quando a elite se apropria da riqueza do país com voracidade descarada”, afirmou a presidenta do PT. 

Leia a seguir a íntegra da postagem de Gleisi Hoffmann:

“A concentração de renda no Brasil, que sempre foi indecente, ultrapassou o insuportável nos governos do golpe e de Bolsonaro. 15 mil pessoas, 0,01% da população, tiveram a renda dobrada entre 2017 e 2022, segundo estudo do economista Sergio Gobetti divulgado pela FGV. Isso é 3 vezes mais que a recomposição da renda de 95% da população, praticamente a inflação do período. Não há sociedade que se sustente com tamanha disparidade. Não há como falar em justiça e democracia quando a elite se apropria da riqueza do país com voracidade descarada. O estudo aponta que na raiz da injustiça está um sistema tributário que isenta os super ricos de impostos sobre a distribuição dos lucros e dividendos de suas empresas. A reforma tributária precisa avançar urgentemente sobre essa distorção, que praticamente só existe no Brasil. E também para tirar dos trabalhadores e dos mais pobres o peso maior dos impostos. A redução da desigualdade é um compromisso do PT e o Brasil estava nesse caminho quando veio o golpe, com sua política econômica neoliberal, aprofundada criminosamente por Paulo Guedes e Bolsonaro.”

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Governo favorece concentração midiática ao sancionar PL 7/2023 (Lei 14.812/24)

Sanção presidencial ignorou recomendação do Conselho de Participação Social da Presidência da República, que orientou veto ao projeto

Fonte: Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação

Imagem: Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e o Ministro das Comunicações, Juscelino Filho, durante a assinatura de sanção do PL 7/2023, no Palácio do Planalto. Brasília – DF. Foto: Ricardo Stuckert/PR

A sanção do Projeto de Lei 7/2023 (Lei 14.812/24) pelo presidente Lula, nesta segunda-feira (15/1), é mais um ponto no placar da concentração da mídia no Brasil. A lei ampliou os limites de concessões de rádio e TV por grupo econômico ou empresa de seis para 20, no caso das rádios, independente da modalidade de frequência (ondas médias, curtas ou tropicais), e de dez para 20 no caso das emissoras de TV.

O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação atuou intensamente com campanha nas redes sociais e junto ao governo pelo veto presidencial, tentando alertar o governo sobre a contrariedade do texto à Constituição Federal, que estabelece em seu Art. 220 que “os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio”.

O presidente da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço Brasil), Geremias dos Santos, faz duras críticas à sanção da lei. Representante do FNDC no Conselho de Participação Social do governo Federal, ele relata que o órgão havia recomendado ao presidente Lula que vetasse a matéria. “Infelizmente, o presidente não atendeu a essa que foi também a primeira recomendação do Conselho e preferiu ficar com os coronéis da mídia”.

O TEXTO DESSA LEI TRAMITOU EM CARÁTER DE URGÊNCIA E EM TEMPO RECORDE NO CONGRESSO NACIONAL, SEM NENHUM DIÁLOGO COM A SOCIEDADE, E O RESULTADO SERÁ UM SISTEMA DE MÍDIA AINDA MAIS CONCENTRADO E VERTICALIZADO. O BRASIL DEVE CAMINHAR PARA COIBIR A CONCENTRAÇÃO NAS COMUNICAÇÕES E NÃO A FAVORECER”.

Geremias enfatiza que a lei, articulada pela Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV (Abert) e a bancada evangélica, com apoio da imensa maioria dos deputados e senadores, potencializa “um futuro golpe” na democracia brasileira. Santos, que é secretário de Políticas do FNDC, lembra que projetos importantes de alteração da lei de rádios comunitárias (são mais de 30 projetos) dormitam na comissão de comunicação da Câmara dos Deputados nas mãos da bancada evangélica e da Abert.

“Para se ter uma ideia da vergonhosa situação, o primeiro projeto de alteração da lei de rádios comunitárias foi protocolado no dia 4 de dezembro de 1998 pelo deputado de direita Arnaldo de Sá, que era um fervoroso defensor das rádios comunitárias. Pois bem, esse deputado já faleceu e esse projeto nunca foi apreciado e apresentado um relatório na antiga Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, hoje apenas Comissão de Comunicação.

Admirson Junior (Greg), coordenador-geral do FNDC, também critica a sanção da lei. Ele lembra que o FNDC tem uma luta histórica contra a concentração no setor das comunicações e, por isso, a entidade lamenta profundamente que o governo não tenha atendido aos apelos da sociedade civil organizada. “O texto dessa lei tramitou em caráter de urgência e em tempo recorde no Congresso Nacional, sem nenhum diálogo com a sociedade, e o resultado será um sistema de mídia ainda mais concentrado e verticalizado. O Brasil deve caminhar para coibir a concentração nas comunicações e não a favorecer”.

A Coordenação Executiva reafirma a disposição e empenho da entidade para a continuidade da luta pela democracia nas comunicações.

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Sesc lança seletivo para contratação de professor de educação infantil

O Sesc Maranhão lançou seletivo para contratação de professor da Educação Infantil para a Unidade Sesc Sesc Deodoro, em São Luís. Os interessados em concorrer às vagas deverão enviar ficha de inscrição (disponível em www.sescma.com.br/seletivos), currículo atualizado (de acordo com o modelo) e comprovante de entrega de 1Kg de alimento não perecível, que será destinado ao Programa Mesa Brasil Sesc, para o e-mail selecao@ma.sesc.com.br nos dias 22 e 23 de janeiro.

O alimento, de preferência arroz, deve ser entregue na Unidade Sesc Administração, localizada no Condomínio Fecomércio/Sesc/Senac, na Avenida dos Holandeses,  das 08h às 17h, no período da inscrição. Ao doar, o candidato receberá um comprovante que deve ser enviado no anexo do e-mail selecao@ma.sesc.com.br, com os demais documentos listados no edital.

Para concorrer à vaga de professor de Educação Básica é necessário ter formação completa em Pedagogia e experiência mínima de 06 (seis) meses em sala de aula com Educação Infantil. Conhecimento e/ou experiência nas áreas de música, artes, inclusão e tecnologia são um diferencial. Com carga horária de 40 horas semanais e remuneração de R$ 4.957,89, o futuro funcionário receberá os seguintes benefícios: vale transporte, refeição subsidiada, auxílio alimentação e seguro de vida em grupo.

O processo seletivo se dará por análise curricular, prova de conhecimentos, prova prática com avaliação de plano de aula e entrevista. A prova de conhecimentos será aplicada no dia 4 de fevereiro, das 09h às 12h, em local a ser divulgado no site institucional, enquanto o resultado está previsto para o dia 5 de fevereiro, às 16h. A prova prática, onde o candidato(a) apresentará o tema trabalhado no plano de aula, acontecerá de 7 a 9 de fevereiro em data, local e horário de realização a serem divulgados no site institucional.

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Lei no Maranhão é incentivo a crimes, um atentado à democracia

Editorial da Agência Tambor

O Maranhão tem atualmente uma Lei que facilita a usurpação de terras públicas. Ela é fruto de um projeto do deputado estadual Eric Costa (PSD-MA) e foi criada em 19 de dezembro de 2023.

A iniciativa facilita o roubo de terras, isto é, enseja uma apropriação indevida. A lei favorece a grilagem. E todos nós sabemos que grilagem é crime. 

A Lei é um combo de violências. De imediato, ela prejudica diretamente inúmeras comunidades, agricultores familiares, quilombolas, povos tradicionais. Existem posseiros que utilizam terras públicas para viver e trabalhar.

E além de direitos forjados e invasão de territórios, o assunto está diretamente relacionado à miséria social, fome, assassinatos, êxodo rural, desastre ambiental, aquecimento global e racismo.

Sim, o racismo está presente neste processo legislativo. É o povo negro que está sendo prioritariamente atacado. E este tipo de descriminação é outra atitude criminosa!

Lei é racista e aprofunda a violência contra quilombolas – Foto: Geovania Machado Aires

E a questão vai muito além do Maranhão!  A Lei escancara a possibilidade de devastação de áreas verdes que precisam ser preservadas. A iniciativa favorece o aquecimento global, indo na contramão de qualquer interesse civilizatório. 

Sangue no Cerrado

O Maranhão é hoje o estado brasileiro onde existe mais violência contra comunidades camponesas. A informação vem de pastorais da Igreja Católica. A lista de lideranças assassinadas recentemente é indignante. E as milícias rurais estão em plena atividade.

Esta Lei de Terras – que qualquer estudante de Direito observa que é inconstitucional – faz parte de uma guerra que está em curso no Maranhão, provocando sucessivos massacres.

Os invasores querem as terras do Cerrado. Estamos falando de um setor da sociedade brasileira que inclui a extrema direita, gente já bastante conhecida por seus métodos.

O Maranhão foi o estado brasileiro que mais desmatou o Cerrado em 2023 – Foto: Reprodução

No ano de 2023, o Maranhão foi o Estado brasileiro com maior devastação do Cerrado. A informação é do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

A nova Lei beneficia exatamente esse tipo de gangster que liquida o meio ambiente, incluindo empresas e fazendeiros envolvidos nas execuções de lideranças populares.

Brasília e sociedade civil

Às vésperas do Natal de 2023, o projeto “de Eric Costa” foi aprovado por ruralistas que dominam a Assembleia Legislativa do Maranhão, em regime de urgência! E, logo em seguida, foi sancionado por Carlos Brandão (PSB), o atual governador do Estado.

A deputada Iracema Vale (PSB), a presidenta da Assembleia, foi uma espécie de madrinha da Lei. Ela colocou o projeto em votação, dando aval para a ação dos extremistas.

Deputada Iracema Vale viabilizou a Lei da Grilagem – Foto: Reprodução

A repercussão de tudo isso está sendo péssima, inclusive em Brasília.

Logo após a Lei ser sancionada, foi publicada ainda em dezembro uma nota do Governo Federal, vinda do Ministério de Desenvolvimento Agrário.

A referida nota, feita na Capital Federal, diz que a Lei dos grileiros no Maranhão “não se compatibiliza com as diretrizes da Constituição Federal”.

A mesma nota afirma que a iniciativa tem o potencial de “fomentar uma verdadeira corrida pela grilagem de terras, inclusive mediante o uso da violência”.

Antes disso, no Maranhão, uma nota pública assinada por 257 organizações sociais solicitou ao governador Carlos Brandão que ele vetasse a Lei absurda…

Ministério do Desenvolvimento Agrário se posicionou contra a Lei da Grilagem no Maranhão – Foto: Reprodução
Revoga já!

A mobilização das organizações sociais vem aumentando, desde dezembro. Sucessivas reuniões vêm ocorrendo.

Diante do escândalo, o PCdoB entrou imediatamente com uma ação na Justiça maranhense, tratando da inconstitucionalidade, ainda em dezembro. E o partido faz parte do governo Brandão.

Na sexta-feira, dia 12 de janeiro, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) também entrou com outra Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN), no Supremo Tribunal Federal (STF).

Além da judicialização, as reações sociais e políticas serão ainda maiores.

A Lei é inaceitável. Legislar para que terras públicas sejam entregues para notórios delinquentes é intolerável. Estamos diante de um descaramento. É inadmissível, sob todos os aspectos.

A violência em forma de homicídios, degradação da natureza, flagelo, junto a grilagem, cria uma situação hedionda, com contornos de crise humanitária.

A revogação desta Lei criada no Maranhão é uma prioridade política. É complicado falar em democracia no Brasil, entregando o Maranhão ao matadouro.

Absurdo no Maranhão já foi encaminhado ao STF – Foto Reprodução

Nosso estado já padeceu com este mesmo drama, logo após o AI-5, a partir de 1969, no governo de José Sarney. Na ocasião, uma onda de desgraças também partiu de uma Lei estadual de terras…

Agora, a Lei recente é uma nova tentativa de formalização da barbárie, com absoluta falta de pudor e bom senso.

Estamos em 2024. E falar de democracia no século XXI tem alguns pressupostos.

Como o Brasil vai receber a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, em 2025, na vizinha Belém do Pará? Como falar em vida na Amazônia, com o Maranhão sendo premeditadamente arruinado, arquejando num Pelourinho?

A revogação da nova Lei da Grilagem no Maranhão é uma exigência ética e moral.

Revoga Brandão. Revoga!

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Barreirinhas ganha núcleo de gênero e diversidade sexual

O IFMA inaugurou, no Campus Barreirinhas, nesta semana, o Núcleo de Gênero e Diversidade Sexual Karla Mascarenhas Watkins (NUGEDS KAMAWA).

Jornalista e produtora cultural, Karla Mascarenhas incentivou a luta em defesa dos direitos das mulheres e de  grupos  LGBTQIA+, dentro e fora do Maranhão. Faleceu em setembro passado, aos 47 anos.

Vários grupos que defendem os diretos das mulheres e de grupos  LGBTQIA+ e que Karla Mascarenhas incentivou estão apoiando a iniciativa, entre os quais Baque Mulher, Safeira e Leia Mulheres.

O apoio vem, também, da iniciativa de empreendedorismo social OCA Maranhão, sua principal fonte de atuação e inspiração, da qual era uma das coordenadoras. A OCA é um laboratório de marketing social que utiliza diversas linguagens de comunicação e arte para ajudar a promover o rico patrimônio biocultural do Maranhão, estimulando o empreendedorismo social e ambiental entre mulheres e jovens.

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Viva Geraldo Azevedo e São Luís do Maranhão

Neste 11 de janeiro celebra-se o aniversário do cantor e compositor Geraldo Azevedo, nascido em 1945, em Petrolina, nas beiradas do rio São Francisco.

Entre tantas canções do artista, vale esta em homenagem a São Luís:

TERRA À VISTA

San San San
São Luís do Mará
Mar mar mar
Mata virgem
Té té té
Terra à vista
Ilha bela bela
Margarida vida
O aroma tua cara
Tua pele tua brisa
Tropicana linda
Flor do babaçu
Tua dança tua saia
Boi de fita seda azul
Tropicana linda
Flor do babaçu
Tua dança tua saia
Boi de fita céu azul

Mas tropicana linda
Flor do babaçu
Tua dança, tua saia
Boi de fita, céu azul

Sã Sã Sã
São Luís do Mará
Sã Sã Sã
São Luís do Mará
Sã Sã Sã
São Luís do Mará
Sã Sã Sã
São Luís do Mará
Mar mar mar
Mata virgem
Té té té
Terra à vista

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Chega de lesbofobia! Movimentos pedem justiça por Ana Carolina

Fonte: Agência Tambor

Ana Caroline Sousa Campêlo, de apenas 21 anos, foi assassinada em 10 de dezembro de 2023, no município maranhense de Maranhãozinho.

Há suspeita de crime de ódio, por ela ser uma mulher lésbica. De acordo com a Polícia Militar do Maranhão (PM-MA), Ana Caroline foi sequestrada quando saía do trabalho. Seu corpo foi encontrado com sinais de tortura e mutilações brutais que chocaram o Brasil.

Para falar sobre esse assunto, o Jornal Tambor de quarta-feira (10/01) entrevistou Dayana Gusmão. 

Ela é fundadora da Coletiva Resistência Lésbica da Maré, no Rio de Janeiro; integra o Ocupa Sapatão e a Coordenação da Casa Resistências no Complexo da Maré, na mesma cidade.

(Confira no vídeo, ao final desse postagem, a entrevista completa de Dayana Gusmão)

Um mês após a este crime perverso o caso permanece impune e sem respostas. A família da jovem e movimentos LGBTQIAPN+ de todo o Brasil pedem a resolução do caso e ações efetivas do Estado no combate a toda forma de violência contra a população LGBT+.

O caso gerou indignação, mobilizações e twittaço (na rede social Twitter) com a hashtag #justiçaporcarolna quarta-feira (10/01), pedindo justiça por Ana Caroline e contra o lesbocídio e a lesbofobia.

Em São Luís, o ato aconteceu em frente ao Palácio dos Leões e mobilizou representantes de movimentos sociais e sociedade civil.

Segundo a fundadora da Coletiva Resistência Lésbica da Maré, o Brasil é reconhecido mundialmente como um dos lugares mais inseguros do mundo para uma pessoa LGBTQIA+ viver. Para ela esse crime é reflexo de uma sociedade patriarcal, racista, misógina e lesbofóbica.

“A lesbofobia é estrutural. Negar que existe esse problema faz com que a gente não discuta ele e consequentemente promovermos um apagamento maior”, frisou Gusmão.

Ela destacou ainda que o apagamento é a principal ferramenta para que os crimes contra os corpos de mulheres lésbicas fiquem impunes.

Para Dayana, casos como o de Ana Caroline também permanecem impunes pela falta de leis no Brasil para tipificar como crime a lesbofobia. Isso dificulta a criação de ações ou políticas públicas voltadas para essas pessoas.

A militante afirmou que o caso também está sendo denunciado na Organização Nacional da Saúde (ONU); no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania; Ministério da Justiça e Segurança Pública para cobrar das autoridades respostas sobre o crime.

Como denunciar 

Os canais para realizar denúncias de crimes contra a população LGBT+ são os plantões centrais da Polícia Militar, a Ouvidoria de Direitos Humanos, Igualdade Racial e Juventude e o Disque 100. Além da Delegacia  de Crimes de Intolerância.

(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor com a entrevista completa de Dayana Gusmão)

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Recital “Poéticas: Mulheres e Memórias” ilumina a sexta-feira no Low

Por Licia Cristina da Hora, professora do Instituto Federal do Maranhão (IFMA).

Roda de conversa, leitura, escuta e música no vinil integram a programação de “Poéticas: Mulheres e Memórias”, sexta-feira (12), das 18h às 20h, no Low.

No comando da organização deste evento está um grupo de mulheres escritoras e artistas (veja imagem destacada). Elas articularam o espaço da arte, poesia e música para se sentarem à calçada e bater um papo sem pressa sobre suas ancestrais.

O local do evento é a casa de música Low, um Clube de Vinil recém inaugurado, no bairro Cohajap. O espaço tem realizado encontros de pessoas para ouvir música ao modo antigo, só no vinil. Em 2024 o Low promoverá atividades com outras linguagens artísticas articuladas com a música no “velho” tocador analógico.

Nesta primeira sessão de “Poéticas: Mulheres e Memórias” contamos com as autoras Rai Soares, Carol Libério, Áurea Maranhão e Jane Maciel. Veja o perfil das obras e das autoras:

“A Mulher que pariu um peixe”, de Rai Soares, é um livro sobre memórias, de muitas histórias que a avó da autora contava no povoado de Campinho, em Pinheiro. Severa Rosa é o nome da guardadora de memórias. Rai se entrelaça na narrativa destas histórias, ora como Neta, ora como mulher, se apropriando das lições de sua avó, olhando a firmeza e coragem de Severa em um tempo que os negros começavam a aprender o que era liberdade. Este livro nos apresenta uma linguagem típica da baixada maranhense, delicioso de ler e contar, mas é também um livro que nos convoca a pensar sobre o quanto nossas ancestrais caminharam para que nós mulheres estivéssemos no lugar que hoje lutamos para avançar.

Rai Soares é maranhense, neta de Severa Rosa, mãe de Pedro e Akil, professora da UFF. Escreve contos, poesias e se aventura pela pintura e desenho.

“Herança”, de Carol Libério e Áurea Maranhão, é uma obra resultante de uma pesquisa realizada entre os anos de 2015 e 2016, dando origem a uma exposição fotográfica que ocorreu na Galeria Sesc. É um livro sobre as trajetórias das avós das autoras, mas não somente, é também um livro de memórias de crianças, adolescentes e de mulheres adultas na vivência poética, afetuosa, contraditória e de luto de Carol com Vitória e de Áurea com Maria Elza. No livro a audiência vai encontrar uma fotografia linda destas quatro mulheres reunidas. A escrita, com várias imagens ao longo da obra, nos aproxima de lugares, cheiros, sensações, risadas e da dor do luto. A narrativa nos convida a pensar sobre quem somos e no que nos tornamos a partir de nossas avós. É um livro de heranças, no melhor sentido da partilha da vida. Não é sobre dividir bens, é sobre como preservar memórias.

Carol Libério é neta de Vitória, mãe de Lila, fotógrafa, poeta e professora da UFMA.

Áurea Maranhão é neta de Maria Elza, mãe de Antônio, atriz e diretora de filmes.

“O Ritornelo”, de Jane Maciel, chega nesta roda de mulheres para tecer o tempo, o ritmo, o movimento do olhar sobre o cotidiano, sobre as ruas, a natureza e a vida. “O Ritornelo” poderia ser um convite de Severa, de Vitória e Maria Elza para contemplar a vida de uma forma desapressada. Jane escreveu este livro de poesia por anos, sem pressa de publicá-lo. A autora reúne nesta obra poemas que estimulam experiências sensoriais, ela pede silêncio, depois o grito surdo, em seguida nos diz: respira calmamente! Pede para sonhar e relembrar, intuir, abrir o peito e lamber feridas. “é tão preciosa a experiência que é preciso salvá-la a cada segundo” (O Ritornelo).

Jane Maciel é mãe de Diana, poeta, fotógrafa e professora da UFMA.

Pensando bem, eu acho mesmo que estes livros são um convite das nossas avós pra gente se sentar na beira da calçada com muita parcimônia e observar o que se passa diante dos nossos olhos.

Vamos escutar o que estas mulheres têm a nos dizer e vamos dialogar com elas.

Veja abaixo o material de divulgação do evento:

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Circo: “A andarilha” abre a programação de férias do Teatro Sesc

Quer aproveitar as férias com uma programação divertida para toda a família? O Teatro Sesc apresenta sua temporada de férias  no período de 13 a 27 de janeiro. O espetáculo “A andarilha”, do grupo Rainhas do Radiador (SP), inicia as apresentações neste sábado (13), em duas sessões: 15h e 17h. Os ingressos estão à venda na bilheteria virtual disponível em sescma.com.br ou na bilheteria física do Teatro às sextas e sábados, das 14h às 17h. Os preços são: R$ 10,00 público geral, R$ 8,00 conveniado, R$ 5,00 cartão Sesc e meia-entrada e R$ 2,50 funcionários do Sesc, Senac e Fecomércio.

“A andarilha” (foto destacada de Ricardo Avellar) é um espetáculo com acrobacia, magia cômica, malabares e instrumentos excêntricos, além de uma trilha sonora executada ao vivo por uma sanfona com repertório autoral. A palhaça Rufina chega em algazarra com seu carrinho de bebê. Muito carismática, a palhaça revela um universo bastante peculiar de memórias, sonhos e humanidades. Classificação livre.

O espetáculo “Escrevevivencia”, atração do próximo sábado (19), foi inspirado na obra “Olhos d’Água”, da autora mineira Conceição Evaristo. Produzido e encenado pelo grupo maranhense Improviso, a proposta é se tornar uma ferramenta poderosa de voz, preservação de memória, denúncia e humanização. Com classificação livre, a apresentação acontece dia 19 de janeiro, às 19h.

Temas importantes da contemporaneidade como solidão, saúde mental e conturbação afetiva ganham espaço nas reflexões e inquietações do palhaço Hans Zinzerr, o personagem central do espetáculo Efeito Colateral. A comédia se passa nas vésperas do aguardado aniversário do palhaço Hans Zinzerr, que recorre a pílulas milagrosas para fugir da realidade, vivendo o picadeiro de suas fantasias megalomaníacas. Com classificação 16 anos, a apresentação acontece dia 20 de janeiro, às 17h.

O espetáculo “Escola do Rock, o Musical” do grupo Encanto Coletivo de Teatro é uma adaptação brasileira do sucesso da Broadway. A produção traz a história de um músico que sempre sonhou em se tornar uma grande estrela do rock, mas encontra-se falido. Ele vê uma oportunidade de ganhar dinheiro fingindo ser um professor em uma escola particular, mas chegando à rígida e exemplar Escola Primária, descobre o talento musical das crianças e forma uma banda para tentar ganhar o maior concurso da região. O musical tem sessão agendada para o dia 26 de janeiro, às 19h. A classificação é livre.

Encerrando a programação de férias do Teatro Sesc, o espetáculo de dança Abayomi, da Odu Companhia de Dança, que exalta a beleza, a independência, a força e a temperança de identidades femininas de povos originários. O projeto revisita e reconstrói as bases de corporeidades essencialmente brasileiras, trazendo ao palco mulheres que lideraram seus povos e tinham papel importante em suas comunidades. Com classificação livre, a apresentação acontece dia 27 de janeiro, às 19h.

Toda a programação é aberta ao público. O Teatro Napoleão Ewerton fica localizado no Condomínio Fecomércio/Sesc/Senac, na Avenida dos Holandeses, ao lado da loja Cadami. Os ingressos estão à venda na bilheteria virtual disponível em sescma.com.br ou na bilheteria física do Teatro às sextas e sábados, das 14h às 17h. Os preços são: R$ 10,00 público geral, R$  8,00 conveniado, R$ 5,00 cartão Sesc e meia-entrada e R$ 2,50 funcionários do Sesc, Senac e Fecomércio.

PROGRAMAÇÃO

Data: 13 jan (sábado)
Espetáculo: A andarilha
Produção: Rainhas do Radiador /SP
Sessão 1: 15H
Sessão 2: 17H
Indicação: livre
Duração: 60 minutos

Data: 19 jan (sexta-feira)
Espetáculo: Escrevivencia
Produção: Grupo Improviso/MA
Sessão: 19h
Indicação: livre
Duração: 60 minutos

Data: 20 jan (sábado)
Espetáculo: Efeito Colateral.
Produção: Jubileu Trupe de Teatro/MA
Sessão: 17h
Indicação: 16 anos
Duração: 60 minutos

Data: 26 jan (sexta-feira)
Espetáculo: Escola do Rock Musical
Produção: Encanto Coletivo de Teatro /MA
Sessão: 19h
Indicação: livre
Duração: 60 minutos

Data: 27 jan (sábado)
Espetáculo: Abayomi
Produção: Odu Companhia de Dança/MA
Sessão: 19h
Indicação: livre
Duração: 60 minutos