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Pedestre sem direito em São Luís

As calçadas do bairro Renascença I estão ocupadas por carros e as pessoas são obrigadas a andar pelas ruas e avenidas.

O problema não é somente no Renascença I, mas em toda a cidade. A Prefeitura de São Luís, nesta e nas gestões anteriores, não toma nenhuma providência.

A cena é corriqueira. Em plena avenida Colares Moreira, a calçada do escritório da construtora Canopus fica geralmente ocupada por carros e os pedestres são obrigados a andar na pista, arriscando a vida.

O problema envolve também as calçadas na rua das Juçaras, à altura de um escritório de advocacia; na calçada ao lado do laboratório Cedro e nos arredores.

Pedestres e pessoas com deficiência
são proibidas de usar a calçada

No Centro Histórico de São Luís a situação é mais grave porque as ruas são estreitas e parte delas está tomada por eutulho, lixo e mato.

As instituições públicas e de serviços localizadas na Praia Grande não têm interesse em ficar no Centro Histórico, por vários motivos. Um deles é a falta de estacionamento amplo e de fácil acesso.

Recentemente, a Defensoria Publica, instalada na rua da Estrela, mudou para o Renascença II, próximo ao supermercado Mateus e aos colégios nobres, sem calçadas e muito distante das paradas de ônibus.

No tema mobilidade, São Luís é uma capital desumana.

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Um mundo de gente e memórias

Eloy Melonio é professor, cronista, contista e poeta

Depois de quase três anos, decidimos dar uma chegada à Rua Grande, a mais famosa rua comercial do Centro Histórico de São Luís, capital do Maranhão — a tão conhecida Atenas Brasileira. E aí você pode se indagar: por que esse interesse por uma rua tão antiga?

Precisando comprar uma peça para sua máquina de costura, minha mulher teria de ir a uma loja que ficava numa rua a uns duzentos metros da Rua Grande. Então pensamos: estar no Centro da cidade e não ir à Rua Grande é como estar em Roma e não ir à Basílica de São Pedro. E, assim, partimos em direção Rua Oswaldo Cruz, nome mais moderno do mesmo logradouro.

Em princípio, suas dimensões não justificam o nome: não é tão larga e nem tão longa. É igualzinha à Rua da Paz e à Rua de Santana, suas vizinhas laterais. “Grande” vem da ideia de “principal”, ou seja, a mais movimentada ou mais popular de uma cidade, onde se desenvolve uma atividade mercantil variada e pulsante. Algo como uma “main street” que se vê nos filmes de Hollywood.

Um pouco de história não faz mal a ninguém, não é mesmo? A Rua Grande é uma das mais tradicionais de São Luís, constando em registros oficiais desde 1698. Nos tempos áureos da cidade, era a rua para compras e passeios — um shopping à céu aberto — e por lá circulavam as moças das famílias abastadas, exibindo a mais recente moda de Paris e Lisboa.

Inicialmente, a ideia era “circular” na redondeza. Ou — como se dizia antigamente — “descer e subir” a rua, pois já não fazíamos isso há muito tempo.

Mas, ao final da primeira etapa, uma surpresa comovente. Paramos numa calçada em frente ao Éden, cinema que, por várias décadas, ostentou a fama de melhor sala de espetáculos da cidade. De lá, percebi um grupo de turistas fascinados com a fachada do prédio que, hoje, abriga uma loja de roupas femininas. Fora a cor rósea, o visual é o mesmo do tempo em que o Cine Éden atraía cinéfilos, casais de namorados e paqueradores de plantão.

Por um instante, rememorei as tardes em que assistia a grandes filmes de Hollywood. Lembrei a “Sexta de Arte”, cuja sessão era às 22h, e que, por um bom tempo, trouxe mais luz e encanto às noites da cidade.

Foi no Éden que me emocionei com a história de “Ben-Hur”, a mensagem de “Os Dez Mandamentos”, a força de “Hércules”, os tiros de “O Dólar Furado”, a ousadia dos “Sete Homens e um Destino”. E me inspirei com os meus ídolos. Entre eles, Yul Brynner, Charlton Heston, Steve McQueen, Charles Bronson. Também não posso me esquecer das estrelíssimas Elizabeth Taylor e Sophia Loren. E de quebra, o “Canal 100” ( _tan_ _tan tan tan tan_ _tan_) depois dos trailers e antes da película principal, com o resumo noticioso da semana, que, para nós, chegava com uma ou duas semanas de atraso. Mas o que me fazia suspirar e gritar eram os passes de longa distância de Gérson (Botafogo-RJ), os dribles de Rivelino (Corinthians-SP) e os gols de Pelé (Santos-SP).

Saindo dessa tela de lembranças, pisei no palco da vida real e me misturei às centenas de formiguinhas nesse cenário privilegiado do varejo da nossa cidade. Tentando capturar as muitas cenas, registrei em áudio no meu celular o que me chamava a atenção. Mas, infelizmente, não tinha como dar conta de tudo. Por isso destaco apenas alguns dos momentos em que tive de escancarar olhos e ouvidos e sentir as batidas aceleradas do coração.

A Rua Grande não é uma “feira” no sentido estrito do termo, mas, se quiséssemos, teríamos comprado camarão seco, manga, ata (fruta do conde) tangerina, jambo. E o que mais você possa imaginar.

_Pode provar!_– antecipou-se um simpático camelô, dirigindo-se à minha mulher. E ela, sem hesitar, comprou um molho com alguns cachinhos de pitomba. E saiu feliz da vida: _crack, crack_.

Mais adiante, sentado num tapete no meio da rua, um homem com uma túnica hindu vendia carregadores de celular. Nesse instante, um barulho esquisito me fez olhar para trás. Ziguezagueando no meio do povo, um rapaz transportava uma panela de alumínio no bagageiro de sua bicicleta. Lambi os beiços e pensei: “Hum! Só pode ser feijoada ou mocotó”. O ciclista adentrou uma travessa à minha direita e sumiu no meio das barracas de lona.

Enquanto minha mulher se divertia numa loja de roupas, eu observava a muvuca que subia e descia, comprava e vendia. Aproveitei para conversar com a “cumade” de uma banca bastante sortida. Bom papo, ela sabia tudo sobre quase tudo. No topo do guarda-chuva que abrigava os produtos, um cartaz anunciava: APLICA-SE PELÍCULAS DE VIDRO. De certa forma, a agressão à nossa língua me afetou. Mas, considerando a escrita (e a fala) de tanta gente das Letras e das Comunicações, não tive coragem de julgá-la pelo erro de concordância. Para ela, o importante era comunicar. E isso o seu anúncio fazia muito bem.

Logo ao lado, três “locutores” de porta de loja — como se estivessem num concurso de TV ao vivo — disputavam clientes com seus argumentos e suas potências vocais. Se tivesse de escolher o melhor, daria “dez” para cada um deles. Mas, pensando bem, melhor seria chamar o Cid Moreira para julgá-los.

Passando em frente ao Edifício Caiçara, uma brisa poética: _parada obrigatória, lembranças à flor da memória_.

O Caiçara era a principal referência no âmbito da Rua Grande (Antes ou depois do Caiçara?). Por um instante, muita coisa aflorou: a lojinha do térreo onde eu comprava de revistas a Chicletes Adams. Sem esquecer que ali também era o “camarote” dos paqueradores vespertinos. Enquanto passavam à sua frente, as moças diminuíam o passo, afiavam o olhar e caprichavam no rebolado. Entre elas, estudantes secundaristas exibindo seus uniformes e seu charme.

Finalmente, peço licença ao conterrâneo João do Vale porque também eu “tinha tanta coisa pra falar”, mas…

Eu e minha mulher já estamos com dia e hora marcados para a próxima incursão a essa selva de gente e memórias.

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São Luís, o rio Itapecuru e o Plano Diretor

Seria exagero afirmar que São Luís pode entrar em colapso de abastecimento de água potável no médio ou longo prazo?

A provocação é necessária para pensarmos a cidade do presente de olho no futuro próximo.

Tanta água caindo do céu não significa que temos abundância, porque as propostas de revisão da legislação urbanística (Plano Diretor) dos últimos 10 anos não planejam a cidade para assegurar condições reais de preservação das áreas de recarga de aqüífero.

A água da chuva precisa de cobertura vegetal para infiltrar no solo e abastecer os lençóis freáticos (os rios subterrâneos).

E onde está a cobertura vegetal? Na zona rural, que é duramente atacada como se fosse um obstáculo para o “desenvolvimento”, “a geração de empregos”, “a implantação de grandes investimentos” e outras frases de efeito.

Como se não bastasse a ofensiva contra a zona rural dentro da ilha de São Luís, a cidade pode sofrer sérias conseqüências do processo de poluição e assoreamento do rio Itapecuru, que abastece boa parte da população da capital.

Não é exagero afirmar que o rio Itapecuru está virando uma vala de agrotóxicos e esgoto, como se fosse um depósito de toda a sujeira jogada ao longo do seu percurso, até chegar nas torneiras dos ludovicenses.

Esses dois temas da mais alta relevância são pouco abordados na maioria dos meios de comunicação.

Apenas a Agência Tambor vem insistindo em pautar a situação da capital e a sua extensão continental.

Quatro entrevistas mais recentes do Jornal Tambor são fundamentais para entender a gravidade da situação da água e o contraponto ao discurso do progresso a qualquer preço.

Ouça os podcasts e saiba mais:

O advogado Guilherme Zagallo fala sobre a poluição em São Luís.

A geóloga e professora Edileia Dutra aborda a relação entre a água e o Plano Diretor.

O professor e escritor Henrique Borralho e o economista Josemar Sousa Lima discorrem sobre a situação do rio Itapecuru

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Dia Estadual do Terço dos Homens será comemorado neste domingo

A comunidade católica do Maranhão irá comemorar o primeiro ano da Lei Estadual que inclui o Dia do Terço dos Homens no calendário de eventos do Maranhão, a ser comemorado, anualmente, no último domingo do mês de abril.

A celebração acontece neste domingo (24), às 7 horas, no Aterro do Bacanga (Memorial São João Paulo II).

A lei nº 11.497 foi sancionada no dia 17 de junho de 2021 pelo ex-governador do Maranhão, Flávio Dino, e é de autoria da deputada Helena Duailibe, que tem o objetivo de promover atividades com a finalidade de ampliar e estimular a prática da oração do terço.

“Estou muito feliz que neste domingo, iremos celebrar o Dia Estadual do Terço dos Homens. É uma homenagem e um reconhecimento a este movimento da igreja Católica que mais cresce no Brasil. No Maranhão, também não é diferente. São centenas de grupos do TH espalhados em todo o estado”, destacou a parlamentar.

Para comemorar este dia especial, acontecerá uma missa em Ação de Graças, às 7h, no Memorial São João Paulo II, local onde o  papa João Paulo II presidiu uma santa missa campal em terras ludovicenses há 30 anos.   

A celebração eucarística será presidida pelo diretor espiritual do Terço dos Homens e pároco da Igreja de Santo Antônio no Centro de São Luís, padre Clemilton.

“Esta lei é muito importante para todos nós que fazem parte do Terço dos Homens, pois nos apoia e fortalece o movimento, visto que o TH está crescendo não só no nosso estado, mas em todo Brasil. Ressalto que já tinha o Dia Nacional do Terço dos Homens, agora temos uma data para celebrarmos no Maranhão”, frisou o coordenador Arquidiocesano do Terço dos Homens de São Luís, Antônio Teles. 

Terço dos Homens

O primeiro grupo do Terço dos Homens surgiu em Itabi (Sergipe), em 1934, fundado pelo frei Pelegrino.

O grupo existe até hoje, mantendo com fidelidade o compromisso assumido há mais de 80 anos. O Terço dos Homens tem a missão de resgatar para o seio da igreja de Cristo, homens de todas as idades, pois a presença masculina na igreja é imprescindível para a formação da família e de uma sociedade cristã.

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Enme é finalista do prêmio “Sim à Igualdade Racial 2022”, ao lado de Iza e Mano Brown

O Instituto Identidades do Brasil (ID_BR) anunciou os finalistas do Prêmio “Sim à Igualdade Racial 2022” no último dia 20. A iniciativa que entra em sua quinta edição, visa mapear, reconhecer e premiar pessoas, empresas, iniciativas e organizações que atuam em prol da igualdade racial no Brasil. 

A artista maranhense Enme está entre os indicados ao lado de nomes como a cantora Iza e o rapper Mano Brown. Enme é finalista na categoria “Arte em Movimento”, uma categoria para cantores, produtores culturais/musicais e artistas negros e indígenas que tenham um portfólio com experiência consolidada. Estes profissionais devem gerar impacto social com o seu trabalho e relevância para o seu grupo racial. Os finalistas da categoria são: Dauá Puri, Enme, Iza e Jeferson De. 

No total, são 10 categorias divididas em três pilares: Cultura (arte em movimento, destaque publicitário, raça em pauta, influência e representatividade digital), Educação (educação e oportunidades, inspiração e intelectualidade), e Empregabilidade (comprometimento racial, liderança negra ou indígena, trajetória empreendedora), contando com indicações populares. Este ano foram mais de 18 mil indicações do público às categorias.

Os campeões levam para casa o troféu “Mad World”, do artista plástico Vik Muniz, além de serem contemplados com R$ 3 mil reais para fortalecer seus projetos, apoiar uma instituição ou, até mesmo, realizar algum objetivo pessoal. 

O Prêmio Sim à Igualdade Racial 2022 será exibido no dia 28 de maio, às 17h no Multishow e no canal do Youtube do ID_BR. 

Redes Sociais: @enmepaixao no Instagram, Facebook e Twitter. 

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Pedaladas de mulheres negras pelo direito à cidade

Os coletivos Mulheres Negras da Periferia e Pedal das Minas realizam o projeto ‘Caminhos das Pretas’ para tratar dos temas atuais de racismos e mobilidade urbana por bicicleta.

Através dos livros e da bicicleta, as mulheres do Coroadinho irão vivenciar o bairro e a cidade.

Com o objetivo de fortalecer mulheres, em especial as mulheres negras, no território do Coroadinho, por meio do acesso à leitura, informação, a cultura e do uso sustentável da bicicleta surgiu o projeto Caminhos das Pretas, fruto da parceria dos coletivos Mulheres Negras da Periferia e Pedal das Minas e que conta com o patrocínio do Edital Cidades Amazônicas: floresta viva em movimento do Fundo Dema. O lançamento do projeto acontece neste sábado, 23 de abril, às 15h, na Casa das Pretas, no Coroadinho, sede do Coletivo Mulheres Negras da Periferia.

Como um convite para vivenciar o bairro e a cidade por meio da bicicleta e dos livros, as atividades do projeto visam fortalecer a cultura da bicicleta na periferia e incentivar a participação de mulheres na transformação da cidade em espaços que possibilitem a priorização da vida das pessoas e a coexistência com a natureza, enquanto estratégias de combate às mudanças climáticas e ao racismo estrutural e ambiental.

Para o lançamento do projeto, será realizada uma edição da Escola Bike Anjo para Mulheres, para ensinar a pedalar do zero com o suporte das bike anjas voluntárias por meio da metodologia da rede Bike Anjo e também um Roda de Mediação de Leitura para criar um espaço de aprendizagem e socialização entre as participantes das atividades.

Atividades do projeto:Datas:
Montagem e organização do acervo sobre feminismos, racismo estrutural e ambiental, mobilidade por bicicleta e mudanças climáticas da PretotecaMaio/22
Escola Bike Anjo para Mulheres, atendimentos para aprender a pedalar do zero em parceria com a Bike Anjo São Luís23/04; 14/05 e 28/05
Rodas de Mediação de Leitura sobre os temas do projeto23/04; 14/05 e 28/05
Oficina Bike Anjas: pedalar com segurança no trânsito11/06
Pedalada Poética, pedalada de prática no trânsito e intervenções culturais no percurso18/06 e 02/07
Oficina Bike Anjas: mecânica básica de bicicleta16/07
Encerramento do projeto30/07

Vamos juntas, Minas e Pretas! Ocupar a cidade pedalando e exercendo o nosso direito de ir e vir da mulher, sobre duas rodas e como forma de empoderamento.

O que? “Caminhos das Pretas”, projeto de acesso à leitura e ao uso sustentável da bicicleta dos coletivos Mulheres Negras da Periferia e Pedal das Minas.

Público: Mulheres a partir de 15 anos do pólo Coroadinho.

Porque Mulheres?

As mulheres negras representam 25% da população brasileira, em um contexto de pluralidade e diversidade, mas, que ainda convivem diariamente com a herança de um modelo de desenvolvimento urbano racista e sexista e que impõe sobre as mesmas diferentes graus de dificuldades e obstáculos para viver na cidade, como aprender a pedalar e, consequentemente, não terem escolha sobre a forma de fazer seus deslocamentos.

Na periferia do Coroadinho, locus deste projeto, a realidade não é diferente. Mulheres vivem cercadas por um contexto de negação de direitos, dentre estes, o direito à cidade, onde as mudanças climáticas e o racismo ambiental as vulnerabiliza ainda mais.

Onde e Quando? Lançamento dia 23 de abril (sábado), às 15 horas, na Casa das Pretas, sede do Coletivo Mulheres Negras da Periferia. Endereço: Av. Presidente José Sarney, Bom Jesus (https://maps.app.goo.gl/MMmcnXBcnnb1mtRWA). As atividades serão realizadas entre Abril e Julho de 2022 no Pólo Coroadinho.

Porque no Coroadinho?

O Coroadinho é um dos bairros mais populosos de São Luís e está situado na periferia, a 7 km do centro da cidade, na região da Bacia do Rio Bacanga próximo ao Parque Estadual do Bacanga, uma unidade de conservação que possui potente biodiversidade e construções antigas que datam do séc.XVIII.

É uma área carente de políticas públicas, de modo que no desenvolvimento urbano, há falta de saneamento básico, condições precárias de moradia, processos erosivos em encostas, poluição de canais e alagamentos em períodos chuvosos; e no transporte e mobilidade possui pouca integração com os bairros mais centrais e mesmo não possuindo estrutura cicloviária, é a 3º área da Grande Ilha de São Luís com maior fluxo de viagens diárias por bicicleta (1092), porém realizadas por homens em sua maioria (Rumbora Se Amostrar, 2019). Pode-se dizer que os ciclistas do território já deixam de emitir 0,203 tCO² por dia, caso fizessem as viagens de ônibus ou 1,586 tCO² por dia caso as fizessem de carro.

O bairro mesmo com essa realidade dispõe de fortes manifestações culturais populares, que também carecem de valorização: tambor de crioula, tambor de mina, festa do divino, reggae, dança de rua, grafiteiros, etc. E, em 2020, foi a 6ª comunidade que gerou mais empregos no Brasil, segundo a ONG Outdoor Social, revelando a potência econômica e de desenvolvimento local do território.

Por que pautar o projeto?

O projeto pauta temas presentes nas discussões atuais e de extrema relevância social e ambiental como os racismos ambiental e estrutural, a mobilidade por bicicleta e as mudanças climáticas por meio da perspectiva de gênero e raça.

Abordar o tema de se andar de bicicleta como o direito de ir e vir da mulher, sobre duas rodas e como forma de empoderamento é oportuno já que houve aumento de pessoas utilizando a bicicleta na Cidade de São Luís, não só como lazer mas como meio de transporte e que coincide com a retomada da revisão do Plano Diretor de São Luís, a crise do Transporte Público, com o compromisso da nova gestão municipal, por meio da Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte em implantar o Plano de Mobilidade Urbana de São Luís de 2017, além das ações do Maio Amarelo e das datas (a) 02 de Maio no Dia municipal de ir ao trabalho de bicicleta, celebrado na 1ª segunda-feira do mês e instituída pela Lei municipal nº 6.516 de 21/03/2019 e (b) 13 de Maio no Dia Nacional de Bike ao Trabalho promovida na 2ª sexta-feira do mês pela rede Bike Anjo desde 2013 no Brasil

Um breve histórico sobre os coletivos:

O Coletivo Mulheres Negras da Periferia atua desde 2019, na periferia do Coroadinho, em São Luís-MA, com ações voltadas ao reconhecimento e empoderamento da mulher preta e periférica, por meio de ações como rodas de conversas, ações sociais comunitárias e festival. Com a pandemia tem prestado assistência às famílias em situação de vulnerabilidade social, à exemplo da doação de alimentos, em parceria com outras organizações.

Já a Pedal das Minas é um Coletivo de Mulheres Ciclistas que atua desde 2017 com Mobilidade Urbana por Bicicleta, único coletivo que atua com esta pauta no Maranhão. Realizamos ações e projetos de incidência política e com foco no empoderamento de mulheres, entre eles destacamos: (1) Projeto “Rumbora se Amostrar” de mapeamento do perfil/demanda potencial de mulheres em 2019 em colaboração com o Coletivo Reocupa; a Campanha “Bicicleta para Futuros Possíveis” em 2020, para dialogar com o poder público sobre demandas para a mobilidade por bicicleta no combate ao Covid-19; e em 2021 o Projeto “Mermã, bora pedalar!” para ensinar mulheres a pedalar com segurança no trânsito.

Sobre o Edital:

Foram 29 projetos aprovados no Edital Cidades Amazônicas: floresta viva em movimento realizado pelo Fundo Dema nos estados do Pará, Maranhão e Mato Grosso, com o objetivo de fortalecer a luta contra o avanço do desmatamento, o agravamento da crise climática e outros impactos socioambientais por meio da manutenção de florestas vivas e o fortalecimento das organizações populares em movimento nas cidades, aliadas aos povos do campo, das águas e das florestas. No Maranhão foram selecionados 4 projetos das organizações: Coletivo Mulheres Negras da Periferia e Pedal das Minas; MST Maranhão e Coletivo de Juventude Campo e Cidade; Instituto Maranhão Sustentável; e Coletivo Reocupa.

Mais informações: Instagram @pedaldasminasslz e @coletivo.mulheresnegras

Email: pedaldasminassl@gmail.com e coletivomulheresnegras10@gmail.com

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Verborragia de deputados não serve para nada!

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou esta semana o relatório sobre conflitos no campo, onde o Maranhão aparece entre os primeiros colocados no ranking dos estados onde mais se matam trabalhadores e trabalhadoras rurais.

O prefeito Eduardo Braide quer destruir o pouco que resta de civilização em São Luís, empurrando às pressas um “novo” Plano Diretor predatório para a cidade.

A capital do Maranhão vive a maior crise no sistema de transporte coletivo de todos os tempos.

O rio Itapecuru, a maior fonte de abastecimento d’água de São Luís, está prestes a virar uma enorme vala de agrotóxicos, além do assoreamento.

Tudo isso acontece e dois deputados, ex-candidatos a prefeito de São Luís, pagos com dinheiro público, dedicam tempo para trocarem xingamentos nas redes sociais.

Os nomes dos dois parlamentares não serão mencionados aqui para não valorizá-los.

Nesse momento, seres humanos agonizam em hospitais precários, famílias lamentam a perda dos seus parentes assassinados em diversos conflitos no campo, rodoviários estão com os salários atrasados, a cidade está ameaçada pelo caos e precisamos tratar de assuntos sérios.

Parlamentares trocando xingamentos são desprezíveis.

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Abraji repudia censura do Santos ao UOL

Após ficar contrariado com a coluna escrita pelo jornalista esportivo Juca Kfouri no UOL, em 9.abr.2022, intitulada Fluminense 0, Ninguém FC 0, o presidente do Santos, Andres Rueda, proibiu que a equipe de reportagem do portal se credenciasse para acompanhar a partida do time contra a Universidad Católica, do Equador, no dia 13.abr.2022, pela Copa Sul-Americana. 

O clube publicou nota oficial em seu site exigindo que o UOL se “retratasse”, caso contrário os profissionais do portal não seriam mais atendidos pelo clube. “Uma imprensa que se sujeita a fazer isso, não merece ser recebida pelo Santos FC”, dizia a nota. A retaliação se concretizou no dia do jogo do time santista contra a equipe equatoriana, quando foi negado credenciamento aos jornalistas do portal.

Não é natural que a direção de um clube ceda a esse tipo de impulso e proíba tanto o colunista como a empresa para a qual ele trabalha de fazer a cobertura jornalística de suas partidas. Usar de seu poder para censurar o jornalismo é uma afronta ao direito fundamental da liberdade de expressão e de imprensa, além de restringir o acesso à informação da população e dos próprios torcedores. 

Vale destacar ainda que a Lei Pelé (nº 9.615/98) garante o direito de credenciamento a equipes jornalísticas devidamente inscritas nas associações de cronistas esportivos, caso do UOL. Diz o artigo 90-F da lei: “Os profissionais credenciados pelas Associações de Cronistas Esportivos quando em serviço têm acesso a praças, estádios e ginásios desportivos em todo o território nacional, obrigando-se a ocupar locais a eles reservados pelas respectivas entidades de administração do desporto.”

À Abraji, Juca Kfouri contou lembrar-se apenas de uma vez na história recente em que houve ameaça de retaliação a seu trabalho. Foi no mesmo ano da promulgação da Lei Pelé, durante a Copa da França, em 1998, em que o então presidente da Fifa, João Havelange, negou a credencial de Kfouri para o evento. A censura, no entanto, durou dias, e a credencial foi concedida.

Abraji repudiou, em ofício enviado ao clube, o ato censório do presidente do Santos: “Com esta atitude, a diretoria do clube se soma aos mais de 453 ataques contra a imprensa ocorridos no ano de 2021, segundo levantamento da Abraji, e contribui para a deterioração da liberdade de imprensa no país, que já está em situação de risco.”

Diretoria da Abraji, 18 de abril de 2022.

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CPT apresenta dados sobre violência no campo em 2021

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) lançou ontem (18) a publicação anual Conflitos no Campo Brasil 2021. É a 36ª edição do relatório, que reúne dados sobre os conflitos e violências sofridas pelos trabalhadores e trabalhadoras do campo brasileiro, bem como indígenas, quilombolas e demais povos tradicionais do campo, das águas e das florestas.

Após dois anos, o lançamento voltou a ser feito de forma presencial, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília. A atividade foi transmitida pela página da CPT no Facebook e no canal do Youtube. O lançamento teve a participação do presidente da CPT, Dom José Ionilton; de Andréia Silvério, da Coordenação Executiva Nacional da CPT; de Guilherme Delgado, da Associação Brasileira de Reforma Agrária (ABRA); de Dom Joel Amado, secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB; de Geovane da Silva Santos, pai do garoto Jonatas, morto a tiros em 10 de fevereiro na Zona da Mata de Pernambuco; e Jaque Kuñangue Aty, indígena Guarani-Kaiowá, do Mato Grosso do Sul.

Aumento de 75% nos assassinatos, mais de 1.000% nas mortes em consequência de conflitos, dois massacres e aumento de trabalho escravo no campo marcaram o ano de 2021

De acordo com os dados do Centro de Documentação da CPT – Dom Tomás Balduino (Cedoc-CPT), foram registrados 35 assassinatos em conflitos no campo no ano de 2021. Um aumento de 75% em relação a 2020, quando foram registrados 20* assassinatos. Desse total, 11 assassinatos, praticamente um terço, foram no estado de Rondônia, onde ocorreu, também, um massacre no mês de agosto, com três vítimas. Outro massacre foi registrado na região alta do rio Apiauí, em Mucajaí, sul de Roraima, com a morte de três indígenas Moxihatëtëa, que pertencem a um subgrupo Yanomami de denominação Yawaripë.

Conforme tendência demonstrada nos dados parciais divulgados em dezembro passado pela CPT, em 2021 houve um aumento de 1.100% nas mortes em consequência de conflitos no campo. Das 109 mortes registradas em 2021, contra 09 registradas em 2020, 101 ocorreram no território Yanomami, em Roraima, em decorrência da ação de garimpeiros. Além disso, outras violências como Trabalho Escravo tiveram aumento em 2021. O número de resgatados dessa prática mais que dobrou no campo no último ano. Os casos aumentaram 76%. 

Na publicação “Conflitos no Campo Brasil 2020”, lançada em maio de 2021, a tabela de assassinatos trouxe um total de 18 assassinatos. Após a publicação ser lançada, o Cedoc da CPT recebeu a informação de mais 2 assassinatos no estado do Amazonas, que foram atualizados no banco de dados e, por isso, aqui trazemos um total de 20 assassinatos em conflitos no campo no ano de 2020.

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Cantor Marconi Rezende lança “O bis”

Completando 30 anos de carreira artística, Marconi Rezende apresenta seu segundo álbum autoral, “O bis”, que chegará às plataformas digitais dia 25 de abril, com patrocínio do Grupo Potiguar via Lei Estadual de Incentivo à Cultura.

O nome “O Bis”, que dá título ao álbum, vem da música de Marconi Rezende e Fernando Japona, que revela a sutileza da arte em suas múltiplas formas e protagonistas, como as bailarinas.

Fernando fez a melodia e Marconi fez a letra. O álbum traz músicas autorais e parcerias com amigos especiais como Josias Sobrinho, Joãozinho Ribeiro e Zeca Baleiro, que compôs a letra e interpreta junto com Marconi a música “Se você fosse sincera”.

A canção “Azar do arlequim”, composta por Joãozinho Ribeiro, Marconi interpreta juntamente com a cantora Flávia Bittencourt.

São 11 músicas no total, sendo 4 composições exclusivas de Marconi Rezende: Carta na manga, Bem amada, Aquele beijo e Mana maria.

Imagem destacada / divulgação: Cantor e compositor Marconi Rezende