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PTistas do Maranhão celebram a democracia no aniversário do partido

Militantes, dirigentes e lideranças de todas as tendências, coletivos e agrupamentos do PT maranhense reuniram-se nesse sábado (23), em São Luís, para celebrar os 44 anos do partido.

Uma festa com música, feijoada e bolo marcou a confraternização, enfatizada pelos discursos em defesa da democracia no Brasil, retomada na eleição do presidente Lula para o quarto mandato presidencial.

As lideranças do partido chamaram atenção para as eleições 2024, destacando a necessidade da eleição de vereadoras, vereadores, prefeitos e prefeitas do partido em todo o país.

Convidado ao evento, o deputado federal Duarte Junior (PSB) e pré-candidato a prefeito de São Luís fez referência à importância do PT para a eleição de 2024. Oposição ao atual prefeito Eduardo Braide, o parlamentar socialista criticou o serviço do transporte coletivo e a má qualidade do atendimento na área de saúde.

Ao chamar Duarte Junior para o palanque, o dirigente petista e Secretário de Estado do Trabalho e Economia Solidária (Setres), Luiz Henrique Lula, clamou o “Bora resolver, Duarte?”, bordão adotado pelo então candidato à Prefeitura de São Luís em 2020.

No seu discurso, Luiz Henrique Lula reiterou o seu orgulho de ser um militante de base do PT e enumerou várias conquistas do partido que mudou o Brasil com inclusão social.

A celebração teve ainda a recepção às novas filiadas e filiados, entre eles o educador e gestor da área ambiental Marcos Silva, militante histórico da esquerda e ex-dirigente do PSTU.

O PT está em diálogo com as outras legendas da federação Brasil da Esperança, formada ainda por PCdoB e PV, para indicar a candidatura a vice-prefeito(a) na chapa a ser liderada por Duarte Junior.

Imagens: Perfil do PT no Instagram @pt.ma13

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Alessandro Martins empresário??!!

A maioria dos meios de comunicação no Maranhão vem cometendo deslize na identificação de Alessandro Martins.

Boa parte das manchetes classifica o sujeito como “empresário”, atribuindo ao noticiado uma qualificação que não se adéqua às regras da redação jornalística.

Martins foi empresário do ramo de veículos quando gerenciava a antiga Euromar, nos anos 1990.

Ludibriando o mercado e os clientes, ele ganhou notoriedade como líder de vendas, mas logo a polícia e a justiça descobriram que o suposto sucesso dele estava associado a uma série de falcatruas.

Após sucessivos golpes na praça, o então empresário foi preso e ficou no ostracismo, até reaparecer nas redes sociais em falas tresloucadas e causando confusão em lugares públicos, ameaçando pessoas comuns e autoridades.

Atualmente ele não é mais empresário de coisa nenhuma!

Embora tenha todo esse histórico de golpista criminoso, as manchetes do noticiário em geral ainda tratam o meliante como “empresário”.

Trata-se não só de um erro, mas de um absurdo.

Se uma pessoa pobre e negra gravasse vídeos ameaçando autoridades ou causasse confusão em ambientes públicos, seria sumariamente presa.

Mas, o golpista falido Alessandro, branco, morador da Península, é tratado nas manchetes como “empresário”.

Peço aos colegas jornalistas que corrijam o deslize.

Martins é um golpista falido, não tem título de empresário e demorou bastante para ser preso.

Nas manchetes, ele precisa ser tratado como “golpista da Euromar”.

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A guerra de Lula

A única guerra do presidente Luís Inácio Lula da Silva ao longo de toda a sua vida é a guerra contra a fome e a miséria.

Lula é uma instituição, respeitado no mundo inteiro pela sua luta em defesa da vida digna, do respeito pela democracia e do combate às desigualdades.

A extrema direita tem de respeitar!

Foto: Ricardo Stuckert

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26 de fevereiro: Dia Internacional de Solidariedade com os Jornalistas Palestinos

Quatro meses desde o início da guerra em Gaza, na Palestina, 100 jornalistas foram mortos. Este massacre é tão horrível quanto sem precedentes. Junte-se à Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) no dia 26 de fevereiro para um Dia Internacional em apoio aos Jornalistas Palestinos.

Fenaj – À medida que a guerra em Gaza se aproxima do seu quinto mês, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) e muitas organizações sindicais filiadas continuam a expressar a sua solidariedade e apoio aos jornalistas e profissionais dos meios de comunicação palestinos, especialmente ao Sindicato dos Jornalistas Palestinos (PJS, em inglês), uma organização membro da FIJ.

Cem jornalistas e profissionais da mídia foram mortos em quatro meses, o equivalente a 7 jornalistas por semana. Este massacre é sem precedentes e inaceitável.

Fornecer apoio aos jornalistas que trabalham na Faixa de Gaza tornou-se vital. Em pleno inverno, falta tudo aos nossos colegas e suas famílias, principalmente o básico da vida: roupas, cobertores, barracas/tendas, comida, água… A escassez destes bens de primeira necessidade neste pequeno território de 40 km de comprimento e 5 km de largura, que está sujeito a um bloqueio, resulta num aumento dos preços. Os bens básicos, onde estão disponíveis, já não são acessíveis.

A FIJ também está profundamente preocupada com o declínio da cobertura internacional da guerra, devido ao fato de Israel impedir que os meios de comunicação internacionais entrem na Faixa de Gaza e cubram o que lá acontece. Em todo o mundo merecemos saber o que se passa em Gaza. Esta negação deliberada do direito de reportar constitui um abuso da liberdade dos meios de comunicação social.

A FIJ e o Sindicato dos Jornalistas Palestinos convidam você a mobilizar os membros do seu sindicato, os jornalistas nas redações, mas também as organizações nacionais de trabalhadores na segunda-feira, 26 de fevereiro, para o Dia Internacional dos Jornalistas Palestinos.

Atividades sugeridas para marcar este dia: marchas, discursos, reuniões públicas, publicações nas redes sociais e tudo o que for possível para lembrar a todos os cidadãos o preço da liberdade de imprensa, que os jornalistas em Gaza pagam mais do que em qualquer outro lugar.

Não devemos esquecer que há quatro meses que são os jornalistas de Gaza que contam ao mundo o que ali se passa, porque Israel isolou completamente esta área de alguns quilômetros quadrados.

Junte-se a nós na realização de um minuto de silêncio ao meio-dia do dia 26 de fevereiro (hora nacional do seu país) para lembrar os jornalistas mortos desde 7 de outubro.

Envie-nos as fotos, vídeos, documentos e mensagens de solidariedade para a Secretaria Geral da FIJ em Bruxelas, para o seguinte endereço postal, que os divulgaremos amplamente: nadir.sdenhadji@ifj .org

Marque-nos nas redes sociais para que possamos retransmitir suas ações :

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Instagram @ifj_jornalistas

Linkedin @InternationalFederationofJournalists

Use #SupportPalestinianJournalists em suas redes sociais

Faça uma doação ao Fundo de Segurança Ocupacional da Federação Internacional de Jornalistas para apoiar colegas do sexo feminino e masculino em Gaza e fornecer-lhes alimentos, agasalhos, baterias externas e equipamento de trabalho. Com menção ao PJS ao enviar doações.

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47° Festival Guarnicê de Cinema abre inscrições

O Festival Guarnicê de Cinema, um dos eventos mais importantes do cenário cinematográfico brasileiro, está com inscrições abertas para a sua 47° edição. Os interessados têm até o dia 19 de março para submeter seus filmes às mostras competitivas, que contemplam longas-metragens, curtas-metragens e videoclipes. A participação é gratuita e os formulários de inscrição estão disponíveis no site guarnice.ufma.br. O festival ocorrerá de 07 a 14 de junho.

O Festival Guarnicê de Cinema – Edição 47 aceitará produções finalizadas a partir de junho de 2022, de realizadores brasileiros, ibero-americanos e de países de língua portuguesa. Os participantes devem ter no mínimo 18 anos de idade. As inscrições, assim como toda a programação do festival, são gratuitas. 

Desde 1977, a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) realiza o Festival Guarnicê de Cinema. A partir de 2020, o evento adotou um formato híbrido, o que aumentou o seu alcance e colaborou com a sua proposta de expandir o acesso ao audiovisual brasileiro. Na última edição, o festival alcançou quase 60 mil espectadores com sua programação presencial e on-line.

Além de difundir a produção audiovisual brasileira, o Guarnicê objetiva estimular a cadeia produtiva do cinema. Nesta edição, o festival ofertará ao menos R$60 mil em premiações. O melhor filme de longa-metragem nacional receberá um prêmio de R$20 mil, enquanto o melhor curta nacional será agraciado com R$10 mil. As duas categorias são pagas pelo próprio festival. Além disso, a Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema) destinará dez salários mínimos aos melhores filmes maranhenses nas categorias longa-metragem, curta-metragem e melhor obra eleita por júri popular.

O evento inclui, ainda, ações formativas, como oficinas, masterclasses e o seminário Ciência Cine Guarnicê, constituído por conferências e apresentações em grupos de trabalho. Serão realizadas também a Mostra de Jogos Digitais, a mostra acessível Faz Todo Sentido e a Mostra Universitária, composta por filmes realizados por estudantes do Ensino Superior. A programação será divulgada progressivamente nas redes sociais do festival e no site guarnice.ufma.br.

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Migração AM > FM na rádio Timbira

Uma roda de conversa no programa Timbira Tech, apresentado pelo jornalista José Reinaldo Martins, com a participação do radialista Robson Junior, nos recebeu para dialogar sobre o novo cenário do rádio diante do processo de migração das emissoras AM para FM. Assista abaixo:

Dialogamos sobre memórias, histórias, presente e futuro do rádio no cenário das novas tecnologias.

Esse fascinante meio de comunicação segue vivo na web, incorporando as novas mediações e formas de produção e recepção.

A Timbira AM foi desativada às 15h08 do dia 2 de fevereiro 2024 e breve será captada na nova frequência FM 95,5 Mhz.

Vinculada à Secretaria de Comunicação do Governo do Maranhão, a emissora ainda não está operando definitivamente na FM e funciona temporariamente na web (veja aqui).

A migração definitiva para funcionar em FM deve acontecer até o final de fevereiro, segundo os gestores da emissora.

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Dia Mundial do Rádio: o papel do veículo nas regiões Norte e Nordeste

Fonte: Empresa Brasil de Comunicação (EBC)

Jornalista e pesquisador Ed Wilson Araújo fala sobre a importância das rádios comunitárias e como os ouvintes colaboram na produção da informação

Com o tema “A rádio: Um século a informar, a entreter e a educar”, a Unesco celebra neste 2024 mais um Dia Mundial do Rádio. Para falar sobre a importância do veículo para o desenvolvimento das regiões Norte e Nordeste, o Nacional Jovem conversou com Ed Wilson Ferreira Araújo, doutor em Comunicação pela PUC-RS e presidente da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária no Maranhão (Abraço-MA).

Como o rádio tem sido utilizado para educar e informar as populações remotas e rurais do norte e nordeste do Brasil? Qual tem sido o papel das rádios comunitárias? E como os ouvintes deste veículo colaboram na produção da informação? 

Ouça a entrevista no player da Rádio Nacional da Amazônia.

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Iphan vai inventariar Turmas de Samba do Maranhão

Por Fernando Oliveira (Jornalista)

Texto publicado no portal Agenda Maranhão

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Maranhão, em parceria com a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), vai inventariar uma das manifestações mais antigas do carnaval maranhense: as Turmas de Samba. Esses grupos se caracterizam pela cadência mais lenta da batucada, cujo ritmo é encontrado, além de São Luís, em pelo menos cerca de 30 municípios maranhenses, conforme identificação preliminar do órgão federal.

O trabalho deve começar nos próximos meses e será desenvolvido pelo grupo de pesquisa sobre cultura popular e religião (GP Mina), da UFMA. A investigação segue o mesmo modelo que o Iphan adotou para a identificação de bens como o tambor de crioula e o bumba meu boi, que resultou no registro de ambos como patrimônio cultural imaterial brasileiro.

O inventário por si só não leva ao reconhecimento do bem como patrimônio imaterial, processo que requer diversas outras providências. A iniciativa tem como foco principal subsidiar o Iphan a promover ações que garantam a preservação dessa forma de batucada, incluindo seus detentores na política patrimonial do órgão.

De acordo com o antropólogo Rafael Bezerra Gaspar, da Coordenação Técnica de Patrimônio Imaterial do Iphan-MA, o Inventário Nacional das Referências Culturais das Turmas de Samba do Maranhão vai procurar identificar esses grupos, não só na Ilha de São Luís, mas também em todo o estado. “O que se pretende é entender se eles possuem variações de formação, de organização, de personagens, ritmo, musicalidade. E ainda como estão as condições materiais dos grupos”.

Não é a primeira vez que uma manifestação do carnaval de São Luís é alvo de inventário desse tipo. Em 2010, o bloco tradicional também foi objeto de investigação do INRC que resultou em um volumoso dossiê encaminhado ao Iphan solicitando o seu registro como patrimônio imaterial brasileiro. O conselho consultivo do Iphan não reconheceu a relevância do bem e arquivou o processo.

O historiador Ananias Martins, em sua obra “Carnaval de São Luís: diversidade e tradição”, revela que os primeiros blocos carnavalescos de São Luís foram fundados como Turma de Samba, no final da década de 1920. Uma delas, a Turma de Mangueira, se transformou na escola de samba que ainda hoje desfila no concurso oficial promovido pela prefeitura.

Na Secretaria Municipal de Cultura (Secult) estão cadastradas apenas quatro Turmas de Samba da região metropolitana de São Luís: Ritmistas da Madre Deus, Vinagreira do Samba, Ritmistas de Ribamar e Os Fuzileiros da Fuzarca, a mais popular de todas. Esta última, às vésperas de completar 88 anos, ganhou uma exposição para marcar a data. Instalada no Forte Santo Antônio, na Ponta d’Areia, a Mostra “Da Vila pro Forte Fuzileiro” retrata em fotos, vídeos, instrumentos e indumentárias a história do grupo ao longo de quase nove décadas animando o carnaval de rua de São Luís.

Fotos/Márcio Vasconcelos: Turma de Samba Os Fuzileiros da Fuzarca

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A gente somos nós

Por Eloy Melonio, contista, cronista, poeta e letrista, e membro da APB (Academia Poética Brasileira)

Parece que hoje somos mais “a gente” do que “nós”.

Em outras palavras: o trono pronominal de “nós” está ameaçado pela força expressiva de “a gente”, que — há um bom tempo — domina a cena da linguagem informal. Essa situação pode passar a falsa ideia do “tanto faz, tanto fez”, não é mesmo? Por isso, vale lembrar: nós somos nós, e a gente é a gente. 

A ideia de tratar desse assunto nasceu de um triálogo num programa de TV. O âncora anuncia: “A gente agora vai chamar…”. Na sequência, o repórter: “O delegado falou com a gente sobre…”. E o entrevistado: “A intenção da gente era convocar…”. 

Em questão de minutos, “a gente” encarnou três personagens sintáticas numa interlocução jornalística. Tal constatação me motivou a observar mais atentamente a fala das pessoas em contextos diferenciados. E aí pensei: se a gente tem uma missão, então somos nós que devemos encará-la.

E que missão é essa?!

Calma aí! Missão aqui é só uma isca semântica para prender sua atenção. No fundo, a ideia é entender, aceitar ou rejeitar alguns exageros da velha mania de criar algo de que não se precisa. E, acredite: tem muita gente querendo inventar uma roda que seja mais redonda do que a roda que roda por aí há muitos e muitos séculos.

Que tal, então, navegarmos as águas maneiras do coloquialismo? Fique sabendo que, nessa travessia, a música e a poesia são ondas cobertas pela espuma da informalidade. No crachá dessas navegantes, a explicação: LICENÇA POÉTICA. E aí vem o samba e canta o amor: “A gente se encontra no olhar/ A gente tem tanto querer” (Beth Carvalho). E o rock surfa um protesto: “A gente não quer só comida, diversão e arte/ A gente quer saída para qualquer parte” (Titãs). E nessa vibe — subindo e descendo — a gente vai se virando na vida e na arte.

Vê-se facilmente que “a gente” está dominando o script dessa peça comunicativa até mesmo quando não é exigida ou esperada. É certo que, em situações formais, ainda existe uma catraca barrando a sua entrada. Mesmo assim, ela não perde seu espírito plural de autoafirmacão: “A gente somos o que quisermos ser”.

Com toda essa força, acho que nem a redação do ENEM escapa à sua impetuosidade, dependendo do tema proposto.

Uma certeza me diz que nada mais surpreende no reino das palavras. Com elas, criamos narrativas para todo tipo de situação. E, por falar em “narrativa”, essa danadinha é um bom exemplo de desprestígio, pois, ocupantes da tribuna política fazem dela “gato e sapato”. E, na boca de um “louco”, pode causar danos irreparáveis.

Nada contra a comunicação informal, desde que ela suba ao palco apenas na cena que lhe é reservada. Especialmente porque suas palavras também são tijolinhos dessa construção chamada convívio social. Por isso mesmo, — repito — elas são a praia da poesia e da música, onde passeiam descontraidamente, segundo os versos da saudosa Cássia Eller: “Palavras, apenas/ Palavras, pequenas/ Palavras, momentos”.

Não se pode esquecer a belíssima asserção da profa. Adriana Falcão: “Os poetas classificam as palavras pela alma porque gostam de brincar com elas, e, para brincar com elas, é preciso ter intimidade primeiro” (Pequeno dicionário de palavras ao vento).

Pois é,  sem intimidade, nossas amigas não passam de letra e som — soltas ao vento ou submissas ao espírito do momento. O problema surge quando são manipuladas para provocar confusão, fazer guerras. E aí lembro a lição dos hippies dos anos 60: “Make love, not war”.

Voltando aos nossos dias, quero mostrar a praia das vaciladas gramaticais, onde a linguagem informal faz topless sob nuvens carrancudas. A intenção aqui é apenas mostrar as pegadas quase invisíveis da norma culta vilipendiada.

Queiramos ou não, temos de reconhecer a força da linguagem informal, que admite o uso de gírias, frases estranhas, erros (intencionais ou não). E que tudo isso reside em criar o inusitado. Não se fala falando, fala? Não se pensa pensando, pensa? Mas, de repente, a gente começou a “chegar chegando”. 

Uma paradinha rápida para emoldurar a intimidade de que nos fala a profa. Adriana Falcão. E, para isso, ninguém melhor que um poeta da estirpe de Salgado Maranhão, que diz dizendo: “Nenhum pássaro canta para si próprio” (Pedra de Encantaria, ed. 7 LETRAS, p. 18).

Essa estrutura verbal tem uma força semântica impressionante. Antes do desfile da Camisa Verde e Branco (SP), um repórter perguntou à presidente qual era a sua mensagem para os componentes de sua escola de samba. Sem titubear, ela explode em motivação: “Passar, passando”.

Jamais imaginei que “sexta” (sexta-feira) pudesse virar um verbo. Mas, eufóricas com fim de semana, as pessoas anunciam: “Sextou!” 

Estranho mesmo é que muita gente não está mais indo nem chegando aos lugares. Vão no cinema, chegam no shopping. Até “um avião da FAB, trazendo brasileiros resgatados da guerra Israel-Hamas, chegou no aeroporto de Congonhas, em São Paulo” (jan/2024), segundo um repórter de TV.

Atenção agora, porque estas são de lascar: “este” e “esse” já não sabem quem vêm antes ou depois. E, confusos, podem terminar numa festa pop para a qual não foram convidados. E como estão perdidos alguns advérbios de lugar, que, igualmente, não sabem mais “aonde” estão nem “onde” querem chegar!

Estranho mesmo é o que está acontecendo com “todos” — o todo-poderoso do ministério da inclusão. Parece que nosso amigo já não se sente suficientemente forte para segurar “toda a galera”. À sua sombra, seus sósias assumem papéis supostamente equivalentes à sua natureza associativa.

Finalmente, a verdade é que “a gente” se sente parte de um todo quando nos acolhem e nos respeitam.

E aí soltamos todos o grito da vitória: “É nós!”

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Luta da Abraço Brasil garante apoio cultural às rádios comunitárias

O governo federal editou a Portaria Nº 15, dispondo sobre o cadastramento de emissoras de radiodifusão comunitária para veiculação de patrocínio sob a forma de apoio cultural.

A iniciativa ocorre depois de 26 anos da existência da Lei 9612/98, que institui o Serviço de Radiodifusão Comunitária.

Nesse contexto, é primordial dizer que as rádios comunitárias têm direito ao apoio cultural assegurado na legislação, mas esse direito nunca havia sido efetivado na forma de veiculação de patrocínio do governo federal

A portaria e a abertura do prazo para as emissoras fazerem o cadastro são fruto de muita luta, mobilização e pressão da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço Brasil), com apoio das suas entidades estaduais.

Não se trata de uma benesse do governo. É uma conquista da nossa militância em prol da democratização da comunicação.

Esse direito conquistado é o resultado de reuniões, visitas aos gabinetes dos parlamentares, pressão política, cobranças, denuncias, seminários, encontros, congressos e muita mobilização para dizer que as rádios comunitárias estão vivas e são tão importantes quanto a mídia de mercado.

Veja abaixo os detalhes na matéria da Agência Brasil

Rádios comunitárias poderão veicular patrocínio do governo

Secretaria de Comunicação abrirá cadastro para emissoras licenciadas

Emissoras comunitárias de radiodifusão  devidamente licenciadas e em funcionamento regular poderão receber patrocínio sob a forma de apoio cultural por parte do governo federal. A medida consta em portaria publicada nesta quarta-feira (7) pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), que coordena a aplicação de verbas oficias de publicidade e patrocínio. O apoio cultural está previsto na lei que instituiu o serviço de rádios comunitárias em 1998, mas nunca foi devidamente regulamentado para permitir o acesso dessas associações a verbas públicas de patrocínio. Trata-se de uma reivindicação histórica do movimento de rádios comunitárias.

“Lutamos por isso há mais de 25 anos. Não é proibido que rádio comunitária receba apoio cultural. Muito pelo contrário, a lei trata disso”, celebrou Geremias dos Santos, presidente da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço). Ao todo, há cerca de 4,5 mil rádios comunitárias outorgadas no país. Outras 600 têm portaria de funcionamento concedida pelo Ministério das Comunicações (Minicom), mas sem a autorização definitiva pelo Congresso Nacional.

Para ter acesso ao apoio cultural, as associações e fundações detentoras de licenças comunitárias deverão preencher um cadastro na página da Secom na internet, que ainda será disponibilizado, e apresentar uma série de documentos. O prazo para esse cadastramento será de 60 dias corridos a partir da edição da portaria.

A efetiva autorização para a veiculação de patrocínio sob a forma de apoio cultural dependerá do atendimento às regras previstas na Instrução Normativa (IN) 2 da própria Secom, editada no ano passado, que estabelece as normas para a execução da publicidade dos órgãos e entidades integrantes do Sistema de Comunicação de Governo do Poder Executivo Federal (Sicom).

A Secom também prepara um edital e um convênio com o Ministério da Cultura para permitir que rádios comunitárias recebam recursos para divulgar localmente ações culturais vinculadas à Lei Aldir Blanc. Lançada e aprovada como política permanente no ano passado, a Lei Aldir Blanc prevê investimentos de R$ 15 bilhões no setor cultural até 2027, o equivalente a R$ 3 bilhões por ano, e teve adesão de mais de 5,4 mil municípios.

Estados e municípios

Para Geremias dos Santos, da Abraço, a nova portaria também vai permitir que estados e municípios possam abrir a possibilidade de conceder apoio cultural às emissoras por meio de verbas oficiais de patrocínio.  

“Isso vai fazer com que os governos dos estados e os governos municipais parem de alegar que não têm nada na legislação que permita o acesso a verba de apoio cultural”, observou.

Alcance

Agora, o movimento de rádios comunitárias espera que o governo federal reveja o Decreto 2.615/98, que limitou o raio de alcance do sinal das emissoras comunitárias a um quilômetro.

“A alteração desse decreto é uma reparação histórica para as rádios comunitárias. A lei nunca estabeleceu essa limitação tão rígida. Esperamos que o governo também atenda essa reivindicação prioritária”, afirmou em entrevista à Agência Brasil.