Categorias
notícia

Obras poéticas de Gilson Cavalcante em São Luís

Escritor lança “A arte e desmantelar calendários” e
“O amor não acende velas” na livraria
Poeme-se (rua do Egito, 166, Centro),
neste sábado (18), a partir das 17h

O poeta tocantinense Gilson Cavalcante lança neste sábado (18), em São Luís, seus livros mais recentes: “A arte e desmantelar calendários” e “O amor não acende velas”. Morador de Taquaruçu, Tocantins, Gilson confessa: “nestes livros, eu sangro mais”. Com uso da metalinguagem, seus poemas discorrem sobre o tempo, acúmulos, humor, erotismo, excessos e a infinita busca para completar o vazio existencial.

“Eu só escrevo o que eu vivo. Sempre falo que para fazer poesia, tem que sangrar. Se não sangrar, não é verdadeira a poesia”, comenta o autor, que gosta não só de escrever, mas de declamar os próprios poemas, sendo um slammer do cerrado, com seus vídeos declamando os textos no Instagram.

“A arte e desmantelar calendários” sai pela Cultivo Projetos Criativos e reúne poemas escritos antes e durante a pandemia. O livro chega para celebrar o momento do autor, que revela que se esforça para fazer uma poesia acessível. “Estou nessa labuta, de fazer a poesia numa linguagem mais gostosa, acessível e que traga uma mensagem boa para quem a lê e tem acesso a ela. Não precisa entender, mas sentir.”

Além deste livro, financiado com recursos da Lei Aldir Blanc, Gilson lança em São Luís “O amor não acende velas”. No início de 2022, o poeta lançou também um disco com suas próprias composições.

Perfil do autor

Gilson Cavalcante é jornalista e poeta, com 10 livros publicados, entre eles: 69 Poemas – Dos Lençóis e da Carne, em parceria com Hélverton Baiano, Lâmpadas ao Abismo, Ré/Ínventário da Paisagem, Poemas da Margem Esquerda do Rio de Dentro, O Bordado da Urtiga, Anima Animus – O Decote de Vênus, (2009) e Bonsai de Palavras. Depois de vencer o histórico e concorrido concurso da Bolsa de Publicações Hugo de Carvalho Ramos, em Goiás, em 2011, o poeta recebeu o Troféu Goyazes 2011, no campo da poesia. A honraria é da Academia Goiana de Letras.

Links

https://www.instagram.com/gicante60/

Para comprar a obra e saber mais sobre o poeta, acesse: www.gilsoncavalcante.com

Categorias
notícia

Justiça Federal arquiva inquérito policial contra os índios Akroá Gamella acusados de roubo, no caso Equatorial Energia

A pedido do Ministério Público Federal (MPF), o juiz Luiz Régis Bomfim Filho decidiu pelo arquivamento do inquérito policial contra oito indígenas da etnia Akroá Gamella, sediados em Viana, na Baixada maranhense, a 214 Km de São Luís. Eles haviam sido acusados de roubo qualificado de armas de fogo e munições durante a invasão do território Taquaritíua por supostos seguranças privados a serviço da Equatorial Energia. A investigação a princípio foi conduzida pelo delegado da Polícia Civil Marcelo Magno Ferreira e Souza.

Transferido para a esfera federal, o inquérito foi arquivado por falta de provas. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), “a tomada das armas de fogo e as respectivas munições durante o ocorrido constituiu conduta desprovida de reprovabilidade, uma vez que não se identifica no feito a intenção dos indígenas de se assenhorearem da alegada res furtiva, mas de meramente impedir a instauração de um conflito armado, colocando em risco a vida dos membros da comunidade, dentre eles crianças, mulheres e idosos.”

Em 18 de novembro de 2021, dois homens armados com pistolas e munições, a bordo de uma caminhonete, adentraram no território indígena e identificaram-se como “seguranças privados” a serviço da Equatorial Energia. Ao perceberem o carro, os Gamella fizeram uma abordagem preventiva, recolheram as armas e as munições e retornaram às suas casas nas aldeias, quando foram surpreendidos por viaturas da Polícia Militar (PM) efetuando prisões sem ordem judicial e outras medidas arbitrárias como tiros para o alto e bombas de efeito moral para intimidar e coagir os aldeados.

As armas recolhidas foram identificadas como de uso da PM, revelando a verdadeira identidade dos supostos seguranças privados: eles eram policiais militares à paisana prestando serviço ilegal para a Equatorial Energia.

A empresa tentava instalar uma linha de distribuição de energia (LD Miranda) na área indígena, mas encontrava resistência. Os Akroá Gamela solicitavam diálogo sobre a construção da obra, diante dos impactos que causaria dentro das terras, que passam por um longo processo de demarcação no âmbito do governo federal.

Dois veículos da concessionária foram incendiados, sem identificação de autoria. Segundo nota da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Governo do Maranhão, funcionários da Equatorial Energia e policiais militares foram capturados como reféns. A SSP publicou a nota antes de qualquer depoimento ter sido tomado.

A PM deteve 16 pessoas sem mandado judicial e nem flagrante delito, sendo três mulheres, entre elas Craw Craw Akroá Gamella, de 49 anos. Conduzidos para as instalações de um posto de gasolina, na sede do município de Viana, passaram por constrangimentos, ameaças, insultos e interrogatório informal para revelarem o destino da arma recolhida.

Segundo os Gamella, durante a abordagem no posto, os policiais militares ofereceram liberdade às lideranças se eles entregassem a arma de fogo, configurando prisão arbitrária. “Achei que ia ter uma execução de nós”, cogitou Craw Craw. Já Cohtap Akroá Gamella recorda especialmente a fala de um policial exaltado, em uma sala reservada do posto. “Se as armas não aparecerem, vai ter merda!”, dizia o PM, em tom ameaçador. Em seguida todos foram transferidos para a delegacia de Viana. Em solidariedade, os indígenas de várias aldeias realizaram protesto e os detidos foram levados para a delegacia de Vitória do Mearim.

Oito detidos que tiveram flagrante lavrado pela Polícia Civil passaram pelo constrangimento de ter as cabeças raspadas, medida disciplinar extrema em casos de encarceramento. No dia da soltura, de volta para casa, todos os Gamella pelaram as próprias cabeças em solidariedade, durante um ritual de celebração da liberdade.

Advogados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), em parceria com a Defensoria Pública do Estado (DPE), conseguiram liberar os detidos dois dias depois (20 de novembro).

Os indígenas também tiveram aparelhos celulares e filmadora apreendidos no momento em que registravam os fatos em vídeos e fotos. Com a decisão judicial, os equipamentos serão devolvidos. Cessam também as medidas cautelares que impediam os indiciados de sair do território e os obrigavam a se apresentar mensalmente à Justiça.

Para o advogado da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Rafael Silva, que atuou na defesa dos indígenas, o inquérito foi estruturado a partir de um absurdo jurídico e de racismo institucional. “Os Gamella estavam sendo acusados de roubo de arma de fogo da Polícia Militar, mas o inquérito ocultava um aspecto essencial. Os indígenas retiraram a arma do local do conflito para que não houvesse alguma coisa grave. Foi um ato de legítima defesa, sem qualquer violência contra aquele policial que prestava um serviço absolutamente ilícito. Ele não estava uniformizado, não se apresentou como policial e afirmou que estava ali a serviço da Equatorial; portanto, era um jagunço de fato. A arma foi entregue para a autoridade policial no mesmo dia pelos indígenas. Em nenhum momento aquilo consumava tipo penal de roubo”, explicou Silva.

Em nota divulgada à época, a Equatorial Energia sustentou a tese de que os indígenas haviam tomado os “colaboradores” da concessionária como reféns: “Na condução da obra, os colaboradores foram abordados pelos indígenas Akroá-Gamella pedindo a paralisação da obra e a suspensão das atividades, e na manhã do dia 18/11 quando a empresa enviou colaboradores na tentativa de agendar uma reunião com a finalidade de entender os pleitos, os indígenas se exaltaram, mantiveram todos reféns por algumas horas, tomaram as armas dos policiais que foram chamados para tentar controlar a situação e atearam fogo nos veículos da concessionária. Um reforço foi solicitado e os reféns foram libertados sem ferimentos”.

Segundo o Defensor Público Federal e integrante do Conselho Nacional dos Direitos Humanos, Yuri Costa, não havia liberação para a obra da linha de distribuição. “Pelo contrário, há uma decisão da própria Justiça Federal que suspende esse tipo de intervenção porque no curso dessa ação está se discutindo como se dará o licenciamento ambiental. Então a Equatorial, as pessoas que ela mandou, inclusive pessoas armadas, não tinham autorização para estar ali. Os indígenas reagem a isso dentro do seu território, exercendo um direito de todo cidadão que é proteger onde mora, onde vive, proteger os seus familiares desse tipo de invasão”, esclareceu Costa.

Ele destaca o arquivamento do inquérito em dois níveis de importância: trata o tema de forma coletiva e afasta a criminalização dos indígenas. “A decisão vai de encontro a essa criminalização. Reconhece que eles estavam coletiva e legitimamente no exercício do direito deles”, pontuou o defensor.

Em novo comunicado da Assessoria de Imprensa, a Equatorial Energia informa que pauta suas ações com ética e transparência, respeitando toda a sociedade (sem distinção de etnia, cor, raça ou credo). Disse também que tomou conhecimento da decisão judicial e confia na Justiça. “A Distribuidora esclarece, ainda, que, mesmo com todas as licenças e autorizações para retomar a obra da Linha de Transmissão Miranda do Norte – Três Marias, de grande relevância para o desenvolvimento socioeconômico da região da Baixada, vem buscando diálogo e entendimento com a comunidade indígena Akroá Gamella e demais órgãos competentes, portanto, buscando o cumprimento de seu dever de levar energia elétrica de qualidade para a população do estado, sempre com respeito ao direito de todos os envolvidos”, pontuou a empresa.

A advogada e assessora jurídica do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) no Maranhão, Lucimar Carvalho, considera o caso Equatorial uma continuidade da violência contra os indígenas, vitimados em 2017 pelo massacre que resultou em dois homens Akroá Gamella com membros decepados e vários feridos. Para Carvalho, os sucessivos episódios configuram um processo de apagamento da memória e de aniquilamento dos corpos, por isso a decisão judicial de arquivamento do inquérito é uma vitória fundamental a ser celebrada e tem um sentido de resistência diante de tantas violências contra os indígenas.

Leia aqui reportagem especial sobre o Massacre dos Gamella de 2017.

Imagens destacadas / (Fotos: Povo Akroá Gamella)

Categorias
notícia

Lahesio e os Sarney: desde 2018…

Na eleição de 2018 para o Governo do Maranhão, o então prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim, à época no PSDB, fez declarações apaixonadas de voto em Roseana Sarney (MDB), durante evento com o staff político da oligarquia.

“Não tem mais lugar nesse Maranhão para comunista. Eu nunca mais vou deixar de votar nos Sarneys. Nunca mais vou deixar de acompanhar o Lobão, o João Alberto”, asseverou.

O comunista era o candidato do PCdoB, Flávio Dino, que ganhou a eleição.

Assista no vídeo abaixo a declaração de apoio do prefeito a Roseana Sarney.

A promessa do prefeito apareceu nas urnas. Roseana Sarney teve 75,76% dos votos (2.163 eleitores) contra 14,75% (421 votos) de Flávio Dino na cidade reduto eleitoral de Lahesio Bonfim.

Candidatos ao Senado, Sarney Filho e Edson Lobão também tiveram expressivo apoio do eleitorado de São Pedro dos Crentes, com votação de 39,30% (2.150 eleitores) e 34,86% (1.907 eleitores), respectivamente.

Eliziane Gama (PPS), candidata evangélica oficial da Assembleia de Deus, ficou em terceiro lugar no Senado, com apenas 13,12% (718 votos) na cidade. O quarto colocado foi Weverton Rocha (PDT) e obteve 8,44% dos votos válidos (462 eleitores).

Apoiados pelo governador Flávio Dino, Gama e Rocha foram eleitos ao Senado derrotando os candidatos da família liderada por José Sarney.

O revés do voto evangélico no Senado chegou também à disputa da Assembleia Legislativa. Candidato preferido da Assembleia de Deus em São Pedro dos Crentes, pastor Cavalcante (PROS) obteve apenas 73 votos dos irmãos e ficou em quinto lugar entre os mais votados na cidade. Quem ‘bombou’ nas urnas para deputado estadual foi Adriano Sarney (PV). Ele teve 61,59% dos votos válidos (1.825 eleitores). Reeleito, Adriano é neto de José Sarney e primogênito de Sarney Filho.

Para deputado federal, outro sarneísta liderou com folga a votação entre os evangélicos. Victor Mendes cravou 61,91% dos votos válidos, obtendo a preferência de 1.832 eleitores.

Veja na tabela abaixo os seis candidatos mais votados para a Câmara Federal em São Pedro dos Crentes:

candidato(a)votos% votos válidossituação
Victor Mendes (MDB)1.83261,91suplente
Deoclides Macedo (PDT)39313,28suplente
Sebastião Madeira (PSDB)2709,12suplente
Marcio Jerry (PCdoB)832,81eleito
Josivaldo Melo (PHS)421,42suplente
Zé Carlos (PT)301,01eleito
Candidato do MDB, Victor Mendes “bombou” de votos em São Pedro dos Crentes

Leia mais sobre a cidade evangélica na série de reportagens especiais do Blog do Ed Wilson:

São Pedro dos Crentes (parte 1): cidade evangélica tem fiéis ardorosos e irmãos desviados

São Pedro dos Crentes (parte 2): cidade evangélica é o último reduto de José Sarney no sul do Maranhão

São Pedro dos Crentes (parte 3): futebol é tabu na Assembleia de Deus

Categorias
notícia

Sergio Moro queria um cadáver?

Durante a gestão de Sergio Moro no Ministério da Justiça e Segurança Pública, o servidor concursado da Fundação Nacional do Índio (Funai), Bruno Pereira, foi exonerado do cargo de coordenador-geral de Índios Isolados, em outubro de 2019.

A Funai era subordinada à pasta de Moro.

Ato contínuo, o governo federal começou a incentivar atividades exploratórias em terras indígenas, incluindo a mineração, avançando para legalizar os garimpos.

O indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips foram mortos quando trabalhavam em reportagens investigativas no Vale do Javari, no Amazonas, área de mineração e de pesca ilegal.

A destruição da Amazônia, o desprezo pelo meio ambiente, a vinculação de membros do governo com milicianos e toda a pauta predatória estão no contexto da necropolítica que arrasa a civilização no Brasil.

Sergio Moro teria as mãos sujas de sangue?

Imagem destacada: Agência Reuters

Categorias
notícia

Carta ao povo brasileiro pela soberania e contra a privatização da Eletrobras

Fonte: Agência Tambor

No último sábado, 11 de junho de 2022, a Eletrobras completou 60 anos de aniversário, empresa que tanto orgulha o povo brasileiro e contribui para o desenvolvimento nacional, levando luz e dignidade à população, a exemplo de programas como o Luz Para Todos.

Neste ano, o aniversário da Eletrobras representa a luta dos trabalhadores organizados enfrentando a tentativa do governo Jair Bolsonaro de privatizar esse grande patrimônio nacional.

Caso a privatização da Eletrobras se concretize, a energia elétrica no Brasil se tornará um artefato de luxo e impagável para maioria dos brasileiros, além de colaborar para a desindustrialização do país, ampliando ainda mais as taxas de desemprego e os preços de alimentos.

A Eletrobras é a maior empresa do setor elétrico da América Latina, com 125 usinas de geração de energia elétrica (51.125 MW), sendo 80% de base hidráulica, 71.000 quilômetros de linhas de transmissão, tendo seu patrimônio avaliado em quase R$ 400 bilhões. No entanto, Bolsonaro quer entregá-la por um preço 15 vezes inferior, lesando assim toda a sociedade brasileira.

Além do aumento da tarifa, os apagões se tornarão mais frequentes, como no Amapá, onde a empresa de fornecimento de energia elétrica já foi privatizada e sua população pagou um preço muito caro com isso, enfrentando quase um mês sem energia elétrica.

Estamos diante de um escandaloso e criminoso projeto que tramitou no Congresso Nacional a toque de caixa, sem ouvir o povo brasileiro.

É urgente impedir este retrocesso e, para isso, convocamos a todos sindicatos, movimentos populares e população em geral a se juntar nessa luta. Diversas manifestações vão ocorrer em todo território nacional puxadas pelas Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo.

Vamos à luta defender o patrimônio do povo brasileiro.

Viva os 60 anos da Eletrobras!

Para subscrever a Carta ao povo brasileiro pela soberania e contra a privatização da Eletrobrasclique aqui

Categorias
notícia

Justiça determina o fim do lixão a céu aberto de Pinheiro, na Baixada Maranhense

Fonte: Ascom TJMA

O município de Pinheiro deverá implantar destinação e disposição adequadas aos resíduos sólidos (lixo) até o dia 2 de agosto de 2023. A determinação, do juiz Pedro Holanda Pascoal, atendeu ao pedido do Ministério Público em “Ação Civil Pública de Obrigação de Fazer”.

O tratamento do lixo deverá ser feito de acordo com a legislação e as normas técnicas, independentemente da implantação do “Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos”.

Segundo o MP, o lixo produzido em Pinheiro é depositado indiscriminadamente no lugar denominado “Lixão”, operado pelo município e por terceiros e a falta de local ambientalmente adequada resulta da falta de ação do município, que, ao longo de toda a sua existência, nunca foi dotado de aterro sanitário.

“É de conhecimento amplo que o lançamento de resíduos sólidos ou rejeitos in natura a céu aberto caracteriza evidente dano ambiental pela contaminação do solo, do ar e dos recursos hídricos subterrâneos, assim como pela proliferação de vetores de patologias e, em alguns casos, a contaminação de recursos hídricos de superfície”, diz os autos do processo.

Lixo bruto

A ação foi documentada com laudo de vistoria e imagens fotográficas comprovando que o lixão funciona a céu aberto, sem separação, inclusive com resíduos diversos de atividades poluidoras ao ar, água, solo e subsolo, em local impróprio e sem licenciamento ambiental ou tratamento de rejeitos domésticos.

O município alegou que já formalizou o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS) de Pinheiro, que reúne os princípios, as diretrizes, os objetivos, os instrumentos, as metas e as ações a serem adotadas pelo município, visando à gestão integrada e ao gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos. A defesa da administração municipal requereu a rejeição do pedido ministerial e poderá recorrer da decisão.

Legislação ambiental

Na sentença, o juiz informa que a legislação ambiental (Lei n° 12.305/2010), que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos estabelecendo o prazo para a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos” em 04/08/2014, mas esse prazo foi recentemente prorrogado. 

De acordo com a nova data estipulada em lei, municípios com população entre 50 mil e 100 mil habitantes no Censo 2010, deverá acabar com os depósitos de lixo a céu aberto até 2 de agosto de 2023.

Segundo dados do IBGE disponíveis na internet, a população da cidade de Pinheiro está estimada em 84.160 habitantes.

“Dito isto, de acordo com as provas produzidas nos autos e, tendo em vista a constatação de irregularidades na manutenção do local em referência, bem como de que a atividade fim do lixão é desenvolvida em descompasso com a legislação ambiental, outra não é a solução senão a desativação do depósito de resíduos sólidos…”, declarou o juiz na sentença.

No caso de descumprimento da ordem, o juiz fixou multa mensal no valor de R$ 10 dez mil reais, que deverá incidir a partir do primeiro dia imediatamente seguinte ao termo final do prazo estabelecido no parágrafo anterior.

Categorias
notícia

Minha tréplica a Gastão Vieira

Depois da postagem PT deve enquadrar Gastão Vieira, o ex-parlamentar recém filiado ao PT reagiu na rede social Instagram, reiterando a sua violência verbal contra a professora da UFMA e militante do PT Mary Ferreira.

“…ela me bateu como homem e queria apanhar como mulher”, disparou Vieira.

Na sua réplica, o político também me acusou de desinformação.

Para colocar os fatos no devido lugar, segue a minha tréplica:

Prezado @gastaovieira, o senhor é mesmo um político afortunado. Quase tudo q alcançou foi às custas de um sistema perverso q se instalou no Maranhão por quase 50 anos. Nessas cinco décadas, crianças morreram de fome, jovens tiveram futuros abortados e idosos penaram para sustentar suas famílias. O senhor, nesse sistema perverso, foi deputado várias vezes, secretário de Educação e até ministro...

Em toda a sua vida de político profissional o Maranhão viveu na miséria e segue nessa lástima sem que o senhor desapegue do poder, qualquer que seja o governo, oligarca ou comunista!

Agora está filiado PT, mas votou nas pautas bolsonaristas porque é a sua natureza política. O senhor não tem como negar as suas origens e o seu lado. Agora é Lula por conveniência, mas sua forma de pensar, votar e agir é típica desse primitivismo político que assola o nosso país.

É nesse contexto que o senhor responde grosseiramente e agride com palavras a professora e militante Mary Ferreira porque ela ousou fazer-lhe uma crítica.

Como o senhor é acostumado a ser mandão e teve todas as facilidades na vida (cargos, mandatos, privilégios e ministério etc) jamais vai admitir qualquer crítica, ainda mais vindo de uma professora, algo que os bolsonaristas originais desprezam duplamente: mulher e trabalhadora da Educação.

Como político afortunado e privilegiado, o senhor jamais será expulso do PT e nem sofrerá do partido qualquer retaliação. É até capaz de virar ministro no eventual governo Lula, mesmo tendo votado nas pautas bolsonaristas.

Fico por aqui (apenas por enquanto) e reitero minha solidariedade não só à professora Mary Ferreira, mas a todo o povo do Maranhão que sofreu e segue penando porque políticos profissionais como o senhor ajudaram a manter a desigualdade, a fome, a violência e o autoritarismo que impedem o processo civilizatório.

Imagem destacada / Gastão Vieira em reunião na Câmara dos Deputados / Foto capturada em Flickr

Categorias
notícia

Nova diretoria do STTR de Penalva toma posse

O Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) de Penalva, na Baixada Maranhense, está sob nova direção para o próximo quadriênio 2022/2026, na presidência de Raimunda Selvina Pinheiro Correa (“Mundica”) e Cleane como vice. Na oportunidade, delegadas e delegados sindicais da base também foram empossados. A organização é filiada à Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras do Estado do Maranhão

O evento aconteceu na última sexta-feira (10), pela manhã, na sede da entidade. A posse contou com a presença de Ângela Silva, presidente da Fetaema; Nilvane dos Santos, secretária de Políticas Sociais (Fetaema), Iracema de Jesus Miranda, coordenadora da Baixada (Fetaema); presidente do STTR de Viana; Patrícia, representando o deputado federal Zé Carlos; Marcos Vinícius, técnico agrícola da Agerp (Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural), além de outros representantes de entidades de classe. Também marcaram presença o ex-prefeito Edmilson Viegas e o ex-vereador Josa.

Posse foi prestigiada pelos filiados,
filiadas e lideranças políticas

A presidente da Fetaema demonstrou confiança no trabalho a ser desenvolvido pela nova presidente Mundica à frente do sindicato. “Este é o início de uma nova etapa, onde será necessário união e muito trabalho para desenvolver um projeto que venha beneficiar a classe trabalhadora rural. Quero lembrar os companheiros da responsabilidade que temos de irmos às urnas no dia (2) de outubro para escolhermos o nosso presidente. Este é um momento importante para todos nós e para o nosso país. Precisamos votar em quem sempre defendeu os nossos interesses”, reforçou Ângela Silva.

Já o ex-prefeito Edmilson Viegas enalteceu os fundadores do STTR de Penalva, no início da década de 1970. “Meu pai, saudoso Inocêncio, sempre falava das dificuldades que enfrentava para levar a ideia de sindicalização aos trabalhadores rurais da época. Muitos não acreditaram quando foi prometido meio salário mínimo a todos que se associassem. Um verdadeiro sonho para aquela gente. Com muita luta o que era apenas mais um sonho, se tornou realidade. Um dos grandes entusiastas do projeto, que deu uma grande contribuição para essa conquista, foi o saudoso pároco da cidade, padre Cordeiro”, lembrou Edmilson.

Ele disse ainda que é um defensor da causa dos trabalhadores rurais. Observou também que, quando criança, ajudou o pai na lida com a roça. “Parabenizo a nova diretoria e deixo aqui o meu apoio ao trabalhador rural, que é quem alimenta a todos nós. Juntos podemos fazer de Penalva uma cidade mais próspera”, concluiu o ex-prefeito.

A vice-presidente Cleane teve uma participação muito importante nessa conquista. Segundo ela, é muito gratificante o sabor da vitória e saber que tudo valeu a pena. “A nossa vitória foi muita expressiva, com mais de 750 votos de diferença. Estamos todos muito entusiasmados com a possibilidade de fazermos um grande trabalho nesses próximos quatro anos. Quero agradecer a todos que contribuíram para esta belíssima vitória. Juntos somos fortes”, exclamou Cleane.     

A presidente Mundica agradeceu a todos os associados que confiaram e votaram na Chapa 1. Falou da responsabilidade que é representar e defender os trabalhadores rurais de Penalva, uma vez que o apoio público municipal, estadual e federal não tem correspondido aos anseios da classe.

“Precisamos nos unir em torno de um projeto vencedor, que contemple verdadeiramente aos nossos associados. Contem comigo e com o meu trabalho para juntos fazermos a diferença, através de uma gestão séria, responsável, onde trabalhador rural seja tratado com respeito e dignidade, do jeito que eles merecem. Da minha parte só gratidão, muita gratidão”, disse. Ainda de acordo com Mundica, a sua gestão dará um novo dinamismo às políticas públicas já desenvolvidas pelo sindicato.

Categorias
notícia

Apruma realiza aula pública sobre desafios do retorno presencial na UFMA

A Associação dos Professores da UFMA (Apruma), seção sindical do Andes Sindicato Nacional, convida a comunidade universitária para participar da aula pública “Os desafios políticos e pedagógicos do retorno às aulas presenciais na UFMA”, que acontecerá no dia 14 de junho, terça-feira, às 15:30, na área de vivência da UFMA, campus do Bacanga, com a professora Cacilda Cavalcanti, do Departamento de Educação, e coordenação da professora Ilse Gomes, da diretoria da Apruma.

A aula pública é parte da mobilização nacional do “Ocupa Brasília”, importante ato das lutas contra os ataques à Educação pública, que ocorrerá em Brasília, no dia 14.

Categorias
notícia

E por falar em tradição

Eloy Melonio é contista, cronista e poeta.

Felizmente alguns acontecimentos de nossa vida se sedimentam de tal forma que, em algum momento, se apresentam e nos iluminam. E trazem em seu bojo memórias que não se devem apagar.

E, assim, despertei de uma tranquila noite de sono. Abri os olhos e não acreditei que já eram quase 9h. Fui à janela do quarto e, do nono andar, vi uma grande movimentação de pessoas numa área elevada a uns quatro quarteirões do dormitório da Duquesne University, em Pittsburgh, Estados Unidos, onde eu estava hospedado.

Ônibus amarelos se destacavam na cena. Estudantes fardados, com bandeiras, faixas, e instrumentos da banda marcial, circulavam orgulhosos, exibindo um entusiasmo contagiante. Até chegar à rua que ficava perto da escola eu não tinha a menor ideia do que se tratava.

Era o outono de 1992, e o clima estava um tanto frio. As calçadas dos dois lados da rua já estavam ocupadas por uma boa leva de gente: adultos, jovens e crianças. Aproximei-me de um senhor que segurava um copo de plástico com chocolate quente e indaguei: What’s going on?

Só então percebi o que ia acontecer. Era 12 de outubro, Columbus Day —descobrimento da América. Além do desfile estudantil, outras atrações iam percorrer algumas ruas da cidade: o prefeito, em carro aberto, o xerife e seus auxiliares mais próximos, um pelotão de veteranos (ex-combatentes). Uma ala de carros antigos, outra do clube dos motoqueiros com suas Harley-Davidson, e outras relevantes representações da cultura americana.

Em marcha, os garbosos estudantes alinhavam seus passos. Logo à frente dos pelotões de alunos, uma baliza executava evoluções acrobáticas com seu bastão. Parecia a cena de abertura do filme “Nascido em 4 de Julho”, de 1989, estrelado por Tom Cruise.

Numa rápida pesquisa sobre o que acontece no 4 de julho (Independência dos Estados Unidos), encontreio seguinte no DICTIONARY.COM: “(…) fogos de artifício, desfiles, feiras, piqueniques, concertos, jogos de baseball, reuniões familiares, discursos políticos e cerimônias”. Tudo isso “para celebrar a história, a administração pública e as tradições dos Estados Unidos”.

As memórias de que falei no início deste ensaio afloraram agora — trinta anos depois — por dois motivos. Primeiro: a gloriosa comemoração dos setenta anos de reinado da rainha Elizabeth II. Como manda a tradição, uma rica e pomposa programação parou o Reino Unido e repercutiu em todo o mundo por sua representatividade. Razões não faltaram para tanta festividade: aos 96 anos, seu reinado é o mais longevo da história da monarquia britânica, e o segundo na história da humanidade.

O segundo motivo se resume a um trecho de uma matéria na revista Veja (20-4-2022) sobre a recém-lançada série “The First Lady” (Paramount+), que rememora as mais destacadas primeiras-damas dos Estados Unidos. Comparando ficção e realidade, o texto destacaque a passagem do cargo de presidente, em janeiro de 2021, desconsiderou o protocolo oficial. Pela primeira vez na história do país, a família do mandatário (Donald Trump) “se recusou”a receber a do futuro chefe de Estado (Joe Biden) “para um tour pela Casa Branca”. Uma atitude que, de certa forma, maculou uma tradição da residência oficial do presidente americano. Mesmo assim — tosavetheday (salvar a pátria) — estavam lá os três ex-presidentes Barack Obama, George W. Bush e Bill Clinton, acompanhados de suas esposas.

Essa imersão na cultura do Reino Unido e dos Estados Unidos, cujos laços históricos unem os dois lados do Atlântico, fizeram-me refletir sobre a “nossa visão” das tradições. Infelizmente, não podemos dizer que somos um povo amante de suas tradições, especialmente as de natureza cívica. Gostamos de festas, festejos religiosos, manifestações folclóricas. Mas há muito não lembramos que ainda temos o 7 de setembro, o Dia da Bandeira, a Proclamação da Repúblicae outras datas, discretamente guardadas no calendário. Quando são feriados, fica mais fácil lembrar, mas lembrar não é o mesmo que celebrar.

Nos feriados cívicos, viajamos, vamos à praia, ao shopping. E só! Sem nos darmos conta de que uma nação precisa celebrar suas datas e acontecimentos históricos. Porque é por meio dessa valorização que se mantêm e transmitem nossos costumes, memórias,crenças, lendas. Nossos heróis, nossos escritores, nossos artistas.

Éesse aspecto da tradição que consolida em nós o sentimento deidentidade epertencimento. Em termos mais amplos, a possibilidade de nos manter ligados por laços históricos, culturais e linguísticos. Ninguém melhor que Caetano Veloso para expressar a antítese dessa realidade. Baiano, recém-chegado a São Paulo,o poeta sente na pele e no coração o que é estar em terra desconhecida: É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi (Sampa, Caetano Veloso).

Já fomos melhores nesse quesito. Em 1964, quando eu cursava a quinta-série do curso primário na Escola Modelo Benedito Leite, tínhamos aulas de música uma vez por semana paraensaiar nossos hinos. Não sei se hoje podemos achar uma escola, especialmente pública, que faça algo parecido.

E, aqui, uma breve, mas preciosa constatação: as tradições se apoiam em três pilares: família, escola e governo. Se, no entanto, não servem mais aos interesses comuns ou violam os direitos das pessoas ou dos animais, não há porque mantê-las. Ninguém come uma sopa estragada só porque foi feita pela a avó querida.

Às vezes, tem-se a impressão de que somos exageradamente vulneráveis,superficiais, desligados. Num piscar de olhos, trocamos nosso “papagaio” pela “pipa” do carioca; nossa “juçara” pelo “açaí” do paraense; nossa camaroada pelo “sushi” do japonês; nosso Saci Pererê pelo E.T. dosamericanos.

E aí — de um dia para o outro —“sextamos” numa Black Friday que cai no dia 13.

Não estou defendendo a ideia ridícula de nos metermos numa redoma, protegidos dos pés à cabeça do que é novidade, do que vem de fora. Tudo isso é muito bom e podemos desfrutarcom ou sem moderação —coisas do marketing. Mas…

Falo de algo mais simbólico, institucional, sociocultural. Algo que seja fonte inesgotável deinspiração e celebração. Como exemplo, cito os filhos dos imigrantes europeus do sul do Brasil, porque aprenderam que “é a tradição que faz de nós aquilo que somos” (Albert Einstein).Eles têm muito a nos ensinar, e nós, muito mais a aprender.

E, por fim, espero que nós —brasileiros de todas as cores, procedências e tendências— jamais vivamos a essência de“Xote Ecológico”, músicado saudoso Luiz Gonzaga: Cadê a flor que tava aqui?/ Poluição comeu/ E o peixe que é do mar?/ Poluição comeu.

O que os nossos filhos estão aprendendo em casa e na escola? Muitas coisas, certamente. Infelizmente uma delas é que “aspessoas passam, e as tradições também”.