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A poesia necessária de Ferreira Gullar

Agosto 1964

Entre lojas de flores e de sapatos, bares,
mercados, butiques,
viajo
num ônibus Estrada de Ferro-Leblon.
Volto do trabalho, a noite em meio,
fatigado de mentiras.

O ônibus sacoleja. Adeus, Rimbaud,
relógio de lilases, concretismo,
neoconcretismo,
ficções da juventude, adeus,
que a vida
eu compro à vista aos donos do mundo.
Ao peso dos impostos, o verso sufoca,
a poesia agora responde a inquérito policial-militar.

Digo adeus à ilusão
mas não ao mundo. Mas não à vida,
meu reduto e meu reino.
Do salário injusto,
da punição injusta,
da humilhação, da tortura,
do terror,
retiramos algo e com ele construímos um artefato

um poema
uma bandeira.

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Uma coisa, outra coisa

Eloy Melonio é contista, cronista, ensaísta, poeta e compositor.

“Dentro de nós há uma coisa que não tem nome,
essa coisa é o que somos.”
(José Saramago [1922-2010], escritor português)

Já escrevi sobre esse “mal” do brasileiro em tirar onda de saber “tudo de tudo”. Tomado na acepção de “característica negativa”, nem o Dicionário Informal se aventurou a definir esse termo. Então tive de criar uma definição para completar as três que já estavam lá. E, assim, desconfio que esse impulso de falar sobre o que não sabemos direito pode ser um problema sério.

Prefiro ouvir, se não sei do que estão falando. E isso pode dar a impressão de que não estou interessado no assunto. Ainda mais hoje, quando opinar e criticar são coisas corriqueiras nas redes sociais. É muita gente falando de muita coisa. Recentemente, uma pessoa de aparente baixa instrução julgava as decisões de um ministro do STF como se fosse especialista no assunto. Calei-me para ouvi-la, e não vi muito sentido no que dizia.

Toda essa argumentação só para clarear o nosso tema: o que é arte, e o que é cultura. E, especialmente, por causa do São João. Sim, porque é nas festas juninas quando mais se ouve e mais se fala em cultura. Como se a cultura só se manifestasse nessa época do ano ou se reduzisse às brincadeiras juninas. Passada a festança, ela se retrai e fica esperando o Carnaval.

O certo é que se tenta reduzir as duas a uma só coisa. E aí, sobressai a ideia de que uma coisa e a outra coisa são a mesma coisa. Realmente, não é fácil separar uma da outra, pois, — para o senso comum — a linha divisória entre elas é quase imperceptível. Nesse contexto, o mais sensato é entender que arte é uma coisa; e cultura, outra coisa.

Em seu livro “Questões de Arte” (Ed. Moderna), Cristina Costa confirma que, nesse turbilhão de palavras jogadas ao ar de qualquer jeito e com significados cada vez mais contraditórios, uma delas é “arte”. E é aí que a onda do “senso comum” dança leve e solta.

Arte é um produto da imaginação cuja função é expressar com criatividade nossas emoções e sensações. E, nessa aquarela, os valores estéticos nas mais variadas cores, especialmente na música, na literatura, no teatro, entre outras formas de expressão.

Constata-se, então, que a arte é tão antiga quanto à humanidade. Nossos ancestrais já se expressavam por intermédio dela quando desenhavam nas paredes das cavernas, revelando sua sensibilidade ao traduzir a realidade que os rodeava. E, assim, a arte pode ser traduzida como “espelho de um povo” (a música brasileira, o tango argentino). Por mais remota que seja uma sociedade, lá está a arte de alguma forma. Um bom exemplo disso são —desde sempre — os coloridos adereços dos nossos índios.

Nesse contexto, destaca-se a figura do artista, ― conhecido ou anônimo ― que, na definição da filósofa Marilena Chauí, busca “exprimir seu modo de estar no mundo (…) reflete sobre a sociedade, volta-se para ela, seja para criticá-la, seja para afirmá-la, seja para superá-la”. O filósofo alemão Friedrich Nietzsche vai mais longe, ressaltando que a arte é um desses valores indispensáveis. E justifica: “Para não sucumbir à verdade, temos a arte”.

Imagine-se caminhando numa movimentada rua de Nova Iorque num sábado à tarde. Ao longo do passeio, você se depara com vários palcos: um rapaz dançando hip-hop, um senhor tocando saxofone, um grupo de brasileiros jogando capoeira, uma moça fazendo o retrato de um turista chinês. Mais tarde, vai ao cinema. No dia seguinte, um amigo convida você para assistir a “O Rei Leão”, um dos dez musicais mais vistos na Broadway. Tudo isso é arte.

E onde está a confusão?

Justamente na tentativa de se reduzir cultura à arte. A arte é apenas um ingrediente dessa sopa denominada “cultura”, que tem de tudo um pouquinho. Você pode produzir arte, caso seja músico, pintor, escritor. Mas não pode produzir cultura. Porque a cultura existe antes e independentemente de você e de sua arte ou de suas preferências artísticas.

Percebe-se então que a arte é um campo da cultura humana, que abrange a religião, os costumes, a ciência, a moral etc. Nessa condição, destaca-se que a arte cumpre a função primordial de nos tornar mais humanos. Porque nos define, nos aproxima, nos identifica. Imagine agora uma multidão de fãs num show da celebradíssima Anita! Uma galera de diferentes profissões, raças, idades e classes sociais. Juntos e misturados, cantando, dançando, namorando. Isso só é possível porque a arte nos universaliza.

Sem querer imitar a arte de Gonzaguinha, pergunto: E a cultura, o que é?

A manchete de um blog (alguma data em 2018 ou 2019 [?]) denunciava: “Vereador diz que tambor de crioula não é cultura”. Com essa declaração, o edil desqualificava essa dança tipicamente maranhense como cultura. E acendia uma polêmica nas redes sociais. Não sei se era essa a sua intenção. Sei, no entanto, que ele estava “técnica e literalmente” certo. Realmente, o tambor de crioula não é cultura. Para a Wikipédia, uma “dança de origem africana praticada por descendentes de escravos africanos, em louvor a São Benedito”. É, portanto, uma manifestação artística, como muitas outras. Em suma, apenas um ingrediente da tal sopa de que falei antes.

Numa abordagem mais teórica, a cultura pode ser considerada do ponto de vista sociológico e antropológico. Para o Aurélio, “conjunto das características humanas que não são inatas, e que se criam e se preservam ou aprimoram através da comunicação e cooperação entre indivíduos em sociedade”. Um bom exemplo disso são as cidadezinhas do interior do nordeste, onde os comerciantes fecham as portas na hora do almoço, incluindo aí uma “sestazinha”, porque ninguém é de ferro para aguentar o mormaço do começo da tarde.

Em seu eletrizante “Sapiens: Uma Breve História da Humanidade” (L&PM POCKET), Yuval Noah Harari costura os fatores que estabeleceram e desenvolveram a sociedade humana, fundada em aspectos que diferenciavam os sapiens dos outros animais. Categórico, afirma: “A imensa diversidade de realidades que os sapiens inventaram e a diversidade resultante de padrões de comportamento são os principais componentes do que chamamos “culturas”. E continua: “Desde que apareceram, as culturas nunca cessaram de se transformar e se desenvolver” (p. 60).

A cultura maranhense, por exemplo, é o produto de quatro séculos de interação entre gente das mais diversas origens (portugueses, índios, negros, imigrantes, migrantes [cearenses, por exemplo]), que definiram a sociedade em que vivemos hoje. E, por conseguinte, nossas crenças, nossos valores e costumes, nossas leis, nossa moral são resultado do processo de formação dessa identidade cultural. É nessa dimensão que se encaixa o “tambor de crioula”, manifestação artística que — saindo da senzala — se estabeleceu, se adaptou, se perpetuou e se inseriu no nosso patrimônio cultural.

Aqui, uma pausa para ouvir a “saudação calorosa” de João do Vale na canção “De Teresina a São Luís” (1962) sobre os nossos irmãos da terra de José de Alencar: “Alô, Coroatá, os cearenses acabam de chegar”.

Com frequência, ouvimos coisas sobre a cultura que não correspondem à real concepção do termo. Não raro, alguém denuncia: “Estão acabando com a nossa cultura”. A cultura se modifica e se adapta, mas jamais acaba. Falando das festas juninas, um produtor artístico brada entusiasmado: “(…) essa nossa cidade, que é multicultural”. Como pode uma cidade ter diferentes culturas, se a cultura é uma coisa só? Mesmo nas metrópoles, como Nova Iorque e São Paulo, prevalece a cultura local, embora haja uma vasta e diversificada oferta cultural, como restaurantes, templos religiosos, museus etc.

A arte, de essência subjetiva, se manifesta de diferentes formas, enquanto a cultura, coletiva, é parte natural do que “somos” como gente e coletividade. É disso que fala Saramago na epígrafe deste ensaio.

A revista Veja reserva cerca de dez páginas para a seção CULTURA. Nelas, desfilam o cinema, as artes plásticas, a música. Em palavras mais poéticas: a cultura (mãe) acolhe as artes (filhas) em seu colo.

Não caia na conversa mole do senso comum, pois é ele que geralmente nos confunde sobre os significados de arte e cultura. E não se deixe enganar por conceitos arbitrários e sem fundamento, como “Esse povo não tem cultura” ou “Temos a melhor a cultura do país”.

Uma coisa é cultura, outra coisa é arte.

No mês de junho, a sopa artística ferve nos quatro cantos da ilha de São Luís. Ludovicenses, ribamarenses, luminenses e raposenses saem de suas casas para se juntarem às dezenas de apresentações dos festejos juninos. No arraial, entre tantas outras, o cacuriá, dança com menos de cinquenta anos de existência; e o tambor de crioula — hoje “patrimônio imaterial brasileiro” — com quase dois séculos. Nesse folguedo, o povo interage e se identifica.

Em harmonia, — tal qual o boi e a índia guerreira (personagens do bumba-boi) — as duas dançam pra lá e pra cá, pra cá e pra lá.

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“Acalanto” chega a Vila Socorro e Barra do Corda este fim de semana

Apresentações gratuitas do Trio Zamoma acontecem sexta (1º.) e sábado (2)

Por Zema Ribeiro*

Vila Socorro, no município de Governador Eugênio Barros, recebe nesta sexta-feira (1º.), às 20h, o show “Acalanto”, do Trio Zamoma (foto destacada), formado por Wilson Zara (voz e violão), Moisés Ferreira (guitarra) e Mauro Izzy (contrabaixo). O evento contará com a presença do poeta Salgado Maranhão, filho ilustre do lugar, que lança, na ocasião, seu 15º. volume de poemas, o livro “Pedra de encantaria”. Na mesma noite haverá ainda o lançamento do filme “Rio Itapecuru, a revolta de D. Zefa”, do cineasta Josimar Gonçalves, também natural de Vila Socorro.

“A parceria com o Zara começou de forma inusitada: há quase 10 anos ele foi convidado para participar de uma outra homenagem que me fizeram e ele mandou super bem de cover do Raul Seixas numa noite memorável. Daí surgiu uma amizade e admiração que só se fortalecem”, relembra Salgado Maranhão.

Parceiro de nomes como Elton Medeiros, Gereba, Ivan Lins, Moacyr Luz, Paulinho da Viola, Rosa Passos e Zé Américo Bastos, entre outros, Salgado Maranhão tem sua “Caminhos de sol” (parceria com Herman Torres), sucesso de Zizi Possi, no repertório de “Acalanto”. Em Vila Socorro a apresentação acontecerá na Praça Central.

A turnê “Acalanto” tem patrocínio da Potiguar e Secretaria de Estado da Cultura do Maranhão (Secma), através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Maranhão, e tem levado a diversos municípios do interior maranhense um repertório de clássicos da música popular brasileira e do pop rock nacional e internacional, sempre dialogando com manifestações culturais locais.

“Muitos eugenio-barrenses já conhecem a arte do cantor Wilson Zara. Temos um carinho muito especial por ele e este projeto é de grande relevância para o Maranhão, por possibilitar a diversas comunidades apreciar música de qualidade. Esse show certamente irá proporcionar momentos muito agradáveis em Vila Socorro”, aposta a relações públicas Heracília Oliveira, que está na organização local do evento.

No dia 2 (sábado), “Acalanto” chega a Barra do Corda. O show acontece na Praça Melo Uchoa, Centro, às 20h. “Este projeto foi idealizado no momento da pandemia e foi desenvolvido para levar uma música mais tranquila, mais suave, para que chegasse às pessoas num momento tão difícil. É muito importante para nossa cidade receber um evento como esse”, afirma o músico Cabral Marán, guitarrista da banda Engenheiros Urbanos.

A apresentação do Trio Zamoma terá um sabor todo especial, pois marca o reencontro do cantor Wilson Zara com o público de sua cidade natal.

Serviço

O quê: shows da turnê “Acalanto”

Quem: Trio Zamoma – Wilson Zara (voz e violão), Moisés Ferreira (guitarra) e Mauro Izzy (contrabaixo)

Quando/onde: dia 1º (sexta), às 20h, na Praça Central em Vila Socorro (Governador Eugênio Barros); e dia 2 (sábado), no mesmo horário, na Praça Melo Uchoa, em Barra do Corda

Quanto: grátis

Informações: no instagram @wilsonzarazara ou facebook @trilhasetons

Patrocínio: Potiguar e Secretaria de Estado da Cultura do Maranhão (Secma), através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Maranhão

* Zema Ribeiro é jornalista. Coordenador de produção da Rádio Timbira AM. Produz e apresenta na emissora o Balaio Cultural, aos sábados, com Gisa Franco. Escreve no Farofafá.

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Assembleia unificada debate EAD nos cursos presenciais da UFMA

Minuta de resolução de EAD e trabalho remoto
pode pôr fim ao ensino presencial da UFMA

Uma assembleia de professores, estudantes e técnicos administrativos da UFMA será realizada nesta terça-feira, 28/06, às 16h, na Área de Vivência, Campus do Bacanga.

A comunidade universitária vai se posicionar sobre a minuta de resolução de Ensino a Distância que ameaça as aulas presenciais.

Segundo a Associação dos Professores da UFMA (Apruma), seção sindical do Andes, mais uma vez a Administração Superior ataca a própria Universidade que deveria defender.

A proposta de Resolução a ser levada a qualquer momento ao Conselho Universitário pretende estender o ensino remoto em até 40%, exceto para a Medicina e cursos novos, o que vai comprometer ainda mais a qualidade do ensino.

A Reitoria se nega, mais uma vez, a enfrentar os problemas estruturais para o retorno presencial a contento e sujeita-se aos desmandos do atual governo federal, inimigo declarado da Educação pública e das universidades federais e do que elas representam para o nosso povo.

Se aprovada, a Resolução acaba com a Universidade da forma que a conhecemos hoje, alterando sua natureza e seu caráter eminentemente presencial.

É urgente que a comunidade universitária dê uma resposta clara em defesa da UFMA contra mais esse ataque forjado por dentro de sua própria estrutura administrativa.

É imprescindível que todas as unidades e subunidades discutam essa situação e participem das frentes de resistência e defesa da UFMA presencial.

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Comissão da CNBB publica documento-denúncia sobre violência no campo no Maranhão

Por Osnilda Lima | Comunicação 6ª SSB e Pastorais Sociais

Representantes da Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e das organizações que dinamizam a 6ª Semana Social Brasileira publicam documento sobre a Missão-escuta, Missão-denúncia realizada no Maranhão, junto às comunidades quilombolas e tradicionais

Ao todo, foram visitadas 35 comunidades em seis munícipios maranhenses: São Luís, Arari, Brejo, Caxias, São João Soter e Buriti. De 2020 a 2022, 14 lideranças foram assassinadas, e mais de 30 mil famílias estão ameaçadas nos territórios quilombolas e comunidades tradicionais.

Participaram da Missão, representantes que compõem a executiva nacional e Regional Nordeste 5 da CNBB da 6ªSSB, respectivamente: Secretaria Executiva da 6ªSSB, Comissão Brasileira de Justiça e Paz, Conselho Nacional do Laicato do Brasil, Pastoral Operária e a Rede Jubileu Sul Brasil. Das Pastorais Sociais e Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam-Brasil) Regional Nordeste 5 da CNBB integraram à Missão: Cáritas Brasileira, Comissão Pastoral da Terra, Conselho Pastoral dos Pescadores, Pastoral da Criança e Conselho Indigenista Missionário.

Confira abaixo, a íntegra do documento

POSICIONAMENTO DA MISSÃO-ESCUTA, MISSÃO DENÚNCIA:

MUTIRÃO EM DEFESA DA VIDA DOS POVOS DO MARANHÃO

“Quando não matam de fome, matam de bala”,

(Marcia Palhano)

Entre os dias 20 a 25 de junho de 2022 foi realizada a Missão-escuta, missão-denúncia: Mutirão pela vida dos povos do Maranhão e enfrentamento à violência no Campo. A ação foi proposta pela 6ª Semana Social Brasileira (6ªSSB), que é dinamizada pela Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e constituída pelas Pastorais Sociais, Organismos da CNBB e Movimentos Populares.

A Missão envolveu um conjunto de ações e atividades, como: visitas às famílias de vítimas, rodas de conversas com as comunidades, audiência pública e Seminário com Pastorais Sociais e Movimentos Populares. Tais ações possibilitaram a escuta das violações sofridas em aproximadamente 35 comunidades em diferentes territórios do Estado do Maranhão, nos munícipios de São Luís, Arari, Brejo, Caxias, São João Soter e Buriti.

Na escuta constatou-se a dramática situação em que se encontram os povos e comunidades tradicionais do Maranhão, bem como as populações empobrecidas. Aqui destacamos algumas delas:

  • Identificamos que há o descumprimento na execução de políticas públicas por parte dos poderes constituídos no Estado do Maranhão. Não se trata apenas de descaso com as realidades locais, mas de uma ação estruturada com o objetivo de disseminar o projeto do MATOPIBA (região formada por áreas majoritariamente de cerrado nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia): o agronegócio, a mineração e outros grandes projetos de desenvolvimento econômico.
  • Entre 2020 e 2022, 14 lideranças, defensores da natureza e de seus territórios, foram assassinadas no Maranhão. As famílias e a sociedade não têm, até o momento, da parte dos órgãos competentes, a resolução e punição para os mandantes e executores dos crimes.
  • 77 pessoas estão ameaçadas de morte, encontram-se no Programa de Proteção a Defensores/as de Direitos Humanos. E aproximadamente 30 mil famílias solicitam proteção dos organismos responsáveis. Isso mostra que, no Maranhão, o genocídio, o etnocídio e o ecocídio caminham lado a lado, aterrorizando a vida das pessoas e da natureza.
  • Promotores do agronegócio e latifundiários, com anuência do governo, fecham estradas vicinais, contaminam, assoreiam e secam olhos d’água, impedindo o acesso às lavouras das comunidades e ao direito básico de ir e vir. Comunidades inteiras estão em permanente medo e pânico com as intimidações através das presenças de jagunços e pistoleiros.
  • Os promotores do agronegócio deixam um rastro de desespero e morte, com correntões, tratores, fogo, agrotóxicos e outras técnicas destrutivas, aniquilando as fontes de alimentos, colocando as comunidades em grave situação de insegurança alimentar.
  • O licenciamento ambiental corre à revelia da garantia do direito à vida das comunidades e da natureza, atendendo aos interesses do agronegócio facilitado pelo poder público de forma fraudulenta, com a emissão documentos tendenciosos.
  • Na maioria dos conflitos, percebeu-se envolvimento e articulação dos governos locais, que contribui para o aprofundamento e aceleração destes processos de destituição do direito a vida.

Exigimos com urgência

  • Que o Instituto de Colonização e Terras do Maranhão-ITERMA e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA efetivem com rapidez a regularização fundiária destas comunidades. Esta decisão legal é a principal forma de garantir juridicamente que as pessoas vivam em paz em seus territórios.
  • A aprovação e implementação da lei que proíbe a pulverização aérea de agrotóxicos em todo o estado, a exemplo dos munícipios.
  • Que os órgãos competentes façam, imediatamente, a revogação das licenças ambientais emitidas de maneira arbitrária, concedidas pelo Estado ou Municípios.
  • Atenção e tratamento de saúde às pessoas vítimas dos agrotóxicos e outros produtos químicos que contaminam solo, ar, água e, consequentemente, as pessoas e comunidades.
  • Acompanhamento e assistência psicossocial necessária às famílias das vítimas assassinadas, as que sofrem ameaças e intimidação.
  • Acompanhamento e resolução, pelos poderes públicos locais, na proteção de crianças e adolescentes, cuja infância é roubada, impactadas pelas violências sofridas. 
  • Que os governos do Estado e municípios implementem políticas públicas que garantam condições de vida com dignidade nas comunidades rurais, tais como energia elétrica, água potável, estradas e infraestrutura para que as comunidades tenham condições de permanecer e viver em seus territórios.

Há esperançar

Apesar da gravidade da situação, as comunidades estão organizadas e resistem com esperança e fé. São pessoas corajosas, criativas e solidárias. Apoiam-se e são acompanhadas pelas Pastorais Sociais e os Movimentos Populares. É isso que fortalece as lutas pelo direito de existir no território, com acesso a Terra, Teto e Trabalho. 

Nós, da Missão-Escuta, Missão-Denúncia, nos comprometemos em finalizar o relatório detalhado do processo vivenciado, que será utilizado para divulgação e incidência, para a superação destas situações identificadas, que se prolongam historicamente no Maranhão. Reafirmamos nosso compromisso com a defesa dos direitos humanos destas populações e o cuidado com a Casa Comum.

Uma das lideranças afetadas brutalmente pela barbárie e pela impunidade nos dizia: “Eles irão nos matar de fome, mas não tirarão nossa coragem”. Por isso, nós, das Pastorais Sociais e organizações participantes da Missão, seguiremos com a fé e a coragem necessária para enfrentar qualquer sinal de violação da dignidade destas pessoas que são guardiães da natureza.

Reafirmamos, em comunhão com o papa Francisco: “A globalização da esperança, que nasce dos povos e cresce entre os pobres, deve substituir esta globalização da exclusão e da indiferença”.

Participaram da Missão, representantes que compõem a executiva nacional e Regional Nordeste 5 da CNBB que dinamizam a 6ª SSB, respectivamente: Secretaria Executiva da 6ª SSB, Comissão Brasileira de Justiça e Paz, Conselho Nacional do Laicato do Brasil, Pastoral Operária e a Rede Jubileu Sul Brasil.

Das Pastorais Sociais e Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam-Brasil) Regional Nordeste 5 da CNBB integraram a Missão: Cáritas Brasileira, Comissão Pastoral da Terra, Conselho Pastoral dos Pescadores, Pastoral da Criança e Conselho Indigenista Missionário.

São Luís, 27 de Junho de 2022.

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Em funeral, família de Dom Phillips reforça pedido por justiça

Fonte: Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo)

O corpo do jornalista britânico Dom Phillips foi cremado neste domingo (26.jun.2022) no Cemitério Parque da Colina, em Niterói (RJ). Antes da cerimônia íntima, a família fez pronunciamentos agradecendo aos povos indígenas, à imprensa, aos amigos e a todos que participaram das buscas do correspondente estrangeiro e do indigenista Bruno Pereira, enterrado na última sexta-feira (24.jun.2022). 
 
A mulher de Dom Phillips, Alessandra Sampaio, pediu mais segurança para os defensores do meio ambiente para evitar novas tragédias: “Dom era uma pessoa muito especial, não apenas por defender aquilo que acreditava como profissional, mas por ter um coração enorme. Seguiremos atentos a todos os desdobramentos das investigações, exigindo Justiça no significado mais abrangente do termo. Renovamos nossa luta para que nossa dor e a da família de Bruno Pereira não se repita, como também a de outras famílias de jornalistas e defensores do meio ambiente que seguem em risco. Seguem em risco. Descansem em paz, Bruno e Dom”.

A irmã do correspondente, Sian Phillips, ressaltou a paixão de Dom pelo jornalismo e a Amazônia: “Era um brilhante jornalista, comprometido em dividir histórias sobre a diversidade brasileira, habitantes de favelas e indígenas da Amazônia. Ele foi morto por tentar contar ao mundo o que está acontecendo na floresta tropical com seus habitantes, sobre o impacto das atividades ilegais nessa floresta. Ele foi morto tentando ajudar os indígenas. Ele e Bruno entendiam o risco de fazer isso nesse mundo. Sua família, amigos, nós estamos comprometidos em continuar esse trabalho”.

No funeral, movimentos sociais cobraram a continuidade das investigações. Uma faixa estendida perguntava: “Quem mandou matar Dom e Bruno?”

O assassinato

Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira foram brutalmente assassinados no dia 05.jun.2022, no Vale do Javari, no Amazonas, fronteira com o Peru. Rumavam à Atalaia do Norte (AM) para entrevistar indígenas próximos ao Lago do Jaburu, em visita à equipe de Vigilância Indígena que fica no local. A viagem deveria durar aproximadamente duas horas, mas os dois não chegaram ao destino final. 

Segundo informações divulgadas pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), eles receberam ameaças antes do desaparecimento. Bruno Pereira, mais especificamente, vinha sendo alvo de ameaças de garimpeiros, madeireiros e pescadores que atuam na ilegalidade. 

Três homens já foram presos. A Polícia Federal (PF) afirma que outros cinco ajudaram a enterrar os corpos e já estão sendo investigados. A PF apura se a execução tem relação com a pesca ilegal, a ação de garimpeiros e o tráfico internacional de drogas.

Funeral de Bruno Pereira

Na manhã de sexta-feira, 24.jun.2022, Bruno Pereira foi enterrado no cemitério Morada da Paz, em Paulista, na região metropolitana do Recife. O velório comoveu famílias e amigos. Indígenas fizeram rituais para celebrar a vida e honrar a morte do pernambucano.

Na cerimônia, as pessoas pediram justiça, celeridade nas investigações e criticaram o presidente Jair Bolsonaro (PL), que durante as quase duas semanas de desaparecimento classificou a viagem do jornalista e do servidor da Funai de “aventura”.  Além disso, promoveu uma motociata eleitoral em Manaus, dias depois do encontro dos corpos pela polícia.

Além das notas públicas enviadas ao governo, a Abraji e outras organizações da sociedade civil do Brasil mobilizaram entidades internacionais para pressionar o governo brasileiro a tomar medidas que garantam o livre exercício da profissão e uma investigação independente sobre as mortes.

Foto da capa: reprodução da internet a partir das redes sociais

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Programa Cidadão do Mundo contempla mais 50 alunos para estudos em três países

A espera acabou para 50 estudantes maranhenses selecionados para participar da 6ª edição do Programa Cidadão do Mundo. A solenidade de pré-embarque ocorreu na tarde desta sexta-feira (24), no Palácio dos Leões, e contou com a presença do governador em exercício, Paulo Velten, e do secretário da Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), Davi Teles. 

Selecionados em 2020 para participar do programa, os jovens tiveram o intercâmbio adiado por conta da pandemia de Covid-19. Ainda neste mês de junho, eles embarcarão para a França, Argentina e África do Sul para um intercâmbio de três meses. 

O governador em exercício, Paulo Velten, ressaltou a importância do programa na aquisição de conhecimentos. “O Cidadão do Mundo é uma verdadeira revolução silenciosa no mundo do conhecimento. O governo ao proporcionar um intercâmbio como este amplia o horizonte dos jovens, e a maior riqueza que podemos ter é a vivência de mundo e a fluência em outro idioma”, declarou.

O programa já beneficiou 450 jovens desde o seu lançamento no ano de 2015. Como o embarque acontecerá neste mês, os selecionados já foram convocados para participar de reuniões de orientação com a equipe da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), executora do programa.

“É com muita alegria que retomamos o Cidadão do Mundo, um programa de muito êxito do Governo do Maranhão. Nossa missão é fornecer as ferramentas para que esses jovens tenham uma ótima experiência e muito aprendizado ao longo desses meses”, afirmou secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação, Davi Telles.

Petúnia Galvão, estudante de Direito, vai aprender francês e está muito animada com a experiência. “Não existe nada igual na vida de um jovem ter a oportunidade de conhecer outro país com foco na aquisição de conhecimento. Meu sonho era poder passar um tempo fora. Graças ao programa estou concretizando essa etapa na minha vida”, comemorou Petúnia.

Orientações

Durante as reuniões, que acontecem na sede da Secti, em São Luís, os participantes do programa recebem informações sobre o período de intercâmbio, hospedagem, escola que irão frequentar, os principais desafios que poderão encontrar, dentre outros assuntos. 

Os estudantes têm direito a bolsa auxílio no valor de R$ 4.500 para serem utilizados durante o período em que estiverem no exterior, por intermédio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema). Dos 50 jovens selecionados, 25 farão intercâmbio para aprender inglês, 15 para espanhol e 10 para francês.

Sobre o programa

O programa Cidadão do Mundo tem como objetivo oferecer intercâmbio internacional com foco em idiomas estrangeiros (Inglês, Francês e Espanhol) a jovens maranhenses entre 18 e 24 anos. 

Eles devem ter realizado o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), além de serem alunos egresso do ensino médio da rede pública de ensino ou de instituições de ensino vinculadas a entidades paraestatais ou a fundações sem fins lucrativos.

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São João e o batismo de Jesus

Fonte: Site da CNBB

A figura de João Batista, profeta que se encontra na Bíblia entre o primeiro e o segundo testamento é marcante na história religiosa do povo de Israel.

Filho de Zacarias e de Isabel (prima de Maria, a Mãe de Jesus), João pregava um batismo de penitência e batizou muitos judeus, inclusive Jesus, no Rio Jordão. Daí a origem de ser chamado Batista, porque batizava com água. A mando do Rei Herodes, João foi aprisionado e levado para a fortaleza de Macaeros, onde foi mantido por dez meses. O motivo deste aprisionamento apontava para a liderança de uma revolução. Herodíades, por intermédio da filha Salomé, conseguiu que Herodes matasse João Batista e entregasse a sua cabeça numa bandeja.

João Batista, nome que significa “Deus é propício”, é o precursor de Jesus, aquele que preparou os caminhos do Senhor. No tempo litúrgico, dom Armando Bucciol explica que João Batista nasceu cerca de seis meses antes de Jesus; portanto a Festa de São João foi fixada no dia 24 de junho, seis meses antes da véspera do Natal. É o único santo cujo nascimento e martírio, este último no dia 29 de agosto, são evocados em duas solenidades pelos cristãos.

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CNBB realiza missão de enfrentamento à violência no campo no Maranhão

Mutirão pela vida dos povos maranhenses e enfrentamento à violência no campo é o tema de missão-denúncia da Comissão Sociotransformadora da CNBB

A Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), oRegional Nordeste5da CNBB, Pastorais Sociais/Repam Nordeste V e entidades que articulam, em âmbito nacional, a6ª Semana Social Brasileira realizam de 20 a 25 de junho de 2022 o Mutirão pela vida dos povosmaranhenses e enfrentamento à violência no campo.

A ação tem por objetivomontar um relatório-denúncia das violações de direitos humanos e do não acesso a terra sofrida pela população de alguns territórios maranhenses nos munícipios Arari, Caxias, Brejo e São Luís. O material será utilizado para realização de denúncias para organismos nacionais e internacionais. 

Entre as atividades previstas, está à realização de assembleias e escutas nos territórios, reunião com agentes das Pastorais Sociais e Movimentos Populares, participação na audiência pública “Violência no Campo, no Estado do Maranhão” e no dia 24 de junho, às 10h, haverá a coletiva de imprensano Instituto de Estudos Superiores do Maranhão (IESMA), para reportar sobre a visita-escuta nos territórios.

Dom José Valdeci Santos Mendes, bispo de Brejo (MA) e presidente da Comissão Sociotransformadora da CNBB, recorda que a Missão Maranhão busca aprofundar o tema Mutirão pela vida: por terra, teto e trabalho que é o objeto de aprofundamento desta sexta edição da 6ª Semana Social Brasileira (6ªSSB). “Essa missão deve destacar-se no apoio as comunidades tradicionais, e, ao mesmo tempo, na luta pelo território, pela permanência no território. Vamos escutar as comunidades, os movimentos sociais e as pastorais que apoiam que essa luta”, ressalta o bispo, que afirma ainda, ser “um momento de denúncia contra toda a violação dos direitos humanos, dos direitos à vida, do direito àjustiça, do direito ao bem viver. Queremos ser um sinal de esperança e luta com o povo”, revela dom Valdeci.

Participam da missão representantes que animam e articulam a 6ª Semana Social Brasileira no Maranhão: Regional Nordeste 5 da CNBB, Cáritas Brasileira Regional Maranhão, Comissão Pastoral da Terra (CPT-Maranhão), Conselho Indigenista Missionário (Cimi-Maranhão), Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam), Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP-Maranhão), Pastoral da Criança e Comunidades Eclesiais de Base (CEBs-Maranhão). Da articulação nacional da 6ªSSB estarão: assessoria das Pastorais Sociais e da 6ªSSB, Pastoral Operária, Rede Jubileu Sul Brasil e Comissão Brasileira Justiça e Paz e o apoio da assessoria de comunicação da Inspirar Inovação e Comunicação.

O que são as Semanas Sociais Brasileiras

As Semanas Sociais Brasileiras (SSB’s) são convocadas pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e mobilizadas pela Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora da CNBB (Cepast-CNBB). São processos construídos de forma coletiva, à luz da Doutrina Social da Igreja, com as Pastorais Sociais, Movimentos Populares, Igrejas Cristãs, no diálogo inter-religioso, Associações, Sindicatos e Entidades de Ensino, na pluralidade cultural e étnica do Brasil, num debate sociopolítico e socioambiental, para uma atuação sociotransformadora.

Nesta 6ª edição da SSB – iniciada em 2020 e segue até 2023 – o tema pautado é o “Mutirão pela Vida: por Terra, Teto e Trabalho”, com a proposta de construção do Projeto Popular “O Brasil que queremos: o Bem Viver dos Povos”, a partir dos acúmulos das cinco edições anteriores, há 30 anos.

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Médica Remédios Branco ganha prêmio internacional

Fonte: Agenda Maranhão

A médica infectologista maranhense Maria dos Remédios Freitas Carvalho Branco ganhou o Prêmio Brics Women’s Innovation Competition Award, concedido pelo Brics, grupo de países de mercado emergente, em relação ao seu desenvolvimento econômico, formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Maria dos Remédios é professora do curso de Medicina da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e tem o website https://mariadosremedios.com.br/, onde disponibiliza informações sobre doenças infectocontagiosas para a população. O espaço foi referência, em termos de informações científicas, de interesse público, no período da pandemia da Covid-19. O canal no Youtube é: https://youtube.com/channel/UCvFYtaULS29c_cGlerYB4nQ
Instagram.com/sitemariadosremedios/

Foram 15 ganhadoras do prêmio do Brics, três de cada país membro, que receberam o prêmio chamado Mulan. No Brasil, as vencedoras foram Renata Tomazeli, CEO do Youfeel Health; Marciele Delduque, fundadora da Rede Marianas Mulheres que Inspiram; e Monica Pinhanez, co-fundadora da Zeka Educação Digital.

Além disso, de cada país integrante do bloco foi escolhido um projeto liderado por mulheres que se destacou no combate à pandemia de Covid-19. Maria dos Remédios Branco foi a escolhida do Brasil.

Todas as vencedoras serão convidadas a visitar a China como uma oportunidade de intercâmbio e capacitação.

Remédios Branco

“Estou muito feliz por ter sido uma das quatro brasileiras contempladas com a Premiação do Brics Women’s Innovation Competition Award 2022. No meu caso, recebi o prêmio especial em reconhecimento ao combate à pandemia de Covid-19”, informa a médica maranhense.

No Brasil (em especial no estado do Maranhão), a médica realizou um importante trabalho social, durante a pandemia da Covid-19, de divulgação científica sobre a doença, por meio de entrevistas em emissoras de rádios, televisões, portais e em comunidades locais, caso das quebradeiras de coco, mulheres que trabalham com o extrativismo do coco babaçu.

Um dos serviços sociais de destaque de Maria dos Remédios Branco foi disponibilizar, no início da pandemia, em março de 2020, o website para informar a população sobre os cuidados corretos e as medidas preventivas contra a Covid-19.

O trabalho, por meio do website e pelas inúmeras entrevistas que concedeu e transmissões ao vivo que participou, foi importante na conscientização da população.

“Essa vitória representa o reconhecimento do meu papel como mulher, médica infectologista, professora e pesquisadora da Universidade Federal do Maranhão”, afirmou.

Em março de 2021, recebi o reconhecimento da Fundação Lemann na campanha “Toda mulher é uma potência”, que conta 18 histórias de mulheres e sua atuação durante a pandemia de COVID-19 no Brasil.

Em 2020 e em 2021, a Sociedade Maranhense de Direitos Humanos me homenageou com “Reconhecimento do empenho e compromisso com a luta em defesa da vida contra a pandemia da Covid-19”.

Nestes dois anos de pandemia, além das publicações no site e no Youtube, concedi entrevistas; fiz palestras; participei de lives e de programas de TV e de rádio; gravei vídeos e áudios para a mídia, totalizando 158, em 2020; e 208, em 2021.

Nessa pandemia, o caminho tem sido árduo, com muito sofrimento e superação. “Precisei, além do esforço, de entusiasmo para chegar até aqui”, pontuou a homenageada.

Hoje, ela reforça a importância das vacinas, e não apenas para a Covid-19. “É muito importante superar essa hesitação vacinal, já que perdemos o certificado de erradicação do sarampo”, lamenta a infectologista, cujo trabalho é também atuar em educação.

Prêmio

Com o apoio de Huawei, Deloitte e organizações do Brics, o concurso visa reconhecer boas práticas, promover conhecimento e gerar desenvolvimento social e econômico.

Em uma rede social, o CEO da Huawei no Brasil, Derrick Sun, afirmou que “a Huawei tem orgulho de cooperar com prêmios como esse, que demonstram a importância de romper as barreiras para ajudar o mundo inteiro a avançar na igualdade de gênero e construir negócios mais inovadores e sustentáveis”.

Em 2021, o Brics Women’s Innovation Competition Award contemplou as brasileiras Fabiane Kuhn, CEO e Co-fundadora da Raks Agricultural Technology, Francesca Giobbi, CEO e Fundadora da Freedomee Brasil Marketplace e Luciana Rodrigues, co-fundadora da Circular Químicos.

A ideia do concurso surgiu em 2020, a partir de uma proposta feita pelo representante da China durante uma reunião dos Brics, e contou com o suporte de todos os membros do grupo econômico. Além de reconhecer e dar visibilidade a projetos liderados por mulheres, o Brics Women Innovation Contest representa mais um avanço para a cooperação internacional entre os países em desenvolvimento.

Com informações do site CRI Published