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Campanha de Lula aciona TSE contra mentira sobre o fim do Auxílio Brasil

Diversos perfis que apoiam Bolsonaro também publicaram nas redes sociais que o ex-presidente proibiria a concessão do benefício a quem mora sozinho

A Coligação Brasil da Esperança, da chapa Lula/Alckmin, entrou com uma ação junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no domingo (09/10), pedindo a remoção de notícias falsas que associam o candidato Luiz Inácio Lula da Silva ao fim do Auxílio Brasil. A Coligação também pede a identificação dos responsáveis pela divulgação da fake news e multa de R$ 25 mil para cada um deles.

Diversos perfis que apoiam o candidato Jair Bolsonaro publicaram nas redes sociais (Facebook, Kwai, Twitter e TikTok) que Lula teria dito que acabaria com o Auxílio Brasil e, além disso, proibiria a concessão do benefício a quem mora sozinho. Várias agências de checagem já comprovaram que se trata de desinformação e grave descontextualizacão.

“Tem-se que a estratégia de desinformação e propagação de fake news empregada emerge com nitidez, conforme se depreende dos elevados números de visualizações. As diversas postagens fazem alusão a um fato sabidamente inverídico, pois o candidato Luiz Inácio Lula da Silva jamais cogitou o fim do Auxílio Brasil. Ao contrário, repisa-se que o ex-presidente Lula pretende manter o valor pago a título de auxílio, apenas buscando priorizar o pagamento a mães solos que são chefes de suas famílias”, afirmam os advogados Angelo Ferraro e Cristiano Zanin Martins.

A Coligação Brasil da Esperança, que tem como candidato o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é formada pelos partidos PT, PV, PCdoB, PSOL, REDE, PSB, Solidariedade, Avante, Agir e Pros.

Aragão e Ferraro Advogados
Zanin Martins Advogados

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Reprise: Canibalismo político no Maranhão

Escrevi esse texto em março do corrente ano, baseado na obra Dom Quixote, de Miguel de Cervantes. O resultado das urnas dia 2 de outubro de 2022 confirma a análise. Ao longo do artigo, destaco:

[…] o exercício da política no Maranhão tem entre os símbolos mais representativos os leões do Palácio do Governo. Eles são a conotação do canibalismo na política em carne e osso, sem artificialidades.

Os leões movem montanhas, modificam cenários, alteram a correlação de forças, silenciam os concorrentes, enaltecem os áulicos; enfim, definem quase tudo.

Aqueles felinos, guardiões do palácio, ilustram a metáfora de Dom Quixote e a prática do canibalismo.

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TSE manda remover publicações falsas vinculando Lula ao satanismo

Decisão afeta as redes TikTok, Twitter, YouTube, Instagram, Facebook e Gettr; ministro fixou multa diária de R$ 50 mil por descumprimento

O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Paulo de Tarso Sanseverino, determinou que as redes sociais removam em 24 horas publicações com fake news associando o candidato Luiz Inácio Lula da Silva ao satanismo. O ministro fixou multa diária de R$ 50 mil por descumprimento.

A decisão afeta as redes TikTok, Twitter, YouTube, Instagram, Facebook e Gettr. O ministro também determinou que o TikTok forneça dados cadastrais para identificar o homem que divulgou um vídeo se dizendo seguidor de supostas “ideologias satânicas”, tentando vincular Lula a esse tipo de ideologia por meio da manifestação de um falso apoio ao candidato. O vídeo fake foi compartilhado pelo senador Flávio Bolsonaro e diversos apoiadores do presidente, chegando a viralizar nas redes e em aplicativos eletrônicos.

decisão de remover os vídeos foi tomada em análise de representação apresentada pela Coligação Brasil da Esperança, da chapa Lula/Alckmin, contra o senador Flávio Bolsonaro, a deputada federal Carla Zambelli, Leandro Ruschell, Barbara Zambaldi Destefani, Gustavo Gayer, Cleiton Gontijo de Azevedo, Bernardo Kuster, Roger Rocha Moreira e o responsável pela divulgação do vídeo associando falsamente Lula ao satanismo.

Desinformação

Os advogados da campanha de Lula apontaram que, a partir de um falso apoio (fake news), criou-se um fato rapidamente espalhado por uma estrutura voltada à disseminação de desinformação, em prejuízo à candidatura de Lula.

O ministro Paulo de Tarso Sanseverino apontou na decisão que as publicações produzidas e divulgadas pelo perfil estão sendo disseminadas nas redes sociais por diversos outros usuários, “gerando desinformação com o nome e a imagem do candidato da coligação representante”. O ministro ressaltou que o material resulta na “disseminação de conteúdo inverídico e negativo, provocador de sensacionalismo com tamanha magnitude que pode vir a comprometer a lisura do processo eleitoral, ferindo valores, princípios e garantias constitucionalmente asseguradas, notadamente a liberdade do voto e o exercício da cidadania.”

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Lula sobre aborto: “sou contra”

Durante conversa com jornalistas, em Guarulhos, Lula lembrou que decisão sobre aborto não é do presidente, mas sim de deputados e senadores

Na manhã desta sexta-feira (07/10), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a dizer que é contra o aborto. “Essa é uma resposta que eu já dei. Eu sou contra o aborto. Sou contra o aborto, sou pai de cinco filhos, avô de oito netos, bisavô de uma bisneta”. 

Lula lembrou que há uma lei dizendo como é que pode acontecer ou não o aborto e destacou que, decisões sobre o aborto e de outras pautas de costume, não são do presidente da República, mas do Legislativo, composto por deputados e senadores, na esfera federal.

“Não é papel do presidente da República, isso é um papel do poder legislativo e, sobretudo, é um papel que cabe muito a gente entender que a mulher tem supremacia sobre seu corpo”, afirmou.

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Lula agradece apoio de economistas do Plano Real

Nota do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em resposta à declaração de voto dos economistas que criaram o Plano Real

Há momentos na história em que os valores civilizatórios e democráticos devem estar acima de qualquer divergência. E é isso, nessa encruzilhada histórica em que nos encontramos, que representa a declaração de apoio da equipe de economistas que comandou a elaboração e execução do Plano Real, responsável por retirar o Brasil da hiperinflação na década de 1990, à candidatura da chapa Lula-Alckmin no segundo turno.

Com esse ato de grandeza e de compromisso público com o Brasil, os economistas André Lara Resende, Armínio Fraga, Edmar Bacha, Pedro Malan e Pérsio Arida se somam à postura do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e de diversos quadros históricos do PSDB em defesa da democracia e da inclusão social representadas pela candidatura Lula-Alckmin.

Estivemos juntos no processo de redemocratização que derrotou a ditadura militar e, agora, juntos novamente, vamos derrotar o autoritarismo, o obscurantismo, o negacionismo e os desmontes de Bolsonaro, além de recuperar a economia brasileira, reduzindo a inflação e voltando a gerar emprego e renda para o povo brasileiro.

Luiz Inácio Lula da Silva

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O rugido das urnas…

Com raras exceções, antigos(as) e novos(as) deputados(as) estaduais e federais no Maranhão resultam da combinação entre filhotismo e parentela, turbinada por uma derrama de dinheiro jamais vista nas disputas eleitorais.

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Prêmio Vladimir Herzog anuncia os finalistas da 44ª edição

Fonte: Abraji

A organização do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos anunciou, nesta quarta-feira (05.out.2022), os finalistas da sua 44ª edição. Das 528 produções avaliadas, 20 projetos foram selecionados em sete categorias: Arte, Fotografia, Texto, Vídeo, Áudio, Multimídia e Livro-reportagem. 

A comissão organizadora fará uma sessão pública presencial no Espaço Vladimir Herzog do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, das 14h às 17h, na quinta-feira (13.out.2022), na qual revelará os vencedores da premiação, considerada a mais importante do país. O evento será transmitido ao vivo pelo Canal do Youtube do Prêmio e pelo Facebook do SJSP.

No dia 25.out.2022 (terça-feira), das 14h às 17h, haverá uma roda de conversa  com transmissão ao vivo pela TV PUC e Canal Universitário de São Paulo. A cerimônia de premiação está marcada para o mesmo dia, das 20h às 21h30, no Tucarena, em São Paulo, também transmitido pela TV PUC. 

Considerado uma das mais importantes premiações jornalísticas do país, o Herzog tem abrangência nacional e reconhece anualmente trabalhos que valorizam e defendem a democracia e os direitos humanos.  A premiação é uma das ações voltadas para celebrar a vida de Vladimir Herzog, jornalista brasileiro assassinado pela ditadura militar em 1975.

O Prêmio Vladimir Herzog é promovido e organizado por uma comissão constituída pelas seguintes organizações: Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), Sociedade Brasileira dos Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo, Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, Conectas Direitos Humanos, Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Nacional), Ordem dos Advogados do Brasil – Secção São Paulo (OAB-SP), Periferia em Movimento e Instituto Vladimir Herzog (IVH).

Outras alianças que foram formadas este ano para a 44ª edição são: Câmara Municipal de São Paulo (CMSP), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), TV PUC , Canal Universitário de São Paulo (CNU), União Brasileira de Escritores (UBE) e OBORÉ.

Confira os finalistas:

Arte

Três mulheres da Craco
Autoria de Carol Ito pela Revista Piauí.

A sombra da maldade
Autoria de Nando Motta pelo Brasil 247.

Pós-Estupro
Autoria de Brum pelo Jornal Tribuna do Norte.

Fotografia

A dor da fome
Autoria de Domingos Peixoto pelo Extra.

A narrativa desumanizante em torno dos assassinatos policiais no Rio de Janeiro
Autoria de Fabio Teixeira pela plataforma9p9.

Execução no fórum de justiça
Autoria de Ricardo Oliveira pela Revista Cenarium.

Produção jornalística em áudio

O que os olhos não veem
Autoria de Ciro Barros e José Cícero da Silva (Reportagem, Entrevistas e Locução), Ricardo Terto (Produção, Roteiro e Edição de Som), Alexandre de Maio (Ilustrações) e Natalia Viana (Supervisão e Coordenação Jornalística) pela Agência Pública. 

Tempo Quente
Autoria de Giovana Girardi (Apresentação e reportagem), Arnaldo Branco, Flora Thomson-DeVeaux e Paula Scarpin (Roteiro), Barbara Rubira (Produção), Ana Magalhães (Coordenação), Claudio Angelo e Cristina Amorim (Consultoria), Branca Vianna (Direção criativa), Guilherme Alpendre (Direção executiva), FêCris Vasconcellos e Juliana Jaeger (Estratégia de promoção e distribuição), Lucca Mendez (Edição), Júlia Matos (Sonorização), Mika Lins (Direção de locução), Emerson Kimura (Checagem), Clara Rellstab (Apoio de produção), e Arthur Kunz (Música original) pela Rádio Novelo. 

Não sou mais o Pedro
Autoria de Tomás Chiaverini pela Rádio Escafandro.

Produção jornalística em multimídia

Mortes invisíveis
Autoria de Amanda Rossi, José Dacau e Saulo Pereira Guimarães (Repórter), Flávio VM Costa (Editor e coordenador do núcleo investigativo), Lúcia Valentim Rodrigues (Editora), Yasmin Ayumi (Arte), Gisele Pungan e René Cardillo (Editor de arte), Douglas Lambert (Filmagens) e Olívia Fraga (Edição) pelo UOL. 

Rondônia devastada
Autoria de Elaíze Farias, Fábio Pontes e Karla do Val (Repórter), Alexandre Cruz Noronha (Fotógrafo e cinegrafista), Eduardo Nunomura (Editor de especiais), Alberto César Araújo (Editor de fotografia), Kátia Brasil (Editora-executiva), Giovanny Vera (Mapas e infográficos), Lívia Lemos (Mídia social), César Nogueira (Montagem de vídeo e tradução), Nelson Mota (Desenvolvedor), Maria Cecília Costa (Assistente administrativa) pela Amazônia Real. 

A rota do tráfico humano na fronteira da Amazônia
Autoria de Mirelle Pinheiro pelo Metrópoles.

Produção jornalística em texto

Cercados e vigiados – PF legaliza seguranças que aterrorizam moradores de antiga usina de açúcar em Pernambuco
Autoria de Alice de Souza pelo The Intercept Brasil.

Educação árida: mudanças climáticas dificultam acesso à escola
Autoria de Anelize Moreira e Camila Salmazio (Repórter), Daniel Lamir (Produtor e fotógrafo), Lais Barros (Editora) pelo Portal Lunetas.

Mineração arada: quilombolas barram avanço de empresa inglesa na Chapada Diamantina
Autoria de Daniel Camargos e Fernando Martinho (Repórter fotográfico), pela Repórter Brasil.

Produção jornalística em vídeo

Crianças yanomami sofrem com desnutrição e falta de atendimento médico
Autoria de Alexandre Hisayasu e Valéria Oliveira dos Santos (Produção e reportagem), Henrique Souza Filho (Técnico), Alexandro de Oliveira Pereira (Cinegrafista), Luciane Marques de Oliveira (Produção), Wagner Luis Suzuki (Editor), Everton Altafim e Gustavo Pereira Pacheco (Editor de imagem), Anderson da Silva (Editor de arte), Luciano Abreu (Produção) pela Rede Globo.

Não merecia ser humilhado; PM arrasta suspeito em moto e recria cena da Escravidão em São Paulo
Autoria de Guilherme Belarmino (Repórter), Eduardo de Paula e Marconi Matos (Repórter cinematográfico), Marcos Barcarollo e Raphael Moura (Técnico de Captação de Som), Aline Lima e Marco Aurélio Silva (Designer), Esther Radaelli (Produtora), Renato Nogueira Neto (Editor), André Alaniz e Flávio Lordello (Editor de imagem) pela Rede Globo, Fantástico.

Identidade, o direito à vida transvesti
Autoria de Silvia Bessa (Direção, roteiro e coordenação executiva), Luiz Henrique Carneiro Siqueira (Codireção, direção de fotografia, videomaker e edição), Marcionila Teixeira de Siqueira (Entrevistas, produção de entrevistas e pesquisa), Diego Vieira Nigro de Almeida (Videomaker de imagens aéreas) pela TV ESA PE e TV Universitária PE.

Livro-reportagem

Banzeiro òkòtó: Uma viagem à Amazônia Centro do Mundo
Autoria de Eliane Brum pela Companhia das Letras.

Dano colateral: A intervenção dos militares na segurança pública
Autoria de Natalia Viana pela Objetiva.

Meninos malabares: retratos do trabalho infantil no Brasil
Autoria de Bruna Ribeiro e Tiago Queiroz Luciano pela Panda Books.

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Eventos debatem Estudos Celtas e Germânicos

De 25 a 27 de outubro serão realizados o IX Simpósio Nacional e VIII Internacional de Estudos Celtas e Germânicos. As atividades vão acontecer na Universidade Federal do Maranhão (campus do Bacanga) e na Universidade Estadual do Maranhão (curso de História, na rua da Estrela, Praia Grande).

O objetivo dos simpósios é ensaiar uma perspectiva crítica e local de reinvenção e inovação dos Estudos Celtas e Germânicos no Maranhão e no Brasil.

Segundo a justificativa dos organizadores, o evento visa “entretecer narrativas de longa duração que vinculam nossa cultura popular a um passado por vezes insuspeito, com ênfase em Estudos Medievais e Antigos sob uma perspectiva epistemológica, à sua maneira, crítica e decolonial, bem como as conexões com o tempo presente e suas heranças na cultura popular do Nordeste, em especial do Maranhão”.

Entre os conferencistas constam o medievalista e germanista francês Joseph Morsel (Université de Paris 1 – Panthéon Sorbonne), especialista em aristocracia medieval germânica da Idade Média Central (séculos XI a XIII); Hilário Franco Júnior (École des Hautes Études en Sciences Sociales/FFLCH-USP), nome de referência na Medievalística brasileira; João Lupi (Grupo Brathair /UFSC), reconhecido especialista português em estudos célticos; professora Clara Barros (Universidade do Porto); e o pesquisador inglês sênior John Greenfield (Universidade do Porto).

Mais informações e inscrições no link abaixo:

https://doity.com.br/ix-simposio-internacional-de-estudos-celtas-e-germanicos–brathair

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Neurototalitarismo e a bolsonarização do Brasil

Luiz Eduardo Neves dos Santos

Doutor em Geografia e professor da UFMA

O filósofo italiano Franco Berardi tem se dedicado a entender o fenômeno do semiocapitalismo, uma transformação radical na esfera da linguagem e da comunicação, oriunda da inteligência artificial de autômatos que influem nas relações sociais, escravizando indivíduos no mundo virtual, tornando-os submissos ao poder da financeirização econômica.

A simulação da realidade via infosfera torna potente o mundo da abstração, uma dependência das máquinas, que segundo Berardi em sua obra Asfixia, provoca um efeito colateral, isto é, a reação à abstração, um retorno à vitalidade do corpo e a reafirmação agressiva de identidades, sejam elas nacionais, raciais ou religiosas, o que provoca o alastramento do ódio, do rancor e da perversidade fascista. Afirma Berardi: “perdida toda fé na universalidade da razão, negado o acesso à esfera da tomada de decisões, as pessoas se agarram a identidades imaginárias baseadas na nação, na raça e na religião”. O que Bifo quer dizer é que o excesso de automação e controle da vida social se metamorfoseia em uma forma de neurototalitarismo como ordem, provocando caos político e mental no cotidiano.

Impossível não lembrar de Berardi ao olhar para o 1º turno das eleições do Brasil ocorrido no último domingo. Pouco mais de 50 milhões de pessoas,  acorrentadas aos seus smartphones e engolidas pelo poder do semiocapitalismo, votaram no presidente Jair Bolsonaro, alguém que nos últimos 45 meses tem feito uma administração desastrosa, mas que se notabilizou por utilizar o método da linguagem neurototalitária, produzindo uma consistente guerra cultural no mundo virtual, se comunicando com grupos reacionários, conservadores, fundamentalistas e racistas, um verdadeiro barril de pólvora fascista.

Tais grupos sociais não se importam com a história de vida pública de Bolsonaro, alguém que nunca gostou muito de trabalhar, que em quase 3 décadas como parlamentar foi medíocre, que enriqueceu – e ensinou seus filhos – roubando dinheiro dos próprios assessores, nomeando funcionários fantasmas em seu gabinete, além de fraudar notas fiscais na Câmara dos Deputados. Tampouco ligam para o fato de seu presidente ser ligado a grupos de extermínio da polícia carioca, hoje conhecidos como milícias ou ainda assumir posturas misóginas, racistas, lgbtfóbicas e aporofóbicas contra milhões de brasileiros.

No mundo simulado e paralelo em que essas pessoas vivem, o “mito” não possui responsabilidade alguma sobre os escândalos de corrupção de seu governo, nem no alastramento da fome, não tem nada a ver com a absoluta ausência de programas nas áreas da Educação, Saúde, Habitação e Segurança Pública, nos juros altíssimos, na elevada inflação que o país vive e nos recordes de desmatamento na floresta amazônica e cerrado. Frequentemente terceirizam as culpas e as responsabilidades pelo fracasso do governo, inclusive na pandemia, em que morreram quase 700 mil pessoas, intervalo de tempo em que o chefe do Executivo insistiu em tratamentos ineficazes, duvidou da Ciência, das vacinas, demorou a comprá-las, debochou dos enfermos que morriam por asfixia e nunca se consternou e/ou se solidarizou com as famílias diante do morticínio de brasileiros pela doença.

Pelo exposto, se instaurou no Brasil a partir de 2018 uma ditadura da ignorância, para usar outra expressão de Berardi, em que se naturalizou e se banalizou todo tipo de perversidade, reforçando a vocação brasileira de país violento, racista e desigual. Aceitam e disseminam absurdos e infâmias concretas e discursivas: afirmam que o governo é honesto e ético, que 33 milhões de pessoas em situação de grave insegurança alimentar é mentira, que a Esquerda e o PT vão instalar uma ditadura comunista, além de fechar templos e igrejas, dizem ainda que eles representam o bem e que o processo eleitoral e as urnas eletrônicas não são confiáveis. Falam ainda em globalismo e em marxismo cultural a fim de chamar atenção para um plano global comunista e cruel.

O fato é que os apoiadores de Bolsonaro são incapazes de fazer uma defesa honesta do governo, só sabem vociferar a ladainha moralista, eivada de preconceito, de que Lula é ladrão e ex-presidiário, mas se esquecem que seu “mito” não possui prerrogativa de foro eterna e que brevemente as suas chances de ser processado e preso são altas. Muitos deturpam o Evangelho de Cristo, a exemplo de um pastor-coach que vi recentemente nas redes. Ao expor 5 motivos para não votar na Esquerda, fez uma defesa contumaz da propriedade privada, citando Locke, colocando-a como sagrada à luz da Palavra de Deus, mas omitindo que Jesus é partilha e não segregação.

A bolsonarização do Brasil se assemelha muito ao que Adorno e Horkheimer, em sua Dialética do Esclarecimento, chamaram de nova barbárie, em que os indivíduos se encontram completamente anulados pelos poderes econômicos e cada vez mais distantes de valores verdadeiramente humanos, só que agora aparecem controlados e adestrados pela inteligência artificial, que comandam suas subjetividades, emoções e comportamentos. Por isso são inimigos da reflexão e da crítica, não costumam pensar, não dialogam, pois são condicionados para o desejo do consumo, da desinformação, do supérfluo, para a fé cega no lucro, para a crença num “deus bolsonarista” e suas pautas morais/de costumes e para a disseminação potente do ódio racial e de classe.

Nossa tarefa é lutar permanentemente contra todas as coisas horríveis e repugnantes que esses grupos defendem e representam, e nem precisa ser do campo progressista não, basta ter bom senso e tolerância, combater injustiças sociais, saber dialogar, ser antirracista, ter humanidade e amar o próximo.

Imagem destacada / Jair Bolsonaro na barbearia / Foto capturada aqui

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42° Festival Maranhense de Coros abre inscrições

Fonte: Portal Padrão / UFMA

e outubro a novembro deste ano, em São Luís, será realizada a 42ª edição do Festival Maranhense de Coros-FEMACO, que ocorrerá em duas modalidades. Nos dias 18 a 20 de outubro, ocorrerá de forma presencial; e de 8 a 11 de novembro, de forma virtual. As inscrições são gratuitas e seguem abertas até o dia 30 de setembro para os grupos de participação presencial e até o dia 7 de outubro para os de participação virtual.

Os grupos interessados devem preencher o formulário on-line com os seus dados, e anexos deverão ser encaminhados para o e-mail dac.daal.proec@ufma.br, contendo as fotografias digitais, com boa resolução, do grupo e do regente; histórico resumido do grupo e dados biográficos do regente; e vídeos, no caso dos grupos que participarão virtualmente.

O festival é realizado pela Universidade Federal do Maranhão, por meio da Diretoria de Assuntos Culturais (DAC) da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec). O evento não será de cunho competitivo e poderão participar grupos corais adultos de vozes mistas ou iguais, corais infantis e infantojuvenis do Maranhão, do Brasil e de outros países.

O evento reúne grupos de canto coral infantil, infantojuvenil e adulto de São Luís e demais municípios maranhenses, além de vários estados brasileiros e outros países para apresentação ou exibição de recitais e concertos. O festival tem por objetivo estimular e difundir a prática do canto coral e promover o intercâmbio cultural e o congraçamento entre a UFMA, os grupos corais participantes e as comunidades locais, regionais e internacionais.

Confira o regulamento completo