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O voto e a saudade

Eloy Melonio é professor, escritor, letrista e poeta.

Oi, pessoal!

Saudações a todas, todos, e todos os outros todos.

Eu sou José Eleitorino, um eleitor com muitas eleições nas costas, igualzinho a tantos outros que vocês veem por aí.

Mesmo não sendo mais obrigado a votar, não deixo de exercer esse direito fundamental. Para mim, o voto é sagrado. Gostem ou não das minhas escolhas, não abro mão delas. Já ganhei e já perdi muitas vezes nessa dança democrática.

Nestas eleições, os candidatos são os grandes artistas. Quase não ouço mais falar de Lulu Santos, Fernanda Montenegro, Tony Ramos & companhia. Ligo o rádio, e lá estão eles, falando. Na tevê: antes, depois e no meio das novelas. Dia desses sonhei conversando com o meu candidato. E confesso que já estou com saudade da campanha eleitoral que está acabando hoje — sexta-feira, 28.

São 19h30. Quero aproveitar tudo da propaganda na tevê. Cada informação, cada declaração. Ah, e eu não posso perder as últimas invocações ao Ser supremo (nada a ver com aquele sediado em Brasília). Porque — “nunca antes numa campanha” — Deus esteve acima de tudo e de todos. Ainda bem que Ele está lá em cima, não é mesmo? Sem contato direto com os candidatos aqui embaixo. É que — nessa confusão polarizada — a coisa não tá pra qualquer santinho não.

Depois dessa eleição, só daqui a dois anos. Se Deus quiser! E Ele vai querer, sim, porque — querendo ou não — já é personagem dessa comédia há um bom tempo.

Foram dias ricos de teatralização: lágrimas, olhares e sorrisos carinhosos, acenos com uma ou as duas mãos. E “vozes” prometendo mundos e fundos. 

A campanha eleitoral é tudo de bom. E, diferente da poesia do coletivo, é todo mundo “junto e separado”. Mesmo assim, como diz o roqueiro, “A gente se dá bem e não desejamos mal a quase ninguém”. Isso é que é sinceridade, atitude rara na política.

Nesta campanha, o Oscar vai para a dupla “falar/dizer”: Tu falaste. Eu não disse. Eles dizem que falaram. Está dizendo que vai falar. Por que você não fala e diz a verdade?

E, assim, a política se faz e se refaz com o espírito expressivo da palavra. Falar é dizer. Dizer o que é, o que não é. Porque “falar” é a cara dos políticos, não é verdade? E tem tudo a ver com o sentido enigmático da promessa e a roupa fantasiosa da esperança. Falar é cantar como vai ser o samba do nosso destino, dizer que vão pintar um novo céu com o azul da bandeira. Coisas da cena política, como dizia meu pai.

Mas “falar ou dizer” nem sempre significa “afirmar”. Muitas vezes é apenas falar, apenas dizer. O não-dito esconde uma mentira; o dito pode ser calúnia, injúria. Entre um e outro, “fico com a resposta das crianças”. Mas crianças não votam! Ah, que pena! Então, esquece.  

Na letra do samba-enredo político, o destaque da campanha foram (e sempre serão) os pobres. “Olha eles aí, gente!” Sem os pobres, a disputa não teria a graça de sempre. Nunca os pobrezinhos foram tão prestigiados. Abraços e mais abraços. Beijos nos velhinhos e nas criancinhas.

Empobrerados, tiveram espaço e voz em todos os momentos. Nunca vi tanto pobre falando na tevê. Acho até que alguns ganham um cachêzinho. Isso não é chiquérrimo?! E necessário, porque quanto mais pobres na roça, melhor a colheita.

Nessa enxurrada de pobres, todos são bem-vindos: os antigos, os novos, os que ainda vão entrar nas estatísticas. De sua história, o ponto positivo é que eles acreditam piamente nas promessas. 

Sempre achei que o pobre é um ser diferenciado. Mesmo com a mesa e o bolso vazios, não perde a esperança. E olha que essa palavrinha mágica cai bem na barriga do faminto, do sem-teto, do sem-nada. E nas intenções dos candidatos.

Que tal uma vezinha para a fome? Porque pobre e fome dão samba. Aonde um vai, o outro vai atrás. A fome alimentou a campanha e esquentou o debate. Porque é com a fome de muitos que enchem suas sacolas.

Tão antiga quanto a fome e os pobres é a política do “pão e circo”, ainda viva nestes tempos paradoxais. Enquanto a fome sobrevive, os pobres sofrem para sair do gueto da vergonha nacional.

Outra coisa extremamente pobre nesta campanha é que tudo pode e tudo serve. Amigos trocando insultos nas redes sociais. Muita gente acordando com essa ansiedade de compartilhar o último post de cunho político-ofensivo. Frases de efeito para atingir o outro. Material quentinho, cozido nos porões da campanha, é repassado a cada hora. Isso porque cada um acha que o seu candidato é o mais santo, o menos corrupto — se é que isso existe. E, nesse fluxo, o outro sempre é isso e aquilo.

A campanha revela quem são os parceiro da hora. Aliados do bem e do mal. Porque são a prova de que reconciliação e paz é possível na política. Mesmo que isso possa parecer uma grande farra.

E, para coroar a festa da democracia, o debate. Só acho que esse capítulo deveria ficar nos intervalos da novela. Porque há momentos em que ficção e realidade parecem falar a mesma língua, pois a política também é uma “travessia”.

22h45. Preciso parar por aqui, pois o debate já vai começar. Não sem antes dizer que já estou pensando na campanha de 2024.

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Homenagem ao time de Lula

Um brinde a você que sobreviveu à longa noite fascista que se instalou no Brasil, desde 2016;

Um brinde a você que foi chamado de petralha, comunista, apenas por ter demonstrado apreço à democracia e à liberdade;

Um brinde a você que inúmeras vezes foi ameaçado e ironizado nas redes sociais;

Um brinde a você que não desistiu de lutar, mesmo quando toda a massa ignara e a grande imprensa insistia no seu discurso neo-fascista;

Um brinde a você que, pra se preservar, cortou laços com tantas pessoas com quem tinha ,antes da grande noite , um convívio sadio;

Um brinde a você que não bebeu da fonte do ódio que se espalhou pela Nação, disfarçada de justiça;

Um brinde a você que descartou o rótulo de “cidadão de bem”, enquanto milhões perdiam os direitos previdenciários e trabalhistas;

Um brinde a você que sempre foi solidário com a parcela mais frágil da sociedade;

Um brinde a você que se indignou diante das tragédias ambientais;

Um brinde a você que se entristeceu diante da verdadeira chacina que foi a pandemia de Covid;

Um brinde a você que sempre acreditou na Ciência, na vacina e não na cloroquina;

Um brinde a você que não se curvou aos falsos profetas, disfarçados de Messias;

Um brinde a você que nunca abriu os dedos das mãos pra fazer gesto de “arminha”;

Um brinde a você que resistiu, mesmo, quando milhões acreditavam no falso mito;

O percurso será longo e duro para reconstruir tudo o que destruíram, mas um brinde a você que acreditou que a primavera chegaria.

Imagem destacada / Multidão na Avenida Paulista comemora a vitória do candidato do PT | Foto: Ricardo Stuckert

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Trabalhadores(as) do Colun/UFMA divulgam Manifesto pela Democracia, com Lula no 2º turno

Servidores(as) do Colégio Universitário consideram que o “momento exige combater a política de ódio e violência representada pelo atual governo e que, para superar essa página triste e infeliz da nossa história, devemos eleger Lula no segundo turno”.
Confira o manifesto:

MANIFESTO DE SERVIDORES(AS) DO COLUN/UFMA

PELA DEMOCRACIA, COM LULA NO 2º TURNO

Fonte: Site da Apruma (Associação dos Professores da UFMA)

Atravessamos um contexto no Brasil de profunda crise econômica, política e social. São cenários de violências de todas as dimensões, representadas pela mortes e agressões fruto de intolerância e preconceito; fome e miséria causadas pelo desastre da atual política econômica brasileira; desemprego e retirada de direitos trabalhistas que segue uma lógica ultraliberal; destruição da floresta amazônica através de ações criminosas dos aliados do atual presidente da república.

Na Educação Pública foram vários cortes orçamentários no âmbito nacional que causaram consequências profundas para o funcionamento das universidades públicas brasileiras. Os colégios de Aplicação e Escolas Técnicas estão com os menores recursos dos últimos anos, inviabilizando várias obras estruturais, bem como aquisição de novos materiais. Além disto tudo, tais cortes afetam a manutenção da alimentação escolar, bolsas de iniciação científica, pesquisas de campo etc.

O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) enviado pelo presidente Bolsonaro ao Congresso Nacional em 31 agosto mostra que os maiores cortes são na Educação Infantil, que tem projeção de R$5 bilhões para 2023 – uma redução de 96% comparado ao ano de 2021. Além disso, o governo propôs para 2023 um corte de R$ 1,096 bilhão no programa “Educação básica de qualidade” em comparação com 2022. Vale destacar que, além da redução do orçamento previsto para o ano que vem, quando retirada a complementação do FNDE, que está fora do teto de gastos, a previsão de recursos para a educação no orçamento cai mais de R$7 bilhões.

Os recursos que estavam previstos no Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) foram cortados em 40% do orçamento discricionário da pasta aprovado para este ano na Lei Orçamentária Anual (LOA).

Apesar do cenário dramático, a educação pública resiste. Desde o primeiro ano do governo Bolsonaro várias entidades da educação tomaram as ruas em defesa da democracia, contra os cortes orçamentários nos Tsunamis da Educação, reunindo milhares de pessoas que acreditam que a educação de qualidade é essencial para o desenvolvimento do país.

Defendemos a educação pública, gratuita, laica e socialmente referenciada. Acreditamos também na escola como espaço de pluralismo de ideias e respeito às diferenças. A escola como espaço democrático deve reconhecer, acolher e respeitar as múltiplas religiões, a identidade racial, a sexualidade e o gênero de todas as pessoas. Acreditamos num futuro solidário, fraterno e aberto às diferenças como característica humana.

Os servidores e as servidoras do Colégio Universitário da Universidade Federal do Maranhão que assinam essa carta compreendem que o momento exige combater a política de ódio e violência representada pelo atual governo e que, para superar essa página triste e infeliz da nossa história, devemos eleger Lula no segundo turno.

Assinam o manifesto:

Aldenora Resende dos Santos Neta
Ana Carolina Abrão Neri
Ana Caroline Pires Miranda
Anizia Araujo Nunes Marques
Bartolomeu Rodrigues Mendonça
Beatriz de Jesus Sousa
Belmiro Ferreira dos Santos
Camila Fernanda Pena Pereira
Carolina da Silva Portela
Cláudia Simone Carneiro Lopes
Claudio Anselmo de Souza Mendonça
Conceição Vasconcelos
Cristiano Capovilla
Edna Selma David Silva
Ednete Gomes Monteiro
Fernanda Vanessa de Jesus da Silva
Antonio Higor Gusmão dos Santos
Ilana Mirian Almeida Felipe
Ione Marly Arouche Lima
Janilson José Alves Viegas
Jaldyr de Jesus Gomes Varela Junior
Joaquim Ribeiro de Sousa Filho
José Alberto Pestana Chaves
José Angelo Cordeiro Mendonça
José de Arimatea Abreu
Jorge Milton Ewerton Santos
Larissa Melo Chaves
Ludmila Portela Gondim Braga
Luiz Alberto Ferreira
Luiza Carvalho de Oliveira
Marcia Cristina Costa Pinto
Marcone Antônio Dutra
Maria de Jesus Avelar Silva
Maria de Fátima Sousa Cartágenes
Maria da Conceição Lobato Muniz
Maria Cléa Muniz de Abreu
Maria Jandira de Andrade
Maria Teresa Lyra Lopes
Maria Teresa Rabelo Rafaell
Mariana Leis Balsalobre
Marilea de Jesus Mendes Everton Pinho
Micael Carvalho dos Santos
Michele Prazeres 
Nilia Feitosa de Alencar
Noé Nicácio Lima
Nonato Chocolate
Ozeas Rodrigues Lobato Filho
Osvaldo Francisco Santana
Paulo Sérgio Castro Pereira
Raimundo Inácio Souza Araújo
Raimundo Pedro Nery dos Santos
Raquel Pires Costa
Saulo Barros da Costa
Samya Helena dos Santos Ribeiro
Ricardo Monteles
Thiago Augusto dos Santos de Jesus
Thiago Lima dos Santos
Ulisses Denache Vieira Souza
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Organizações retomam vigília cívica no 2º turno

Fonte: Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo)

Começou nesta sexta-feira (28.out.2022) a segunda vigília cívica que busca barrar tentativas de tumultuar as eleições e uma ruptura institucional. Articulada por organizações da sociedade civil, a iniciativa é um movimento não partidário que reúne juristas, pesquisadores, professores, empresários, advogados, ativistas e vários outros profissionais que defendem a soberania do resultado das urnas.

Mais uma vez, organizações da rede do Pacto pela Democracia, da qual a Abraji faz parte, vão atuar em 15 frentes para ajudar todos os trabalhadores e cidadãos envolvidos no segundo turno. Assim como no primeiro turno, o grupo monitora e está preparado para mobilizar ações ao longo de todo o dia. A Abraji também vai acompanhar casos de violação às liberdades de imprensa e de expressão diretamente da sede da OAB em São Paulo.  

vigília cívica reúne diversas entidades como Comissão Arns, Comitê de Defesa da Democracia, Coalizão em Defesa do Sistema Eleitoral, Conectas Direitos Humanos, Democracia em Xeque, Direitos Já!Instituto Ethos, Fundação Tide Setubal e Transparência Internacional.

O ato de abertura desta sexta-feira reuniu nomes como a socióloga e banqueira Neca Setúbal, o diretor da Faculdade de Direito da USP, Celso Campilongo, o jurista José Gregori, a presidente da OAB-SP, Patricia Vanzolini, e a escritora e jornalista Bianca Santana. Ex-ministros da Justiça e do Supremo Tribunal e a ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge mandaram vídeos com depoimentos.

“Nosso movimento não para aqui. Vai continuar até a posse e nos primeiros meses do novo governo”, lembrou José Gregori. “Não vamos ter a ilusão de descanso semana depois do pleitol”, completou. A presidente da OAB pontuou que as reuniões começaram como uma resposta aos ataques institucionais, narrativas de golpes, tentativas de descredibilizar as urnas e o crescimento das milícias digitais.

Abraji e outras organizações ligadas ao jornalismo

No fim de semana, sindicatos de jornalistas de todos os Estados estarão de plantão para atender jornalistas envolvidos na cobertura. 

Reunidos em encontros quinzenais desde abril, representantes de 10 organizações têm feito um mapeamento dos principais ataques e riscos contra jornalistas durante o ciclo eleitoral. São elas: ARTIGO 19, Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Associação de Jornalismo Digital (Ajor), Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Intervozes, Instituto Palavra Aberta, Instituto Vladimir Herzog, Repórteres sem Fronteiras (RSF) e Tornavoz.

Abraji também vai acompanhar casos de violação às liberdades de imprensa e de expressão diretamente da sede da OAB em São Paulo. Denúncias podem ser feitas pelo email abraji@abraji.org.br. A Abraji vai compartilhar informações com outras nove organizações ligadas à imprensa que também estarão de plantão de forma remota.

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Intercom assina carta coletiva pela democracia e liberdade de expressão

A Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), como entidade integrante do Conselho Deliberativo da Federação Brasileira de Associações Científicas e Acadêmicas da Comunicação (Socicom), é signatária do manifesto “Pela ciência, educação, liberdade de expressão e de cátedra e democracia, é urgente derrotar Bolsonaro no 2º turno”, divulgado na última segunda-feira (24/10) pela União Latina de Economia Política da Informação, Comunicação e da Cultura – Seção Brasil (Ulepicc Brasil) e assinada por outras 29 entidades.

Confira a íntegra do texto a seguir, ou acesse o site da Ulepicc Brasil.

PELA CIÊNCIA, EDUCAÇÃO, LIBERDADE DE EXPRESSÃO E DE CÁTEDRA E DEMOCRACIA, É URGENTE DERROTAR BOLSONARO NO 2º TURNO

Brasília, 24 de outubro de 2022

Em poucos dias, o Brasil irá escolher seu próximo presidente. A vitória de Jair Bolsonaro traria ainda mais riscos à ciência, educação, liberdade de expressão e de cátedra e à democracia.

Um segundo mandato do candidato à reeleição pode significar um novo patamar no desmonte da já frágil democracia brasileira, na destruição do Estado e das políticas sociais, no ataque às liberdades, no aumento das desigualdades e na ampliação da violência política contra segmentos minorizados e democratas.

Para além de colocar o país em uma crise econômica e social, ao longo de seu mandato, o atual presidente constantemente atacou a educação e, em especial, as atividades realizadas pelas universidades.

Entre 2019 e 2022, o Governo Federal cortou drasticamente o orçamento da educação no país. Nas últimas semanas, seu governo chegou a bloquear de tal maneira o orçamento do setor que inviabilizaria o funcionamento de universidades e de institutos federais, medida alterada após intensa revolta e mobilização da comunidade acadêmica.

Como ressalta a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Bolsonaro fez da ciência e da pesquisa suas inimigas. Reduziu o orçamento da área, levando o MCTI ao menor orçamento em 2021 das últimas duas décadas.

A SBPC também mostrou a necessidade de a comunidade científica reagir a ações do atual governo que têm colocado a liberdade de cátedra em xeque em função de constrangimentos atravessados por professores nas salas de aula e em suas atividades de ensino, pesquisa e extensão

Durante a pandemia associada ao coronavírus, tentou a todo custo desacreditar cientistas brasileiros e estrangeiros sobre os métodos de combate à covid-19.

A postura negacionista, o atraso na compra das vacinas, a ridicularização da morte e o sofrimento de familiares das vítimas são algumas das marcas deixadas pelo atual governo na condução da crise sanitária no país.

Bolsonaro fez a liberdade de expressão de alvo, tentando subvertê-la para a autorização de mentir ao elevar a desinformação do submundo das redes sociais à estratégia de comunicação de governo, difundindo informações manipuladas e falsas em seus canais institucionais e aparelhando a Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Igualmente, o atual presidente fez campanha sistemática contra o jornalismo e seus profissionais, especialmente, as jornalistas mulheres.

A organização internacional Repórteres sem Fronteiras colocou o presidente na sua lista de “predadores da liberdade de imprensa”.

Em síntese, Bolsonaro ameaça o sistema democrático brasileiro. O atual mandatário, reiteradas vezes, defendeu a ruptura institucional, conclamando uma intervenção militar e mobilizando seus apoiadores contra a Justiça Eleitoral, contra o sistema de votação, contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e contra qualquer tipo de opositor.

Com uma retórica do ódio, o presidente estimula sua base a atos de violência política contra indivíduos e coletivos que pensam diferente.

O governo Bolsonaro significou a piora das condições de vida da população. A fome voltou a aumentar, assim como o desemprego, enquanto a renda do trabalho cai continuamente.

Diante desses fatos, não é possível ignorar os riscos à sociedade brasileira de um segundo mandato do presidente.

Por isso e diante de suas responsabilidades institucionais, as entidades científicas e acadêmicas e as(os) pesquisadoras(es) abaixo relacionadas(os), recomendam que as(os) eleitores(as) brasileiras(os) votem Luiz Inácio Lula da Silva à presidência no Segundo Turno das Eleições Presidenciais que acontece em 30 de outubro de 2022.

Atenciosamente,

União Latina de Economia Política da Informação, Comunicação e da Cultura (Ulepicc Brasil)

Conselho Deliberativo da Federação Brasileira de Associações Científicas e Acadêmicas da Comunicação (SOCICOM)

Associação Brasileira de Ensino de Jornalismo (ABEJ)

Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia (Alcar)

Associação Brasileira de Pesquisadores em Publicidade e Propaganda (ABP2)

Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (Compós)

Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciência da Informação (ANCIB)

Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped)

Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia(ANPEPP)

Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística (ANPOLL)

Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI)

Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências (ABRAPEC)

Associação Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho (SBPOT)

Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (CBCE)

Associação Brasileira de Ensino de Biologia (SBENBIO)

Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS)

Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO)

Associação Brasileira de Psicologia Política (ABPP)

Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN)

Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC)

Associação Brasileira de Professores de Língua Inglesa da Rede Federal de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (ABRALITEC)

Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD)

Laboratório de Políticas de Comunicação (LaPCom-UnB)

Centro de Pesquisas e Produção em Comunicação e Emergência (EMERGE)

Observatório da Ética Jornalística (objETHOS)

Observatório Cultural da Amazônia e Caribe (Amazoom)

Agência de Notícias de Direitos Animais (ANDA)

Laboratório de Pesquisas em Economia, Tecnologia e Políticas de Comunicação (Telas) Laboratório de Pesquisas em Economia Política da Comunicação e Crise do Capitalismo (CUBO)

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Pega na mentira!

Eloy Melonio é contista, cronista, letrista e poeta.

Bem que a “arte de mentir” podia se transformar em ciência, tal qual a filosofia e a sociologia. A princípio, parece uma coisa absurda, mas…¹

Essa ideia me afetou sobremaneira quando percebi que a palavra “mentira” assumia cada vez mais o protagonismo na campanha eleitoral para presidente da República deste ano. E ela só não entrará para a lista das mais consultadas em 2022 por tratar-se de um termo comum da nossa língua.

A verdade é que todos nós mentimos um pouquinho aqui, um pouquinho ali. Levante uma das mãos quem nunca mentiu! As duas, quem mente apenas de vez em quando! Calma, gente! Não vou pedir pra ninguém ficar de pé e se reconhecer um mentiroso nato.

Essa constatação me fez lembrar um livro de inglês que definia “white lie” (mentira branca) como aquela “mentirinha” que não ofende, não machuca e não causa danos.

Desde muito cedo, aprendemos com nossos pais o verdadeiro significado da mentira: Você não está mentindo, está? E sobre ela — aqui, uma personagem — há muito a falar. Artista ou cientista? Para os mentirosos contumazes, é artista, pois mentem com arte e naturalidade.

Na arena das campanhas eleitorais, verdade e mentira tradicionalmente se defrontam. E, na troca de acusações, o lado podre da política se camufla, e “todos” se apresentam como os verdadeiros defensores dos famigerados pobres e oprimidos.

Engana-se quem ainda pensa que a Mentira tem pernas curtas. Há muito já trocou suas perninhas por dedinhos ágeis no clicar das teclas do notebook e do celular. Hoje — além das palavras — leva consigo fotos e vídeos de seus desafetos. E, assim como “a fé move montanhas”, a mentira atinge em cheio a reputação de seus alvos. Nem sempre no endereço certo, porque isso não está acima dos interesses em jogo.

Em “Pega na Mentira” (1981) Erasmo Carlos faz uma gozação com a nossa personagem, invertendo verdades incontestáveis (“Vi Papai Noel numa favela/ O Brasil não gosta de novela”). Por sua vez, Tim Maia, em sua “Vale Tudo” (1990), poderia facilmente trocar “homem e mulher” por verdade e mentira, porque essas duas também não dançam o mesmo funk num mesmo salão.

E se, em ano de eleição, trocássemos a data de “primeiro de abril” para o primeiro domingo de outubro? “Não, não, e não! Uma ideia condenável”, diria o presidente do Superior Tribunal da Política.

Impossível é não perceber que a Mentira nunca foi tão cobiçada como nestas eleições. E que essa disputa é para ver quem consegue usá-la da maneira mais criativa, com o maior poder de destruição. E olha que a pobrezinha ralou muito para chegar a essa posição de destaque. Seu “pai” deve estar orgulhoso da filha que já foi muito condenada. E, que — de forma irreversível — atingiu um alto grau de empoderamento.

Não se pode menosprezar a força inspiradora da Mentira — hoje uma das mais solicitadas influenciadoras digitais, com milhões de seguidores.

Um dos candidatos ao pleito de 30 de outubro dá uma explicação que lhe foi passada por sua mãe: “A verdade engatinha, a mentira voa”. Só que “voar”, naquela época, não chegava perto do que acontece nesta era digital. Sem limites de velocidade ou alcance, a Mentira voa alto em todas as direções na companhia dos mais desprezíveis princípios morais e éticos.

Nunca em sua história, a Mentira esbanjou tanto “ódio” como nesta campanha eleitoral. Sim, porque ninguém fala de suas próprias mentiras. O mentiroso é (e sempre será) o outro. No marketing eleitoral, a acusação, muitas vezes, não tem sustentação. Mas — uma vez lançada — dificilmente dá meia volta. Recentemente, vi um vídeo em que um “especialista” falava sobre a necessidade de o político praticar e aprimorar sua habilidade para mentir. Ao final, a clássica conclusão: “Se você não aprender, você está na seara errada”.

O resultado de um curso de tão baixo nível moral são candidatos prometendo transformar pedras em pães e suor em vinho. E tudo deve parecer previsível e viável, acessível e fácil.

Foi justamente nesse embalo do “mente aqui, mente ali” que eu pensei na criação da “mentirologia”. O termo seria formado da união de duas palavras de origem diferente: “mentiri”, do satanêsinventar, e “logia”, do grego estudo.

Como numa valsa improvável (mentira pra cá, verdade pra lá), a dança política segue seu ritmo falacioso. Nem candidatos nem eleitores sabem aonde isso vai dar. E, livre de amarras, a Mentira cruza os espaços digitais das nossas tevês e smartphones a todo instante. Dia e noite, noite e dia — descaradamente! Se duvidar, já suplantou as malfaladas “ladrão” e “corrupto”  — donas do pedaço desde que criaram essa classe de representantes do povo.

No teatro da arte política, a Mentira assume um papel de invejável força assertiva. “Você é um mentiroso”, diz um acusador. Desse jeito, na bucha. Seja a vítima um senhor ou uma senhora com mais de setenta anos. E, aí, outra constatação simplista: a Mentira não tem idade, e nem carteira de identidade.

Quando assisto ao horário gratuito na TV, imagino-me dirigindo numa velha estrada  esburacada — uma espécie de “déjà vu”. Mesmo assim, assusto-me com a sinalização: curva mentirosa à esquerda, abismo enganoso à direita, lombada corrupta a 200m. Só me sinto calmo e seguro quando vejo uma placa branca com letras verdes: parada obrigatória para reflexão (com chá ou café).

Voltando à “mentirologia”, o estudo da mentira como fenômeno social poderia evoluir e desvendar os mistérios da coletividade mentirosa (atores e plateia). Modernamente, em nosso dialeto político, nossa anti-heroína já tem alguns primos e primas igualmente populares: ilação, narrativa, factoide — e a já consolidada anglo-brasileira “fake news”.

Nesse cipoal de “palavras” tresloucadas, impressiono-me com a capacidade de a Mentira ora se vestir com o branco da verdade, ora sujar a verdade com as cores rubras de sua alma.

Peço-lhe agora compreensão sobre o que vem a seguir. Nada mais que uma paráfrase digna de um mentiroso de alto nível: “Quem mente e ofende, e se perde nessa disputa, é otário ou um verdadeiro filho da puta”.

Arte, sim; marketing, não. Não se pode mais aceitar o vale-tudo desse monstro. Muito menos aplaudi-la ou idolatrá-la. Porque “barato não é o marido da barata”. E, assim, Erasmo e Tim estão perdoados sob a mediação de Fernando Pessoa (“O poeta é um fingidor”). Os marqueteiros — diabinhos por trás das cortinas — condenados a “cem anos de solidão”.

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TSE manda remover fake news sobre boné usado por Lula no Complexo do Alemão

A decisão foi concedida após a Coligação Brasil da Esperança ter entrado com uma ação junto ao TSE apontando mentira sobre associação de “CPX” ao crime

O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Paulo de Tarso Sanseverino determinou nesta segunda-feira (24/10) a remoção de uma fake news publicada, de forma coordenada, pelo senador Flávio Bolsonaro, pela deputada Carla Zambelli e pelo vereador Nikolas Ferreira, além de outros apoiadores do candidato Jair Bolsonaro. A publicação mentirosa foi postada no Twitter e afirmava que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia usado um boné com a sigla “CPX”, que significaria “cupincha” ou aliado do tráfico.

Na verdade, a sigla é apenas a abreviação de “Complexo” – numa referência ao Complexo do Alemão, comunidade carioca visitada pelo ex-presidente Lula durante a campanha. Diversas agências de checagem já mostraram que o termo “CPX”, que estava no boné, é usado por moradores e por órgãos oficiais para se referir à comunidade do Rio de Janeiro. O Twitter tem cinco horas para remover a publicação ou terá de pagar multa de R$ 50 mil.

“É forçoso reconhecer que a propagação desses conteúdos, sem nenhum respaldo probatório, tem o potencial de interferir negativamente na vontade do eleitor”, escreveu o ministro.

A decisão foi concedida após a Coligação Brasil da Esperança, da chapa Lula e Alckmin, ter entrado com uma ação junto ao TSE.

“Os representados (Flávio Bolsonaro, Carla Zambelli e os demais) capitanearam a disseminação em redes sociais, distorcendo o significado da sigla, a fim de incutir na mente do eleitor que CPX significaria ‘cupincha’ em equivalência à parceria do candidato com o crime organizado”, afirmam os advogados Miguel Novaes e Cristiano Zanin Martins, na ação.

A Coligação Brasil da Esperança, que tem como candidato o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é formada pelos partidos PT, PV, PCdoB, PSOL, REDE, PSB, Solidariedade, Avante, Agir e Pros.

Aragão e Ferraro Advogados
Zanin Martins Advogados

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Pela ciência, educação, liberdade de expressão e de cátedra e democracia, é urgente derrotar Bolsonaro no 2º turno 

Em carta, entidades científicas repudiam os retrocessos do bolsonarismo e indicam voto em Lula. Texto está publicado no site da União Latina de Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura (ULEPICC–Brasil)

Em poucos dias, o Brasil irá escolher seu próximo presidente. A vitória de Jair Bolsonaro traria ainda mais riscos à ciência, educação, liberdade de expressão e de cátedra e à democracia.

Um segundo mandato do candidato à reeleição pode significar um novo patamar no desmonte da já frágil democracia brasileira, na destruição do Estado e das políticas sociais, no ataque às liberdades, no aumento das desigualdades e na ampliação da violência política contra segmentos minorizados e democratas.

Para além de colocar o país em uma crise econômica e social, ao longo de seu mandato, o atual presidente constantemente atacou a educação e, em especial, as atividades realizadas pelas universidades.

Entre 2019 e 2022, o Governo Federal cortou drasticamente o orçamento da educação no país. Nas últimas semanas, seu governo chegou a bloquear de tal maneira o orçamento do setor que inviabilizaria o funcionamento de universidades e de institutos federais, medida alterada após intensa revolta e mobilização da comunidade acadêmica.

Como ressalta a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Bolsonaro fez da ciência e da pesquisa suas inimigas. Reduziu o orçamento da área, levando o MCTI ao menor orçamento em 2021 das últimas duas décadas.

A SBPC também mostrou a necessidade de a comunidade científica reagir a ações do atual governo que têm colocado a liberdade de cátedra em xeque em função de constrangimentos atravessados por professores nas salas de aula e em suas atividades de ensino, pesquisa e extensão

Durante a pandemia associada ao coronavírus, tentou a todo custo desacreditar cientistas brasileiros e estrangeiros sobre os métodos de combate à covid-19.

A postura negacionista, o atraso na compra das vacinas, a ridicularização da morte e o sofrimento de familiares das vítimas são algumas das marcas deixadas pelo atual governo na condução da crise sanitária no país.

Bolsonaro fez a liberdade de expressão de alvo, tentando subvertê-la para a autorização de mentir ao elevar a desinformação do submundo das redes sociais à estratégia de comunicação de governo, difundindo informações manipuladas e falsas em seus canais institucionais e aparelhando a Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Igualmente, o atual presidente fez campanha sistemática contra o jornalismo e seus profissionais, especialmente, as jornalistas mulheres.

A organização internacional Repórteres sem Fronteiras colocou o presidente na sua lista de “predadores da liberdade de imprensa”.

Em síntese, Bolsonaro ameaça o sistema democrático brasileiro. O atual mandatário, reiteradas vezes, defendeu a ruptura institucional, conclamando uma intervenção militar e mobilizando seus apoiadores contra a Justiça Eleitoral, contra o sistema de votação, contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e contra qualquer tipo de opositor.

Com uma retórica do ódio, o presidente estimula sua base a atos de violência política contra indivíduos e coletivos que pensam diferente.

O governo Bolsonaro significou a piora das condições de vida da população. A fome voltou a aumentar, assim como o desemprego, enquanto a renda do trabalho cai continuamente.

Diante desses fatos, não é possível ignorar os riscos à sociedade brasileira de um segundo mandato do presidente.

Por isso e diante de suas responsabilidades institucionais, as entidades científicas e acadêmicas e as(os) pesquisadoras(es) abaixo relacionadas(os), recomendam que as(os) eleitores(as) brasileiras(os) votem Luiz Inácio Lula da Silva à presidência no Segundo Turno das Eleições Presidenciais que acontece em 30 de outubro de 2022.

Atenciosamente,

União Latina de Economia Política da Informação, Comunicação e da Cultura (Ulepicc Brasil)

Conselho Deliberativo da Federação Brasileira de Associações Científicas e Acadêmicas da Comunicação (Sociocom)

Associação Brasileira de Ensino de Jornalismo (Abej)

Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia (Alcar)

Associação Brasileira de Pesquisadores em Publicidade e Propaganda (ABP2)

Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (Compós)

Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciência da Informação (Ancib)

Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped)

Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia  (Anpepp)

Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística (Anpoll)

Associação Brasileira de Relações Internacionais (Abri)

Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências (Abrapec)

Associação Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho (SBPOT)

Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (CBCE)

Associação Brasileira de Ensino de Biologia (SBENBIO)

Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS)

Associação Brasileira de Psicologia Social (Abrapso)

Associação Brasileira de Psicologia Política (ABPP)

Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN)

Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC)

Associação Brasileira de Professores de Língua Inglesa da Rede Federal de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (Abralitec)

Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD)

Laboratório de Políticas de Comunicação (LaPCom-UnB)

Centro de Pesquisas e Produção em Comunicação e Emergência (Emerge)

Observatório da Ética Jornalística (objETHOS)

Observatório Cultural da Amazônia e Caribe (Amazoom)

Agência de Notícias de Direitos Animais (Anda)

Laboratório de Pesquisas em Economia, Tecnologia e Políticas de Comunicação (Telas)

Laboratório de Pesquisas em Economia Política da Comunicação e Crise do Capitalismo (Cubo)

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No dia 30, Lula vota em São Bernardo, às 8h

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da Coligação Brasil da Esperança, votará no próximo domingo (30/10), a partir das 8h, na Escola Estadual Firmino Correia de Araújo, em São Bernardo do Campo (SP).

Após votar, Lula atenderá à imprensa no local.

Veículos de imprensa interessados na cobertura presencial da votação devem se credenciar neste link até 18h de sexta-feira (28/10).

A Coligação Brasil da Esperança é formada pelas federações FE BRASIL (PT/PV/PC do B) e PSOL/REDE, PSB, Solidariedade, PROS, Avante e o Agir.

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Fake News não é notícia. Desinformação não é jornalismo

Fonte: Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj)

Em uma sociedade democrática, é papel do jornalismo produzir e disseminar informações de interesse público. A busca pela verdade, pela correção e pela objetividade é o que caracteriza e dá sentido à atividade jornalística.

Ainda que um conteúdo se utilize da linguagem, do formato e de outras características da notícia, ele não deve ser tratado como jornalístico caso não tenha compromisso com a verdade. Isso é prejudicial para o jornalismo e para toda a população, que precisa do jornalismo para ter acesso a informações que contribuam com sua participação na vida em sociedade, especialmente durante o período eleitoral.

Para nós, causa consternação o caminho seguido por um grande veículo, como a Jovem Pan, que utiliza uma outorga de rádio e outras plataformas de conteúdo para propagar produtos da indústria da desinformação, que não têm origem certa, apuração verificável ou qualquer referencial nos princípios básicos do bom jornalismo e, no fundo, buscam destruir a credibilidade das instituições democráticas. 

Importante ressaltar que trata-se de uma postura recorrente, que já foi objeto de contestação judicial. Nestas eleições, temos visto a reprodução da prática de veicular conteúdos parciais e, muitas vezes, inverídicos. Exatamente por reiteradamente publicar conteúdos desinformativos, veículos de comunicação foram objeto de decisões recente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Especificamente em relação à Jovem Pan, a decisão determina que “os Representados se abstenham de promover novas inserções e manifestações sobre os fatos tratados nas Representações”, ou seja, o TSE atestou que as inserções e manifestações eram de “fatos sabidamente inverídicos” e por isso eles não podem ser repetidos infinitas vezes depois de uma decisão judicial.

A nossa Carta Magna abraçou as liberdades como nunca havia sido feito na história do Brasil. Especificamente em relação ao jornalismo, é a Constituição que assegura o sigilo de fonte aos profissionais da imprensa e veda expressamente a censura. Essas liberdades não são – e nem poderiam ser – um salvo conduto para a agressão, para a violação da dignidade alheia e, tampouco, para a disseminação de produtos da indústria da desinformação como se fossem conteúdo jornalístico. Fake news não é notícia. Desinformação não é jornalismo.

Não podemos aceitar, sob hipótese alguma, qualquer tipo de censura à atividade jornalística. Trata-se de uma gravíssima e revoltante forma de ataque à democracia, que infelizmente marca a história do Brasil – especialmente durante a ditadura militar, mas também em tempos mais recentes. Justamente por isso é inaceitável que acusem a decisão do TSE de ser uma forma censura. Lamentamos que, neste momento, esse conceito esteja sendo usado de forma tão deturpada por veículos de comunicação, principalmente concessionários públicos, na tentativa de levarem à frente uma espécie de vitimismo tacanho e obterem licença para continuarem a mentir, difamar e avariar os pilares do regime democrático.

O Direito salvaguarda a propagação de qualquer ideia, como forma legítima de Instituto manifestação humana, desde que resguardada a integridade dos demais integrantes da sociedade. E é perfeitamente legítimo que as partes que se sintam ofendidas ou prejudicadas acionem a Justiça para serem ouvidas por meio do direito de resposta com a celeridade que se faz necessária, especialmente num período eleitoral. Esse é um princípio perene, que não diz respeito apenas às mais recentes decisões do sistema judiciário brasileiro.

Garantir que todos respeitem os valores éticos e estruturantes do jornalismo é o único caminho para consagrar as liberdades de expressão e de imprensa como inerentes à dignidade humana, à cidadania e como pilares de um país socialmente mais justo, plural e democrático.

Instituto Vladimir Herzog – IVH

Associação Brasileira de Imprensa – ABI

Intervozes

Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo – SJSP

Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação – FNDC

Observatório da Ética Jornalística – objETHOS

Diracom – Direito à Comunicação e Democracia

Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD)

International Center for Information Ethics

Sindicato dos Jornalistas do Pará – Sinjor/PA

Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé

Artigo 19