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“Bonecos do Natal Maranhense” brilha em São Luís e se torna grande atração do período natalino

No total, mais de 2.500 kits foram entregues em três dias de ações do projeto.

Fotos: Veruska Oliveira/Divulgação.

SÃO LUÍS – Com mais de 2.500 kits natalinos entregues e a realização de oficinas que reuniram centenas de crianças em toda a Região Metropolitana de São Luís, o projeto “Bonecos do Natal Maranhense” se consolida como uma das atrações de destaque – e já tradicional – do período natalino no Maranhão.

Executado pela Éguas Paper Toy (empresa maranhense de brinquedos de papel), via Lei Estadual de Incentivo à Cultura, e tem o patrocínio do governo do Estado do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secma) e da Equatorial Energia, o projeto realizou, na última sexta-feira (23), seu último dia de ações na Praça Deodoro, em São Luís, ofertando ao público mais uma oficina de Paper Toys Natalinos, que encantaram não somente as crianças, mas também levaram adultos para se divertir e criar junto aos pequenos.

No mesmo dia, os “Bonecos do Natal Maranhense” também marcaram presença no Shopping da Criança, no Centro Histórico da capital, estimulando momentos de criatividade, educação e coletividade entre pais e filhos.

“Ela gosta muito desse projeto. Ela fica muito feliz em poder montar, colorir. Deixa ela mais criativa. Ela vai montando tudo direitinho e deixa ela muito animada”, disse a dona de casa Maria Ferreira, de 42 anos, mãe da pequena Clara Rebeca, de 9 anos, que participa do segundo ano consecutivo do projeto no Shopping da Criança.

O estímulo do projeto para que adultos e crianças possam trabalhar juntos é um dos principais objetivos, relata o estudante de Design, Bruno Amadeu, de 23 anos – um dos oficineiros da ação.

“Aqui no ‘Bonecos do Natal Maranhense’, eles [crianças e adultos] aprendem a trabalhar juntos. E as crianças gostam muito de brincar juntas, sem nenhum preconceito ou diferenças entre elas. Eu acho isso muito legal, principalmente em ver a criança sendo pura, o que nos faz trabalhar com o coração e se sentir muito emocionado”, destacou o estudante.

Diretora do Shopping da Criança, Fabíola Farias parabenizou o projeto por mais um ano de parceria. “Essa ação é muito boa para nosso espaço, que recebe várias crianças de todos os bairros de São Luís. Nada melhor do que mostrar pra tantas crianças o valor da nossa cultura maranhense juntamente com o Natal, não é mesmo? Por isso é tão importante poder contar com projetos assim aqui no shopping”, ressaltou.

Para João Santos, designer do projeto, o sucesso dos “Bonecos do Natal Maranhense” é fruto tanto da boa receptividade do público quanto das parcerias com a Equatorial Energia e a Secretaria de Estado da Cultura.

“O apoio que a Equatorial e a Secma fornecem pra gente permite que a sensibilidade seja dada a todos os públicos. Com a gratuidade do projeto, podemos levar oficinas pras escolas públicas e pra outros espaços importantes como o Shopping da Criança. Essa permissividade de trazer a comunidade e permitir que eles acessem o material cultural e educativo se torna uma excelente oportunidade para nós de poder frisar essas etnias que deram origem ao nosso estado e também de poder trazer esse entendimento para ajudar as crianças a não terem preconceito com o seu e com seus próximos aqui no estado”, pontuou João Santos.

Bonecos do Natal Maranhense

Idealizado para dar vida aos personagens que representam as etnias da fundação do Maranhão e clássicos do Natal, o projeto “Bonecos do Natal Maranhense” conta com duas edições já realizadas, em 2020 e 2021, e já distribuiu mais de 14 mil kits culturais no Maranhão.

Figurinha carimbada na programação natalina do estado e bastante elogiado por crianças, adultos e turistas, a ação visa alcançar mais de 5 mil pessoas na edição deste ano.

“Bonecos do Natal Maranhense” é executado pelo Éguas Paper Toy, estúdio criativo maranhenses que, desde 2013, cria brinquedos de papel (paper toy) por meio de projetos lúdicos e contemporâneos, unindo design, arte e cultura maranhense em personagens e cenários capazes de estimular a imaginação de crianças e adultos em histórias incríveis, por meio da utilização de material de baixo custo produtivo e reciclável, como o papel.

Em 2022, as oficinas e distribuição de kits natalinos (com revistas e brinquedos) foram realizadas entre os dias 21, 22 e 23 de dezembro, na Praça Deodoro, em São Luís; assim como em ações na Região Metropolitana, como na escola municipal José Gregório Botão, em São José de Ribamar, e na sede da Equatorial Energia e no Shopping da Criança, ambas na capital maranhense.

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Sefaz divulga calendário de pagamento do IPVA 2023

A Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) lançou os valores do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) do exercício de 2023 e divulgou o calendário de pagamento do tributo, conforme a Portaria 659/2022.

O pagamento do imposto poderá ser feito em cota única ou parcelado em até três vezes. O contribuinte que optar pelo pagamento antecipado, em cota única, até 28 de fevereiro de 2023, terá 15% de desconto no valor do IPVA, de acordo com a Portaria.

Já quem optar pelo parcelamento deverá quitar as cotas em ordem crescente, de forma que o pagamento da segunda cota fique condicionado ao pagamento da primeira, e assim sucessivamente.

Caso haja atraso no pagamento das referidas cotas, estas poderão ser quitadas com acréscimo de multa e juros moratórios calculados a partir do vencimento das mesmas.

A consulta dos valores por modelo de veículo já pode ser feita na página do IPVA, no portal da Sefaz, clicando no menu “Tabelas e Documentos.” (https://sistemas1.sefaz.ma.gov.br/portalsefaz/files?codigo=21881)

Já o pagamento do IPVA 2023 será disponibilizado no sistema da Secretaria de Fazenda a partir de Janeiro de 2023. Vale destacar que o contribuinte não precisa se deslocar às agências de atendimento da Sefaz para regularização do IPVA. Todos os serviços de pagamento e parcelamento estão disponíveis na página do IPVA, no site da Secretaria de Fazenda no endereço: portal.sefaz.ma.gov.br.

O pagamento do IPVA pode ser feito nos Bancos Caixa Econômica Federal, casas lotéricas, Bradesco, Banco do Brasil e seus respectivos correspondentes. Uma novidade que vai facilitar ainda mais para os contribuintes é o pagamento do IPVA via Pix, pelo QR Code informado no Documento de Arrecadação (DARE).

Os proprietários de veículos que optarem pelo parcelamento do IPVA 2023 realizarão o pagamento da primeira cota de acordo com o final da placa dos veículos, conforme tabela.

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Uns e outros

Eloy Melonio

Em sua admirável simplicidade, Chico Xavier diz coisas que nos comovem. E foi com essa concepção que recebi um post de um amigo, listando coisas supérfluas e coisas necessárias. Ou seja, sábias afirmações em que o médium brasileiro revela ― entre outras coisas ― que “uns querem ter olhos claros; outros, apenas enxergar”.

Ao meu amigo, dei uma resposta espirituosa: pois é, o nosso mundo é feito de “uns e outros”.

Ainda bem! Já imaginou “se todos fossem iguais a você”, como na canção do Tom e do Vinicius? Num atual contexto de valorização da diversidade, isso seria um pesadelo, zoeira total.

Imagine-se, então, indo à feira num domingo pela manhã para comer um caldo de ovos na banca da D. Albertina. Lá, depara-se com uma fila de matar. E, aí, “volta pra casa abatido(a), desencantado(a) da vida”. Parece que, nesse dia, tanto “uns” quanto “outros” resolveram comer o caldo de ovos mais famoso do pedaço. E olha que não era Black Friday!

No encontro da Ipiranga com a São João, um dos mais famosos logradouros em São Paulo, Caetano Veloso sentiu o coração acelerado naquele mundão de concreto e veículos automotivos. Ouvindo a canção, imagino uma cena com muita gente na rua: uns, indo; outros, vindo. E, na veia musical do baiano arretado, “o avesso do avesso do avesso”.

Aproveitando uma dessas belas manhãs de Sol, minha esposa me mostrou a novidade do nosso terraço: um lírio laranja que acabara de desabrochar. “Coisa mais linda!”, diriam, em uníssono, os amantes da floricultura. Fui ao Google para ver mais imagens dessa delicada flor, decantada por Honoré de Balzac em “O Lírio do Vale”. E encontrei uma rica variedade de tipos, formas e cores. Sou leigo nessa arte, mas me encantei com o que vi. E me lembrei de um trecho do livro do escritor francês: “Era ela o lírio daquele vale, enchendo-o com o perfume de suas virtudes” ([adaptado de] O LÍRIO DO VALE, L&PM).

Na ficção, os olhos de Félix, a personagem do romance, por razões amorosas, brilham diante de seu lírio, mas o vale certamente abriga outras espécies igualmente belas, admiradas por muitas pessoas.

Uns e outros estão por aí, cruzando avenidas, caminhando contra o vento. Uns gostam de samba, outros são ruins da cabeça. Uns são diferentes; outros, iguaizinhos aos seus pais. E ― parafraseando Balzac ― “enchendo a vida com as cores e os odores de sua diversidade”.

O mundo gira, e o poeta tenta entender essa roda-viva. E se espanta ao perceber que, em si mesmo, existe dissintonia entre “um” e “outro” que habitam a sua subjetividade. Ferreira Gullar traduz-se assim: “Uma parte de mim/ é todo mundo;/ outra parte é ninguém” (Na Vertigem do Dia). Também eu me aventuro nessa introspecção: “Dentro de mim/ existe um eu que me diz/ quem eu sou/ mesmo quando penso/ que não sou quem realmente sou” (Dentro de Mim, pag. 123).

Que seria dos “outros”, se não fossem os “uns”? Ou dos “uns”, se não fossem os “outros”? Já imaginou uma cidade só de “uns”, ou um estado transbordando de “outros”.

Acredito que é na diversidade que reside a beleza de se ser humano, lírio, e Balzac. De ser “eu”, de ser “você”. Porque — em todas as épocas e lugares — “o supérfluo e o necessário”, o igual e o diferente, o certo e o errado, todos, esperam de nós uma posição. Não podemos ter um pé no Pacífico e o outro no Atlântico. E, assim, ou nos encontramos no meio de “uns” ou nos perdemos em volta de “outros”.

Compartilho, aqui, uma interessante reflexão do gaúcho Mario Quintana (1906-1994), o poeta-maravilha: “Há uns que morrem antes; outros depois. O que há de mais raro, em tal assunto, é o defunto certo na hora exata”.

Excluindo-se a morte, “Cada um de nós compõe a sua história. E cada ser em si carrega o dom de ser capaz, de ser feliz”. Ou seja, querendo ou não, precisamos “tocar em frente”, como nos ensinam Almir Sater e Renato Teixeira, poetas da nossa música sertaneja.

Reconhecendo o nosso lado individual e o coletivo, precisamos nos respeitar mutuamente, sabedores de nossos direitos e deveres, de nossas diferenças e de nossa responsabilidade ético-social.

No mundo real, assim como na avenida da imaginação poético-musical, cruzamos com uns e com outros. No cenário da diversidade, cruzamos e caminhamos ora com uns, ora com outros.

E, enfim, descobrimos que “uns e outros” somos todos nós.

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Eloy Melonio é contista, cronista, letrista e poeta.

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Bolsonaro: um fracasso retumbante!

Imagem / Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS / Ueslei Marcelino)

Tá na hora do Jair já ir embora. Embalados pelo hit da eleição de 2022, as forças da civilização e do amor derrotaram o ódio.

Esperamos que Jair Bolsonaro vá para longe e nunca mais volte à vida pública.

O destino dele deve ser a cadeia, seja em Pedrinhas ou na Papuda.

Ele sai de Brasília com o gosto amargo do fracasso.

Não conseguiu criar um partido – Aliança pelo Brasil – para chamar de seu.

O movimento protofascista liderado por ele vai escorrendo pelo esgoto da História, definhando na porta dos quartéis, deixando a imagem do horror mais bizarro.

Ele fracassou também como marido e pai, as principais referências de um dos seus bordões publicitários – família.

Foi derrotado também na falácia de filho de Deus. É um fariseu!

Estamos diante de um derrotado, covarde, hipócrita e medíocre, sem as mínimas condições sequer de encarar o vencedor e fazer as honras do ritual de passagem da faixa presidencial.

Bolsonaro falhou como homem, político, líder, pai, marido e presidente.

É um fracasso retumbante.

Todo castigo para ele é pouco.

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São Luís sem abrigos

Isso aí é na Cohama, bairro de classe média na capital do Maranhão.

Depois de mais de 400 anos, São Luís não tem abrigos de ônibus decentes e o transporte coletivo continua caótico para os trabalhadores e usuários.

São décadas de maus tratos aos usuários, motoristas e cobradores(as).

Uma coisa do passado.

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Aprovado Orçamento de 2023 com viés social do novo governo Lula

Texto aprovado nesta quinta (22) pelo Congresso prevê salário mínimo de R$ 1.320 (aumento real de 2,7%), Bolsa Família de R$ 600, mais R$ 150 por filho até 6 anos, e restaura programas sociais

Site do PT – Salário mínimo de R$ 1.320 a partir de 1º de janeiro, com aumento real de 2,7%. Bolsa Família de R$ 600 em 2023, mais R$ 150 mensais por criança menor de 6 anos. Recursos para garantir Auxílio-Gás, Farmácia Popular, Campanha de Vacinação, Merenda Escolar, Cisternas e Carro-pipa, entre outros programas.

O Orçamento para 2023 aprovado nesta quinta-feira (22) pelo Congresso Nacional já tem a marca do governo Lula antes mesmo de tomar posse, daqui a 10 dias, com prioridade absoluta para políticas públicas de combate à fome e de redução da desigualdade, deixando na poeira o pesadelo bolsonarista que fez o país andar de ré.

“Aprovamos o Orçamento de 2023 garantindo R$ 600 para o Bolsa Família (+ R$ 150 por criança até 6 anos), recomposição de recursos para programas sociais e verba para áreas que estavam sucateadas, como a educação. Tudo pronto para começar um governo histórico!”, comemorou o líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA).

O senador Humberto Costa (PT-PE) destacou que o novo governo já vai tomar posse cumprindo a promessa de campanha de melhorar a remuneração básica do brasileiro. “Depois de quatro anos de desvalorização, o salário mínimo voltará a ter ganho real. O novo Orçamento garante o reajuste com um aumento real de 2,7%. Com isso, Lula cumpre mais uma promessa de campanha. É o pobre voltando a ser prioridade nesse país! Vai ter Bolsa Família de R$ 600 e mais investimento em saúde e educação. É o Brasil voltando a ser feliz de novo e garantindo mais dignidade ao seu povo”

O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2023 só foi a voto nesta quinta porque a definição do texto dependia da aprovação, na Câmara e no Senado, da PEC do Bolsa Família, promulgada na noite desta quarta-feira. A proposta de emenda à Constituição garantiu a destinação de recursos fora do teto de gastos para o pagamento de R$ 600 de auxílio a famílias mais vulneráveis. No texto original enviado pelo governo Bolsonaro, só havia a previsão de recursos para R$ 405. Além disso, a PEC permite ao governo Lula a destinação de recursos para os programas sociais, abandonados pela atual gestão — se é que pode ser chamada assim.

Governo antecipado

Pouco antes da decisão do Congresso, o presidente eleito Lula já havia mencionado o absurdo da situação em que o gabinete de transição encontrou. “É a primeira ver que um presidente da Republica é eleito e começa a governar antes da posse”, afirmou, durante ato de entrega do relatório final do Gabinete de Transição.

“Nós tivemos a responsabilidade de fazer uma PEC e todo mundo sabia que essa PEC não era nossa, mas era para cobrir a irresponsabilidade do governo que vai sair, que não tinha colocado no Orçamento o dinheiro necessário para atender as pessoas com a política que ele próprio prometeu”, esclareceu Lula.

O presidente eleito também fez um alerta, logo depois de anunciar mais 16 ministras e ministros do futuro governo. “É importante vocês saberem que o Orçamento que vamos ter para trabalhar em 2023 é, em relação ao PIB, o mesmo Orçamento de 2019. Significa que nós paramos no tempo e no espaço durante quatro anos. Temos consciência das dificuldades. Vamos aumentar o numero dos ministérios, mas não vamos aumentar os gastos”, disse.

Déficit

De acordo com o relatório do senador Marcelo Castro (MDB-PI), o déficit da União previsto para 2023 é de R$ 231,5 bilhões. No total, o Orçamento tem receita estimada em R$ 5,2 trilhões. O valor é o mesmo da despesa, sendo que R$ 2,01 trilhões vão direto ao refinanciamento da dívida pública, ou seja, para pagar compromissos junto ao sistema financeiro. Os R$ 3,19 trilhões restantes ficam para o orçamento fiscal e para a seguridade social.

Já os R$ 19,4 bilhões reservados para as emendas de relator, vetadas por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) foram redistribuídos. Metade foi transformada em emendas individuais de parlamentares, e a outra metade destinada a cinco áreas: R$ 4,3 bilhões para Desenvolvimento Regional, R$ 3 bilhões para Saúde, R$ 1,8 bilhões para Cidadania, R$ 416 milhões para Agricultura e R$ 169 milhões para Educação.

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Terrorismo bolsonarista é fascismo sim

Não devemos minimizar os desquartelados vestidos de verde e amarelo nas portas dos quartéis.

Eles são o devaneio de um movimento carregado de fanatismo, de ódio e intolerância.

No meio dessa gente há todo tipo de perfil, inclusive aqueles dispostos a radicalizar ainda mais, a exemplo dos atos terroristas já fartamente anunciados.

O bolsonarismo é uma nuance do fascismo e uma das suas táticas é o uso da violência em diversos níveis, até a radicalização extrema, como o uso de bombas e atentados.

Há uma escalada do fascismo em basicamente três etapas: movimento, partido e tomada do poder.

A chegada de Jair Bolsonaro à presidência construiu um movimento, mas não chegou a criar um partido, que seria o Aliança pelo Brasil.

A tomada completa do poder foi implodida pela eleição de Lula, mas a mentalidade bolsonarista segue disseminada em um movimento que pode ter consequências futuras.

Fiquemos atentos.

Imagem destacada capturada no site lavrapalavra

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Decisão do STF garante Bolsa Família de R$ 600 em 2023

Imagem: Mãe e filha negras com o cartão do Bolsa Família (Foto: MDS / divulgação)

Ministro Gilmar Mendes autoriza que os recursos do programa fiquem fora do teto de gastos. Gleisi comemora a decisão, mas ressalta que aprovação da PEC do Bolsa Família continua sendo o melhor caminho

Site do PT – Decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), permite que o Bolsa Família fique fora do teto de gastos em 2023. Com isso, ficam garantidos os R$ 600 por família com R$ 150 extras para cada criança com menos de 6 anos, como prometeu Lula.

Mendes analisou um pedido apresentado pelo partido Rede Sustentabilidade e concluiu, no domingo (18), que o Bolsa Família pode ser custeado por meio da abertura de crédito extraordinário, mecanismo previsto na Constituição. “Os recursos financeiros existem para fazer frente às inúmeras despesas que decorrem dos direitos fundamentais preconizados pela Constituição”, afirmou o ministro.

A presidenta nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), comemorou a decisão por ela garantir que o povo pobre “não fique na mão”. Porém, Gleisi ressaltou que isso não diminui a importância de se aprovar a PEC do Bolsa Família, já aprovada no Senado e atualmente em discussão na Câmara. 

“Queremos a PEC do Bolsa Família. Ela é importante, porque traz outras soluções e privilegia a política, o parlamento, para a saída de problemas. Mas, se a Câmara não der conta de votar, a decisão do ministro Gilmar, que retira o Bolsa Família do teto de gastos, não deixará o povo pobre na mão”, explicou Gleisi nesta segunda-feira (19), pelo Twitter.

A PEC do Bolsa Família foi uma medida que a equipe de transição de Lula propôs para corrigir o orçamento criminoso que o governo Bolsonaro deixou para 2023 e também para corrigir as distorções provocadas pelo teto de gastos, aprovado após o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff.

Além de garantir os recursos necessários para o novo Bolsa Família, a PEC reajusta o salário mínimo acima da inflação; garante a retomada de investimentos públicos para gerar infraestrutura, produzir empregos e reativar a economia; permite o retorno de programas de preservação ambiental; e impede o fim de programas sociais essenciais para a população, como Farmácia Popular, Alimentação Escolar e controle do câncer no SUS, entre outros.

Haddad: negociação continua

O futuro ministro da Economia, Fernando Haddad, também ressaltou a importância de se aprovar a PEC do Bolsa Família. “A negociação permanece. É importante para o país apostar na boa política, na negociação, na institucionalidade para a gente dar robustez para a política econômica que vai ser anunciada e que vai aplacar os ânimos e mostrar que o Brasil vai estar no rumo certo a partir de 1º de janeiro”, afirmou à Folha de S. Paulo nesta segunda.

“No que me diz respeito, nós vamos continuar na mesa discutindo o que é melhor para o país. (Mas a decisão de Gilmar Mendes) dá conforto para os beneficiários do Bolsa Família. Não é por desentendimento no Congresso Nacional que ficarão desamparados, é muito importante dar o conforto para as famílias e não haverá nenhum tipo de prejuízo para o programa”, continuou.

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Janela jardim

Imagem: Janela em casarão de moradia no Centro Histórico de São Luís, na rua Henriques Leal. Foto: Pedro Araújo

Eloy Melonio é contista, cronista, letrista e poeta e membro da APB

Difícil imaginar, não é mesmo? Pra começo de conversa, acho que elas guardam mais histórias do que as portas. Porque ficam ali, de ladinho, observando tudo. De concreto mesmo, apenas nossa afeição por essa moldura nas paredes dos nossos lares. 

Então, que tal começar pelo começo? E isso não é redundância, se foi o que você pensou. É que nem todo começo é o que parece ser. Assim como a Lua não é a mesma ao súbito espanto de olhares distintos.

Vamos direto ao ponto: um dia, em algum lugar, alguém sentiu a necessidade de abrir um buraquinho na parede de sua casa. Uma ideia que foi logo copiada por todos na vizinhança. Em seguida, vieram outros e outros mais. E as casas se encheram de vida.

Algum tempo depois, essa ideiazinha fajuta conquistou seu espaço nas paredes de todo o mundo. E, aos poucos, foi-se abrindo a novos ares. E a “arquitetura” ― a mais exuberante das artes ― aproveitou-se delas para adorno dos espaços externos. E, aí, merecidamente, ganharam status de obra de arte. Além de ar e claridade, os arquitetos perceberam que elas poderiam ser mais atraentes e mais funcionais.

E, enfim, precisavam ter mil e uma utilidades. Numa delas — talvez a mais social — uma pessoa ficava debruçada “ali” horas a fio só para ver o que estava acontecendo lá fora. Dizem que foi dessa mania que surgiram as fofoqueiras de plantão.

Bentinho e Capitu, protagonistas de “Dom Casmurro”, romance de Machado de Assis, por exemplo, passavam as noites à sua janela da Glória (bairro do Rio de Janeiro), “mirando o mar e o céu, a sombra das montanhas e dos navios, ou a gente que passava na praia”.

Se você ler o poema “A janela da minha casa”, do livro “Dentro de Mim” (pág. 158), de minha autoria, talvez lhe venha à memória alguma janela com a qual se identifique. Ou para a qual olhou muitas vezes como se procurando alguma coisa.

Fachada do casarão de moradia na rua Henriques Leal. No detalhe, a janela. Foto: Pedro Araújo

Serena e compenetrada, a janela permeia história e ficção. Quem aí já não ouviu sobre “O Dia do Fico” (9-1-1822), anunciado de uma das janelas do Paço Real, de onde D. Pedro I — contrariando as ordens da Coroa Portuguesa — revelou que não mais retornaria a Portugal? Ou sobre a janela do Palácio Apostólico, em Roma, de onde o papa fala para milhares de fiéis? Ou a janela da torre em que Rapunzel ficou aprisionada por uma bruxa vingativa?

Saindo de casa para conquistar outros espaços, a janela chegou aos navios, aos trens e ônibus, e aos aviões. E, mais recentemente, confirmou sua vocação internacional ao se associar a “uma família de sistemas operacionais”, chamada Windows.

Pois é, a personagem de nossa conversa é a deslumbrante janela amarelo-dourada que aparece na foto que ilustra esta narrativa, cujo papel é fascinante.

Descansando na fachada de um casarão colonial, na Rua Henriques Leal, no Centro Histórico de São Luís (MA), nossa janela representa a versão artística daquele buraquinho na parede de que falei no início. E quem a vê não fica indiferente à sua beleza.

É tanto encanto que chego a imaginá-la conversando com seu espelho, repetindo as palavras da rainha má de Branca de Neve: “Espelho, espelho meu, você já refletiu janela mais bonita do que eu?”

Uma ideia que me afeta é a sua postura de rainha altiva, que precisa de súditos e quer que o mundo se abra para ela. Apesar de estar sempre fechada, não se recusa a acolher os olhares curiosos no calor do seu peito.

Parafraseando Drummond, “O mundo é grande e cabe nesta janela sobre a cidade”. E — quem sabe — uma boa ideia seria abri-la e convidar a Mona Lisa para posar para seus admiradores, porque esta imagem seria “arte” em sua mais pura expressão. E, misturados aos turistas e transeuntes, estão os bem-te-vis e os beija-flores, encantados com sua elegância, que, em dias de sol, parece compor um quadro de tom amarelado.

Teria nossa janela segredos, paixões? É quase certo que sim. E, com essa quase-certeza, algumas dúvidas: quantas vozes devem tê-la feito tremer de alegria ou de tristeza? Quantas vezes desejou esquecer-se do mundo?

Uma personagem assim não se constrói da noite para o dia. Então, mais perguntas: quantas manhãs cinzentas teve de repreender com a sua luz? Quantas vezes se embriagou com uma cantada do Sol da tardinha? Quantas serenatas aos seus pés?

Em rendição ao seu encanto, repito a última estrofe do poema citado anteriormente: “E não demorou muito,/ estávamos, eu e ela,/ casados,/ olhando o mundo da mesma janela”.

Se Katherine Mansfield teria dito que, ao escrever sobre um cisne, sentia-se um cisne, confesso que eu também me senti um de seus atônitos admiradores e ouvi os mais comoventes comentários: “Que linda, tão florida!”, “Uma janela cheia de vida!”, “E toda hora tem passarinhos, borboletas e besouros!”

Nesse êxtase, alguém exclama baixinho ao meu ouvido: “Essa janela é um texto!” Olho para trás. Era o Ed, um jornalista amigo meu. Com um sorriso, deixei-o antever que esta crônica nascia naquele exato momento.

Antes de fechar este texto, uma curiosidade: sobre o que conversariam Bentinho e sua amada se, em vez da Glória, morassem na Henriques Leal?

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A rádio Jovem Pan precisa ser regulada

Tenho dito e repetido aos meus alunos de Comunicação: não ouçam a rádio Jovem Pan. Se escutarem, o façam apenas como exercício de crítica.

Recomendo não perderem muito tempo. Basta alguns minutos para perceber que a emissora é o lixo do jornalismo.

Esse lixo, decomposto, vira chorume e escorre pelo esgoto da História.

O mais grave na Jovem Pan é a condição de ser uma concessão pública, concedida pelo Estado brasileiro, que inapropriadamente faz apologia ao crime, dissemina ódio, incentiva golpe, ataca as instituições, deprecia a República, viola a Constituição, injuria, difama e calunia autoridades sem nenhum critério.

E faz tudo isso em nome da distorção do conceito de liberdade.

A condição de concessão pública é incompatível com a postura da emissora porque avilta a Constituição.

O exemplo da Jovem Pan é mais um motivo para o Brasil iniciar um debate profundo sobre a REFORMA DA COMUNICAÇÃO, tema já tratado aqui no blog desde 2019.

Reforma da Comunicação é totalmente diferente de censura.

É preciso regular, colocar freios sim às emissoras e influencers que confundem liberdade com violência verbal e ataques às instituições republicanas e à democracia.