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Luiz Henrique Lula avalia os 43 anos do PT

Membro da Direção Nacional do PT e militante histórico da legenda, o jornalista Luiz Henrique Lula já ocupou cargos de gestão nos governos estadual e federal, além do exercício do mandado de deputado estadual.

Nessa entrevista ele fala sobre sua relação com o partido, as perspectivas do novo cenário nacional e estadual, defende o fim da reeleição e sugere nomes de candidatura própria do PT nas eleições municipais de 2024.

“Em São Luís, como maior colégio eleitoral do estado, o partido precisa se apresentar como opção para governar a cidade. E o PT tem quadros para tanto. Se eu fosse a Cricielle, companheira petista que obteve quase 10 mil votos em São Luís, colocaria o nome para candidata a prefeita; se fosse o Aurélio, companheiro vereador em Imperatriz, faria a mesma coisa lá; se eu fosse o Osmar, de Coelho Neto, faria o mesmo; se eu fosse o Celso Henrique, vice-prefeito de Balsas, já estaria em campanha para prefeito em 2024. Assim, há lideranças petistas em todo estado nessa condição e possibilidade”, pontua o petista.

Imagem destacada: Luiz Henrique Lula (membro do Diretório Nacional), Cricielle Muniz (membro da Executiva Nacional), Felipe Camarão (vice-governador diplomado) e Francimar Melo (presidente Diretório Estadual do PT-MA) 

Blogue do Ed Wilson – O que de mais importante você destaca na sua história com o PT nesses 43 anos?

Meu próprio ato de filiação ao PT. Apesar de ser um partido de massa, o partido em 1987, quando pedi filiação em Pedreiras, era muito rígido para novos quadros. Esperei pouco mais de um ano para a filiação ser aceita. Eu era diretor administrativo de uma empresa e o PT tinha ranço com empresário. Só aceitaram minha filiação em abril de 1989. De lá pra cá já são 34 anos de filiado e 41 anos de eleitor do PT.

Creio que nesses 43 anos, a vitória do LULA ano passado também é outro momento significante para todos nós.

As derrotas e vitórias anteriores fizeram parte de um processo de acúmulo, de um projeto que sonhávamos e desenhamos para o Brasil. Contudo, em 2022, a vitória de LULA foi a vitória da democracia contra um ciclo fascistóide que perigosamente esteve prestes a se consolidar no país. Mesmo a direita liberal, não a extrema direita raivosa e fascista, é preciso distinguir, percebeu que precisava de nós para enfrentar o risco de um segundo, terceiro e quantos mais mandatos teria o Bolsonaro se vencesse em 22. A necessidade de vencer era imperativa, para o país não mergulhar outra vez no abismo do autoritarismo, e foi para além de nós petistas.

Acredito muito na capacidade política do PT em se reinventar. Só um partido como PT poderia ver, viver e fazer com que seu maior líder saísse de uma cela da Polícia Federal para presidência da República. Só uma militância como a nossa passaria 580 dias bradando bom dia, boa tarde e boa noite , fizesse chuva ou sol, como lhe dissesse ‘não desista do Brasil, porque o seu partido e o povo não desistiram de você’.

Blogue do Ed Wilson – Além das disputas eleitorais, qual o papel do PT no Brasil hoje?

Luiz Henrique Lula – Acho que o PT deve ao Brasil mais uma contribuição política e social. Acho que o LULA deve isso ao Brasil do alto de sua liderança e amadurecimento político. O governo LULA, até por causa do dia 8 de janeiro (tentativa de golpe), não pode temer mexer nas estruturas arcaicas da política nacional. Assim sendo, além de fazer o que sabemos fazer bem, que é colocar o povo pobre no orçamento, gerar emprego, distribuir renda, agora é hora dar qualidade a esse processo de inclusão, e só faremos isso se taxarmos o rentismo e as grandes fortunas, com uma reforma tributária profunda e corajosa. No Brasil rico não paga imposto, quem paga imposto é pobre.

Outra missão é fazer uma reforma política que enfrente o abuso de poder político e financeiro das campanhas eleitorais. Nossa democracia está cartelizada. Advogo que LULA proponha, por exemplo, o fim da reeleição para mandatos de prefeito, governador e presidente da república, com extensão dos mandatos para 5 anos, inclusive para ele e atuais mandatários.

A reeleição, desde o início, constituída na era FHC, comprada como foi (em uma versão de orçamento secreto à época), chegou no seu extremo em promiscuidade e uso da máquina pública no governo Bolsonaro, quando vivenciamos sua experiência mais despudorada.

As regras assim permanecendo, nada impedirá que outro déspota repita a experiência de 2022 de novo, agora com mais e maior gravidade.

A reeleição deforma nossa jovem democracia. Só o PT, com autoridade política do LULA, poderá dar fim a isso. Caberá ao PT e ao governo LULA encarar esses dois desafios e mais uma vez daremos uma grande e inigualável contribuição ao Brasil.

Como dirigente nacional do PT que sou, oportunamente pretendo pautar esse debate dentro do PT e na sociedade.

Para além dessas mudanças estruturais no âmbito da ordem, o PT precisa se conectar com a juventude, com a formação política dinâmica dessa sociedade a partir de outros acúmulos, que são diferentes da minha geração, e mais ainda da geração LULA que fundou o PT. Inserir o povo no debate não só como objeto das políticas, mas como partícipe, construtor, sujeito da política pensada e implementada.

Blogue do Ed Wilson – Como você avalia os primeiros passos do terceiro mandato de Lula?

Luiz Henrique Lula – Passos difíceis, mas decisivos e corajosos. Passos de quem sucede a um governo diametralmente oposto, reafirmando seu comprometimento com a democracia e de cara enfrenta a tentativa de um golpe de Estado; supera o golpe, inclusive com a demissão do ministro da principal força armada (Exército), não vacilando no uso da autoridade que as urnas lhe deram; organiza um governo de frente ampla (direita/esquerda), que espelha a campanha; monta uma base de apoio com  congresso eleito, em tese, opositor; encara o mercado (vide caso lojas Americanas), não aceitando a tutela e boicote político do Banco Central dependente do rentismo financeiro e cúmplice dos seus interesses; ainda com governo em formação, mas apesar disso, um governo e um líder que reinsere o país na geopolítica mundial, respeitado por todos.

Assim tem sido os primeiros dias desse terceiro mandato LULA. Inflação recuando, dólar caindo, bolsa subindo, reconstruindo o Brasil de escombros deixados por Bolsonaro, com o povo sabendo que logo, logo, vai ter picanha na brasa e cervejinha gelada no final de semana.

Blogue do Ed Wilson – No cenário do Maranhão, qual a sua avaliação da vitória de Carlos Brandão e Felipe Camarão e de que forma o partido vai se posicionar no novo governo? Como estão o diálogo interno entre as tendências petistas e a relação com o Palácio dos Leões?

Luiz Henrique Lula – As tratativas com o governador Brandão estão delegadas a quem cabe a prerrogativa de falar em nome do PT, portanto, ao presidente do partido no Maranhão, Francimar Melo. Particularmente não creio que o PT possa ficar menor do foi no governo Flávio Dino, por uma razão óbvia: Flávio disputou três campanhas para o Governo do Estado, perdeu uma e ganhou duas. Das três o PT só o apoiou em 2018, e não foi decisivo para sua vitória, e não estávamos no comando do governo federal, ainda assim, terminamos ocupando quatro espaços de gestão.

Isso dito, acredito na sapiência e sensibilidade política do nosso governador. Ele sabe, e sempre reitera, que tem perfeita noção e compreensão da importância do PT em sua eleição. Foi a primeira vez em muitos anos que o PT formalizou e integrou um projeto eleitoral de forma coesa; colocou sua militância na rua com muito e devotado entusiasmo; entregou a chapa do governador eleito, um vice que encarna êxito de gestor e juventude; e colocou no seu palanque o maior eleitor e cabo eleitoral no Maranhão que qualquer candidato quer: Luiz Inácio Lula da Silva.

Acho que além de bons, competentes e experientes gestores, o PT dará ao governo Brandão excelentes embaixadores do Maranhão junto ao governo federal, nas pastas que lhes serão confiadas. Isso é tão importante quanto uma boa bancada na Assembleia Legislativa.

Blogue do Ed Wilson – Algumas avaliações críticas apontam que o PT perdeu a liga com as bases e colocou em segundo plano a formação política. É possível reverter esse panorama?

Luiz Henrique Lula – Quando tratei acima da necessidade de uma reforma político-eleitoral, escapou o comentário que faço agora. No Brasil, tanto o povo, quanto o político, respira. Mal a gente termina uma eleição, já se inicia outra.

A vantagem também de eleição a cada 5 anos, sem reeleição, é essa: haverá fôlego para respirar e tempo certo para governar.

Feita essa preliminar, vou responder sua pergunta.

A federação e o tal orçamento secreto mexeram profundamente no resultado eleitoral do PT ano passado. E, a bem da verdade, não só do PT. Basta ver a redução das bancadas de esquerda, com derrotas significativas nos parlamentos estaduais e no Congresso Nacional.

No Maranhão a Assembleia Legislativa é o retrato desse quadro, com uma renovação relevante dos seus quadros, e a eleição de primeiras damas municipais, primeiros damos, filhos e filhas, tios, sobrinhos, namorada ou secretários de estado que dão conta de como o orçamento secreto e estruturas de estado operaram. No caso do PT foi pior, porque a federação, com PCdoB e PV, nos atingiu em cheio. Sem federação teríamos o mesmo deputado federal eleito e dois deputados estaduais.

No caso da máquina estatal, nada muito diferente do que isso significa há anos; no caso do orçamento secreto, a volúpia e o despudor assustou a todos. O poder de fogo financeiro dos deputados do Centrão, pilotando rios de dinheiro, marcou a eleição de 2022. Eles se reelegeram e possibilitaram um duto de verbas federais para eleição de parentes e aderentes de prefeitos, que toparam jogar juntos, com a força do argumento do real ($) na casa do eleitor, mesmo que depois estejam sujeitos a responder a PF, nas operações Tiradentes e Quebra Ossos da vida.

Para 2024, o PT precisará se preparar, fortalecer seus caminhos, otimizar recursos humanos, políticos e financeiros na campanha, diferentemente do que tem feito, quando pulveriza esses recursos.

Defendo que as principais cidades do estado, ou outras em que tenhamos candidaturas competitivas, o PT tem ou deve lançar candidatura própria; por outro lado, defendo a exclusão dos quadros do partido, dos vereadores, prefeitos e integrantes de direção partidária que na última eleição não tenha votado em candidato a deputado ou deputada do PT. Se não vota no PT, não precisa estar filiado ao PT. É grave ter apenas um federal e nenhum estadual no Maranhão e culpar apenas a federação, orçamento secreto e outras razões.

Em São Luís, como maior colégio eleitoral do estado, o partido precisa se apresentar como opção para governar a cidade. E o PT tem quadros para tanto. Se eu fosse a Cricielle, companheira petista que obteve quase 10 mil votos em São Luís, colocaria o nome para candidata a prefeita; se fosse o Aurélio, companheiro vereador em Imperatriz, faria a mesma coisa lá; se eu fosse o Osmar, de Coelho Neto, faria o mesmo; se eu fosse o Celso Henrique, vice-prefeito de Balsas, já estaria em campanha para prefeito em 2024. Assim, há lideranças petistas em todo estado nessa condição e possibilidade.

Blogue do Ed Wilson – Quais as suas especulações sobre futuro: o lulismo vai sobrepor o petismo ou o partido seguirá com luz própria?

Luiz Henrique Lula – Tenho repetido como mantra que o PT precisa ser do tamanho de LULA ou próximo disso em 2026 e continuar a exercer seu protagonismo político, que equivocadamente, nossos próprios aliados à esquerda, acusam de hegemonismo. Falo do equívoco porque provavelmente será pelo PT que o poder transitará de nossa responsabilidade para outro partido aliado, de preferência da esquerda, e isso acontecerá mais cedo ou mais tarde. Veja que na rota do futuro estão Geraldo Alckmin (PSB), Flávio Dino (PSB) e Simone Tebet (MDB), ainda que pelo lado petista Fernando Haddad também figure forte.

É inegável que hoje e sempre, desde a nossa fundação, o lulismo foi sempre maior que o petismo.

Sem dúvida nenhuma, uma parte significativa do povo vota no Lula, mas não necessariamente no PT. Veja o caso do Maranhão que há décadas é generoso nas urnas com o presidente LULA e não faz o mesmo com o PT do Maranhão. Outro exemplo clássico são os parlamentares eleitos para o Congresso Nacional. LULA teve 60 milhões de votos agora, mas outros milhões de votos garantiram maioria parlamentar para adversários do governo petista, o que nos empurra para necessária política da governabilidade dos cargos, para não abrir mão da política do programa a ser implementado.

Só que LULA não é eterno e ele mesmo sabe do seu papel como líder e presidente do Brasil no empoderamento político do PT, para que o lulismo possa se transformar um dia em petismo.

O empoderamento do PT passa pelo alicerce na sociedade (tarefa do partido), mas também na produção política dos resultados do governo, nas referências que precisamos ser para eleição expressiva de vereadores, prefeitos, governadores, deputados e deputadas e senadores.

Independente do tamanho, não resta dúvida que do barro que tem origem o PT sempre terá luz própria e será determinante nos rumos políticos do país pela força de suas ideias e militância.

Blogue do Ed Wilson – Como jornalista e militante da Comunicação, quais os principais desafios do PT e das esquerdas para enfrentar a máquina de desinformação da extrema direita e construir uma política de comunicação democrática no Brasil?

Luiz Henrique Lula – Olha, esse desafio da desinformação, dessa era da pós-verdade, não é só do PT, é do mundo acadêmico, dos demais segmentos políticos comprometidos com os valores democráticos, sejam eles de direita ou esquerda, do poder judiciário, da imprensa (grande ou alternativa), do cidadão ou cidadã desse país no sentido literal da palavra. É um desafio de todos nós, para o qual ainda estamos construindo antídotos e fazendo debate. Até porque a desinformação atinge a todo mundo com a violência da mentira como poderosa e covarde arma política.

Outro aspecto é que passa da hora de regulamentar mídias e seus diferentes canais. Com tudo que tem ocorrido no esgoto da internet, creio que até a grande mídia (Globo, Folha, Estadão, etc) sabem agora a diferença entre regulação e censura, pois tem experimentado na carne o processo de desconstrução de imagem movido pelo gabinete do ódio do bolsonarismo.

Outro desafio é pressionar o governo para universalização da internet gratuita e um novo marco regulatório para imprensa livre e alternativa, como as rádios comunitárias. São esses canais que falam aos grotões e podem estabelecer a contra informação.

Blogue do Ed Wilson – Algumas avaliações críticas apontam que o PT perdeu a liga com as bases e colocou em segundo plano a formação política. É possível reverter esse panorama?

Luiz Henrique Lula – As críticas são procedentes, mas não dão conta de explicar a complexidade política desse ciclo fascista que quis se abater sobre nós. O PT nasceu dentro das comunidades eclesiais de base, das pastorais da igreja católica e ela não é a mesma 40 anos depois; nasceu do chão de fábrica, no movimento sindical e as relações de trabalho. Já o perfil e a estrutura econômica de hoje estão longe de ser as mesmas dos anos 80, quando PT foi fundado. O PT foi o partido da juventude, dos intelectuais, em grande medida, da academia, de parte dos combatentes da ditadura militar de 64 e tudo isso mudou. Mudou até mesmo por nossa passagem pelo poder central do país, que de alguma maneira nos atingiu com modus operandi de nossa base aliada, com origem na política tradicional e até mesmo alguns poucos dos nossos, como Palocci.

A formação política do PT foi forjada nessa história. Os nossos quadros chegaram praticamente prontos, dos diferentes cantos do movimento social e político.

O ciclo histórico hoje é outro e nada lembra contexto e conjuntura passada. Precisamos de conexão e formação com a sociedade em outros termos, tratados, pautas e narrativa.

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Após execução do pai do vereador Jhonatan Soares, Câmara Municipal cancela sessão solene alusiva aos 43 anos do PT

O presidente da Câmara Municipal de São Luís, Paulo Vitor, distribuiu nota à imprensa informando que a sessão especial celebrativa dos 43 anos do PT, que seria realizada hoje (10) pela manhã, está cancelada.

Outra nota emitida pelo presidente estadual do PT, Francimar Melo, confirma o cancelamento da solenidade.

A motivação é o assassinato do pai do vereador Jhonatan Soares, do Coletivo Nós, executado ontem (9), no bairro São Raimundo.

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Coletivo Nós realiza sessão solene pelos 43 anos do PT

O Partido dos Trabalhadores comemora 43 anos de fundação dia 10 de fevereiro. O tema escolhido este ano é “Um Partido Feito do Povo”. 

O Coletivo Nós, único mandato do partido na Câmara de São Luís, preparou uma sessão solene para celebrar e homenagear o aniversariante.

A sessão terá a presença do presidente da Câmara, Paulo Victor; do vice-governador, Felipe Camarão; do deputado federal Rubens Junior e demais autoridades do partido e dos movimentos sociais de esquerda da capital. 

A programação de aniversário está acontecendo desde o dia 3 e vai até 13 de fevereiro. 

Vamos juntos festejar os 43 anos do Partido do povo!

SERVIÇO

O quê: Sessão Solene pelos 43 anos do PT.

Quando: 10/12/2023 (sexta-feira) às 09h. 

Onde: Plenário Simão Estácio da Silveira – Câmara Municipal de São Luís

Contatos: Liana Mendes (98) 98318-6525 ou Ronald Rabelo (98) 98829-2922

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Vidotti inaugura nova exposição com temática religiosa

Cidades de cor e fé é mais nova exposição que o artista visual Fábio Vidotti apresenta no Centro Cultural Casa Gamela, na Avenida Gonçalves Dias, nº 883, no centro da cidade balneária de São José de Ribamar, na Ilha de São Luís.

“Estamos apresentando nessa exposição telas que refletem a religiosidade do povo maranhense, em especial de Ribamar, uma cidade em que a população é maior símbolo dessa fé e que transformou o local em um lugar sagrado”, refletiu.

Vidottiu contabiliza que, na exposição, são cerca de 20 telas de igrejas, onde utiliza a técnica de tinta acrílica com espátula, além de uma tela grande em homenagem à Praia Grande com a técnica dedos pincel e tinta óleo, e “Cenas Urbanas”, onde utiliza dedos/pincel a tinta óleo.

Mineiro, de Belo Horizonte, Vidotti possui um trabalho diversificado, com temas múltiplos que enfatizam as várias faces de um artista sempre em renovação.

Entre tantas vertentes e material plural que utiliza em seus trabalhos, destaque para as placas em assemblers com temas de telhados e embarcações, em tons marrons, que integram a série “O Grito”.

Antenado e preocupado com questões e temas que merecem reflexão, Vidotti disse que as placas em assemblers representam “um grito de socorro, indignação e justiça dos moradores, vítimas das tragédias ambientais como as de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais”.

O artista também já apresentou “Experimentação e Cores”, uma exposição que contou com 35 telas produzidas com as técnicas acrílica e tinta óleo, resultante de cinco anos de observação dos bailados e movimentos da cultura popular maranhense.

Nesse outro olhar e em outras perspectivas, Vidotti assinalou que optou por “traduzir alguns dos movimentos, como o bailado das penas do bumba meu boi, uma grande fonte de riqueza de cores e movimento da cultura popular do Maranhão”.

Com mais de meio século dedicado às artes visuais, Vidotti é um artista que passeia pelo mundo da pintura e da escultura, expressando sentimentos e emoções em “Múltiplas Linguagens”, exposição que incluiu ainda pinturas feitas com giz de cera, produzidas com transgressão aos formatos tradicionais, cores e linguagens.

Em suas pinturas também apresenta cenas urbanas e abstrações. Como escultor, a sua marca registrada são os “Guerreiros”, confeccionados em aço e ferro reciclados, que têm características únicas em trabalhos que chamam a atenção do público pela beleza e plasticidade das obras.

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Movimentos sociais do Maranhão articulam Comitê Estadual do FNDC

Entidades da sociedade civil que transitam pela área de Comunicação realizaram a primeira reunião preparatória da plenária que vai implantar o Comitê Estadual do Fórum Nacional pela Democratização (FNDC) no Maranhão. Representantes de sindicatos, jornalistas, CUT Nacional, Agência Tambor e Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço) no Maranhão definiram a data da Plenária Estadual, que será realizada dia 14 de fevereiro, de forma híbrida (presencial e on line).

A reunião deliberou também mobilizar o maior número de entidades para filiar e participar da construção do Comitê Estadual (Maranhão) do FNDC.

O FNDC é uma organização surgida nos anos 1990 que reúne associações, sindicatos, movimentos sociais, organizações não-governamentais e coletivos com os seguintes objetivos: formação crítica sobre mídia e poder, construção de políticas públicas na área de Comunicação, espaço de debate e formulação teórica e prática sobre democratização da comunicação.

A Plenária Estadual vai eleger delegados à 24ª Plenária Nacional do FNDC, de 3 a 5 de março, em São Paulo. Para cada 5 (cinco) entidades presentes na estadual ou regional, será eleito(a) 1(um@) delegado(a) à nacional.

As plenárias são etapas constitutivas de um processo mais amplo de fortalecimento do FNDC.

Organizações da sociedade civil atuantes no campo progressista, blogueiros e jornalistas podem ingressar no FNDC até o dia da realização da Plenária Estadual (14 de fevereiro).

Para se filiar ou atualizar o cadastro de filiação junto ao FNDC, as entidades nacionais, regionais e comitês deverão acessar o Sistema de Filiados por meio do site sistema.fndc.org.br.

Qualquer dúvida, faça contato com o FNDC por email (secretaria@fndc.org.br) ou por telefone (61) 98121-1480 (falar com Pedro Vilela, secretário-executivo).

SOBRE O FNDC

A entidade atuou na finalização dos trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte de 1988 que preparava a nova Constituição Federal. Ao final, foi instituído o capítulo V da Carta Magna, com artigos que tratam especificamente da Comunicação. 

Como o resultado da Assembleia Constituinte não foi tão promissor quanto as expectativas do movimento à época, as entidades que formavam a então Frente Nacional por Políticas Democráticas de Comunicação (FNPDC) decidiram que era preciso manter um esforço permanente de mobilização e ação na busca de políticas que democratizassem de fato a área. Assim, criaram, em 1991, a associação civil FNDC, com atuação no planejamento, mobilização, relacionamento, formulação de projetos e empreendimento de medidas legais e políticas para promover a democracia na Comunicação. Quatro anos depois, no dia 20 de agosto 1995, o FNDC passou a existir como entidade. (Fonte: fndc.org.br)

PRINCIPAIS ATUAÇÕES

Colaboração junto ao Movimento de Rádios Comunitárias;

Regulamentação da cabodifusão;

Reforma da Lei de Imprensa;

Criação do Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional (CCS);

Campanha contra a aprovação da Emenda Constitucional que permitia a entrada de capital estrangeiro em empresas de comunicação;

Publicação da pesquisa referência sobre a concentração da mídia no Brasil: “Os Donos da Mídia”.

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Entidades querem a devolução da proposta de revisão do Plano Diretor para a Prefeitura de São Luís

Nessa quarta-feira (8 de fevereiro), às 9h, os movimentos sociais, trabalhadores(as) e as comunidades da Zona Rural de São de Luís retornarão à Câmara Municipal de São Luís para exigir, conforme recomendação do Ministério  Público Estadual, A DEVOLUÇÃO DA PROPOSTA DE REVISÃO DO PLANO DIRETOR À PREFEITURA DE SÃO LUIS e abertura imediata de discussão com a população de São Luís, da zona rural e urbana, com a publicidade e estudos técnicos exigidos pelo Estatuto das Cidades.

Não podemos aceitar essa proposta que retira uma grande área da zona rural e transforma em zona urbana/industrial, reduz as áreas de dunas, não mantêm e ampliam as áreas de lençóis freáticos que garantem água à população, não amplia o fornecimento de água, esgoto e garantia de drenagem das águas pluviais, acaba com áreas de preservação ambiental da grande ilha, não se preocupa com o grande índice de poluentes jogado pelas grandes empresas no ar, solo e águas de nossa cidade.

É um plano dos empresários, não para a maioria da população que necessita de transporte de qualidade, mobilidade e acessibilidade, moradia, prestação de serviços públicos de qualidade, garantia de produção, trabalho e renda e preservação da natureza.

Participe!

Data: 8/2 (quarta-feira)

Horário: 9h

Local: Em frente ao estacionamento da Câmara de Vereadores de São Luís, na rua do antigo Banco do Brasil

Imagem destacada: Vereador Astro de Ogum, ao centro, conduziu audiência pública dia 30 de janeiro, na Câmara Municipal

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Suzano denunciada por não cumprir direitos trabalhistas

O Maranhão abriga a maior empresa de papel e celulose do mundo, a Suzano, que provoca, no Maranhão, uma série de impactos negativos, com graves problemas de ordem social e ambiental.

E, quais as consequências para os trabalhadores? Em março deste ano, deverá acontecer em Brasília um encontro das trabalhadoras e trabalhadores da cadeia da celulose, com participação de representantes do governo federal e de parlamentares.

Para falar sobre esse tema, o Jornal Tambor ouviu Anthony Dantas, presidente do Sindcelma, o sindicato que abriga as trabalhadoras e os trabalhadores da indústria de papel.

(Veja, ao final desse texto, a edição do Jornal Tambor com entrevista de Anthony Dantas)

A Suzano atua no mercado global da celulose e conta com 11 unidades industriais localizadas em sete estados brasileiros, inclusive no Maranhão. Em 2016, a Justiça Federal proibiu a empresa de fazer novos desmatamentos na região do cerrado maranhense, por conta dos impactos ambientais negativos. O cultivo do eucalipto é um problema.

“É importante que o poder público acompanhe esse processo. Compreendemos a necessidade econômica dos empreendimentos, mas também temos que garantir os direitos sociais dos trabalhadores e, pelo menos, minimizar os impactos ambientais”, explicou o presidente do Sindselma.

Em relação aos trabalhadores da indústria, na página do Sindcelma está dito que a Suzano “não está cumprindo” vários direitos trabalhistas, como “uma hora de almoço (hora-refeição), adicionais de insalubridade e periculosidade, além do não pagamento retroativo aos trabalhadores prejudicados”.

Anthony Dantas conta que a Sindcelma entrou com uma ação na Justiça do Trabalho para cobrar a empresa. “O sindicato continuará atuando em defesa dos direitos dos trabalhadores. A Suzano usa muitos produtos químicos, o que é muito perigoso. Vamos garantir melhor qualidade para esses trabalhadores”, pontuou Anthony Dantas.

Outro lado

A reportagem da Agência Tambor entrou em contato com número da Suzano no Maranhão (99) 3585-6000. Esse número consta na página www.rioverde.com.br. Não conseguimos resposta. Caso a empresa retorne, registraremos sua posição.

(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Anthony Dantas)

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Vem aí o Crioula Festival!

Fonte: Agência Tambor

A primeira edição do Crioula Festival será realizada em São Luís nos dias 09, 10 e 11 de fevereiro, a partir das 19h30, na Casa Barrica, localizada no bairro Madre Deus.

O evento é uma celebração do Tambor de Crioula do Maranhão e terá diversas atrações durante os três dias . A entrada é gratuita, aberta ao público.

Para falar sobre o Festival, o Jornal Tambor desta sexta-feira (03/02), entrevistou Emanuel Jesus, o coordenador artístico do evento.

(Veja, ao final desse texto, a edição do Jornal Tambor com a entreviste de Emanuel Jesus)

Emanuel Jesus explicou que a ideia do evento surgiu a partir de uma conversa dele com o Maestro Zé Américo Bastos. “Há dois anos a gente vem trabalhando nisso. O Crioula Festival é um evento folclórico musical para exaltar esse ritmo potente que temos que é o Tambor de Crioula”, reforçou o coordenador artístico.

Segundo ele, o objetivo do Festival é valorizar ainda mais essa manifestação popular, além de buscar misturar os ritmos do Tambor de Crioula com outros segmentos musicais do Maranhão.

“Nós vamos ter uma programação bem plural. Começando pelo Cortejo em frente a Casa das Minas, que é o local onde aconteceu a titulação do nosso Tambor de Crioula como Patrimônio Imaterial”, ressaltou Emanuel.

Confira a programação do Crioula Festival aqui.

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PT convida para celebrar os 43 anos do partido

Veja como será a programação nacional e em São Luís

No próximo dia 10 de fevereiro o Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras completa 43 anos de vida. Uma vida forjada nas lutas do povo brasileiro por Democracia e por direitos.

Nestes 43 anos, o povo brasileiro sempre soube que, onde houvesse uma lutadora, um lutador social, nos campos, nas matas ou nas cidades, a nossa estrela estaria presente.

Aprendemos com a diversidade da grande nação brasileira, a força da organização popular, da solidariedade e da verdade. Semeamos estrelas de norte a sul do nosso país, consolidando sonhos de justiça social e esperança de uma vida digna para todas e todos.

Assim, nossa estrela se multiplicou em diferentes movimentos, diferentes territórios, conquistando parlamentos e governos em cidades, estados e no Brasil.

Enfrentamos o Golpe contra a Presidenta Dilma Rousseff e a prisão política de nossa maior liderança – Luiz Inácio Lula da Silva. Suportamos a violência política com confiança na nossa Democracia e no nosso povo. A jornada que percorremos, coletivamente, tem marcas intensas.

Em 2022 nós derrotamos o fascismo, a extrema-direita, o poder econômico, o aparato de Estado e inúmeras Fake News. Elegemos Lula Presidente com a maior votação da história desse país.

Iniciamos 2023 derrotando um Golpe contra a Democracia Brasileira e nos consolidando como o principal instrumento para uma tão sonhada unidade nacional.

10 de fevereiro de 2023 não será uma data qualquer, assim queremos realizar uma comemoração especial. Vamos celebrar a vitória do povo brasileiro que hoje ocupa, mais uma vez, o Palácio do Planalto com Lula Presidente.

Para isso, estamos organizando uma programação muito especial, em Brasília, nos dias 12, 13 e 14 de fevereiro e queremos contar com a sua participação.

PROGRAMAÇÃO NACIONAL

Dia 12/02 –  Dia aberto à militância no Centro de Convenções Ulysses Guimarães em Brasília, com feira, oficinas de formação, banquinhas das secretarias, rodas de conversas e atrações culturais.

Os interessados em expor e vender produtos na feira devem preencher o formulário no link abaixo, lembrando que todas as despesas serão por conta dos interessados.

Veja como se inscrever e preencher o formulário

Dia 13/02 – Reunião do Diretório Nacional durante todo o dia na sede do PT Nacional.

– Ato Político às 18 horas, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

Dia 14/02 – Jantar de Arrecadação dos 43 anos do PT. Os convites podem ser reservados pelo WhatsApp número: (61) 99504-1170.

PROGRAMAÇÃO EM SÃO LUIS

Festa do PT em São Luís terá várias atividades

Vamos todas e todos, juntos, pela reconstrução do Brasil e da Democracia!

Viva o PT!

Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores

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CNBB emite nota em solidariedade aos Yanomami: “As dores de cada indígena são também da igreja”

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nesta terça-feira, 31 de janeiro, uma nota intitulada “Em defesa dos povos originários” motivada pela realidade vivida pelo povo Yanomami que, segundo o documento, é a “síntese da ofensiva contra os direitos dos povos indígenas agravada nos últimos anos”. A realidade, segundo a nota, foi denunciada pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI)  em seu relatório anual.

De acordo com a nota da presidência da CNBB, “a realidade vivida pelo povo Yanomami é, pois, síntese do que apresenta o relatório do CIMI. Os povos originários, integrados à natureza, têm sido desrespeitados de modo contumaz, a partir da ganância, da exploração predatória do meio ambiente, que propaga a morte em nome do dinheiro”.

Essa realidade, defende a Conferência, deve despertar santa indignação no coração de cada pessoa, especialmente dos cristãos, que não podem fazer da defesa da vida uma simples bandeira a ser erguida sob motivação ideológica. “A vida tem que ser efetivamente defendida, não apenas em uma etapa específica, mas em todo o seu curso. E a defesa da vida humana é indissociável do cuidado com o meio ambiente”, reitera o documento. 

Na nota, a CNBB pede às autoridades um adequado tratamento dedicado ao povo Yanomami e a cada comunidade indígena presente no território brasileiro. A CNBB pede ainda que “diante da gravidade do que se verifica no Norte do País, das mortes, principalmente de crianças e de idosos, sejam apontados os responsáveis, para que a justiça prevaleça”.

A CNBB reforça que a Igreja Católica no Brasil está unida ao povo Yanomami, solidariamente, com sua rede de comunidades de fé. “As dores de cada indígena são também da Igreja, que, a partir de sua doutrina, do magistério do Papa Francisco, vem ensinando a importância dos povos originários na preservação do planeta”. Conheça, abaixo, a íntegra da nota e, aqui, o arquivo em PDF:

Em defesa dos povos originários

A ofensiva contra os direitos dos povos indígenas, agravada nos últimos anos, foi denunciada pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI), em seu relatório anual. A realidade vivida pelo povo Yanomami é, pois, síntese do que apresenta o relatório do CIMI. Os povos originários, integrados à natureza, têm sido desrespeitados de modo contumaz, a partir da ganância, da exploração predatória do meio ambiente, que propaga a morte em nome do dinheiro.

Essa realidade deve despertar santa indignação no coração de cada pessoa, especialmente dos cristãos, que não podem fazer da defesa da vida uma simples bandeira a ser erguida sob motivação ideológica. A vida tem que ser efetivamente defendida, não apenas em uma etapa específica, mas em todo o seu curso. E a defesa da vida humana é indissociável do cuidado com o meio ambiente.

A CNBB pede às autoridades um adequado tratamento dedicado ao povo Yanomami e a cada comunidade indígena presente no território brasileiro. Diante da gravidade do que se verifica no Norte do País, das mortes, principalmente de crianças e de idosos, sejam apontados os responsáveis, para que a justiça prevaleça. O genocídio dos Yanomamis seja capítulo nunca esquecido na história do Brasil, para que não se repita crime semelhante contra a vida de nossos irmãos.

A Igreja Católica no Brasil está unida ao povo Yanomami, solidariamente, com sua rede de comunidades de fé. As dores de cada indígena são também da Igreja, que, a partir de sua doutrina, do magistério do Papa Francisco, vem ensinando a importância dos povos originários na preservação do planeta.

O momento é de tristeza e desolação, mas a Igreja Católica continuará a trabalhar, intensificando sempre mais as suas ações, em união com muitos segmentos da sociedade e do poder público, para que prevaleça a esperança, confiante de que cada Yanomami será respeitado em sua dignidade de filho e filha de Deus.

Brasília-DF, 31 de janeiro de 2023

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro Vice-Presidente da CNBB

Dom Mário Antônio da Silva
Arcebispo de Cuiabá (MT)
Segundo Vice-Presidente da CNBB

Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-geral da CNBB