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Flávio Reis e Wagner Cabral avaliam a vitória eleitoral contra fascismo

Fonte: Agência Tambor

Em 2018, a extrema direita conseguiu a hegemonia do campo político conservador no Brasil, elegendo para presidente um parlamentar que nunca tinha tido qualquer tipo de protagonismo, mais conhecido por sua estupidez desmedida. Em 2022, após submeter o país a uma série de violências e fazer uma campanha eleitoral bilionária, onde orçamento federal foi todo direcionado para compra de votos, essa mesma extrema-direita, de viés evidentemente fascista, perdeu a eleição.

Os bloqueios ilegais, em estradas no país, promovidos por bolsonaristas insatisfeitos com os resultados das eleições presidenciais desse ano, renderam episódios cômicos, mas também muita violência. Eles querem uma intervenção militar, deixando claras as ideias que movem esse setor da sociedade. E agora? Qual as perspectivas do fascismo no Brasil?

Para falar sobre este assunto o Jornal Tambor dessa segunda-feira (07/11) entrevistou Flávio Reis e Wagner Cabral. Ambos são professores da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Flávio é cientista político e Wagner é historiador.

(Veja, ao final desse texto, a edição do Jornal Tambor com Flávio Reis e Wagner Cabral)

Sobre as manifestações pedindo golpe militar a luz do dia, claramente financiadas por uma extrema direita que ainda está no Governo Federal, Wagner Cabral lembrou que “intervenção militar, para restabelecer a democracia, foi o discurso utilizado em 1964, para implantar uma ditadura no Brasil”.

Flávio Reis enfatizou que é preciso travar uma batalha na comunicação. “O nível de desinformação no Brasil é absurdo”, disse ele ao se referir a extrema direita, lembrando que “Bolsonaro só não levou o país à destruição institucional porque não teve tempo”.

Wagner e Flávio ressaltaram a grandeza da vitória, contra a maior máquina já montada na história brasileira, para cometer todo tipo de abuso de poder numa eleição. Wagner lembrou eu a Policia Rodoviária Federal foi transformada em uma “polícia política”.

Provocados, os dois admitiram otimismo diante do cenário, levando em consideração a história do país e o sufoco que a democracia passou nos últimos quatro anos. Na opinião de Flávio “o povo brasileiro deu uma lição” em setores da elite e da classe média. Ele também afirmou que “é o encontro com uma redemocratização inconclusa”, ao responder sobre uma possível semelhança com o a década de 1980.”

E Wagner, lembrando os equívocos da transição brasileira após os 20 anos da ditadura implantada em 1964, enfatizou que “os crimes cometidos pelo bolsonarismo não podem ser esquecidos, nem perdoados”, pelo bem da democracia.

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Patriotários!

Os efeitos colaterais da cloroquina estão produzindo uma legião de pessoas delirantes nas portas dos quartéis, um homem exótico agarrado a um caminhão, bandidos bloqueando rodovias…

O bolsonarismo é uma vergonha para o mundo.

Essa gente precisa ser denunciada, processada e julgada.

Alguns deles precisam de tratamento espiritual e da Medicina.

Imagem capturada aqui

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Lula participará da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas

O presidente eleito Lula deu a largada na reconstrução ambiental do Brasil após a devastação promovida por Bolsonaro. Entre os dias 6 e 18 de novembro, Lula participará da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-27), no Egito.

Na reunião, que acontece anualmente, Lula vai integrar a comitiva do governador do Pará, Helder Barbalho, em nome do Consórcio de Governadores da Amazônia Legal, e aproveitará o evento para reforçar ao mundo seu compromisso com a agenda ambiental.

Os governos participantes da COP vão discutir medidas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas com foco nos cortes de emissões de gases de efeito estufa (GEE) no planeta.

A preocupação climática está no centro das prioridades da agenda internacional e de Lula, que retomará o protagonismo do Brasil nos cuidados com a Amazônia, com o planeta e todos os biomas brasileiros.

Após o resultado das eleições, Lula recebeu a ligação de cerca de 20 líderes internacionais, entre eles Joe Biden, que o parabenizaram pela vitória.

Garimpo ilegal e desmatamento

Com Bolsonaro, invasões e garimpo ilegal avançaram significativamente em Terras Indígenas. Além disso, a Amazônia Legal teve o maior desmatamento em 15 anos. A má gestão ambiental de Bolsonaro, inclusive, foi alvo de condenação no Parlamento Europeu, por violações na Amazônia e pelos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Philips, na região do Vale do Javari.

De acordo com o relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil, entre agosto de 2021 e julho de 2022, o governo de Bolsonaro derrubou 10.781 Km² de floresta, segundo dados do Sistema de Alerta de Desmatamento, e as invasões e garimpo avançaram 180% no país.

“Tudo o que eles desfizeram nós vamos ter que refazer”, lamentou Lula, no Dia do Meio Ambiente. “E vamos ter que cuidar efetivamente com respeito com as nações indígenas espalhadas por esse país. Nós que devemos para eles, e não eles que devem para nós. É preciso ter a pressão da sociedade para que a gente possa ter coragem de enfrentar os nossos algozes e fazer o que precisa ser feito”, opinou o presidente eleito.

“Nesse negócio, não tem meio termo. A gente tem que ter coragem de dizer: não haverá garimpo em terra indígena nesse país. As terras que forem demarcadas como áreas de proteção ambiental terão de ser respeitadas. Não vai ter concessão. E a outra coisa importante é que nós vamos restabelecer nossa relação com o mundo”, disse Lula.

Menor desmatamento 

Com Lula, as emissões de carbono e o desmatamento foram reduzidas como nunca. Com ele, o desmatamento da Amazônia caiu de 25,3 mil km (2003) para 7 mil km por ano (2010).

Ainda no governo PT, Dilma continuou a política de Lula e se tornou a presidente com a menor média de desmatamento anual da história do país, alcançando o recorde de apenas 4,5 mil km derrubados, em 2012. Com Bolsonaro, o desmatamento passou dos 13 mil km por ano.

Os resultados dos governos de Lula e Dilma transformaram o país em exemplo a ser seguido na preservação do meio ambiente. O Brasil se tornou um dos líderes nos processos de negociação nas Cúpulas do Clima das Nações Unidas e, quando, em 2015, apresentou a meta de reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 37% até 2025 e em 43% até 2030, tendo como referência o ano de 2005, ninguém duvidou que o país cumpriria a promessa.

Imagem destacada / Foto: Ricardo Stuckert

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Workshop em Bacabeira reúne especialistas em comunicação comunitária e popular

O evento é promovido pela Associação de Difusão Comunitária de Bacabeira, neste sábado, a partir das 9h, no auditório do Iema

1º Workshop de Comunicação Comunitária vai ter palestras com a participação de jornalistas, radialistas, comunicadores de emissoras comunitárias, pesquisadores, profissionais da comunicação e organizações da sociedade civil de Bacabeira.

O workshop tem apoio da Faculdade Cesba e do Etecba, da Agência Tambor, da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço) no Maranhão, Insight Cursos Livres e Ligados em Calçados. As inscrições, no valor simbólico de R$ 10 reais, podem ser feitas clicando neste link.

A programação combina conhecimentos teóricos e práticos sobre comunicação comunitária e os inscritos receberão certificados de participação com carga horária de 6 (seis) horas.

Veja a programação:

Dia 05/11 (sábado)

09h – Início dos trabalhos da mesa de abertura

Participantes:

– Diretoria da ADCB

– Entidades que compõe o Conselho Comunitário da Radcom Nova Bacabeira FM

– ABRAÇO-MA;

– CESBA

10h – A importância da comunicação comunitária

Paulo Pellegrini

11h – Produção de conteúdo e Comunicação Popular

Paulo Pellegrini

12h – Almoço

13h – A unidade na luta pela democratização da comunicação

– Emílio Azevedo / Agência Tambor

14h – Comunicação como Direito Humano e Experiências exitosas do movimento de rádios comunitárias no MA

– Geremias dos Santos / ABRAÇO BRASIL

– Ed Wilson Araújo / ABRAÇO-MA

– Abraço Maranhão / Engenheiro Fernando Cesar Moraes

– Equipe da Radcom Mapari FM / Erick Viegas e Lauri

16h – Atividade cultural

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3º turno: é preciso desbolsonarizar o Brasil

Passada e euforia da vitória, é o momento de colocar os pés no chão, analisar os números e os atos golpistas protagonizados pelo fanatismo bolsonarista.

Lula ganhou a eleição em uma epopeia democrática, vencendo o abuso de poder econômico, o assédio, a violência, o medo e todo tipo de bizarrice da extrema direita.

Apesar do heroísmo e da força popular da campanha gloriosa de Lula, os números indicam uma vitória apertada. No 1º turno, o PTista saiu das urnas com uma vantagem de 6.187.159 votos e no 2º turno caiu para 2.139.645 votos.

Observe especialmente os números de Jair Bolsonaro entre o 1º e o 2º turno. Ele partiu de 51.072.345 para 58.206.354, obtendo um crescimento de 7.134.009.

Lula saiu de 57.259.504 para 60.345.999, totalizando 3.086.495 a mais.

1º turno

Lula 48,43%57.259.504
Bolsonaro 43,20 %51.072.345
Diferença: 6.187.159

2º turno

Lula 50,90%60.345.999
Bolsonaro 49,10%58.206.354
Diferença: 2.139.645

Reitero o que disse no texto anterior. A vitória “apertada” foi uma epopéia diante do contexto da eleição.

No entanto, é preciso refletir sobre o bolsonarismo. Na minha modesta opinião, haverá uma desidratação do eleitor de Jair Bolsonaro, principalmente se o terceiro governo Lula for exitoso.

Os bloqueios nas rodovias estão diminuindo, a equipe de transição já está funcionando, Lula costura apoios no Congresso Nacional e o governo tem tudo para dar certo.

Mas, é preciso ver a realidade além da torcida. A mentalidade bolsonarista veio para ficar e um dos desafios do campo democrático-popular é “desbolsonarizar” o Brasil.

Imagem destacada / Bolsonaristas fazem saudação nazista em Santa Catarina / Foto: Reprodução

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O amor venceu a máquina e o medo

Nunca antes na História do Brasil se viu uma eleição entre forças tão díspares.

De um lado, a candidatura de Jair Bolsonaro reuniu toda a máquina do Estado para atropelar o adversário.

O governo pôs em jogo a bilionária derrama de dinheiro do orçamento secreto, os diversos auxílios, o empréstimo consignado para antecipar o Auxílio Brasil, o aparelhamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a gigantesca rede dos setores empresariais urbanos e rurais agregada por parlamentares beneficiários dos favores e benefícios do Palácio do Planalto.

Fora da máquina oficial, a campanha suja de Jair Bolsonaro incorporou o assédio dos patrões contra empregados, o crescimento da rede de desinformação e a violência explícita nos atos bizarros de Roberto Jefferson e Carla Zambeli.

Todo esse conjunto de ações constituiu a maior máquina de abuso do poder econômico, violência e mentira nas eleições de todos os tempos no Brasil.

 De outro lado, Lula, em uma campanha feita de forma propositiva e verdadeira, austera quando necessário, mas sem perder a ternura.

O amor, a verdade, o legado e a herança dos governos do PT levaram Luis Inácio Lula da Silva a uma vitória gloriosa, coroada pela força do povo, que enfrentou todos os tipos de arbitrariedade e abusos para votar, mesmo diante de toda a violência do aparelho do Estado e dos fanáticos bolsonaristas movidos pelo ódio.

A vitória se concretizou também com o mar de gente tomando as ruas sem medo de ser feliz.

Sabemos que a vitória, em termos numéricos, foi apertada. Mas, vendo o contexto da disputa, a eleição de Lula foi uma grandiosa epopeia democrática.

Imagem destacada / Foto de Lula tendo ao fundo a bandeira do Brasil / capturada no site do PT

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Plataformas digitais não podem ser trampolim para levantes contra a ordem democrática

Entidades divulgam carta aberta reiterando a necessidade das plataformas digitais atuarem de maneira combativa e NÃO como trampolim para ataques à ordem democrática.

Após o segundo turno das eleições, as redes sociais têm sido utilizadas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro como canal para articulação de tentativa de golpe contra o sistema eleitoral e pedido de intervenção militar, o que fere o pleno exercício da democracia.

Por isso, neste momento as plataformas devem assumir sua responsabilidade e garantir um ambiente informacional em que prevaleçam os princípios democráticos.

Antes do segundo turno, a Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD Brasil) divulgou documento  para as plataformas, com mais de 300 signatários, entre instituições e pesquisadores, denunciando a falta de ação das plataformas para coibir a desinformação.

Durante o pleito eleitoral pouco foi feito e as reivindicações continuam.

Veja abaixo o documento:

Plataformas digitais não podem ser trampolim para levantes contra a ordem democrática

Passadas as eleições presidenciais, o Brasil entra no período de transição de governo e todas as instituições democráticas, inclusive as empresas de comunicação, têm grande responsabilidade em garantir que a vontade popular seja respeitada. Desde domingo (30), entretanto, as plataformas digitais abertas e fechadas têm sido inundadas por conteúdo de incitação contra a ordem democrática, com chamados à sublevação e pedido de intervenção militar. Elas têm sido notificadas de tal conteúdo, mas as ações de moderação têm sido mínimas ou inexistentes.

Como já foi apontado pelas 116 entidades signatárias do documento “O papel das plataformas digitais na proteção da integridade eleitoral em 2022”, possíveis respostas imediatas das plataformas no período eleitoral continuam sendo extremamente limitadas para lidar com o problema que o país enfrenta.  

Mesmo as empresas que têm políticas de integridade cívica ou eleitoral, criadas especificamente para impedir chamados à agitação civil contra a ordem democrática ou à interferência na transmissão pacífica de poder – incluindo aí as atualizações realizadas por Twitter e YouTube no dia 31/10 -, não têm aplicado de maneira diligente o que prometem. Muitos conteúdos chamando para atos antidemocráticos continuam circulando com alta visibilidade, amplificados por influenciadores digitais com alto número de seguidores.

Considerando as políticas em curso, entendemos que as plataformas devem tomar medidas em face de todos os conteúdos e canais que, ao alegarem infundadamente fraude eleitoral ou teorias conspiratórias inconstitucionais, causam danos ao processo eleitoral – além de trazerem riscos significativos de uso de violência. Trata-se de interpretar suas políticas de maneira condizente com o contexto brasileiro, permitindo uma ação imediata em face destes conteúdos e canais.  

No caso das plataformas que até hoje não desenvolveram políticas para crises desta natureza – o que é ainda mais preocupante –, elas precisam ser criadas e implementadas. Da mesma forma, ao serem acionadas pelo Judiciário, devem ser rápidas em atender demandas.  

Ao ignorarem e se omitirem diante da massiva distribuição de conteúdos que atacam o sistema eleitoral e incitam a violência, tais empresas estão funcionando como trampolim para ações antidemocráticas, inclusive obtendo lucro financeiro com esse tipo de conteúdo. Cabe a elas, agora, adotar medidas efetivas, cumprir determinações judiciais e prestar contas das ações empregadas e seus resultados. Esta transparência é essencial para que a sociedade e autoridades identifiquem o que está sendo feito neste momento perigoso de levante contra a ordem democrática.

A situação pós-eleitoral no Brasil de mobilizações que contestam de forma absolutamente infundada o resultado eleitoral não tem paralelo em nossa história recente, ainda que haja esforços relevantes das instituições brasileiras para contê-las.  

Cabe lembrar que, de acordo com a Lei do Estado Democrático de Direito (Lei Nº 14.197, de 2021), é crime “tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais”, “tentar depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído” e “impedir ou perturbar a eleição ou a aferição de seu resultado, mediante violação indevida de mecanismos de segurança do sistema eletrônico de votação estabelecido pela Justiça Eleitoral”.

Neste momento chave, as plataformas devem assumir sua responsabilidade de garantir um ambiente informacional em que prevaleçam os princípios democráticos, e agir para que não sigam sendo utilizadas como promotoras de ações de sublevação contra a democracia brasileira.

Brasil, 02 de novembro de 2022.  

Coalizão Direitos na Rede

Rede Nacional de Combate à Desinformação

Coalizão em Defesa do Sistema Eleitoral

ABI – Associação Brasileira de Imprensa

ABJD – Associação Brasileira de Juristas pela Democracia

AJD – Associação Juízes para a Democracia

AlafiaLab

Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé

Centro Popular de Direitos Humanos

Conectas Direitos Humanos

Coding Rights

Demos – Observatório para monitoramento dos Riscos Eleitorais no Brasil

Diracom – Direito à Comunicação e Democracia

Fenaj – Federação Nacional dos Jornalistas

Instituto Cultura e Democracia

Instituto E se fosse você

Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social  

Instituto Update

Instituto Vladimir Herzog

Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social

Mediars

Netlab-UFRJ

Novelo Data

Open Knowledge Brasil

Oxfam Brasil

Sleeping Giants Brasil

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Lula conversa com o presidente dos Estados Unidos

O presidente eleito conversou com Joe Biden sobre democracia, meio ambiente e cooperação entre os dois países

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na tarde desta segunda-feira (31/10). Na conversa que durou 20 minutos, os dois presidentes trataram de temas essenciais, como a importância da democracia, da preservação do meio ambiente e sobre com ampliar a cooperação entre os dois países.

Na noite de domingo, após o resultado das eleições e a divulgação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente norte-americano já havia parabenizado Lula pela vitória, por meio das redes sociais. No Twitter oficial, o presidente escreveu: “Envio os parabéns a Luiz Inácio Lula da Silva pela vitória em uma eleição livre, justa e digna de confiança. Espero que possamos trabalhar juntos e manter a cooperação entre nossos dois países nos próximos meses e anos que virão pela frente”.

Imagem destacada / Ricardo Stuckert

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O voto e a saudade

Eloy Melonio é professor, escritor, letrista e poeta.

Oi, pessoal!

Saudações a todas, todos, e todos os outros todos.

Eu sou José Eleitorino, um eleitor com muitas eleições nas costas, igualzinho a tantos outros que vocês veem por aí.

Mesmo não sendo mais obrigado a votar, não deixo de exercer esse direito fundamental. Para mim, o voto é sagrado. Gostem ou não das minhas escolhas, não abro mão delas. Já ganhei e já perdi muitas vezes nessa dança democrática.

Nestas eleições, os candidatos são os grandes artistas. Quase não ouço mais falar de Lulu Santos, Fernanda Montenegro, Tony Ramos & companhia. Ligo o rádio, e lá estão eles, falando. Na tevê: antes, depois e no meio das novelas. Dia desses sonhei conversando com o meu candidato. E confesso que já estou com saudade da campanha eleitoral que está acabando hoje — sexta-feira, 28.

São 19h30. Quero aproveitar tudo da propaganda na tevê. Cada informação, cada declaração. Ah, e eu não posso perder as últimas invocações ao Ser supremo (nada a ver com aquele sediado em Brasília). Porque — “nunca antes numa campanha” — Deus esteve acima de tudo e de todos. Ainda bem que Ele está lá em cima, não é mesmo? Sem contato direto com os candidatos aqui embaixo. É que — nessa confusão polarizada — a coisa não tá pra qualquer santinho não.

Depois dessa eleição, só daqui a dois anos. Se Deus quiser! E Ele vai querer, sim, porque — querendo ou não — já é personagem dessa comédia há um bom tempo.

Foram dias ricos de teatralização: lágrimas, olhares e sorrisos carinhosos, acenos com uma ou as duas mãos. E “vozes” prometendo mundos e fundos. 

A campanha eleitoral é tudo de bom. E, diferente da poesia do coletivo, é todo mundo “junto e separado”. Mesmo assim, como diz o roqueiro, “A gente se dá bem e não desejamos mal a quase ninguém”. Isso é que é sinceridade, atitude rara na política.

Nesta campanha, o Oscar vai para a dupla “falar/dizer”: Tu falaste. Eu não disse. Eles dizem que falaram. Está dizendo que vai falar. Por que você não fala e diz a verdade?

E, assim, a política se faz e se refaz com o espírito expressivo da palavra. Falar é dizer. Dizer o que é, o que não é. Porque “falar” é a cara dos políticos, não é verdade? E tem tudo a ver com o sentido enigmático da promessa e a roupa fantasiosa da esperança. Falar é cantar como vai ser o samba do nosso destino, dizer que vão pintar um novo céu com o azul da bandeira. Coisas da cena política, como dizia meu pai.

Mas “falar ou dizer” nem sempre significa “afirmar”. Muitas vezes é apenas falar, apenas dizer. O não-dito esconde uma mentira; o dito pode ser calúnia, injúria. Entre um e outro, “fico com a resposta das crianças”. Mas crianças não votam! Ah, que pena! Então, esquece.  

Na letra do samba-enredo político, o destaque da campanha foram (e sempre serão) os pobres. “Olha eles aí, gente!” Sem os pobres, a disputa não teria a graça de sempre. Nunca os pobrezinhos foram tão prestigiados. Abraços e mais abraços. Beijos nos velhinhos e nas criancinhas.

Empobrerados, tiveram espaço e voz em todos os momentos. Nunca vi tanto pobre falando na tevê. Acho até que alguns ganham um cachêzinho. Isso não é chiquérrimo?! E necessário, porque quanto mais pobres na roça, melhor a colheita.

Nessa enxurrada de pobres, todos são bem-vindos: os antigos, os novos, os que ainda vão entrar nas estatísticas. De sua história, o ponto positivo é que eles acreditam piamente nas promessas. 

Sempre achei que o pobre é um ser diferenciado. Mesmo com a mesa e o bolso vazios, não perde a esperança. E olha que essa palavrinha mágica cai bem na barriga do faminto, do sem-teto, do sem-nada. E nas intenções dos candidatos.

Que tal uma vezinha para a fome? Porque pobre e fome dão samba. Aonde um vai, o outro vai atrás. A fome alimentou a campanha e esquentou o debate. Porque é com a fome de muitos que enchem suas sacolas.

Tão antiga quanto a fome e os pobres é a política do “pão e circo”, ainda viva nestes tempos paradoxais. Enquanto a fome sobrevive, os pobres sofrem para sair do gueto da vergonha nacional.

Outra coisa extremamente pobre nesta campanha é que tudo pode e tudo serve. Amigos trocando insultos nas redes sociais. Muita gente acordando com essa ansiedade de compartilhar o último post de cunho político-ofensivo. Frases de efeito para atingir o outro. Material quentinho, cozido nos porões da campanha, é repassado a cada hora. Isso porque cada um acha que o seu candidato é o mais santo, o menos corrupto — se é que isso existe. E, nesse fluxo, o outro sempre é isso e aquilo.

A campanha revela quem são os parceiro da hora. Aliados do bem e do mal. Porque são a prova de que reconciliação e paz é possível na política. Mesmo que isso possa parecer uma grande farra.

E, para coroar a festa da democracia, o debate. Só acho que esse capítulo deveria ficar nos intervalos da novela. Porque há momentos em que ficção e realidade parecem falar a mesma língua, pois a política também é uma “travessia”.

22h45. Preciso parar por aqui, pois o debate já vai começar. Não sem antes dizer que já estou pensando na campanha de 2024.

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Homenagem ao time de Lula

Um brinde a você que sobreviveu à longa noite fascista que se instalou no Brasil, desde 2016;

Um brinde a você que foi chamado de petralha, comunista, apenas por ter demonstrado apreço à democracia e à liberdade;

Um brinde a você que inúmeras vezes foi ameaçado e ironizado nas redes sociais;

Um brinde a você que não desistiu de lutar, mesmo quando toda a massa ignara e a grande imprensa insistia no seu discurso neo-fascista;

Um brinde a você que, pra se preservar, cortou laços com tantas pessoas com quem tinha ,antes da grande noite , um convívio sadio;

Um brinde a você que não bebeu da fonte do ódio que se espalhou pela Nação, disfarçada de justiça;

Um brinde a você que descartou o rótulo de “cidadão de bem”, enquanto milhões perdiam os direitos previdenciários e trabalhistas;

Um brinde a você que sempre foi solidário com a parcela mais frágil da sociedade;

Um brinde a você que se indignou diante das tragédias ambientais;

Um brinde a você que se entristeceu diante da verdadeira chacina que foi a pandemia de Covid;

Um brinde a você que sempre acreditou na Ciência, na vacina e não na cloroquina;

Um brinde a você que não se curvou aos falsos profetas, disfarçados de Messias;

Um brinde a você que nunca abriu os dedos das mãos pra fazer gesto de “arminha”;

Um brinde a você que resistiu, mesmo, quando milhões acreditavam no falso mito;

O percurso será longo e duro para reconstruir tudo o que destruíram, mas um brinde a você que acreditou que a primavera chegaria.

Imagem destacada / Multidão na Avenida Paulista comemora a vitória do candidato do PT | Foto: Ricardo Stuckert